ANTIGOS PAULISTAS
Auguste de Saint-Hilaire, em seu livro Viagem às Nascentes do Rio S. Francisco e pela Província de Goiás - Tomo Segundo, Tradução e Notas de Clado Ribeiro de Lessa, 1937, Companhia Editora Nacional, São Paulo, nas páginas 280 a 281, conta-nos: “Os antigos paulistas se espalhavam pelo interior do Brasil afim de caçar os indígenas. Estes, reduzidos a escravidão, formavam uma das riquezas dos habitantes de S. Paulo, e mais de uma casa importante possuía, nessa cidade, até seiscentos índios. Um paulista, que penetrou por esse modo nos desertos, afim de agarrar escravos, Manoel Corrêa, chegou, antes de 1670, até um rio chamado Rio dos Araés, na região que constitui hoje em dia a província de Goiás, e voltou à pátria carregado de ouro e índios escravizados. Corrêa, morrendo, deixou o itinerário das regiões que percorrera; mas, a sua ignorância era tal, que foi impossível aproveitar os seus manuscritos.
BARTOLOMEU BUENO DA SILVA
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Pelo ano de 1680 outro paulista, Bartolomeu Bueno da Silva, chegou ao local onde está atualmente situada Vila Boa e que, nessa época, era ocupada pelos índios pacíficos da nação Goyá. As parcelas de ouro com que se ornavam as mulheres destes selvagens traíram a riqueza da zona. Para submeter os habitantes, Bueno recorreu ao estratagema, na aparência, mais pucril: acendeu um vaso cheio de aguardente perante os índios espantados, e ameaçou-os de queimar da mesma maneira a eles e seus rios se ousassem resistir-lhe. Os índios se submeteram e Bueno, depois de deixar algumas plantações no local, voltou a S. Paulo carregado de ouro e tão grande número de cativos que com eles seria possível povoar uma cidade. Os expedientes censuráveis de que, com êxito, lançou mão esse aventureiro, valeram-lhe o cognome de Anhanguera, que significa velho diabo. (...) Quando penetrara no distrito dos índios goyazes, Bueno tinha em sua companhia um filho com a idade de 12 anos, com o mesmo nome que o seu. A criança envelhecera, mas sem perder a lembrança da viagem de seu pai (...)”.
O SEGUNDO ANHANGUERA
Em 1720, junto com os genros João Leite da Silva Hortiz e Domingos do Prado, o segundo Anhanguera requereu licença a Dom João V para entrar nos altos sertões, com a intenção de procurar ouro, prata e pedras preciosas. A leva ficou pronta em fim de junho de 1722 (quarenta anos antes visitara com o pai), compunha-se do cabo e de um imediato; de 152 homens d’armas, entre os quais vinte índios; de trinta e nove cavaleiros; de dois religiosos beneditinos e um franciscano.
Com bravura, explorou os sertões goianos em busca da lendária Serra dos Martírios. Enfrentou muitas dificuldades. Segundo escreveu Taunay: “A bandeira de Anhanguera II, 1722 a 1724, por três anos, “andou errante pela imensa campanha banhada pelos tributários do Araguaia e Paranaíba”. Mas, finalmente, em 1725, encontrou de forma sucinta, ouro nas margens do rio Vermelho. No ano seguinte, Bueno fundou, nesse lugar, um arraial que veio a se tornar a capital da Província e, depois, do Estado, Vila Boa, hoje, Goiás.
Onaldo Campos, no prefácio da sua rica obra publicada em 1971 intitulada Rio Verde Histórico, escreveu: “Desde 1946, quase que ininterruptamente, venho-a pesquisando. Sem dúvida, a tarefa demandou grandes esforços, e, ainda assim, não consegui senão vislumbrar o passado. E fi-lo, confesso, com a exclusiva vaidade de dotar Rio Verde de sua história, ignota e esquecida nas brumas do Tempo. Não moveu-me o interesse monetário. Pobre, contudo, é minha contribuição. Apenas agitei um passo. A jornada é longa e lhes convida, leitores amigos e complacentes, à caminhada. (...)”.
Menciono essas palavras acima supracitadas com o único propósito de dar o devido reconhecimento a Onaldo Campos, e, da mesma forma, ao também brilhante escritor Oscar Cunha Neto que escreveu a obra Rio Verde: Apontamentos para a sua história, publicada em 1988. Foram, os dois, fundamentais nas pesquisas dos acontecimentos históricos para a cidade de Rio Verde.
O convite à caminhada me moveu e impossível não citá-los.
Retomando a história do Anhanguera, Onaldo Campos expôs à pag. 13: “ (...) Rocha Pombo também corrobora esse descaminho de Anhanguera, relatando que “atravessando o rio Paranaíba e seu afluente Meia Ponte, na altura de Mato Grosso, tanto se desviaram os bandeirantes para o poente que perderam o rumo das paragens que eram procuradas, e foram ter, segundo a melhor opinião, às margens do Araguaia, por aqueles vastos e férteis terrenos, que foram hoje os distritos de Torres do Rio Bonito (Caiapônia), Rio Claro e Dores do Rio Verde”.
Talvez tenham sido os expedicionários do Grande Bandeirante que apelidaram o ribeirão próximo da cidade de Rio Verde ... das Abóboras.
No governo de D. Francisco de Assis Mascarenhas -1804 – mandou este explorar o Rio Verde e o Rio dos Bois, encarregando da empresa Estanislau de Oliveira Guterrez”.
NO INÍCIO, DESBRAVADORES MARCANDO TERRITÓRIO PELA PATA DO GADO
Extraído do projeto Se Liga no Futuro - Superintendente Executiva/Criação e Coordenação Andréa Aurora Guedes Vecci. Revisão Geral Heloisa Mazzoccante e Wellington Matos de Lima. Projeto Gráfico Type Propaganda. Pesquisa Histórica Prof. Eduardo José Reinato e Prof. Sérgio Paulo Moreyra. Pesquisa Econômica Rodrigo Borges Teodoro. Adaptação de Texto Amauri Garcia. Ano: maio/2004:
“A migração para o sudoeste goiano deu-se a partir da década de 1830. O esgotamento ou a inadaptabilidade das terras disponíveis no Triângulo Mineiro permitiu uma profunda e rápida penetração de fazendeiros para os extremos da região da Caiapônia. Eles optaram pelos chapadões altos, fugindo dos grandes rios e das zonas de matas, seguindo, portanto, a ocupação das zonas de campo e cerrados. Dessa maneira, a expansão das fazendas de gado se articulou entre as regiões do que hoje são as cidades de Rio Verde e Jataí. Os pioneiros vinham à procura de campos limpos para suas criações extensivas. Ao chegarem em uma nova região, demarcavam a posse pelos acidentes geográficos. Isto determinou que, por vezes, estendiam-se por léguas, à procura de um rio ou espigão mestre para definir uma divisa bem feita. Assim, as fazendas eram edificadas perto de um pequeno riacho de onde se podia desviar a água para a sede. Até onde a pata do boi marcasse o terreno, essas eram as fronteiras da fazenda. Estima-se que isso perfazia, a partir da sede da fazenda, um raio de três léguas. O filho do fazendeiro criaria seu retiro (curral de retirada de leite do gado) a mais ou menos seis léguas para dentro do sertão, o que posteriormente se tornaria sua fazenda. Com a independência do Brasil, a partir de 1822, o sistema de sesmarias foi abandonado, abrindo-se uma grande oportunidade para os homens do sertão ampliarem suas fazendas de gado. Era só se apossar para se tornar dono de um naco de terra”.
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Para garantir os rendimentos da Província, era preocupação do governo abrir relações com os novos habitantes, aplicar a lei e esclarecer as propriedades. O Correio Official de Goyaz, nº 11, de 8 de julho de 1837, atesta: “É constante que além do Rio Verde ao Sul desta Capital existe um terreno ainda não habitado, que se calcula ter 20 léguas, e que além deste Sertão se acham estabelecidos já uns Garcias, homens da Província de São Paulo que atraídos pela fertilidade do terreno, e das suas boas pastagens para a criação do gado vacum e cavalar vieram ali estabelecer-se, o que depois tem sido imitado por homens de Minas Gerais, e nenhum destes tem aberto relações com esta Capital, em cujo Município residem, e como se diz que por esse território atravessa a estrada novamente aberta de Cuiabá a São Paulo, importa-nos muito fazer explorar o ponto do limite desta Província com a de Mato Grosso, onde esta estrada corta para entrar no território Goiano, e é mesmo conveniente que nesse ponto se faça colocar uma Guarnição; assim como para arrecadar o Rendimento da Passagem no Rio Corumbá, vulgarmente chamado pelos mineiros Paranaíba da confluência destes dois Rios para baixo; esta medida é interessante tanto aos Rendimentos da Província, como ao sossego, e tranquilidade desses novos habitadores, por quanto lhe publico que fugindo ao recrutamento de Minas para esse território afloram os vadios, e já começam a inquietar os habitantes, e por isso a Guarnição servia para auxiliar as Autoridades Policiais, e para conter os malfeitores. O primeiro passo porém a dar para a exploração deve ser a abertura de uma estrada de Anicuns aos Garcias, ela está aberta quase toda a exceção de 20 léguas de Sertão, em que já vos falei, e por isso espero que habiteis o Governo para na abertura, e exploração do terreno despender até 400$000 réis, lembrando-me agora recomendar a vossa sabedoria a necessidade de representardes a Assembleia Geral sobre a concessão de terrenos devolutos, este objeto deve merecer vossa particular atenção, todo esse território está cheio de proprietários que nenhum título possuem, se não a posse, e é de justiça que estes homens vejam por Lei garantidas suas propriedades. A falta de Lei a este respeito tem causado grande prejuízo a Fazenda Pública, que só pela concessão de terrenos devolutos podia engrossar suas rendas”.
FAMÍLIA PIONEIRA
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Pelos idos de 1840, chega as extensões do Rio Verde, vindo de Casa Branca, província e bispado de São Paulo, o mineiro José Rodrigues de Mendonça, com sua esposa e filhos, motivado com as medidas de incentivo à colonização do Sudoeste Goiano. A carta de Lei nº 11 de 5 de setembro de 1838, fixada pelo Governo Provincial, determinava aos habitantes do território entre o Rio Verde além do Turvo, a isenção de pagamento de impostos (Dízimos de Miunças, e de gado vacum, e cavalar) por dez anos . Com esse encorajamento dado, iniciou-se, então, a ocupação em massa das terras, formado em grande maioria, com pessoas vindas de Minas Gerais, que trouxeram ao lado de uma abundante pecuária, uma elementar cultura de arroz, feijão, milho e mandioca.
A família pioneira apossou-se de vasta extensão de terras (que formaram as fazendas de São Tomás, Pindaíba, Bauzinho, Paraiso do Rio Preto, Monte Alegre, Confusão, Aterradinho e Cabeleira). Estabeleceu-se, porém, em São Tomás, próximo ao rio do mesmo nome, a cerca de seis léguas de distância do local onde se encontra a cidade. Todas as propriedades rurais foram inscritas, por Decreto Imperial, nos Registros Paroquiais de Terras da Freguesia das Dores do Rio Verde. A Fazenda São Tomás foi registrada sob o número um em 5 de outubro de 1856, com mais ou menos sete sesmarias de extensão, de propriedade de José Rodrigues de Mendonça, adquirida por posse. Foi dividida em 1904.
DOAÇÃO A NOSSA SENHORA DAS DORES
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Em 25 de agosto de 1846, José Rodrigues de Mendonça e sua mulher, dona Florentina Cláudia de São Bernardo, doam sorte de terras da Fazenda São Tomás a Nossa Senhora das Dores, para a formação de seu patrimônio e construção da Capela. Quatro meses depois, Joaquim José da Silva Prata e sua esposa, dona Anna Joaquina de São José, também doaram parte de terras da Fazenda Lages ao patrimônio da Igreja. Ocasião em que Rio Verde estava subordinado à Freguesia de São Francisco de Anicuns.
Proveniente de Uberaba, a família Silva Prata chegou em 1845, chefiada por Manoel Joaquim da Silva Prata (casado com Laura Ferreira dos Santos, e falecido em Uberaba, em 11 de agosto de 1905, na idade de 97 anos), Joaquim José da Silva Prata (tendo casado com Anna Cândida Vilela) e Francisco José da Silva Prata, naturais de Itapecerica.
Há registro de um donativo por escritura particular em 6 de junho de 1885, quando Honorato Rodrigues de Mendonça e sua esposa, dona Secundina Francisca da Silva ofereceram a Nossa Senhora das Dores do Rio Verde uma porção de terras no sítio Córrego Fundo, na fazenda “São Tomás”.
FALECIMENTO DE DONA FLORENTINA
O advogado e escritor Onaldo Campos, em seu livro Rio Verde Histórico – Aspectos Históricos de Rio Verde (GOIÁS), impresso no ano de 1971 na Gráfica e Editora EDIGRAF S.A. São Paulo – Brasil, narra - nos o seguinte: “A 16 de janeiro de 1858, falece d. Florentina Cláudia de São Bernardo, deixando as fazendas São Tomás e Cabeleira, esta de campos e matos, cercada de serras, com 3 léguas de comprido e uma de largura. E os seguintes bens: 17 enxadas, avaliadas por 18$800; 18 foices, por 54$000; 23 machados, por 50$000, 4 cavaduras; 4 cunhas; uma tenda de carpinteiro; 9 armas de fogo; 130 oitavas de prata (equivalentes a 466,180 gramas, ou 3,586 g. cada uma), avaliadas a 200 réis cada, num total de 32$000; 9 pares de colheres de prata, por 50$000; e 400$000 em dinheiro; os seguintes animais: 24 bois carreiros, 4 bois, 16 novilhas de 3 anos, 64 de 2 anos, 43 de um ano, 50 vacas paridas, 200 solteiras, 26 marruases, 10 cavalos, 30 éguas; e 16 escravos e 9 escravas (estes eram considerados semoventes)”.
Esses instrumentos revelam a época: a rusticidade, a agressividade. Vejam que o número de instrumentos para a derrubada era grande; a arma de fogo era indispensável. O rebanho era talvez dos maiores da região ou da província: 467 cabeças, quando a exportação para São Paulo e Minas Gerais, na época, não ultrapassava de 3.000 bois. Entre as novilhas estão incluídos os machos e as fêmeas.
FALECIMENTO DE JOSÉ RODRIGUES DE MENDONÇA
O cônjuge supérstite ficou viúvo por largo tempo. Finalmente, a 25 de junho de 1866, casou-se, pela segunda vez. É o seguinte o teor do assento de casamento: “Com as testemunhas João Antônio da Silveira Leão e Maria Joaquina da Conceição, casaram-se José Rodrigues de Mendonça, viúvo, com a idade de 80 anos, filho de José Rodrigues de Souza e Anna Pereira, com Cândida Francisca da Silva, com 22 anos, filha de João Ferreira Pinto e de Clemência Maria dos Reis”.
A 19 de dezembro de 1869, faleceu, com a idade de 83 anos, José Rodrigues de Mendonça, deixando 4 filhos, 17 netos e 2 bisnetos e os seguintes bens: “uma casa de capim na vila de Rio Verde, um sítio na fazenda “São Tomás” e uma fazenda do mesmo nome”. – Rio Verde Histórico, págs 16 e 17.
FREGUESIA DAS DORES DO RIO VERDE E DISTRITO DE PAZ
O ano de 1848 foi fecundo, vindos de Formiga –MG, penetraram no sertão do Rio Verde, Ladislau Borges Campos e sua esposa dona Eulália Francisca de Arantes, também chegaram os Leão, chefiada por Valeriano Antônio da Silveira Leão e seus filhos. Provocando ampla descendência.
Os habitantes do lugar aspiravam emancipar-se. Atendendo, pois, ás reivindicações, a 5 de agosto de 1848, o Governo Provincial fez surgir pela resolução nº 6, a Freguesia das Dores do Rio Verde. Em 1851, houve a criação da primeira escola primária, e ainda neste ano, em 25 de junho, pela resolução provincial nº 2, o governo idealizou o Distrito de Paz, acolhendo a solicitação do povo.
Por causa das intempéries dos caminhos e as enormes distâncias, dificultoso era para a maior parte da população da Província de Goiás, nos anos de 1850, o acesso aos Distritos de Paz, para a obtenção das certidões de nascimento e óbito. O Correio Oficial de Goiás, Ano XV, Nº 12, de 8 de maio de 1852, publicou nesse aspecto o seguinte: “Havendo nesta Província Distritos de Paz com dez, vinte, trinta, e mais léguas de extensão, em que se acha a população muito disseminada, e não podendo ter neles exato comprimento o art.6º do Regulamento, que baixou com o Decreto nº 798 de 18 de junho do ano de 1851, quanto a participação dos nascimentos aos Escrivães de Paz por que a maior parte dessa população, por sua indigência, faltarão os meios de ir a grandes distâncias cumprir esse dever; e sendo, outro sim, absolutamente inexequível nesses mesmos Distritos o art.23 do citado Regulamento, que proíbe dar-se sepultura a cadáver algum sem que os Administradores dos Cemitérios tenham presentes as certidões dos óbitos, visto como, além da impossibilidade de se ir nessas distâncias, obter do Escrivão de Paz a competente certidão, a maior parte dos cadáveres são sepultados em lugares afastados das povoações, aos quais dão o nome de Cemitérios, mas que não tem administradores: o Presidente da Província, para remover esses obstáculos, que se opõem ao fiel cumprimento do mencionado Regulamento, resolve, que, em quanto o Governo Imperial não determinar o contrário se observe o seguinte – 1º As pessoas miseráveis que se acharem em distância tal do Escrivão de Paz do respectivo Distrito, que, para o fim de participarem algum nascimento, não poderem ir, e voltar no mesmo dia as suas casas farão essa participação ao Inspetor do Quarteirão em que residirem. 2º Da mesma maneira as pessoas, que, na conformidade do art.10 § 1º, e 2º do mesmo Regulamento, são obrigados a participar o falecimento de algum indivíduo, estando nas distâncias mencionadas, farão a participação com as declarações do art.11 do Regulamento, ao Inspetor do seu Quarteirão. 3º Os Inspetores dos Quarteirões darão as pessoas, que lhes fizerem essas participações uma declaração escrita, e assinada, de lhes terem feito. 4º Os Inspetores de Quarteirões remeterão de 15 em 15 dias essas participações aos Escrivães de Paz dos respectivos Distritos, ou diretamente, ou por intermédio dos Juízes de Paz dos mesmos Distritos. 5º Finalmente as declarações, que os Inspetores de Quarteirões derem as partes produzirão o mesmo efeito das Certidões dos Escrivães de Paz, para os batizados dos recém-nascidos, e enterramentos dos cadáveres”.
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VILA DAS DORES DO RIO VERDE
Já com uma população excedendo a quatro mil almas, dedicando à lavoura e a criação do gado vacum, em grande escala, em relatório, o Presidente da Província, notando que a comunidade estava ficando dispersa, resolveu criar à Vila das Dores do Rio Verde pela lei nº 8, de 6 de novembro de 1854. Foi separada do município de Goiás (antiga capital goiana). Ficando seus habitantes obrigados a construir à sua custa a casa de câmera e a cadeia.
CÂMARA MUNICIPAL
Em 26 de setembro de 1862 foi instalada a Câmara Municipal da Vila das Dores do Rio Verde. Nesta importante cerimônia, o Presidente da Câmara da Capital de Goiás, Antônio Marques Fogaça, em observação ao artigo 5º do Ato da Presidência de 12 de fevereiro de 1862, deferiu juramento e deu posse aos vereadores eleitos: Ladislau Borges Campos, José Joaquim Leão e Francisco Coelho de Morais, bem como os suplentes, João José Peres e Joaquim Ferreira da Silva Bomtempo.
A sede municipal recebeu foros de
cidade pela Lei nº 670, de 31 de julho de 1882.
Até 1950 figurava com os distritos
de Rio Verde, Cachoeira Alta e Montividiu.
Pela Lei Municipal nº 353, de 19
de janeiro de 1959, o povoado Garimpo do Rio Verdão passou a distrito e
posteriormente a município, com o nome de Maurilândia. Na mesma data, pela Lei
nº 354 foi criado o distrito de Ouroana.
Por ocasião do Censo de 1960
contava o Município com uma população de 40.390 habitantes. O recenseamento realizado em 1º de setembro
de 1970 encontrou 55.697 pessoas residentes, representando um crescimento de
37,9% no decênio e dava ao Município uma densidade de 4,85 habitantes por
quilômetro quadrado.
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CADEIA
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Onaldo Campos, cita, no seu livro Rio Verde Histórico, página 98: “Antes de construírem prédio próprio para a cadeia, esta funcionava num prédio antigo, que ficava na esquina da Praça da Matriz com a atual rua Martins Borges. Fôra este prédio de Ladislau Borges Campos, de quem a Intendência comprou. Servia também para o Paço Municipal. Mais tarde, quando a cadeia mudou-se, passou a ser o mercado”.
A CADEIA, OU PALÁCIO DE INTENDÊNCIA, FOI CONSTRUÍDA POR VOLTA DE 1885 POR JOAQUIM RODRIGUES DE ABREU E ANTÔNIO FURQUIM DE CAMPOS. ERA DE PAU-A-PIQUE E COM REBOCO DE ESTRUME.
Em 1899 reconstruída, igualmente assistindo o Paço Municipal.
CADEIA VELHA E CADEIA NOVA (de então) em 1965.
Palácio da Intendência em 2014, no fundo pode se ver o prédio extinto da CPP.
A restauração desta casa deve-se ao governo do município e ao núcleo da sociedade organizada. Visa o resgate da identidade cultural sudoestina:
IGREJA
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O lugarejo necessitava, e na parte alta, a primeira Igreja dedicada a Nossa Senhora das Dores foi construída, de forma rudimentar: pau-a-pique e coberta de palha. Passados vinte anos, em 15 de abril de 1865, a Assembleia Popular se reuniu afim de decidir sobre a edificação da Matriz, transcrevo aqui a ata desse significativo encontro: “Nesta freguesia de N. S. das Dores do Rio Verde, achando-se em Assembleia Popular reunida uma parte de seus habitantes a bem de deliberar os meios de promover a ereção de uma Matriz à mesma Senhora, deliberou a mesma Assembleia que se promovesse uma subscrição voluntária para com o produto dar-se começo à projetada obra e a referida Assembleia deliberou igualmente que se nomeasse uma comissão encarregada de dar andamento a todos os projetos: Cap. José Joaquim Leão, Joaquim Valeriano da Silveira Leão e Francisco Xavier de Campos Pires. Foi nomeado secretário, que escrevesse todos os papéis, o sr. Francisco Gomes Machado”.
Exatamente um mês depois, na data de 15 de maio de 1865, foi realizado a segunda reunião, da qual foram nomeados os membros da Corporação União Rioverdense, objetivando o andamento da construção da Matriz, foram eles: Vigário Serafim José da Silva, Cap. José Joaquim Leão, Joaquim Valeriano da Silveira Leão, Cap. José Caetano de Carvalho, Modesto Antônio Leão, Filisbino Coelho de Moraes, João Antônio da Silveira Leão, Jerônimo Coelho de Moraes, Francisco Xavier de Campos Pires, Ten. Francisco Joaquim de Paiva, Francisco Gomes Machado e Joaquim Teixeira de Carvalho”.
No livro Rio Verde Histórico, importantíssima obra do Advogado Onaldo Campos, que definitivamente resgatou os aspectos históricos de Rio Verde-GO, nos presenteando de modo precursor, impossível não mencionar seus registros, às páginas 63 e 64, transcrevo: “Em meados daquele ano, entre agosto e outubro (1865), inauguraram com toda a solenidade a Casa de Deus. Como na época só havia a rua do Comércio, compreendendo o trecho entre o Córrego do Sapo, rumo à antiga chácara de José Sérgio, até o começo da Rua Urcezino Gusmão, próximo à cadeia local, com palhoças espaçadas e em ruinas, o edifício religioso ficava no alto da colina. Na Igreja, coberta de palha e construída de pau-a-pique, não havia bancos; assentava-se no chão. Os mais ricos levavam almofadas. Em 1875, uma comissão foi encarregada da construção de novo templo, porém, como os materiais e o dinheiro obtidos eram insuficientes, fez a comissão representar-se perante o Presidente da Província, pondo o problema e sugerindo fossem os recursos existentes aplicados à reconstrução da antiga Matriz, pedindo fosse incumbido da tarefa o Major José Vicente da Silva. Os cidadãos Joaquim Valeriano da Silveira Leão, seu irmão José Joaquim Leão e Antônio Soares da Silva, reuniram-se, no entanto, e deliberaram construir nova Igreja Matriz às suas expensas. A obra estava bem adiantada e ainda lhes restavam a importância de 600$000; mas julgaram-na insuficiente. Dirigiram-se então ao Governo da Província pedindo auxílio”.
Prossegue na mencionada obra, nas páginas 64 e 65: “ INFORMAÇÃO DO PE. SERAFIM – Em 20 de dezembro de 1869, o Pe. Serafim escreve ao Ilmo. E Revmo. Sr. José Maria Serra Dourada, M.D. Secretário do Bispado, respondendo a uma portaria deste prelado, o seguinte: “Em resposta à Portaria da Secretaria do Bispado de 8 de fevereiro deste ano, cuja ordem respondo: Quanto ao 1º art. não existe nesta freguesia, nem um outro sacerdote além do vigário. 2º, o nome desta freguesia é de N. S. das Dores do Rio Verde; sua criação foi por lei Provincial nº 6, de 5 de agosto de 1848, desmembrada da de São Francisco de Alpes de Anicuns. Posição topográfica: a Matriz está colocada sobre uma colina de campos baixa tendo a frente pelo lado direito seis léguas à margem do Rio Doce, e do esquerdo dez (10) léguas à margem do Rio Verde. O nome do Vigário Serafim José da Silva. Vigário nomeado por carta Imperial de 7 de novembro de 1856; tomou posse no dia dois de maio de 1857, filho legítimo de Joaquim Gomes da Silva e de sua mulher Anna Raimunda da Penha, de idade de 55 anos, ordenado canonicamente em 1838 na sede do Bispado de Goiás até o Presbítero a 14 de maio pelo seu respectivo Prelado o Exmo. Sr. Don Francisco Ferreira de Azevedo. Existe um cemitério na distância de 17 léguas em começo a tempos. O patrimônio da Freguesia é na distância de uma légua águas vertentes do Ribeirão de S. Tomás e este para o Rio Verde. Este patrimônio foi doado por José Rodrigues de Mendonça e por Joaquim José da Silva Prata, não existe oratório algum doado a N. S. das Dores. Não existe nesta freguesia missionário e nem missão, também não existe confrarias e nem bens pertencentes à mesma. Rio Verde, 30 de dezembro de 1869”.
“O primeiro batizado se deu em 30 de junho de 1853. “A inocente” batizada chamava-se Maria e era neta do fundador da cidade.
Atendendo ao decreto imperial número 1.318, de 20 de janeiro de 1854, o vigário da Freguesia, procedia-se ao Registro Paroquial das Propriedades Rurais, que até 1859, somavam-se 78 fazendas registradas dentro da Freguesia das Dores de Rio Verde.
Além das cercas naturais, rios, ribeirões, os “valos” perfurados no chão pelos escravos, medindo 10 palmos de largura e 9 de fundura, ao custo de $ 500 por braça, fechavam as extensas fazendas da Freguesia”. – Fonte:
MEMORIAL DA CIDADE DE RIO VERDE/GO, que se acha na Avenida João Belo, (Concepção de Antônio Ferreira Arantes quando era o Secretário Municipal de Cultura de Rio Verde na gestão 1997 a 2000), encontra-se nas placas com os autores pesquisados: Onaldo Campos, “RIO VERDE HISTÓRICO” e Oscar Cunha Neto, “RIO VERDE, APONTAMENTOS PARA A SUA HISTÓRIA”.
Como vimos, era vigário de N. S. das Dores do Rio Verde o padre Serafim José da Silva - o primeiro em Rio Verde, nomeado por carta imperial até sua morte em 7 de novembro de 1885. Sobre ele, publicou o Correio Official de Goyaz os seguintes ofícios:
1870 – “Provisão concedendo ao reverendo vigário da freguesia do Rio Verde Serafim José da Silva licença para que possa ter oratório em sua fazenda denominada Paraíso, por tempo de três anos, se antes não mandar-se o contrário, nele celebrar o santo sacrifício da missa, e administrar os sacramentos aos paroquianos, que por muito pobres não podem ir à matriz, exceto nos domingos e dias santos em que é obrigado a ir celebrar na Igreja”. - Publicado no Correio Official de Goyaz – Ano 1870/Edição 322.
1871 – “Comunicando que por despacho de 15 do corrente, concedeu ao Revd. vigário da freguesia do Rio Verde, Serafim José da Silva, três meses de licença para tratar de sua saúde nesta capital”. - Correio Official de Goyaz – Ano 1871/Edição 367.
1871 – “Ao provisor vigário geral do bispado. – Acusando a recepção do seu ofício de 8 do corrente em que participa que a 7 prorrogara por mais três meses a licença concedida ao vigário da paróquia do Rio Verde Padre Serafim José da Silva para tratar de sua saúde onde lhe convier, visto continuar ainda doente, diz que, inteirado de tudo, a vista da terminante disposição do aviso do ministério do império nº 350 de 4 de agosto de 1869, deixa de comunicar à tesouraria de fazenda a prorrogação da dita licença”. - Correio Official de Goyaz – Ano 1871/Edição 378.
1871 – “Dizendo em resposta ao seu ofício desta data nº 189 que deve mandar pagar ao vigário colado da paróquia do Rio Verde Padre Serafim José da Silva a côngrua correspondente aos três meses de licença contados de 15 de abril último em diante, pois que a ela tem direito, não obstante a falta de declaração expressa em suas petições de que trata a informação do chefe da 1ª secção, que acompanhou aquele seu ofício, que o fato de declarar a petição que era para tratar de sua saúde e a comunicação a essa repartição equivalem ou vencem aquela declaração, que o direito à côngrua nos três meses de licença é tão incontestável que agora mesmo, requerendo e obtendo o referido pároco mais três meses de licença do poder eclesiástico, se mandou que fosse observado, porém, sem vencimento, o qual não pode conceder por mais de três meses”. - Correio Official de Goyaz – Ano 1871/Edição 379.
(1872) – “Ao Exmo. Bispo diocesano – Acusando a recepção de seu ofício de 6 do corrente, em que participa ter naquela data prorrogado por mais dois meses a licença concedida ao vigário colado da paróquia do Rio Verde, Serafim José da Silva, para tratar de sua saúde fora da mesma paróquia”. - Correio Official de Goyaz – Data da publicação: 18 de maio de 1872/Edição 420.
(1872) – “Ao Exmo. Bispo diocesano – Acusando a recepção de seu ofício de ontem, em que comunica ter por ato de 27 do corrente, nomeado o vigário colado da freguesia do Curralinho, padre Luiz Antônio da Fonseca, visitador das freguesias do Rio Claro, Rio Verde, Rio Bonito e Jataí, pelo tempo que for necessário para visitá-las este ano. - Correio Official de Goyaz – Data da publicação: 25 de maio de 1872/Edição 421.
(1872) - – “Ao Exmo. Bispo diocesano – Que o Revd. vigário da paróquia de Dores do Rio Verde Serafim José da Silva, que se achava no gozo de licença para tratar de sua saúde, assumirá o exercício de seu ministério a 15 de junho findo. - Correio Official de Goyaz – Data da publicação: 24 de agosto de 1872/Edição 434.
Igreja São Sebastião vista do alto – Crédito da foto: João Batista Barbosa Viêira
“A Igreja São Sebastião foi encomendada pelo padre Mariano, em 1º de julho de 1907, e ficou inacabada por longo tempo, servindo de Matriz por décadas. Na década de 1940, a Igreja Matriz São Sebastião passa por profundas reformas em sua fachada principal, construção da torre, instalação do relógio e outros detalhes”. – Fonte extraída MEMORIAL DA CIDADE DE RIO VERDE/GO, que se acha na Avenida João Belo, (Concepção de Antônio Ferreira Arantes quando era o Secretário Municipal de Cultura de Rio Verde na gestão 1997 a 2000), encontra-se nas placas com os autores pesquisados: Onaldo Campos, “RIO VERDE HISTÓRICO” e Oscar Cunha Neto, “RIO VERDE, APONTAMENTOS PARA A SUA HISTÓRIA”.
CEMITÉRIO
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Se focarmos somente nas proximidades que compreende entre a Igreja de São Sebastião e o Palácio da Intendência, no centro, não é novidade que ao longo de sua história, abrigou o primeiro cemitério de Rio Verde, que foi construído ao lado da Igreja de Nossa Senhora das Dores. Segundo escreveu Oscar Cunha Neto em seu livro Rio Verde Apontamentos para a sua história, página 399: “O primeiro, localizava-se ao lado da Igreja N. Sra. das Dores, depois São Vicente. Ali foram sepultadas dezenas de pessoas, inclusive, um soldado da Guerra do Paraguai. Esse cemitério era cercado com fios de arame e que servia para os fazendeiros empastar os seus animais de cela. O segundo cemitério situava-se ao fundo da mencionada Igreja. (...). Ainda na obra citada, página 288, vemos: “(...) até 1874, quando, com a ajuda do povo, o Major José Vicente da Silva, providenciou a construção do que ainda hoje, depois de várias vezes ampliado, é o Cemitério Municipal”. Relacionado a este, é importante aqui transcrever, notas extraídas do livro Rio Verde Histórico, do autor Onaldo Campos, na página de número 67, encontramos: “O Pe. Serafim fala de um cemitério em construção há tempo, distante desta cidade 17 léguas. Não soubemos localizar tal cemitério; cremos, entretanto, seja um que existia perto onde se acha a fazenda do Mestre Alexandre. Em 1886, cogitaram de erguer um novo, tendo sido, em 22 de agosto, realizada uma reunião cuja ata é a seguinte: “Achando-se o cemitério desta freguesia em construção, não havendo dinheiro para continuar a obra aliás muito necessária, por iniciativa do ilustre major José Vicente da Silva, o vigário encarregado da freguesia, na missa paroquial, chamou a atenção do povo para esta obra e no dia 13 e 17 de agosto, acompanhado de muitos cidadãos influentes do lugar percorreu as ruas da vila, pedindo esmolas para dito fim em cuja empresa obteve a quantia de trezentos e oito mil réis, e mais um pequeno alfinete de ouro, que tudo entregou ao Ilmo. Sr. Major José Vicente da Silva, o qual com toda a caridade e zelo se encarrega da construção da dita obra”. No mencionado livro, à página 110, relata, sob a intendência do ten. Antônio de Paiva Cabral, o seguinte: “Em 28 de fevereiro de 1903, foi votada a lei em que “fica criado o imposto de 2$000 sobre cada cidadão maior de vinte anos, residente no município, que será aplicado exclusivamente na reconstrução do cemitério municipal”. Continuando, na página 111, na intendência do major Frederico Gonzaga Jayme, no tocante ao cemitério, foram praticados os seguintes atos: “ Em 27 de janeiro de 1904, Joaquim Rodrigues de Abreu entra com um pedido, no qual pede o pagamento de 532$350, inclusive juros de 1% ao mês em 17 meses, quantia que foi despendida com as obras do cemitério municipal. (...) Em 1907, o sr. Félix Tófani fecha, a muro, o atual cemitério, (antes era cercado de arame farpado)”.
Pedro Salazar Moscoso da Veiga Pessoa, em sua Revista de Rio Verde, publicada em julho de 1911, fez a seguinte citação: “É digno de menção o Cemitério Municipal construído na administração do distinto major Frederico Gonzaga Jayme, onde o capricho e o cuidado compatíveis com a sagrada mansão dos mortos, não tem faltado desde a sua inauguração até o presente, as vistas solícitas da administração municipal”.
Na foto, deva ser o registro de um dos primeiros a ser enterrado no Cemitério São Miguel em 1907
GUERRA DO PARAGUAI
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A guerra que o tirano do Paraguai Francisco Solano López começou contra o Brasil quando em 12 de novembro de 1864 mandou apreender o navio brasileiro Marquês de Olinda com sua tripulação que atravessava o território paraguaio em direção a Mato Grosso; e levava a bordo o Coronel Frederico Carneiro de Campos que tomaria posse do cargo de Presidente da Província de Mato Grosso, foi desencadeada, ainda mais, com a posterior invasão armada dos paraguaios, atacando o Forte de Coimbra. A conhecida Guerra do Paraguai (1864 a 1870) foi um horripilante conflito sangrento com perca de vidas dos dois lados, com batalhas, fome e doenças. Quase aniquilou a população adulta do Paraguai e findou com a morte do comandante Solano López em 1º de março de 1870.
Foi confeccionado uma planta da estrada por onde deveria seguir a cavalaria em direção ao Coxim, tendo ela servido para determinar possíveis informações a respeito dos terrenos, rios, e principalmente estudar o rumo da serra geral (serra do Caiapó). Vejamos alguns trechos, especificamente relacionando aos rios Verdão e Verdinho:
“Procurei seguir um outro rumo, onde encontrasse melhor terreno e avizinhasse mais a estrada dos importantes distritos de Morrinhos, Campininhas, Abóboras, Jataí, Rio Bonito, etc. É bem conhecida a importância dessa parte da província relativamente as indústrias agrícola e criadora, e o desenvolvimento do seu comércio com o porto do Coxim; pois, quase a totalidade dos gêneros importados por esse ponto para a província fica espalhada por esses lugares.
(...)
Do alto da serra do Rio Claro segui a encontrar a estrada que desta capital segue para o Coxim. Nessa viagem atravessei as mais altas vertentes do Rio Claro, seguindo-se a serra geral, passando depois para as águas do Rio Verde grande, afluente do Paranaíba. A estrada faz algumas voltas inevitáveis, passando em geral por bom terreno.
Encontrando a estrada que desta capital segue para a campanha do Rio Verde, passando por Anicuns, a 1,5 quilômetros aquém do ribeirão da ponte de pedra (rio das pedras nas cartas geog.); por ela segui. Passei o ribeirão na grande ponte natural, que parece ali colocada como para determinar o rumo dessa estrada, que necessariamente terá de mudar o estado de decadência, em que desgraçadamente tem cabido esta importante parte do império.
Continuando a minha viagem atravessei o rio Verde grande na ponte de Lázaro Borges; cortei as cabeceiras do rio Doce (Urubu), as do Paraíso, e em seguida o rio Claro a duas e meia léguas acima do lugar por onde passa a estrada, que deixei pouco depois de ter passado as cabeceiras do Paraíso.
(...)
Entrando outra vez na estrada, por ela segui; atravessei o rio Verde pequeno, descendo depois para a bacia do ribeirão da Babilônia, primeira e último vertente do Araguaia que atravessei depois de passar a cordilheira.
Infelizmente, no dia 6 de maio, dia em que deixei a Babilônia, estando a 455 quilômetros desta cidade, tive a desagradável notícia da tomada do Coxim, ponto do meu destino, por forças paraguaias, e como quisesse certificar-me bem dessa notícia continuei a avançar até a cabeceira-alta, a 538 quilômetros desta cidade. Estando bem confirmada essa inesperada notícia. Temendo um encontro com as forças inimigas, encontro que necessariamente se realizaria, caso continuassem elas as suas excursões, quer para cá, quer para S. Ana do Paranaíba, tomei por isso a deliberação de voltar.
(...)
Continuando a picada, ora desviando para a direita, ora para esquerda, afim de evitar os terrenos pantanosos e procurar lugar de passagem nos ribeirões, cheguei a 2 de junho a margem direita do Rio Verde pequeno. Todas as vertentes que cortei ou são acompanhadas de pântanos em uma e outra margem, ou tem elas alcantiladas, sendo quase sempre formadas de xistos duros cortados verticalmente, ficando por isso os leitos delas em vales profundos, exigindo pontes de grande extensão.
No Rio Verde explorei um lugar para ponte, e no único que encontrei mais apropriado tem o rio suas margens baixas para conter o grande volume d’água que acarreta no tempo das cheias, de modo que elas saem a alguma distância fora do seu leito.
Continuei nos dias seguintes a explorar o terreno das vertentes que entram no Rio Verde pela margem esquerda. Como todas as outras são elas acompanhadas de pântanos, oferecendo poucos e maus lugares a escolher para colocação de pontes“. – Escritos de Joaquim Rodrigues de Moraes Jardim. – 1º Tenente de Engenheiros encarregado da exploração da estrada do Coxim. Trechos extraídos do Correio Official, ano de 1866, edição nº 134, produzido na Tipografia Provincial na cidade de Goyaz.
“POVOAÇÃO DO COXIM: Antes da entrada dos paraguaios não se constava no Coxim, na parte pertencente a esta província, mais que cinco casas, somente de negociantes; na parte, porém, de Mato Grosso, a 4 km mais ou menos abaixo da confluência dos dois rios, existia uma pequena colônia, tendo de 13 a 20 casas, que foram completamente destruídas pelos paraguaios; é nesse ponto que hoje estão acampadas as forças que foram desta província.
Se não fosse o inesperado ataque do Coxim pelos paraguaios, hoje já ali existiria uma pequena povoação por quanto, constou-me que muitas famílias da província de Minas pretendiam mudar as suas residências para ali.
A criação de uma freguesia nossa no Coxim é uma necessidade urgentíssima, sem que o teremos de ver prosperar a povoação de Mato Grosso, reduzindo-se a um pequeno número de casas somente de negócio. O local que no ângulo formado pelos dois rios presta-se bem para isso, fugindo os edifícios um pouco das beiras dos rios, que na estação chuvosa tornam-se alagadas.
O COXIM CONSIDERADO DEBAIXO DO PONTO DE VISTA MILITAR: Os acontecimentos da guerra atual provam exuberantemente a importância com que se deve ter o Coxim como ponto estratégico. Por uma casualidade deixaram os paraguaios de continuar a por em execução o seu plano de campanha, que, quanto a mim, tomando eles o Coxim, não era outro que um ataque a cidade de Cuiabá, apossando-se ao mesmo tempo do porto de S. Ana do Paranaíba, supondo que deste último modo inutilizariam quaisquer forças que o governo imperial pretendesse fazer entrar para a província de Mato Grosso. Estou convencidíssimo que não tinham eles somente a pretensão de destruir a insignificante povoação que então existia no Coxim, quando o atacaram; por isso que para isso não eram necessários, segundo me constou, perto de dois mil homens, entrando nesse número não pequena porção de cavalaria.
(...)
Deus guarde a V. Ex.ª. – Ilmo. e Exmo. Sr. dr. Augusto Ferreira França, digníssimo presidente desta província. _ Joaquim Rodrigues de Moraes Jardim. – 1º Tenente de Engenheiros encarregado da exploração da estrada do Coxim”. - Trechos extraídos do Correio Official, ano de 1866, edição nº 140. Feito na Tipografia Provincial na cidade de Goyaz.
No dia 8 de julho de 1865, o esquadrão de cavalaria de Goyaz, ao som da música marcial do batalhão de guardas nacionais desfilou pelas ruas da capital (Goyaz), recebendo do povo que agrupava-se pelas portas e janelas as mais entusiásticas saudações.
Findo algumas formalidades, o esquadrão seguiu viagem, acampando em fazendas do caminho e realizando compras de mantimentos e milho para a cavalhada. No Correio Official, ano 1866, edição nº 126, extrai-se o seguinte:
“ (...). No dia 14 saiu às 9 horas da manhã; passou o rio dos Bois em uma ponte em sofrível estado, e chegou em Anicuns às 11 horas do dia.
As ruas desse arraial por onde tinha de passar o esquadrão estavam ornadas com 4 arcos de flores; de cada um deles pendia uma tabuleta em que se lia:
Na 1ª - Viva S.M. o imperador.
2ª - Viva a nação brasileira.
3ª - Viva o esquadrão de cavalaria.
4ª - Viva os voluntários da pátria.
A entrada do esquadrão foi anunciada pelos rojões de muitos foguetes que subiam ao ar da porta da igreja matriz, onde estavam reunidos os principais do lugar.
O major comandante postou a força no largo da mesma igreja; fez a continência devida, e retribuiu com iguais os - vivas – que ao entrar recebera do subdelegado de polícia, dirigindo-se depois com a oficialidade à casa do vigário, onde foram obsequiados, e donde saiam, enfeitadas com odoríferas flores, bandejas de excelentes frutas que foram distribuídas pelas praças.
(...)
No dia 29 pelas 9 horas da manhã levantou-se o acampamento, e seguiu para a fazenda do Estreito pertencente a D. Inocência da Cunha, onde chegou as 3 horas da tarde com uma marcha de 5 léguas.
Durante a marcha apenas encontrou-se água no rio das Pedras, em cuja ponte passou-se meio quarto de légua distante do acampamento.
Nesta fazenda sai a estrada do Rio Verde.
A estrada que o esquadrão ia seguindo a exceção de alguns declives mais ou menos sensíveis, como o que existe para chegar a ponte de pedra, é boa: ela estendendo seu leito sobre chapadões duros e plano, não oferece obstáculo algum ao trânsito.
No dia 30 o esquadrão foi ao Bomjardim, com uma marcha de 4 léguas, tendo saído às 10 horas da manhã e chegado às 3 horas da tarde.
Bomjardim é fazenda de Lazaro Antônio e está nas margens do Rio Verde, sobre o qual existe uma boa ponte feita a custa do fazendeiro.
A 31 pelas 10 horas da manhã seguiu o esquadrão para Montividio, fazenda de Joaquim Cardoso de Lima, acampando às 3 horas da tarde, tendo andado 4 léguas.
(...)
O esquadrão gastou de Goyaz até o Coxim 62 dias, a saber 15 de falhas e 47 de marcha, em que percorreu o espaço calculado pelos fazendeiros e por diversos práticos em 151 léguas.
(...) existem moradores que podem fornecer alguns gêneros ao depósito; mas que não o fazem por não lhes convir carregar um carro com 8 alqueires de farinha e etc., e entregando-os virem a capital receber na tesouraria a importância.
Esta parte já foi remediada pela Exma.ª presidência mandando por a disposição dos encarregados algum dinheiro para pagamento dos vendedores que não quiserem receber na tesouraria, os quais não serão poucos porque de ordinário os fazendeiros negam-se a aceitar transação de semelhante ordem.
Encontrei na fazenda das Flores a tropa de animais de Francisco de Assis; na fazenda de Joaquim Ourives com a do Amora. Além desta fazenda já havia encontrado dois carros do Rio Verde conduzindo farinha que da Uberaba tinha vindo destinada as forças de Minas.
As providências que a Exma.ª presidência está constantemente tomando tem produzido os melhores resultados; senão fossem elas as forças teriam sofrido as maiores privações, pois no município do Rio Verde donde com mais facilidade podiam ser supridas, a colheita do ano passado foi mais que escassa; isto é reconhecido pelas mesmas forças e por todos que bem dizem o nome do incansável administrador desta província, que está prestando ao país um serviço cuja importância só pode ser avaliada pelos que conhecem as dificuldades com que ele tem lutado.
Concluo esta exposição declarando que a estrada daqui ao Coxim é abundante de caças, e que os rios Coxim e Taquary o são de peixes.
Goyaz, 15 de janeiro de 1866. – Joaquim Augusto Teixeira de Carvalho e Silva”.
Notadamente, no que se refere aos fornecimentos de gêneros alimentícios as forças expedicionárias no Mato Grosso, por esforço do governo da Província de Goiás e de particulares, tanto da capital como de todos os lugares ao sul da província, o governo recomendava sobre a necessidade de impulsionar o cultivo para não deixar faltar alimentos para remeter as tropas estacionadas no Coxim, que não só careciam de cereais como de grandes boiadas para o seu sustento, e pedia o cuidado para que os preços não sofresse ascensão.
De Rio Verde, era encarregado da compra e remessa, o capitão José Joaquim Leão - nascido em 1828, comendador, com projeção na vida sócio-política em Rio Verde, de uma das famílias mais antigas a pisar o solo rio-verdense. No que tange a Vila de Dores do Rio Verde e também no que menciona as vertentes do rio Verde, apregoarei a seguir, trechos extraídos do Correio Official de Goyaz. (Periodicamente, a presidência publicava o seu expediente nesse jornal que era produzido na Tipografia Provincial).
“- A José Joaquim Leão. Convém que V.S. me informe circunstancialmente a cerca da existência de viveres nesses lugares, declarando quais os que ainda podem ser obtidos para o depósito dos Baús e quais não. Entretanto, vá V.S. providenciando para que não cessem as remessas de gêneros alimentícios para ali.
Não é certamente em uma quadra tão calamitosa que se deve tirar proveito pecuniário pela venda mais elevada de um gênero que continue a base da alimentação dos bravos que, a custa de inúmeros sacrifícios, estão no Coxim para defender a nossa pátria e em particular esta e a província de Mato Grosso.
Faça ver aos fazendeiros a conveniência de plantarem mandioca e feijão, e fabricarem já toda farinha que poderem com aquela raiz tuberosa”.
-“Ao inspetor da tesouraria. – Tendo chamado a serviço de destacamento o capitão da secção de batalhão da guarda nacional do município do Rio Verde José Joaquim Leão e tendo-o encarregado de naquele município promover a aquisição e remessa de viveres para as forças expedicionárias desta província e as de Minas e São Paulo, visto que esta presidência necessita ter nesse município um agente revestido de caráter oficial que desempenhe como convém tão importante comissão, assim o comunico a V.S. para que, por conta do ministério da guerra, mande abonar os vencimentos a que tem direito o referido oficial a contar do 1º do corrente mês”. – Correio Official, nº 117, fevereiro de 1866.
-“Ilmo. e Exmo. Sr. – Neste momento acabo de receber o oficio de V. Exª de 15 de fevereiro último, e junto o ato nº 920 de 13 do mesmo mês que deu instruções aos agentes de compras de gêneros alimentícios para fornecimento as forças acampadas do Coxim.
No referido oficio V. Exª pondera-me que em consequência de ter aglomerado grandes forças no Coxim tem-se manifestado ali grandes faltas de viveres para sustento das mesmas e que espera que eu continue a coadjuvar a administração de V. Exª para socorrer aqueles defensores da pátria, com viveres.
Sempre ei certificar a V. Exª que tenho empenhado meus pequenos esforços para esse fim, e se não tenho satisfeito completamente as vistas de V. Exª é pelos motivos que sempre levo ao conhecimento de V. Exª, falta de viveres; de conduções, tem sido força maior, é inegável que não há falta grande porém agora já vai havendo, isto é de gado gordo e eirado, porém se houve falta deste gênero no Coxim não podem queixar-se de V. Exª e nem de mim pois como já comuniquei a V. Exª que quando aqui passou a força em 1 de novembro fui entender-me com o coronel Galvão a respeito da remessa de gados para o Coxim e ele disse-me que combinasse com o chefe da repartição fiscal o coronel Francisco Augusto da Silva e assim fiz, porém este chefe disse-me que sem chegar ao Coxim não podia fazer pedido de gados, e que de lá o faria; em fins de dezembro tornei a dirigir-me a ele no Coxim respondeu-me que demorasse com a remessa de gados, pois não havia ainda falta (documento que já enviei a V. Exª pelo Sr. João Pereira de Abreu) de gados, ora logo nos primeiros dias de janeiro deu-se a falta, não podia eu socorrer com gado logo, e só em fevereiro foi que o mesmo coronel fez o pedido de remessa de gados, depois do que trato de compras de gado e enviei 60 reses por Modesto Coelho de Moraes e trato de fazer sair maior número que a 15 dias está junto sem poder sair por causa das chuvas que tornaram os rios intransitáveis, saindo fora de seus leitos, e só espero baixar as águas para seguir essa boa boiada de 400 reses e já estou tratando de remeter outra, são as providências que com mais urgência pude dar.
Já seguiu de particulares 630 reses para o Coxim, além do gado que tem ido do depósito dos Baús, por isso que tem de ser suprida a falta que se deu.
Tem ido já daqui alguma farinha nova para o Coxim e muitos tratam de remeter, e eu estou comprando a que posso para enviar, já tenho alguma pronta, o arroz ainda não pode ser preparado por causa de chuvas, toucinho a falta, e pouco poderá ir, sal à falta porém contudo me parece que tem ido quantidade suficiente, e eu mandei vir de Minas 200 alqueires que por todo este mês chega e o que aqui aparecer compro.
O meu mal estado de saúde quase tirou-me da ação de serviço até a poucos dias, porém graças à Divina Providência vai sendo melhor, e se doente não deixei de fazer o que pude, melhor farei mais alguma coisa, pois os meus desejos tem sido prestar os meus serviços quando a pátria deles precisa, como nesta ocasião, e por isso fique V. Exª certo que não pouparei sacrifícios para senão de todo ao menos alguma coisa coadjuvar a V. Exª no empenho de que V. Exª se acha de satisfazer as vistas do governo imperial que tanto confia na sábia administração de V. Exª.
Deus guarde a V. Exª. – Rio Verde 2 de abril de 1866 – Ilmo. e Exmo. Sr. Dr. Augusto Ferreira França M.D. presidente desta província de Goiás – José Joaquim Leão – Capitão comissário”. – Extraído do Correio Official de Goyaz, de 19 de maio de 1866, nº 136.
-“Ilmo. e Exmo. Sr. – Comunico a V. Ex.ª. que no dia 8 do corrente remeti para o Coxim 372 reses boas para serem entregues ao Exmo. Sr. brigadeiro José Antônio da Fonseca Galvão, conforme as ordens de V. Ex.ª. esse gado foi contratado com Joaquim Valeriano da Silveira Leão, e João Antônio da Silveira para leva-lo ao Coxim, a preço de 30$000 cada rês, sendo todas as despesas de condução por conta dos mesmos, não pude contratar por menos preço, em razão da grande despesa que faz daqui ao Coxim, e o prejuízo certo dos animais da condução, pois a peste tem matado todos os animais que ali vão. (...)
Foi-me pedido pelo brigadeiro Galvão a remessa de sal, e como aqui não havia mandei vir de Minas, espero que chegue logo para remeter, porém não a falta por oras no Coxim deste gênero, se bem que caríssimo.
Deus guarde a V. Exª. – Rio Verde 12 de abril de 1866 – Ilmo. e Exmo. Sr. Dr. Augusto Ferreira França, digno presidente desta província. – José Joaquim Leão, capitão agente da presidência”. – Extraído do Correio Official de Goyaz, de 19 de maio de 1866, nº 136.
-“Ilmo. e Exmo. Sr. – A dias que estou com uma boiada pronta para remeter diretamente para o Coxim e por causa das grandes chuvas que tem aparecido não tem podido seguir; os rios impedem passagem a tudo; é tamanha a enchente que tem estragado as pontes, e só espero que cesse a chuva para seguir.
Tendo grande necessidade de uma pessoa de confiança para dirigir a dita boiada, e não podendo obter por outra maneira, chamei a serviço o cabo de esquadra Francisco de Oliveira Pontes, para esse fim e espero que V. Ex. aprove este meu procedido, e que o mesmo cabo fique considerado em serviço a minha disposição para coadjuvar-me em compras e remessas de gados, por ser para esse fim suficiente.
Já acusei a V. Ex. o recebimento de 2:000$ réis que me foi entregue pelo Sr. João Pereira de Abreu, para ocorrer as despesas mais urgentes e aguardo-me para pedir a V. Ex. novo adiantamento de dinheiro quando remeter os documentos justificativos da quantia de 3:000$000 réis que anteriormente recebi; pois a falta de recibo de entrega de gêneros que ultimamente remeti e que ainda não fizesse remessa, pois a mais de 3 meses que foi ainda não voltou o condutor, porém tenho certeza que os gêneros foram entregues no Coxim no dia 21 de fevereiro.
Ainda estou contratando gados para remeter para o Coxim, porém se não puder conseguir remeter para aquele ponto remeterei para os Baús, a falta de animais para as conduções pode obstar a ida diretamente para o Coxim, pois a peste tem acabado com grande número de animais, e mesmo por aqui tem feito estragos. Temos esperanças de boas colheitas, e já tem ido alguma farinha nova para o Coxim. Vem de S. Rita do Paranaíba uns poucos de carros de mantimentos que vão para o Coxim, tenho encomendado farinha, e espero obter, e mesmo os roceiros estão ambiciosos em levar ao Coxim, e mesmo por essa forma tenho influído para levarem.
Deus guarde a V. Ex. – Rio Verde, 28 de abril de 1866. Ilmo. e Exmo. Sr. Dr. Augusto Ferreira França, M.D. presidente desta província. – José Joaquim Leão, capitão comissário”. - Correio Official de Goyaz, de 19 de maio de 1866, nº 136.
-“Ao dr. delegado de polícia do termo da capital. – Tendo Vm. de ir até a vila do Rio Verde, recomendo-lhe que examine em que estado se acham os objetos deixados ali pelo brigadeiro José Antônio da Fonseca Galvão em poder de Francisco Xavier de Campos Pires, os quais, falecendo o mesmo Pires, determinei que fossem arrecadados pelo capitão José Joaquim Leão e na sua falta pelo subdelegado; os faça inventariar, exigindo informações a respeito dos que já ali não existirem, e providencie para serem os existentes remetidos para as forças ou para aqui, como lhe parecer mais conveniente”. Do Correio Official, nº 155, circulado em 6 de outubro de 1866.
Nota sobre o Pires: Francisco Xavier de Campos Pires, oriundo da Província de São Paulo, exercia nessa época a função de presidente da câmara municipal do Rio Verde. Aos 37 anos de idade, viúvo, casou-se em 8 de outubro de 1863 com Reduzina Malvina de Campos (Nininha) que tinha 12 anos. Filha de Ladislau Borges Campos.
Francisco Xavier faleceu em 10 de março de 1866 e Nininha, atacada de pneumonia, morreu em 21 de setembro de 1949 com 98 anos de idade. Nunca quis se casar, viveu viúva durante 83 anos.
Em 6 de novembro de 1866, na edição de nº 159, o Correio Official noticiou: “Ao comandante em chefe das forças em operações ao sul da província de Mato Grosso remetendo por cópia, para seu conhecimento o ofício do capitão José Joaquim Leão, acerca dos diversos artigos bélicos deixados na Vila de Dores do Rio Verde pelo brigadeiro José Antônio da Fonseca Galvão. Ao mesmo, comunicando, para seu conhecimento, que participando o capitão José Joaquim Leão por ofício de 12 de setembro último, que no distrito de Dores do Rio Verde existem alguns animais pertencentes a nação, deixados pelas forças de São Paulo e Minas, nesta data determinou-se ao dito capitão que arrecade esses animais e lhes envie, ficando ele autorizado a exigi-los dos que os tiverem em seu poder”.
-“A Vicente Ferreira Ramos de Azevedo. – Constando-me que na fazenda de Lázaro Borges (Rio Verde) existe abandonado, desde junho por terem morridos os bois, um carro pertencente a Miguel Venâncio Xavier carregado de viveres, dali remetidos com destino às forças acampadas ao sul da província de Mato Grosso, e que não obstante os gêneros acham-se ainda em bom estado, recomendo-lhe que neste caso Vm. providencie em ordem a que sem demora sejam eles conduzidos ao seu destino”. – Correio Official, de 1º de dezembro de 1866, nº 163.
1867 – “Em virtude do decreto nº 3.371 de 7 de janeiro de 1867, e das ordens do Governo Imperial, foi dirigido uma proclamação aos habitantes da província, e expedido ordens aos comandantes da guarda nacional para alistarem e remeterem para a capital todos os que se oferecessem e estivessem em circunstâncias de poder prestar serviço em tempo de guerra. Do Rio Verde foram 12 voluntários. - Correio Official de Goyaz – Ano 1867/Edição 172.
Não muito importante, más com o objetivo de tentar elucidar como se destacava algum setor da infantaria em 1869, vamos a este trecho do Correio Official: “Foi nomeado o guarda Américo Olympio de Paula, alfares da 3ª Companhia da 3ª Secção do Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional do município de Dores do Rio Verde”.
1870 – “O nosso ministro residente naquela capital, recebeu do Sr. Conselheiro Paranhos o seguinte telegrama, expedido de Assunção em 5 do corrente: “As forças brasileiras comandadas pelo general Câmara; obtiveram mais um importante resultado ao norte do Jejuy. O major Martins derrotou uma força inimiga que achava-se em Pacuaty e tentava fugir. Fizemos 120 prisioneiros, entrando neste número três oficiais; tomamos 200 cavalos e 100 bois. Resgatamos mais de 500 famílias, que por ordem de Lopez seguiam para o rio Verde. Não sofremos a menor perda neste encontro”. - Correio Official de Goyaz – Ano 1870/Edição 298.
MORTE DE LOPEZ
1870 – “Parte oficial do general Câmara ao general Victorino. Acampamento a esquerda do Aquidaban, 1º de março de 1870 – Ilmo. e Exmo. Sr. – Escrevo a V. Ex. do acampamento de Lopez, no meio da serra.
O tirano foi derrotado, e não querendo entregar-se foi morto a minha vista. Intimei-lhe ordem de render-se quando já estava completamente derrotado, e gravemente ferido, e não querendo foi morto.
Dou as palavras a V. Ex. pela terminação da guerra. O general Resquin e outros chefes estão presos.
Deus guarde a V. Ex. – Ilmo. e Exmo. Sr. marechal de campos Victorino José Carneiro Monteiro, comandante das forças ao norte do Manduvirá. O brigadeiro, José Antônio Corrêa da Câmara. - Correio Official de Goyaz – Ano 1870/Edição 314.
1870 – “Assunção 5 de março de 1870. Hoje ao amanhecer recebemos notícias da morte do tirano Lopez em Cerrocará, onde foi alcançado pelas forças brasileiras que iam em sua perseguição.
Viva a república do Paraguai! Vivam os aliados! Vivam os vencedores do tirano!
Por carta escrita a lápis, do general Câmara ao general Victorino, vem a seguinte e inesperada notícia que Lopez foi alcançado pelas forças brasileiras do general Câmara, sobre a margem esquerda do Aquidaban, no dia 1º de março de 1870: foi ferido no combate não quis render-se, foi morto no mesmo combate.
A mãe, suas irmãs e vários chefes, entre os quais o general Resquin caíram em nosso poder. O general Cabalero estava em outro ponto, e contra ele havia marchado uma força de cavalaria.
Madame Linch se havia escondido nos montes e no momento de dar-se esta notícia, que havia partido imediatamente depois daquele importante caso, não havia sido encontrada.
Ao concluir esta notícia se transporta de prazer o nosso coração; e não temos neste momento frases que bem expressem nossa alegria em nome da Nação Paraguaia e das armas aliadas, ao Supremo Senhor dos Exércitos que tanto há protegido a causa santa da civilização e liberdade.
Lopez está morto, e é para nós um sonho. Agora sim está terminada a guerra: está completamente satisfeito o tratado da tríplice aliança. Este homem que há matado uma nação acaba de render-se a fatalidade sujeitando-se com todos os tiranos, a lei imperiosa da morte.
O Nero da América do Sul não sucumbiu como Theodoro d’Abissínia, porém foram cortados seus dias em um combate franco e leal. Por um tirano que morre, nasce a maior e mais bela esperança para o porvir de uma nação quase morta por ele.
Glória ao general Câmara; a quem há cabido a felicidade de fechar com a chave de ouro o estado de luta gloriosamente sustentada. Glória a S. Alteza o Sr. Conde d’Eu, cuja tenacidade a inspirado e estimulado a persistência e constância do general Câmara.
Vivam as armas aliadas! Viva a Nação Paraguaia!
Últimas notícias chegadas na vila da Conceição a 7 de março de 1870. Além de Lopez, morreram o filho mais velho do mesmo com Madame Linch, e um outro de dez anos de idade com Joanne Pessôa, o vice-presidente Sanches, o ministro Gamino, coronel Aguiar, e majores Vargas, Acenas, Esti, Cardoso e Salles.
Lopez morreu de uma bala na testa e uma lançada no peito, e o seu cavalo atolado conjuntamente com ele na beira de um rio. O restante de sua gente foi toda passada a fio de espada.
A mãe, irmãs e Venâncio, irmão do tirano, foram salvos das garras do monstro.
Lopez foi morto pelo cabo de cavalaria, conhecido por Chico Diabo: atravessou-lhe o peito com a lança, e o tigre acabou o seu reinado bárbaro e sem igual.
Cabalero com outros e Madame Linch fugiram para os matos e hoje devem estar em nosso poder”. - Correio Official de Goyaz – Ano 1870/Edição 314.
O APELIDO “ABÓBORAS”
AO UTILIZAR OS TEXTOS DO BLOG CITE:
Para ajudar a entender melhor sobre a alcunha “Rio Verde das Abóboras”, tomo a liberdade de trasladar o entendimento de Onaldo Campos publicado em seu livro Rio Verde Histórico, páginas 83 e 84: “Na descrição dos limites da fazenda Lages, doada por Joaquim José da Silva Prata e sua mulher, em 1846, a N. S. das Dores – capítulo V – diz a escritura que aqueles principiavam “no córregozinho que beira a estrada indo para a fazenda denominada Abóboras, da barra deste indo pelo ribeirão da Lage...”Em a “Marcha das Forças”, Visconde de Taunay descreve que no dia 31 de outubro de 1865, a força deixou o ribeirão de São Tomás e veio à vila das Dores do Rio Verde, “popularmente denominada das Abóboras”.
Donde, então, não foi, como creem muitos, as tropas brasileiras, em sua expedição a Mato Grosso, na Guerra do Paraguai, quem denominaram o povoado de “Vila das Abóboras”. Já possuía o apelido.
Esta alcunha foi dada ou pelos bandeirantes que aqui jornadearam ou pelos primeiros moradores da região”.
Corroborando que já existia esse apelido, o jornal Correio Official de Goyaz publicou no ano de 1866, o seguinte trecho em que menciona: “Em seu regresso dos Baús passará pelas Abóboras (Rio Verde) e entregará ao capitão José Joaquim Leão não só a quantia de 2:000$ réis, como o ofício que lhe mando”.
“Em 1892, a população de Rio Verde ou “Abóboras” não atingia a mil habitantes, mas era a principal vila da região” – Fonte: Secretaria Municipal de Cultura de Rio Verde – gestão 1997 a 2000”.
VISCONDE DE TAUNAY
Serra da Cabeleira, a 5 léguas da Vila das Abóboras na Província de Goiás. 27 de outubro de 1865. Desenho do autor Visconde de Taunay.
Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores nos anos 1970
MATRIZ NOSSA SENHORA DAS DORES – Construída pelo povo rio-verdense para a honra e glória de Deus. Obra iniciada em 1967. Benção solene em 05 de agosto de 1973 por Dom Benedito D. Cóscia, OFM Bispo de Jataí.
A Secretaria Municipal de Cultura na administração de Antônio Arantes - 1997 a 2000 - homenageou o Acadêmico, Militar, Político e Historiador Visconde de Taunay, um dos maiores escritores brasileiros, autor de Inocência, Retirada da Laguna, etc. Que passou por Rio Verde nos idos 1º, 2 e 3 de novembro de 1865 rumo a Guerra do Paraguai.
Escrito na placa: “Das palhoças encontradas por Taunay há 132 anos, o cimento reproduz a evolução da cidade, que projetá-se a moderna Rio Verde. A argila, o barro, que esculpiu e materializou Taunay, nos conduzindo ao ontem, ao primitivo e as peripécias vividas nos sertões da Província de Goiás.
O metal reciclado é o condutor da vocação agrícola de Rio Verde, voltada a preservação ambiental de nossos dias e invocada por Taunay. Concepção artística Luciana Ferraz”.
Já que tocamos no nome, vamos falar dele, Visconde de Taunay. Durante sua viagem em expedição do Rio de Janeiro ao Coxim, fazendo parte da coluna militar que travou combate na também chamada Guerra da Tríplice Aliança, mesmo num momento difícil contra o Paraguai, conseguiu reunir um documentário altamente vivo.
Em marcha, permeou por treze dias no território da Vila das Dores do Rio Verde, onde fez um precioso levantamento histórico do lugar e narrativas em forma de diário que encontramos publicado na sua consagrada obra “Marcha das Forças” – 1865/1866:
“No dia 29 de setembro de 1865, achando-se terminada a passagem da força, das repartições anexas, bagagem e mantimentos do fornecedor, ficou marcado o dia 30 para se começar a marcha em demanda da vila das Abóboras no caminho do Coxim, reunindo-se na realidade o quartel general neste dia de manhã, á brigada que se achava acampada a 1 ½ légua do rio Paranaíba, junto ao ribeirão do Bálsamo”. - (Visconde de Taunay, ob. cit., p. 86).
“Dia 23 de outubro de 1865 – Às 6 horas da manhã deixou-se o pouso da margem direita do rio dos Bois, no qual iam acampando as forças à medida de sua passagem e, na direção O., caminhou-se por ½ légua, passando a N. O., sempre entre cerrados cortados por campos secos, onde aparece o capim gordura, prova da esterilidade do terreno.
Às 9 horas, acampou-se junto ao ribeiro do Castelo, depois de completadas duas léguas em bons caminhos de leito, ora argiloso, ora pedregoso, pouco escavado, reduzido as vezes á simples vereda. O nome do ribeirão provém de altanado morro, cuja configuração algum tanto se aproxima a de um castelo, e é claramente devida à ação das águas, quando cobriram toda esta zona mais baixa.
Começamos a observar muitos desses efeitos curiosos, originados sem dúvida de algum dilúvio geológico, o que fica patenteado com toda evidência e clareza pela serra da Cabeleira, que destaca de si este primeiro e solitário alcantil.
O ribeirão do Castelo corre para o rio dos Bois entre margens cobertas e proximamente paralelas à estrada. Numa delas uns soldados mataram a cacetadas uma sucuri de quase seis metros de comprimento e 1,32 m de grossura a qual tinha no estômago um veado mateiro em estado de completa putrefação. Quando os soldados a estriparam levantou-se um fétido tal que nos obrigou a mudar de acampamento.
A serpente se achava no entorpecimento da digestão, fugindo nessa mesma ocasião outra companheira ainda de maiores dimensões”. - (Visconde de Taunay, ob. cit., p. 100/101).
“Dia 24 de outubro de 1865 – A força não marchou á espera de que o fornecedor reunisse os carros de gêneros que se haviam atrasado.
Partiu para a frente parte da comissão de engenheiros, afim de ir esperar a brigada na vila das Dores do Rio Verde (Abóboras), facilitando-lhe a marcha por meio de concertos provisórios nos pontos da estrada e pontes que obstassem o livre trânsito”.
“Dia 25 de outubro de 1865 – Às 6 horas e 50 minutos da manhã deixou-se o ribeirão do Castelo. A 1 hora e 15 minutos acampou a força, depois de 4 ½ léguas de marcha, junto ao córrego do Baú, que fornece boa aguada”. - (Visconde de Taunay, ob. cit., p. 102/104).
“Dia 26 de outubro de 1865 – Marchou a força do córrego do Baú às 6 horas da manhã, continuou a marcha até a fazenda do Bebedouro, pequena palhoça com algumas dependências que constituem, como daí por diante, o que se intitula uma fazenda. Na verdade, não é de estranhar a posse de 1500 a 2000 cabeças de gado, a fazendeiros que só tenham um ou dois escravos. Aí se acampou ás 9 horas e 40 minutos, perto do córrego do nome da fazenda a que acrescentam o do seu possuidor – o córrego do Bebedouro do Claudino”. - (Visconde de Taunay, ob. cit., p. 104).
“Dia 27 de outubro de 1865 – Transpôs-se o córrego acima mencionado às 8 horas e 12 minutos. Acampou-se às 9 horas e 30 minutos, entre os dois córregos da Serrinha e do Mutum, tributários do ribeirão Cabeleira, que passa próximo e dá o nome a fazenda assente à margem direita do córrego da Serrinha”. - (Visconde de Taunay, ob. cit., p. 104/105).
“Dia 28 de outubro de 1865 – Houve falha á espera de que chegassem os carros de fornecimento. As dificuldades para prover o sustento das praças começam a surgir imensas, os poucos recursos que oferecem os lugares deste sertão e ainda mais a falta de colheita devida á seca do ano, obrigam diminuir a ração diária. A farinha de mandioca falta de todo, pouco usada em todo o interior do Brasil, preferem-lhe em geral a de milho, entretanto em Mato Grosso os índios fazem muita farinha da mandioca mansa ou aipim, a de milho mal chega para a substituir, o arroz e o feijão já não são dados em tão abundantes porções. O gado, porém, continua a afluir e por todos os pontos é encontrado com suma facilidade.
As mais enérgicas providências tinham sido tomadas anteriormente na margem esquerda do rio dos Bois, oficiando, então, o ex-comandante aos presidentes das províncias de Minas e Goiás e enviando oficiais de confiança á procura de gêneros nas fazendas de maior importância, ou até a vila das Abóboras e o ponto dos Baús, que era depósito de viveres organizado e posto á disposição da força em Goiás. Continuam a ser expedidas ordens e indicações no mesmo sentido, trabalhando-se com toda a atividade para a aquisição dos alimentos que mais falta parecem fazer aos soldados. A carência de gêneros nas fazendolas do caminho é quase total, e naturalmente há carestia exorbitante nas mais insignificantes compras”. - (Visconde de Taunay, ob. cit., p. 105/106).
“Dia 29 de outubro de 1865 – Às 5 horas e 45 minutos, deixou a força o pouso dos Dois Córregos e atravessou, às 6 horas e 35 minutos, o ribeirão da Cabeleira, que tem margens altas e um pontilhão de rachões em bom estado, de 11 metros de comprimento e 2,64 m de largura. Às 7 horas e 30 minutos transpôs o córrego da Boa Esperança que corre para N. e vai ter ao Cabeleira. O caminho desde aí oscila de O. para N.O., encontrando-se a ½ légua o córrego da Forquilha e a légua deste o da Boa Vista com fazenda próxima, mais além se passou o ribeirão do Gato e às 10 horas acampava-se à margem esquerda do Cabeleira, que tinha sido margeado desde o córrego da Serrinha. Dá este ribeirão muitas voltas, acompanhado sempre pela estrada”. - (Visconde de Taunay, ob. cit., p. 106).
“Dia 30 de outubro de 1865 – Seguiu-se às 5 horas e 30 minutos a rumo N.O. até a fazenda das Goiabeiras, que se acha a ½ légua para lá do córrego da Divisa e a uma do pouso. No córrego das Goiabeiras há um pontilhão de rachões em bom estado, de 6,60 m de comprimento e 3,52 m de largura, atirado sobre margens altas e cobertas de matos. Duas léguas além, caminhando na direção N.O., acampou-se junto ao ribeirão de S. Tomás, que corre próximo à importante fazenda do mesmo nome, pertencente ao antigo e abastado fazendeiro Mendonça. O ribeirão nasce a quatro léguas acima da estrada e vai para S. desaguar no Rio Verde, a 11 léguas abaixo da mesma. Tem largura de 9,90 m, profundidade de 2,64 m e velocidade de 0,66 m por segundo. Existe sobre ela um pontilhão de rachões de 17,60 m de comprimento e 3,30 m de largura”. - (Visconde de Taunay, ob. cit., p. 107).
“Dia 31 de outubro de 1865 – A força deixou o ribeirão de S. Tomás às 5 horas e 47 minutos da manhã e, passando a ¼ de légua o córrego do Atoleiro, o da Cachoeirinha a 22 ms. além, e o Toledo a mais de ¼ de légua, chegou à fazenda do Cândido com pouco mais de três léguas e, daí a ¼ de légua, à vila das Dores do Rio Verde, onde acampou junto a bonito córrego que serpeia na base da encosta em que se acha aquela povoação popularmente denominada das Abóboras.
A capela de Nossa Senhora das Dores do Rio Verde foi elevada à categoria de paróquia em virtude da lei de 5 de agosto de 1848, dando-se-lhe os limites seguintes, que transcrevemos por serem documento importante das fronteiras de Goiás ainda litigiosas: “Servirá de limites à nova freguesia o Rio Verde além do Turvo, desde as suas primeiras vertentes até a sua foz no Rio dos Bois, e por este abaixo até confluir no Paranaíba, e por este abaixo até a sua confluência no Rio Pardo, e por este acima até as suas primeiras vertentes no Espigão Mestre e daí por uma linha reta até as primeiras vertentes do Rio Grande, cabeceira do Araguaia que serve de divisa com a província de Mato Grosso”. Deste trecho citado por aqueles mesmos que são contrários às pretensões de Goiás, se infere que a vila de Santana do Paranaíba pertence a esta província.
Em Dores do Rio Verde descansou a força alguns dias, partindo no dia 4 de novembro em direção ao depósito dos Baús.
A estrada percorrida desde Santa Rita do Paranaíba até a vila das Dores não tem traçado regular: picada aberta pela necessidade de comunicação reciproca entre os habitantes de algumas fazendas, oferece estado mais ou menos viável pela natureza dos terrenos e pelo trânsito regular que se tem ido estabelecendo entre aqueles dois pontos.
Durante a pouca demora das forças junto à vila deu-se o lamentável acontecimento do assassinato do capitão do corpo de voluntários policiais Alexandre Magno de Jesus, por um forriel do seu batalhão. Às 2 horas da madrugada do dia 1º de novembro perpetrou-se o crime, sendo o corpo do oficial sepultado com todas as honras inerentes ao seu posto às 5 horas da tarde, sob o alpendre de palha que serve de modesto pórtico à capela consagrada à Nossa Senhora das Dores do Rio Verde.
O criminoso acompanhou as forças, algemado e na guarda da frente, desde aí até Nioac. Condenado ao fuzil, apelou para o Poder Moderador. Por ocasião da debandada da força postada em Nioac, conseguiu evadir-se em princípios de junho de 1867”.
No tocante a esse assunto, tomo a iniciativa de transcrever neste espaço o que relatou o Correio Official de Goyaz, nº 113, de 17 de janeiro de 1866: “Ao coronel comandante das forças expedicionárias de Minas e São Paulo. Comunico a V.S. em resposta ao seu ofício de 21 do mês findo que nesta data remeti ao juiz de ofícios do termo desta capital, para providenciar como lhe compete, a cópia do inventário a que V.S. mandou proceder no espólio do finado capitão do corpo policial de Minas Alexandre Magno de Jesus, e bem assim a relação dos bens particulares pertencentes ao dito capitão os quais foram entregues ao presidente da câmara do Rio Verde”.
Continuando com Visconde de Taunay: “A capela de Nossa Senhora das Dores ergue-se num alto que domina o povoado, cuja rua única é formada de palhoças, essas mesmas espaçadas e muitas já em ruinas.
Goza, contudo, dos foros de vila, não correspondentes de certo com o estado que apresenta. A freguesia, porém, é bastante vasta: alguns fazendeiros de recursos habitam em sua área, e o caminho que a atravessa é hoje assaz animado pelo movimento das grandes boiadas que vão ter a Uberaba, dirigindo-se para o Rio de Janeiro.
Como todos estes pontos do interior podem um dia ter importância, julgou a comissão de interesse o levantamento da planta da vila das Abóboras nos seus simples princípios. Foi um dos anexos que acompanharam esta parte do relatório. Julgamos curiosa a transcrição do seguinte trecho de um jornal de Goiás em fins de 1874 que mostra quais as esperanças daquela localidade: “Desmembramento da antiga comarca da capital, a comarca do Rio Verde foi criada por lei provincial de 1872: já nela teve exercício o finado Dr. Elias José Pedrosa Filho na qualidade de juiz de direito, e atualmente acha-se em exercício daquele cargo o Dr. Xavier de Toledo, há pouco ali chegado.
A população do município, segundo o recenseamento, é determinada em sete mil almas; compõe-se em quase sua totalidade de fazendeiros que se dedicam à indústria pastoril, a qual leva vantagem sobre a indústria agrícola que é bastante acanhada; ao passo que a primeira é de grande interesse, não só pela qualidade dos campos, como ainda pela raça do gado, que é a melhor que se conhece na província. Acresce ainda que o produtor não se vê na contingência de levar os gêneros aos mercados consumidores, pois que, na estação seca, há concorrência em grande escala de compradores de gados da província de Minas, chegando o preço a elevar-se bastante, 35$000 no mínimo e 48$000 no máximo. Ora, sendo a venda até esta data calculada em 7.000 e tantas rezes, tem produzido um resultado de 280 a 300 contos de réis.
Reconhecida como precária a indústria pastoril, é muito o resultado oferecendo aos sertões do Rio Verde; e pôde um tal resultado rivalizar o ordinário daqueles municípios da província de S. Paulo, onde é nascente a cultura do café.
Se atendermos ainda à situação do Rio Verde, ver-se-á que um futuro não remoto lhe sorri. Com efeito dista esta vila do porto do Rio Grande, no lugar em que o rio divide a província de Minas com a de S. Paulo, 80 léguas de bom caminho, e da primeira povoação daquela província (Araraquara) 110 léguas.
Sabe-se que o poder legislativo tem votado a verba anual de 5:000$000 para a construção de uma estrada de ferro até Santana do Paranaíba, na província de Mato Grosso, e esse trabalho já é uma realidade entre nós, porque a exploração já deve a esta hora aproximar-se ao ponto extremo. Uma vez construída a linha férrea, temos esse meio de locomoção a 30 léguas, mais ou menos, desta vila (caminho reto).
Notamos a falta de transações desta vila com a província de S. Paulo, que a nosso ver oferece gêneros mais baratos do que a província de Minas; o sal e o café são vendidos em Uberaba por preço alto, gêneros esses comprados em grande parte em Araraquara de S. Paulo, e, entretanto, a diferença é de 30 léguas e o preço metade ou menos daquilo que custa em Uberaba.
Quanto às rendas do município, podemos elevá-la no médio a 10:000$000 anuais, pois só o porto de S. Jerônimo produziu pela exportação havida 8:000$000 pelo menos, atendendo-se ao imposto de barreira itinerária, que é de mil e tanto por cada boi, e dois mil e tanto por cada vaca”.
A nossa expedição ofereceu poucos recursos às forças, não só pela má colheita que se tinha seguido à seca extraordinária do ano, como pela chegada inesperada de grande porção de gente em suas vizinhanças. Tomaram-se, entretanto, as providências precisas para fazer seguir todos os mantimentos possíveis para o Coxim, ponto marcado para nosso acampamento em Mato Grosso, durante a estação das águas”. - (Visconde de Taunay, ob. cit., p. 107 a 111).
“Dia 4 de novembro de 1865 – Pôs-se a força em movimento saindo às 7 horas da manhã e, ao rumo O.S.O., caminhou ¼ de légua, passando a O. por uma légua, na qual encontrou o ribeirão das Abóboras, que banha as dependências de uma fazenda, sita a uma légua da vila. Tem de largura 7,04 m sobre 1,10 m de profundidade e velocidade de 1,21 m por segundo, a qual era aumentada pela muita chuva da noite. Corre para S.S.O. a fazer junção com o Cachoeirinha, indo atirar-se no ribeirão de S. Tomás.
Continuou a marcha por campos monótonos, com inclinações variáveis de subidas e descidas, e em estrada de leito mais ou menos argiloso de 2,64 m de largura média. Mudou-se a direção de O. para a de N.O. até a margem esquerda do Aterradinho, a 2 ½ léguas do nosso ponto de partida e a 1 ½ do ribeirão das Abóboras. Dirige-se esta corrente com velocidade de 0,55 m por segundo para S., entre margens elevadas e coroadas de matos, sobre álveo pedregoso, com largura de 11 metros de profundidade, indo findar no S. Tomás, a quatro léguas abaixo da estrada.
Daí, sempre ao rumo N. por 2 ½ léguas, foi a força acampar na confluência do córrego da Água Vermelha com o ribeirão Verde às 2 horas e 50 minutos, completando 4 ½ léguas de marcha, das quais o último quarto foi em terreno todo arenoso, onde parecem crescer de preferência, atingindo proporções elevadas, as mangabeiras, tão comuns nesta zona”. - (Visconde de Taunay, ob. cit., p. 111, 112).
“Dia 5 de novembro de 1865 – Às 6 horas da manhã deixou a força o pouso. O córrego do Rancho Queimado, pelo alagamento dos terrenos baixos em que tem o leito, obrigou a força a uma parada, até ser preparado por um engenheiro um importante estivado para a pronta passagem, sobretudo da bagagem pesada.
Marchando mais de ¼ de légua no rumo O.N.O., acampou-se às 11 horas e 30 minutos, com 2 ½ léguas, nas cabeceiras do Rio Verde, no lugar chamado Quebra-Cocão, ao longo de formoso capão, que fornece ao viandante excelente e cristalina água”. - (Visconde de Taunay, ob. cit., p. 113).
INTENDENTES
BENJAMIM EMIGDIO HOLLAGRAY - 1889 a 1890 - O primeiro Intendente Municipal (Poder Executivo) de Rio Verde.
Em março de 1890 foi eleito - JOAQUIM RODRIGUES DE ABREU - O 2º INTENDENTE
Findando o ano de 1890 – Major THEOPHILO DE MELO CABRAL - O 3º Intendente Municipal. Renunciou em 5 de janeiro de 1891. Em 23 de janeiro de 1891 tomou posse o Cap. ANTÔNIO DE PAIVA CABRAL (O 4º Intendente Municipal) ficando no cargo até 1895.
Foi eleito em 25 de junho de 1895, para Intendente Municipal, MODESTO JOSÉ LEÃO (1895 a 1896). Foi o 5º. Tendo para vices: Cap. FRANCISCO VELLOSO DE GODOY, VALERIANO DO CARMO LEÃO e Major BERNARDO DA CUNHA VASCONCELOS. Conselheiros: Cap. Francisco José Ribeiro, Valeriano Antônio de Carvalho Leão, Luiz Antônio de Faria, Francisco do Carmo Arantes, Brasilino da Silveira Leão, Afonso Geraldo Diamantino, João Taquara e Josino Antônio Gusmão. Devido a renúncia simultânea de todos os conselheiros, em 28 de julho de 1896, ficou decidido a realização de nova eleição.
Fazendo o governo do Estado conhecedor dessa dimensão, em 7 de agosto de 1896, foi eleito JOSINO ANTÔNIO GUSMÃO.
JOSINO ANTÔNIO GUSMÃO (1896 a 1897) foi o 6º Intendente Municipal de Rio Verde.
Conselheiros: Major Rogério Prates Cotrim, Ten. Edmundo de Carvalho, Major Oscar Campos, Ten. Cel. Benjamim Emigdio Hollagray, Cap. Heráclito Pedrosa, Ten. Juventino Osório de Moraes e Sr. Valeriano Antônio da Silveira Leão.
CÂNDIDO FERREIRA DE JESUS foi aprovado para Intendente Municipal em 22 de junho de 1897, tendo como Conselheiros: Luiz Antônio de Faria, Antônio Martins Borges, Joaquim Roberto do Carmo Leão, Heráclito Pedrosa, José Maria da Silva, Francisco José Ribeiro e Tertuliano José Peres.
Major THEOPHILO DE MELO CABRAL – novamente foi eleito para intendência, em 31 de dezembro de 1898, permanecendo no cargo até 1903. Conselheiros: Benjamim Emigdio Hollagray, Jerônimo Vasconcelos de Moraes, Cap. Pedro de Vasconcelos Castro, Ten. Misael José de Castro, Laurindo de Oliveira Pontes, Reginaldo de Oliveira Pontes, João Pedro da Silva Pinto e Luiz Antônio de Faria.
O 9º a ocupar a função foi o Major FREDERICO GONZAGA JAYME, em 20 de setembro de 1903.
Vice Intendentes: Carlos João Pimentel, Azarias Caetano de Souza e Joaquim Bispo Serapião.
Conselheiros: Joaquim Pereira Guimarães, Major Jerônimo Antônio Coimbra (Samita), Cel. Martiniano Thobias de Moura, Flauzino Pereira de Castro, Paulo Martins Júlio, Filogônio de Carvalho, Olegário Herculano de Aquino.
O Cel. EDMUNDO DE CARVALHO foi eleito intendente em 20 de setembro de 1907, havendo como vices: Quintiliano da Silveira Leão, Galdino Alves Ferreira e Cândido Pereira Guimarães.
Conselheiros: Cel. Antônio Martins Borges, Jerônimo Antônio Coimbra, Flauzino Pereira de Castro, Theóphilo de Melo Cabral, Paulo Martins Júlio, Luiz Antônio de Faria (Filogônio de Carvalho – 1909 – motivo falecimento).
Cel. VALERIANO ANTÔNIO DA SILVEIRA LEÃO – eleito em 20 de setembro de 1911. Ficou até 1915.
Vice Intendentes: Joaquim Velasco, Ernesto Tito de Almeida e Ricardo Campos.
Conselheiros: Jerônimo Antônio Coimbra, Paulo Martins Júlio, Oscar Campos, Theophilo de Mello Cabral, José Ferreira Goulart, Quintiliano da Silveira Leão e Joaquim Rodrigues de Abreu.
Nota do autor: Todos esses dados sobre os Intendentes Municipais foram coletados no livro Rio Verde: Apontamentos para a sua história, do Oscar Cunha Neto. Como veremos a seguir, transcrevo:
OSCAR CAMPOS (1915 a 1919) foi o 12º Intendente Municipal
“Nas eleições de 20 de setembro de 1915 (cujos votos só foram apurados em 23 de outubro do mesmo ano), foi eleito intendente OSCAR CAMPOS.
Vice Intendentes: Jordelino Dias de Almeida, João Valeriano da Silveira Leão, Gintilino Ricardo de Moraes.
Conselheiros: Cel. Quintiliano da Silveira Leão, Antônio Martins Borges, Theophilo de Mello Cabral, Joaquim Velasco, Fernando Ferreira da Cunha, Jerônimo Antônio Coimbra, José Joaquim Leão.
Nas eleições de 20 de setembro de 1919, cujos votos só foram apurados em 21 de outubro do mesmo ano, foi eleito intendente ANTÔNIO MARTINS BORGES.
Vice Intendentes: Joaquim Velasco, Altino Pereira de Souza e Hermínio Leão.
Conselheiros: Filogônio de Carvalho, Raul Seabra Guimarães, José Antônio da Silveira Leão, Eulálio de Ulhôa Cintra, Jordelírio Dias de Almeida, Orozinho de Souza Bueno, João Valeriano da Silveira Leão.
ANTÔNIO MARTINS BORGES (1919 a 1920) foi o 13º Intendente
Nas eleições de 20 de setembro de 1923 foi eleito intendente JOSÉ GOMES DOS SANTOS BAYLÃO.
Vice Intendentes: Filogônio de Carvalho, Joaquim Valeriano da Silveira Leão, Hermínio Rodrigues Leão.
Conselheiros: Orozinho de Souza Bueno, Eulálio Ulhôa Cintra, Moisés da Costa Gosmes, Ubaldino Marques da Silva, José Antônio da Silveira Leão, Arlando José Carneiro, Umbelino José da Fonseca.
Em 1925 o intendente José Gomes dos Santos Baylão, transfere residência de Rio Verde para Uberlândia, deixando o governo do município acéfalo. Em 28 de agosto de 1925 foi então instalado um Conselho Provisório que procederia novas eleições em 17 de outubro de 1925, sendo eleito intendente OSCAR RIBEIRO DA CUNHA.
Conselheiros: Gumercindo Alves Ferreira, Olintho Pereira de Castro, José Maria Salazar, Itagyba Gonzaga Jaime, Ismael Martins Pereira, José Joaquim Leão.
OSCAR RIBEIRO DA CUNHA (1925 a 1927) foi o 15º Intendente
Em 20 de setembro de 1927 foi eleito intendente FREDERICO GONZAGA JAYME.
Vice Intendentes: Lázaro Sebastião Ribeiro, Ismael Martins Pereira e Adjar Ribeiro da Cunha.
Conselheiros: Luiz da Cunha Bastos, Gumercindo Alves Ferreira, José Cândido Guimarães, Joaquim Pedro Leão, Antônio Bonifácio de Atayde, Orozinho de Souza Bueno, Olintho Pereira de Castro.
Em 29.10.1930 é instalado o Conselho Municipal Provisório de Rio Verde. São destituídos do cargo intendentes e conselheiros, para que sejam eleitos novos por meio do voto popular.
Assume provisoriamente a Intendência Antônio Martins Borges e como conselheiros, Rosulino Campos, João Nascimento Costa, Oscar Sabino de Freitas, Pedro Quintiliano Leão, Celso Hermínio Teixeira, Ubaldino Marques da Silva e Filogônio de Carvalho.
Antes da transição de 30, de acordo com a respectiva Lei Orgânica, compunham-se os municípios do Estado de Câmaras, por sua vez compostas de Conselhos, Intendentes e Vice-Intendentes, eleitos quadienalmente por sufrágio direto. As Câmaras desempenhavam a função legislativa e as Intendências as funções executivas, uma e outra autônomas e independentes. A partir de 30 e até 1937, as câmaras se compunham (ainda por eleição) de Conselhos Consultivos, formados por 3 membros e de prefeitos, igualmente eleitos. Em 1938, com o advento da Nova Constituíção (de 1937) modificou-se radicalmente o sistema político, passando os prefeitos à função de Delegados da Interventoria e de livre escolha e nomeação das mesmas. Instituído o sistema, - decretos-leis – centralizaram-se na pessoa do Prefeito às funções legislativa e executiva, dependentes, no entanto, de prévia aprovação do Departamento Administrativo do Estado”. – Obra citada.
AO UTILIZAR OS TEXTOS DO BLOG CITE:
O PRIMEIRO PREFEITO DE RIO VERDE
ANTÔNIO MARTINS BORGES
Nascido em 27 de dezembro de 1865, no distrito de Pratinha, município de Araxá –MG. Com 30 anos de idade mudou-se para Rio Verde-GO, atraído pela força do rebanho bovino e incentivo fiscal. Ajudou a fortalecer o progresso da pecuária goiana ao promover a importação de gado zebu, prontamente da Índia.
Senador Estadual em diversas legislaturas, Antônio Martins Borges foi também, por duas vezes, eleito na cidade de Rio Verde, Intendente de 1919 a 1923 e com o fim da República Velha, veio a ser o primeiro prefeito na história de Rio Verde no ano de 1932. Uma de suas grandes feitas, foi a construção da estrada ligando Rio Verde ao Canal de São Simão, passando por Quirinópolis, outra obra de destaque foi a edificação de uma ponte de concreto sobre o Paranaíba, ligando o sudoeste de Goiás a São Paulo, abrindo novo caminho para o mercado das boiadas - com ajuda de seu genro que nessa época era interventor em Goiás, Pedro Ludovico Teixeira (fundador de Goiânia).
Porém, seu mandato como prefeito durou muito pouco, faleceu em 22 de março de 1932, na cidade de Araguari, Minas Gerais, onde havia ido para um tratamento de saúde.
Filhos: Alice (cc Belarmino Crunivel), Gercina (cc Pedro Ludovico Teixeira, Interventor Federal 1930-1945; Governador 1951-1954; Senador em diversas legislaturas), Maria (cc Diógenes Magalhães), Luzia, Silvia, Astolfo, Orivaldo, Celia e Aldo Leão Borges.
Na ata da sessão extraordinária do Conselho Consultivo realizada no dia 8 de abril de 1932 foi comunicado que: “ A rua Eugênio Jardim, desta cidade, passe, a partir da promulgação do presente projeto, a chamar-se Martins Borges, em homenagem à memória do Exmº Snr. Cel. Antônio Martins Borges”.
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2º PREFEITO DE RIO VERDE-GO
Oscar Campos Júnior nasceu em Rio Verde-GO em 19 de novembro de 1904. Filho de Oscar Borges Campos (Intendente na cidade de Rio Verde nas eleições de 1915 permanecendo até 1919) e Belcholina Piedade Ferreira Campos. Eram seus irmãos, Ricardo Campos (Ricardo fez parte do quadro de vice intendente na gestão do Cel. Valeriano da Silveira Leão – 20/09/1911 a 20/09/1915) e Rosulino Campos.
Casou-se com Risoleta Couto, vindo a se separar, contraiu núpcias com Genoveva Ludovico Bueno Campos.
Oscar Campos Júnior comandou a Prefeitura de Rio Verde nos anos de 1932 a 1934. Recebeu o cargo das mãos de Pedro Quintiliano Leão que governava interinamente devido ao falecimento de Antônio Martins Borges. A praça Ricardo Campos que ficava de frente ao Palácio da Intendência foi uma de suas obras. Na sua vida política e parlamentar foi também: Constituinte Estadual (PSR) 1935, Deputado Estadual (PSR) legislatura 1935-1937, candidato a deputado estadual, esquerda, em janeiro de 1947, candidato a vereador em Goiânia na eleição de 23 de novembro de 1947 pela legenda da UDN, e foi filiado ao Partido Social Republicano, 1934//37. Como Secretário da Fazenda, década de 30, contratou o IDORT/SP, para estudar e programar a racionalização do serviço público estadual. Faleceu em 22 de julho de 1964.
Nota do autor: Pela extensão do livro vou citar somente esses dois prefeitos.
CORREIO, APARELHOS TELEFÔNICOS, TRANSPORTES, ENERGIA, ÁGUA, RÁDIO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO (compreendendo até a década de 80)
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“Em 1862, as correspondências chegavam à Vila de Rio Verde por condutor particular pois não existia correio. Este só foi criado em 1865, por ocasião da operação de guerra com o Paraguai, uma vez que se tornara necessária a comunicação mais eficaz com a capital da província.
Nesta década de 1860 foi criado um sistema provisório de telégrafo até Uberaba.
Rogério Prates Coutrim, em petição à Inspetoria Geral de Higiene, em 3 de maio de 1887, requer licença para abrir uma farmácia na Vila de Rio Verde. Pelo decreto número 9.554/86, foi concedida a licença.
Em agosto de 1896, foi requerido por Benjamim Emigdio Hollagray o serviço de água encanada para a cidade.
O Conselheiro Emídio Moreira propõe a ligação por telégrafo entre Rio Verde a Santa Rita do Paranaíba (hoje Itumbiara). Só após muito empenho da comunidade, a ligação é concretizada no dia 3 de fevereiro de 1924.
A notícia da proclamação da república só chegou a Rio Verde em dezembro de 1899, pelo correio. Houve festa com pipotes de vinho.
A cidade de dois mil habitantes, de elegantes chácaras, de dinâmico comércio (CASA SAMITA, QUINTILIANO LEÃO, VERMELHA), tipografia, onde se editavam vários jornais, água tratada é a marca da década de 1910.
Primeiro Hospital da Cidade
Em 1921, a gripe espanhola vitimou bastante rio-verdenses, que foram tratados no primeiro hospital da cidade, que funcionava no Asilo São Vicente.
Primeiros médicos: “O primeiro deles, foi o Dr. Martins, e na sequência, Dr. Dourado, o Dr. Paulo, que por ser de côr, ficou conhecido como Dr. Paulo Preto. Dito médico, prestou inestimáveis serviços a população por ocasião da gripe espanhola, (1921), que vitimou centenas de rio-verdenses. Conta-se, que nessa ocasião, Dr. Paulo aplicou uma injeção em um paciente e sob o seu feito o mesmo dormira. Por descuido, os voluntários encarregados de sepultar os mortos, o enterraram vivo. O médico, traumatizado com o acontecimento, ficou doente mental. Quem o sucedeu no combate a gripe foi o Dr. Diógenes Magalhães”. – Fonte: Jornal O Liberal, que circulou em agosto de 1982. De acordo com as pesquisas realizadas e informações fornecida pelos historiadores Antônio Gomes Ataide e Aristeu de Melo Cabral.
No mesmo jornal se encontra:
“Dentistas – O primeiro foi Josino de Gusmão, irmão de Urcezino. João Pimenta de Abreu, contemporâneo do primeiro, foi dentista de fazenda. O prof. Joaquim Pedro, também, era dentista e advogado.
Hospital – O primeiro hospital funcionou no Asilo São Vicente, entre 1914 e 1918. Foi nele que se fez o combate a terrível Gripe Espanhola. O prédio foi adquirido pelo Samita com auxílio de várias pessoas ao Comendador Leão.
Cemitério – O primeiro, localizava-se ao lado da Igreja Nossa Senhora das Dores, depois de São Vicente. Ali, foram sepultadas dezenas de pessoas, inclusive, um soldado da Guerra do Paraguai. Esse cemitério, era cercado de arame e servia para os fazendeiros empastar os seus animais de cela. O segundo cemitério, situava-se ao fundo da mencionada igreja e o atual, foi construído na gestão de Frederico Jayme. Felix Tofani, foi o construtor.
Igreja – A primeira, foi a da padroeira da cidade, Nossa Senhora das Dores. Situava-se à Praça Ricardo Campos. Mais tarde, com a construção da Matriz, hoje Igreja de São Sebastião, a antiga foi transferida a São Vicente.
Antes da construção do primeiro templo, os serviços religiosos foram prestados na Chácara do Padre Serafim, logo depois da Vila Borges.
Casamento Civil – O primeiro casamento civil aconteceu em maio de 1889. Os nubentes, Jerônimo Bonifácio de Barros e Maria Bernardina de Ataides (D. Lília) se uniram em ato celebrado no salão superior da Cadeia Pública, quando da sua inauguração.
Cinema – O primeiro projetor de filmes foi instalado pelo senhor Serafim José de Gusmão. Era mudo e antes do início da sessão, molhava-se a tela com água, utilizando-se um repuxo (espécie de bomba) para melhorar a nitidez da imagem. O aparelho foi instalado à Rua 12 de Outubro, próximo ao TG.
Jornais – O primeiro jornal foi o “Riso”. O seu editor era o tipógrafo Sebastião Silva, que passou a ser conhecido por Sebastião Tipógrafo. Na sequência vieram “O Sertão”, editado por Dr. Barros, “O Sudoeste” editado por Ricardo Campos; “O Urtiga” por Oscar Campos Júnior. Este último tinha a sua tiragem a manuscrito.
Revista – A primeira revista circulou por volta de 1907 sob a denominação de Revista de Rio Verde. Seu fundador e responsável era Pedro Salazar Moscoso da Veiga, notável homem de letras, além de advogado e professor.
Prefeitura – Funcionou inicialmente no antigo Mercado, à Rua Senador Martins Borges, com frente para a Praça Ricardo Campos.
Cadeia – É o prédio que conhecemos, hoje desativado. Seus construtores foram Antônio Furquim de Campos, Joaquim Rodrigues de Abreu, avó de César Bastos e Mizael José de Castro. Antes, os presos eram amarrados ao tronco. O primeiro preso recolhido a xadrez daquela casa foi o filho do “Furquim”, Joaquim Furquim de Campos, um dos seus construtores.
Banco – O primeiro banco a instalar em Rio Verde, foi o Banco Comércio de Minas Gerais S.A. Sua primeira agência foi instalada à Praça 5 de Agosto.
Hidrelétrica – A primeira usina foi instalada em 1915, no local onde situa a Piscina dos Bancários, utilizando-se o rego d’água de Teófilo de Melo Cabral. Esta pequena usina, fornecia luz ao seu proprietário, Raul Seabra e, ainda, as residências dos senhores Urcezino, Senador Martins Borges, Luiz de Bastos, Eulálio Ulhoa Cintra.
Automóvel – O primeiro automóvel chegou a Rio Verde, em 1921. Seus proprietários, Ronan Borges e Eurico Paes Lemes o adquirira em Uberaba. O carro, marca Ford, foi vendido, posteriormente a Filógonio de Carvalho, por dez contos.
Avião – Em 1924 sobrevoou a cidade um avião, mas não havia campo de pouso. O aparelho, pousou em Jataí. Só mais tarde, com a construção da primeira pista, no local onde situa a garagem da Prefeitura, começou o movimento de avião na cidade.
Caixa d’água (CACHOPA)
Água Canalizada – O primeiro sistema de abastecimento de água da cidade, foi construído por Edmundo de Carvalho em 1910. O manancial era o “Barrinha”. Esse, foi também, o primeiro sistema de abastecimento de água de Goiás. Os canos vieram de Franca, S.P. Na época, a Prefeitura contraiu empréstimos junto aos capitalistas Antônio Cândido e Tonico Turco, no valor de onze contos para a execução das obras. Seus construtores, Felix Tofani e Odilon Rego.
Primeiro Hotel – Foi o Hotel Sul Goiano de propriedade de Mariquinha Afonso e funcionou no antigo prédio da Prefeitura.
Pensões – As duas primeiras pensões foram a do Pedro do Samita e a Massi.
Prostíbulo – O primeiro estabelecimento do gênero, funcionava à Rua Edmundo de Carvalho, no período de 1914 a 1925. Sua proprietária era conhecida como Joaquina do Padre.
Escola de Aviação – Em 1942, funcionou aqui uma escola de aviação civil e o Aero-Clube, João Severino Pincoviswk e César Bastos, foram alguns dos seus alunos.
Bicicleta – As primeiras chegaram a Rio Verde, em 1913. Seus proprietários, foram Dino, Felix Tofani, Velasco e Antônio Martins Borges. Os biciclos foram importados da Itália, cuja marca era Biank.
Moto – A primeira motocicleta, chegou a Rio Verde, em 1928, seu proprietário foi o João Ford.
Banda de Música – A primeira Banda de Música data de 1900. O seu maestro era o professor de música Lindolfo França. Lecionava todos os instrumentos. A escola de música funcionava em uma casa da Prefeitura, que passou a ser mercado. João Rosa de Lima, Ernesto Ferreira, Joaquim Pedro e Bernardino Ataides foram alguns dos seus alunos. Seus sucessores, pela ordem, foram Cristiano Arantes, Maestro Cabral e Filadelfo Jorge da Silva, o “Minú”.
Primeiro ônibus – O pioneiro no transporte coletivo na região, foi Epaminondas Portilho (Nego Portilho). A primeira linha, ligava Rio Verde a Caiapônia, via Jataí, em 1947. Posteriormente, foi criada a linha Rio Verde, Iporá. Antes, o transporte de passageiros era feito em caminhões com bancos. Uma das empresas, que fazia a linha Rio Verde/Goiânia, chamava-se Usa-Rápido.
Praça – A primeira foi a Ricardo Campos. Recebeu melhoramentos na gestão de Oscar Campos. Frederico Jayme, construiu a Praça Gonzaga Jayme, inclusive, um coreto onde se realizavam tradicionais retretas.
Correio – O primeiro correio funcionou na casa de Urcezino Gusmão, seu Agente, à Rua 12 de Outubro, próximo ao T.G.
Máquina de Beneficiar Arroz – A primeira máquina de beneficiar arroz foi instalada pelo Dr. Otacílio Pessoa Mendes, no antigo Mercado, onde tempos depois, funcionou o Tiro de Guerra. O Dr. Otacílio foi médico e fundador do Hospital Santa Terezinha, depois foi o Hospital Geral.
Serraria – A indústria pioneira do gênero, foi instalada à Rua Cel. Vaiano, logo abaixo do Martins Borges, pelo senhor Vitório Machado. Era acionada pela energia da 2ª Usina, instalada na Cachoeirinha.
Telefone – O primeiro telefone instalado na cidade ligava a chácara (Chácara do Osório do Carmo) do Dr. Belarmino Cruvinel à residência de seu sogro, o Senador Martins Borges. A linha única era de propriedade particular dos seus usuários. (1935).
Posto de Gasolina – A primeira bomba foi instalada no Posto do Darlot. Antes, gasolina era vendida em caixas, contendo, cada uma, duas latas de 20 litros”. – Fonte: Jornal “O LIBERAL”, agosto de 1982. (Alaôr Caetano Ataídes era o diretor responsável desse jornal).
Praça 13 de Maio - Cachopa no fundo da praça, erguida por Félix Tofane.
“O serviço de abastecimento de água potável de Rio Verde foi inaugurado em novembro de 1911, na intendência de Edmundo de Carvalho, sendo o primeiro em Goiás, com a artística edificação do prédio da caixa d’água (CACHOPA)”.
Edmundo Augusto de Carvalho e senhora D. Brasilina de Carvalho.
Fotografia extraída do livro Rio Verde Histórico, na página 144 – Aspectos Históricos de Rio Verde (Goiás). Ano 1971 - Gráfica e Editora EDIGRAF S.A. – São Paulo – Brasil. Obra do advogado ONALDO CAMPOS.
CASA VERMELHA
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Casa “Jayme”, de Frederico Gonzaga Jayme. Importante sortimento de fazendas, ferragens, calçados, armarinho, roupas feitas, chapéus, louças, molhados e conservas. Grande depósito de sal, café, querosene, farinha de trigo, arreios, máquinas de costura e gêneros do pais. Anexo ao estabelecimento, mantém, uma bem montada farmácia e drogaria. Especialista em preparados farmacêuticos. Preços sem competidores. Sobrado na Rua de São Sebastião.
O serviço de abastecimento de água potável de Rio Verde foi inaugurado em novembro de 1911, na intendência de Edmundo de Carvalho, sendo o primeiro em Goiás, com a artística edificação do Prédio da Caixa D’Água (CACHOPA) feita pelo construtor Félix Tofane.
Em 1915, Raul Seabra instala a Primeira Usina de Força, num rego d’água em propriedade de Theófilo de Melo Cabral, onde se situou a Piscina dos Bancários (Abaixo do TG).
Já que citei o nome Seabra:
Foto arquivo de Eduardo Jaime Seabra que comentou: "Eu na Usina Hidrelétrica Raul Seabra, construída pelo meu avô, as turbinas foram importadas da Inglaterra, e esta usina por muito tempo, era a única fonte de abastecimento de energia da cidade de Rio Verde".
Arquivo pessoal de Ariene Seabra que comentou: "O da direita é meu padrinho e avô Raul Seabra e o da esquerda um amigo que lhe oferece a música e a fotografia".
Arquivo de Ariene Seabra "Vó Dilina e Heloisa. A casa ao fundo era do Olinto de Castro. Como sempre, o chinelinho saia do pé quando andava depressa".
Dulce Seabra lembrou: "Minha avó Adelina de Gusmão com minha irmã Heloisa Seabra Guimarães. Rua Major Oscar Campos”.
A cidade era tida nesse período, como “Lugarejo ignorante, atrasado”. Mas em 1916, Samita ou Jerônimo Antônio Coimbra, bem-sucedido comerciante, líder político, doa 50 lâmpadas a gás Acetileno para a primeira iluminação pública da cidade. E na condição de conselheiro, propõe a implantação de esgotos pluviais, arborização das ruas e praças e limpeza pública para a cidade – o que não foi concretizado! (Outra informação que encontrei sobre o Samita): No festejo do Espírito Santo, 1º domingo de 1914, foi realizada a famosa cavalhada, pelo festeiro Samita. (Nota do autor: Embaixo quando finalmente eu concluir as citações deste assunto, fecho aspas e cito as fontes, estou intercalando com fotos).
Jerônimo Antônio Coimbra (Samita)
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Fotografia extraída do livro Rio Verde Histórico, na página 97 – Aspectos Históricos de Rio Verde (Goiás). Ano 1971 - Gráfica e Editora EDIGRAF S.A. – São Paulo – Brasil. Obra do advogado ONALDO CAMPOS.
Em 6 de julho de 1918, era implantada a Estação Telegráfica Euclides Barroso, ligando Paracatu a Rio Verde, cuja inauguração se deu solenemente em 1924.
Em 1935, são instalados os dois primeiros aparelhos telefônicos de Rio Verde que ligaram a chácara do Dr. Belarmino Cruvinel a casa do Senador Martins Borges, seu sogro.
Em 1939, foi erguido o “CATA VENTO”, para bombear água para casa da família Gordon, na rua Abel Pereira de Castro.
Década de 1940, com uma população de 31.337, sendo 6.000 na zona urbana, e 25.337 na rural, a cidade possuía água canalizada e cisternas, sem rede de esgoto, ruas arborizadas, remoção de lixo, matadouro público, mercado municipal. Raul Seabra Guimarães inaugura uma nova hidroelétrica; a cidade era servida pelas seguintes hospedarias: HOTEL SUL GOIANO na antiga rua Almeida Couto, hoje Gumercindo Ferreira; PENSÃO FORD na rua Rui Barbosa; PENSÃO MINEIRA na Praça Epitácio Pessoa, hoje José Maria Barros; PENSÃO DO OURO na Praça Gonzaga Jayme e PENSÃO SÔNIA na Praça das Palmeiras, hoje 5 de Agosto.
Em 1945, a cidade já possuía uma rede telefônica de aproximadamente 15 quilômetros de extensão, cujas proprietárias eram as Empresas de Força e Luz Seabra e as Indústrias Reunidas Sudoestinas.
Em 1947, Epaminondas Portilho (Nêgo Portilho) cria a Linha de Ônibus Rio Verde – Jataí – Caiapônia, até então, utilizava-se o caminhão com bancos para transportar passageiros.
Em 16 de agosto de 1951, é constituída e inaugurada a Rádio Rio Verde S/A.
Em 6 de junho de 1953, é inaugurada a Nova Usina Hidroelétrica de Rio Verde, no Ribeirão São Tomás.
Em 1956, foi erguido o prédio próprio dos correios e telégrafos, localizado na rua Abel Pereira de Castro.
Foto: Acervo de Oscar Cunha Neto
Em 27 de maio de 1957, é instituída a Companhia Telefônica de Rio Verde, com 300 aparelhos.
Em 1958, foi implantada a Rádio Difusora de Rio Verde.
O novo serviço de água tratada em Rio Verde é inaugurado em 20 de setembro de 1958.
Na década de 50/60, o Sr. Belmiro Cândido de Abreu manteve a Fábrica de Manteiga de Leite “SOL” na Praça 13 de Maio. A indústria, inédita na época, recebia o “creme de leite” dos fazendeiros e o industrializava.
Em 26/01/1964, é instalado o Armazém do SAPS em Rio Verde.
Em 15/02/1964, são inaugurados: Galerias de águas pluviais, aparelhos de rádio – telefônico interurbano, serviço de rádio – comunicação da Delegacia Regional de Polícia, rede de esgoto/sanitário. E no dia 16, o Reservatório de Água Potável Edmundo de Carvalho.
O sistema elétrico de Cachoeira Dourada foi interligado em 20/10/1966.
Em março de 1973, foram implantados os sistemas de abastecimento de água e esgoto de Rio Verde, por concessão da SANEAGO.
Em 6 de julho de 1975, foi construída a Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano Ltda. COMIGO.
Na década de 1980, o processo de industrialização teve seus primeiros impulsos nas áreas de metalúrgicas, minerais não metálicos, mecânica, eletrônica e comunicação, transporte, madeira, mobiliário, couro e peles, produtos alimentícios, gráficas e construção, entre outros.
Inicialmente reconhecido como Arraial mais importante, a vila, a cidade, a Igreja Matriz, o clima, os rios verdes, os campos, o solo massapé, o melhor gado, a estrada real, o carro de boi, o correio, estradas leste/oeste, norte/sul, o telégrafo, o jornal, a banda, água encanada, o Instituto de Ciências, a usina de força, o hotel, o poderoso comércio e o primeiro carro. Rio Verde firma-se como cidade polo, que passa hoje pela cultura, educação, rede viária, comércio intenso, rede armazenadora de cereais, produtividade de grãos, mão-de-obra, pequenas e médias empresas, esporte e qualidade de vida. Ao tempo em que duas gigantes empresas agro-industriais instalam-se na cidade, Perdigão e Gessy-lever (CICA), Rio Verde floresce com uma nova visão administrativa face aos desafios do 3º milênio. - Fonte do que foi citado acima: MEMORIAL DA CIDADE DE RIO VERDE/GO, que se acha na Avenida João Belo, (Concepção de Antônio Ferreira Arantes quando era o Secretário Municipal de Cultura de Rio Verde na gestão 1997 a 2000), encontra-se nas placas com os autores pesquisados: Onaldo Campos, “RIO VERDE HISTÓRICO” e Oscar Cunha Neto, “RIO VERDE, APONTAMENTOS PARA A SUA HISTÓRIA”.
Rio Verde ficou vergonhosamente 16 dias sem luz
Matéria publicada no jornal O ALVORADA (Nº15), em 7 de março de 1965: A falta de empenho daqueles que dirigem a cidade chegou, desta vez, ao seu clímax, quando a cidade ficou 16 dias sem energia elétrica.
Como aconteceu – No dia 14 de fevereiro, que era uma tarde chuvosa, um forte relâmpago – dizem – despejou uma descarga elétrica na subestação provocando a queima de várias bobinas.
Demorou muito – Daí para cá a cidade ficou totalmente sem luz provocando assim um forte colapso no meio de vida rio-verdense que não conseguiu evitar o clima de desconfiança que gerou em redor de tudo. Esse clima que partiu das necessidades que o povo já começava a sentir quase chegava ao seu “ponto X” se a energia não viesse, como veio, um dia após as festas carnavalescas.
Produtos de necessidades – Os produtos de necessidades do povo que dependem exclusivamente da eletricidade para sua produção, sofreram, “irreagivelmente”, com a falta de luz. O café se não viesse de outros centros, mesmo a preços exorbitantes como veio, a cidade toda ficaria sem esse produto. O arroz já começava a ser socado em pilões, pois o pobre só o adquire aos poucos e esse produto já havia também esgotado.
Erro administrativo – Em meio a essa crise não se pode deixar de considerar que houve um grande erro administrativo. Tal erro prende-se ao fato da prefeitura ter ligado o motor a Diesel para fornecer luz para o clube, por ocasião do carnaval, e deixado o resto da cidade sentir as suas reais necessidades.
Merece crítica porque em 16 dias, pelo menos durante uns 5 dias – cremos – a cidade deveria receber ajuda desse motor, em todos os pontos, a fim de que pudesse manter mais suavemente tal crise”.
Jornal O ALVORADA – Fundadores: José Carlos Barros e José Costa Martins – ano 1, Rio Verde, 19 de março de 1965, nº 16:
Energia Elétrica – CELG COLABORA COM SERVIÇOS – Chegando a esta cidade no último dia 10, o sr. Theldo Emrich, diretor das Centrais Elétricas de Goiás (CELG), reuniu-se, no gabinete do Prefeito Municipal, com todos os proprietários de transformadores na sua maior parte industriais, de quem solicitou permissão para a adaptação da rede elétrica de 6.000 Kva para 11.000 Kva.
Reunião – Em meio à reunião o Dr. Theldo foi alvo de inúmeras perguntas por parte dos proprietários de transformadores, às quais respondeu satisfatoriamente. As dúvidas que pairavam – na sua maior parte – sobre como se poderia proceder com a aludida adaptação, explanou convincentemente, dizendo que a CELG pretendendo continuar colaborando com a Prefeitura, com a qual não tem convênio, mas simples interesse em colaborar, necessita de condições para atender às reivindicações da cidade.
Condições necessárias – As condições que a CELG necessita para continuar colaborando espontaneamente com a cidade – como vem sendo – são os serviços de adaptação por que devem passar os transformadores que distribuem em 6.000 Kva e que deverão distribuir em 11.000 Kva depois de adaptados. Estas condições tornam-se necessárias porque a CELG não tem material para servir à cidade, se sua distribuição continua em 6.000 Kva. Ao passo que se adaptados os transformadores para que sua distribuição passe para 11.000 Kva, o que não apresenta dificuldades, a CELG terá qualquer material à disposição da prefeitura caso surja qualquer estrago no sistema.
Transformador e Para-raios – A CELG deverá instalar na subestação local um transformador de 500 Kva para que distribua os 400 Kva fornecidos pela usina.
Também deverá fazer com que se instale, ainda na subestação, 2 para-raios protetores. Esta última medida é por demais tranquilizante, já que as 2 últimas vezes em que a energia elétrica da cidade paralisou-se totalmente foi pela razão de o transformador da subestação ter sido alvo de descargas elétricas provocadas por relâmpagos que não foram barrados pelo para-raios estragado.
Continuará racionada – Depois do entendimento havido na reunião, a CELG fez um apanhado de todos os transformadores da cidade; sendo que uns (especiais) bastam sejam regulados para sua adaptação, enquanto que outros deverão ser levados à capital para que seja novamente enrolada a alta-tensão. Ficou esclarecido que a energia elétrica voltaria a funcionar no próximo dia 20 e que não faltaria dia algum, mas funcionando racionadamente, por etapas. Calcula-se que cada parte da cidade (alta e baixa) terá, cada uma, 5 horas de luz por dia”.
USINA PEIXOTOS PODERÁ SERVIR-NOS ATÉ O FIM DO ANO – Quando da visita a esta cidade do Diretor da CELG, Dr. Theldo, a fim de cuidar que fosse a energia elétrica desta cidade regulamentada, em parte, foi-nos cientificado, pelo próprio Dr. Theldo que a Usina Peixotos poderá servir a esta cidade até o fim deste ano, dependendo seja a rede concluída. Esta ajuda até que venha de vez da C. Dourada deverá ser de 1.500 a 2.000 HP, o que já foi reivindicado para esta cidade.
Outras notícias informam que a firma empreiteira dos Serviços pretende entrega-los entre os seis próximos meses, bastando chegue logo o período da estiagem”.
A energia sem energéticos?
Todo o sudoeste goiano concentra-se, mirando no futuro, na energia elétrica provinda da Cachoeira Dourada. As indústrias se anunciam esperando-a. A produção de gêneros a serem industrializados suplicam-na. Mas ela tarda pela falta de empenho dos homens que dirigem as cidades do Sudoeste. Uma ressalva, porém, surge, é o nome do prefeito Paulo Campos que, sozinho, a demolir barreiras burocráticas, tenta solucionar este problema primordial se considerarmos os outros tantos. As outras cidades aguardam que a energia chegue até Rio Verde sabendo que a mesma lhes servirão. Descansam à sombra de nosso prefeito que não tem nem à ajuda do Legislativo. – Extraído do Jornal O ALVORADA – Fundadores: José Carlos Barros e José Costa Martins – ano 1, Rio Verde, 18 de julho de 1965, nº 22.
Tenho comigo, xerox de um artigo, creio eu, que foi publicado pela Câmara Municipal de Rio Verde quando era o seu presidente, Walter Venâncio Guimarães, já no final da década de 1980, do qual extraí o seguinte:
“ECONOMIA (1987): A história econômica de Rio Verde passou por vários estágios até se consolidar como a mais poderosa do Estado de Goiás. A isenção de impostos, por dez anos, concedida aos habitantes da região e àqueles que lá fossem se estabelecer, fez com que grandes levas de mineiros e paulistas chegassem e introduzissem a agricultura em seu imenso território. Nessa época, já existia uma pecuária extensiva, porém desorganizada, ao lado da qual se criou à atividade agrícola, embora tipicamente doméstica e artesanal. Dez anos depois, com o advento da era do couro, a pecuária tomou grande impulso, passando a ser a principal fonte de renda da região, incrementada pela criação de uma recebedoria no Porto Paranaíba, através da qual passou a ser feita a exportação do gado bovino para a Província de Minas Gerais e outras praças.
Com o passar dos anos e com o aumento da população regional, o município voltou a ter a agricultura como principal fonte de renda. Para tanto houve a contribuição de dois fatores: o primeiro, na década de 60, quando foi implantada a mecanização da lavoura, sendo introduzidos métodos mais modernos de agricultura; o segundo, a partir de 1975; quando um grupo de pioneiros fundou a COMIGO, Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano Ltda, que, aglutinando produtores, em regime organizado, consolidou, definitivamente, a agricultura como a maior força econômica do município.
AGRICULTURA (1987): Rio Verde é, hoje (década de 80), o quarto colocado do país em área total de lavouras, possuindo cerca de 225 mil hectares de terras efetivamente plantadas. Estão cadastrados, na comuna, 2.914 estabelecimentos agrícolas, englobando-se proprietários, arrendatários, parceiros e ocupantes. O índice de mecanização do município é bastante alto: mais de 6.500 tratores. Milho, soja e arroz fazem de Rio Verde o recordista de produção do estado, embora o município produza, em menor escala, feijão, cana-de-açúcar e algodão.
COMÉRCIO (1987): O comércio de Rio Verde é totalmente autossuficiente, com mais de 2.500 estabelecimentos, abrangendo todas as atividades, com predominância do tipo varejista.
INDÚSTRIA (1987): Embora seja um dos maiores produtores de grãos do país, Rio Verde não possui um polo industrial à altura de sua importância econômica. Existem, no setor secundário, 150 pequenas indústrias – fábricas de móveis, serrarias, tipografias, serralherias, padarias, fábricas de carimbos. Mas, o impulso industrial do município fica por conta da COMIGO, que colocou em atividades várias indústrias de porte: refinaria de óleo, moageira e unidade de produção de leite de soja, fábrica de sabão, duas unidades de sal mineralizado, usinas de beneficiamento de sementes e de produção de farelo, unidade de beneficiamento e empacotamento de arroz.
PECUÁRIA (1987): Com uma área de pastagens de 731.222 hectares, Rio Verde ocupa a primeira colocação no Estado, no que diz respeito à pecuária, colocando-se entre os dez primeiros do país. Estão cadastrados 2.720 pecuaristas, que se dedicam à cria, recria, abate de gado e produção de leite. O rebanho bovino do município é da ordem de 988.450 cabeças, um dos maiores do Brasil, enquanto sua produção de leite atinge à casa dos 150 mil litros/dia, ocupando um dos primeiros lugares no Estado.
INFRA-ESTRUTURA (1987): Um dos principais fatores desenvolvimentistas de Rio Verde, que o colocam na privilegiada situação de o mais importante município de todo o interior goiano é, sem dúvida, uma sólida infraestrutura, que atende às reais necessidades da população e lhe dá condições efetivas de trabalho. Com respaldo dos governos federal e estadual, a administração Osório Leão Santa Cruz oferece ao povo instrumentos de bem-estar, propiciando-lhe um elevado padrão de vida, como se verifica no presente resumo:
APOIO ESTADUAL – Estão presentes no município: a Agenfa, o BEG, a Caixego, a Casego, a Celg, o Detran, a Emater, o Ipasgo, a Saneago e a Telegoiás.
APOIO FEDERAL – É oferecido pelo Banco do Brasil, Cibrazém, DNER, Incra, Inamps, INPS, Junta do Serviço Militar (TG).
ARMAZENAGEM (1987): Para estocar uma das maiores produções de grãos do país existem 54 estabelecimentos de estocagem no município. Um em nível federal, três estaduais e os demais mantidos pela iniciativa privada, com unidades situadas em vários distritos.
ASSISTÊNCIA SOCIAL (1987): Sob o comando eficiente da primeira dama do município, Maria Aparecida Pereira Santa Cruz, o setor assistencial à população tem sido levado a sério. Diversas creches são assistidas pela prefeitura, que oferece alimentação e educação aos carentes, com a coordenação de pessoal altamente habilitado. Além da prefeitura, existem várias entidades filantrópicas e associações que trabalham em maternidades, asilos de velhos, creches e albergues, propiciando todo tipo de assistência aos menos favorecidos.
BANCOS (1987): O sistema bancário de Rio Verde compreende 15 estabelecimentos, em níveis federal, estadual e particulares. Com agências modernas e um perfeito atendimento ao público, a rede bancária em Rio Verde se acha integrada pela compensação com o país, proporcionando aos seus clientes rapidez e presteza no atendimento.
COMUNICAÇÕES (1987): Rio Verde é dotado de um perfeito sistema de telefonia, com DDD e DDI, mantido pela Telegoiás. O serviço postal é, obviamente, atendido pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Existem duas emissoras de rádio na cidade, AM e FM e, a cidade e o município recebem imagens de quatro canais de televisão – Globo, Bandeirantes, Manchete e TVS. Dois jornais locais – CORREIO DO SUDOESTE e A GANG – e todos os periódicos da capital circulam normalmente na cidade.
CULTURA (1987): Várias bibliotecas públicas oferecem à população possibilidades de aprimoramento cultural. Um museu está em fase de organização, para mostrar a cultura de nossa gente, reavivando a memória de nosso povo. Sua instalação será no prédio da antiga cadeia pública, um dos monumentos históricos de Rio Verde, que está sendo recuperado pela SPHAN.
EDUCAÇÃO (1987): O setor de ensino de Rio Verde é o mais bem estruturado do interior do estado, cobrindo todas as áreas – pré-escolar, primeiro grau (1ª e 2ª fases), segundo grau e terceiro grau. Escolas particulares, municipais e estaduais oferecem respaldo aos alunos do pré e primeiro grau, o mesmo acontecendo aos alunos do segundo grau, com especial destaque para a EAFRV – Escola Agrotécnica Federal de Rio Verde – tida e havida como uma das melhores escolas da extinta COAGRI, recebendo alunos de diversas regiões do país. O terceiro grau é oferecido pela FESURV – Fundação do Ensino Superior de Rio Verde – com os seguintes cursos: Pedagogia, Letras Modernas, Estudos Sociais, Matemática, Biologia, Direito, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Administração de Empresas, Zootecnia e Agronomia.
Nota do autor: Aproveitando o “gancho”, vou entremeando algumas fotos para ficar mais dinâmico, pois não quero me estender muito para não ficar cansativo.
O Colégio Agrícola de Rio Verde, atualmente Campus Rio Verde do Instituto Federal Goiano, está localizado no km 1 da Rodovia Sul Goiana, Zona Rural da Cidade. Sua história começou em 5 de junho de 1967, quando foi instalado e começou a funcionar como Ginásio Agrícola. Em 1969, o Ginásio foi transformado em Colégio Agrícola e em 1979, passou a ser denominado Escola Agrotécnica Federal de Rio Verde.
Em 2002, por decreto do então presidente da República, a Escola Agrotécnica Federal de Rio Verde passou por uma grande transformação e ganhou o nome de Centro Federal de Educação Tecnológica de Rio Verde, Cefet Rio Verde. Com a expansão da Rede Federal de Ensino, ocorrida a partir de 2008, o Colégio transformou-se em Instituto Federal.
Disponível em: https://www.ifgoiano.edu.br/.../index.../historico-rio-verde. Acesso em: fev. 2017.
TEXTO EXTRAÍDO DE: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Série: Acervo dos municípios brasileiros - Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/v4/brasil/go/rio-verde/historico Acesso em: 06/08/2017.
ENERGIA (1987): A rede de energia de Rio Verde é das mais extensas de Goiás, cobrindo 15.400 quilômetros, alimentada pelos sistemas de Cachoeira Dourada e Furnas.
ESPORTES E LAZER (1987): A atual administração do prefeito Osório Leão Santa Cruz – trabalho sério e planejado – colocou em execução e inaugurou um dos maiores complexos de esportes e lazer do estado: O CLUBE DONA GERCINA – Clube do Povo -, onde se pratica qualquer modalidade esportiva. Além da construção do Clube do Povo, a administração Osório Santa Cruz construiu diversos campos de futebol nos bairros da cidade, quadras-polivalentes e, através da Secretaria de Cultura e Esportes organiza campeonatos envolvendo equipes da cidade e dos distritos. Existem ainda em Rio Verde dois espetaculares clubes – o Campestre e o Rioverdense, este último dotado da mais moderna “boite” do estado de Goiás. Para os grandes jogos, que envolvem o representante da cidade no campeonato estadual, amplia-se e moderniza-se o Estádio Mozart Veloso do Carmo, pertencente à Fundação Estadual de Esportes, que também possui um moderno ginásio de esportes, denominado Jerônimo Martins.

Foto do Acervo de Wander Iwata – Diretor geral da Samurai Produções.
Concentração política na frente do Clube Dona Gercina nos anos de 1980.
SAÚDE (1987): A assistência médica é prestada por dois grandes hospitais: Evangélico e Santa Terezinha. Além dos hospitais existem na cidade várias clinicas especializadas, uma maternidade, a Augusta Bastos e diversos postos médicos mantidos pela Prefeitura Municipal em todo o município. Ao todo há mais de 250 leitos. A Osego também presta assistência médica aos carentes.
SEGURANÇA (1987): As polícias civil e militar se encarregam da segurança de todo o município, que dispõe de sete delegacias, sete cadeias públicas, a que se juntam o 2º Batalhão da Polícia Militar e uma guarnição do Corpo de Bombeiros.
ASSOCIAÇÕES E SINDICATOS (1987): Sete são os representantes sindicais existentes no município – dos bancários, dos comerciários, dos ensacadores, dos professores, dos proprietários rurais, dos trabalhadores do campo e dos contabilistas. As associações são duas: APG – Associação dos Produtores de Grãos de Rio Verde e Associação Comercial e Industrial de Rio Verde. A eles se junta o CDL – Clube de Diretores Lojistas.
FOTO ARQUIVO DO JORNALISTA FÁBIO TRANCOLIN DUARTE, o mesmo comentou: "Sede da Câmara de Dirigentes Lojistas de Rio Verde - CDL - 1973 - Rua Costa Gomes em frente ao Lojão do Sul".
“Notícias do C.D.L. – O Clube de Diretores Lojistas de Rio Verde, fará realizar em breves dias, um curso de técnica lojista, abrangendo conhecimentos e técnicas comerciais, desde gerenciamento até a maneira como embrulhar o pacote, contendo 36 assuntos de suma importância para lojistas e balconistas.
O curso será ministrado através de fitas cassete, gravadas pelo Centro de Desenvolvimento Lojista da Federação Nacional dos Diretores Lojistas.
A data de inscrições, local e data de início do curso será publicado neste jornal com antecedência, para conhecimento de todos interessados.
Em breve, iniciaremos uma campanha entre os associados e o povo em geral, em prol da construção da sede própria do C.D.L.
Atenciosamente encarecemos a participação de toda a comunidade, em especial a classe empresarial para levarmos avante esse objetivo que virá constituir um patrimônio dos comerciantes de nossa cidade. – IDALÍCIO ÁLVARES DE AQUINO (Presidente). – Extraído do jornal O Liberal, Nº 24, Ano II, de 01 de maio de 1983. Editorial: Alaôr Caetano Ataíde – Diretor Responsável”.
SANEAMENTO (1987): Três são os sistemas em uso, para fornecimento de água à população – o de água tratada, que beneficia a sede municipal e o distrito de Montividiu, o de poços artesianos, nos principais distritos e, o de poços comuns (cisternas), nos locais mais distantes.
TRANSPORTES (1987): Uma estação rodoviária, das mais modernas, denominada EPAMINONDAS PORTILHO, recebe cerca de cem ônibus por dia e despacha outro tanto, para os mais variados pontos do território nacional. O município dispõe de um aeroporto oficial e vários outros localizados em fazendas. A rede vicinal, principal escoadouro das riquezas do município recebe todo o carinho da Secretaria de Transportes, que não mede esforços para mantê-la sempre transitável.
RODOVIÁRIA EPAMINONDAS PORTILHO – década de 1980
EPAMINONDAS PORTILHO (NÊGO PORTILHO) – PIONEIRO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTERMUNICIPAL NO SUDOESTE GOIANO. (Busto em sua homenagem na rodoviária).
A Jardineira – esta fotografia está publicada no livro Rio Verde Apontamentos para a sua história, na página de nº 413
PRIMEIRA LINHA DE ÔNIBUS DA REGIÃO – Epaminondas Portilho – VIAÇÃO SUL GOIANO
UM DADO DO AUTOR DO LIVRO: Onde hoje se encontra a Soagro - Sociedade Agropecuária, na Avenida Presidente Vargas, foi no passado a Estação Rodoviária de Rio Verde. Como vimos nas fotos:
Uma matéria do jornal O ALVORADA, de 07/03/1965 diz: “Comerciantes da Rodoviária protestam contra desordem – Os comerciantes da estação rodoviária desta cidade abordaram esta reportagem a fim de manifestarem os seus protestos contra a desorganização que se encontra naquele ambiente no que diz respeito ao não apoio da polícia para manter a ordem.
Frisaram que a rodoviária é servida por um guarda, mas este guarda permanece lá somente das 8 às 16 horas, período em que reina a calma máxima.
Já à noite a rodoviária fica desprovida de segurança. Somente o telefone, quando está funcionando, serve de meio para que se chame um guarda no caso de uma briga, um desacato, uma “pandorca” ou tudo aquilo que perturbe a ordem. Mas quando o telefone é usado para isto, chega o guarda – como aconteceu outro dia, e diz: “Onde vende pinga tem disso. Não pode haver reclamação”.
CRÉDITO DA FOTO: Fábio Trancolin Duarte - Bazar Jerusalém - Seu Munir Abdallah
Foto do Acervo de Wander Iwata – Diretor geral da Samurai Produções
No livro SÍNTESE DOS PREFEITOS RIO-VERDENSES - de Martins Borges a Nelci Spadoni -, (Lima, Filadelfo Borges de/171 pág./Impresso no Brasil – IAM GRÁFICA E EDITORA, 2000) do grande escritor natural de Jataí e também rio-verdense, Filadelfo Borges de Lima, na página de número 126 se encontra: “A primeira estação rodoviária da cidade, edificada na gestão Paulo Campos, também se tornara pequena. Sua arquitetura era igual a de muitas outras rodoviárias construídas no País, naquela década de 60 (...). A administração Iron Nascimento construiu outra, na saída Oeste, no prolongamento da Presidente Vargas, em estilo moderno, e vendeu as instalações da que Paulo Campos construíra, para a empresa Soagro, e o prédio onde fora a Prefeitura, para o pecuarista Carlos Cunha Filho, cuja residência ficava no terreno limítrofe, Rua Rafael Nascimento, esquina com a Coronel Vaiano.
A nova estação de passageiros continuou com o mesmo nome da anterior: Nego Portilho, inclusive fazendo-se a transferência do busto do homenageado da antiga para a recente.
Homenagem justa, sem dúvida. Epaminondas Portilho, vulgo Nego Portilho, prestou relevantes serviços a Rio Verde e à região, quer como mecânico e motorista, empresário de transporte coletivo e aviador (...)” - Lima, Filadelfo Borges de
Alguns veículos:
A fotografia acima é do ACERVO DE OSCAR CUNHA NETO, autor do livro RIO VERDE - Apontamentos para a sua história. O único dado que encontrei desta foto num site foi: Gumercindo Ferreira (21 dias de São Paulo a Rio Verde)
AO UTILIZAR OS TEXTOS DO BLOG CITE:
EXPRESSO SANTA HELENA – Uberlândia, Itumbiara, Santa Helena e Rio Verde. No país era comum viajar nesses ônibus, nas décadas de 40, 50 e até 1960. Eram dotados de bagageiros externos (sobre a capota). Transportavam passageiros entre as cidades e os distritos de vários municípios.
JARDINEIRA DO DICO - EXPRESSO COLETIVO DE RIO VERDE A CAIAPÔNIA NO PASSADO.
Extraído do livro Chapadão de Mário de Souza Martins - arquivo enviado para a página por Maria Mendonça.
Wellington Luiz Oliveira Guimarães comentou: "Eu, na foto junto com o ônibus do meu pai Edio Cardoso Guimarães, ele tinha dois ônibus desse modelo Expresso Guarani. Esta foto foi tirada na Vila Renovação, no ano de 1970."
João Hernandez Caldi desde o ano de 1978 que vinha animando as festas carnavalescas, juninas, natais, copas do mundo, e desfiles pelas ruas da cidade, como por exemplo o desfile de cavaleiros para à abertura da Expo Rio Verde-GO. A marca forte era sua Ximbica Ford ano 1929, de cor verde, a qual adquiriu em 1981.
Na casa dele, era comum encontrar fantasias, máscaras e chapéus (de Toureiro, Napoleão Bonaparte, Tio Sam, entre outros).
Como folião frequentava os bailes se divertindo e também divertindo os outros. Fantasiado, representando, cantando e dançando à vontade.
Tinha sua boneca Nega Maluca a qual carregava consigo na ximbica, e era sua parceira de dança animando festinhas familiares, juninas, e sua companheira de vários carnavais.
Ganhou variados troféus como folião mais animado e por ter desfilado as melhores fantasias.
Enfeitava a ximbica, caracterizando-a, ao momento festivo, com uso de vários adereços e serpentinas, para atrair e carregar às crianças pelas ruas de Rio Verde. Faleceu em 2023.
Estou triste com a notícia do falecimento do Sr. João Hernandez Caldi, tive o prazer de visitá-lo em sua residência em 2022. Ele me dispôs um acervo digital para construir seu álbum, e, me deu um incentivo na minha página Memorial da Cidade de Rio Verde-GO. Desde dessa visita sempre me enviava um bom dia, uma boa tarde e uma boa noite. Prestativo, humilde e amigo. Estou com profunda dor no peito, mas tenho o conforto de saber que está na presença de Deus. Homem de um coração generoso, raro em personalidade. Eu senti vontade de ser melhor depois que o conheci. Essa foto foi tirada dia 1º de fevereiro de 2022. Não tem como esquecer da Ximbica do Caldi animando as festas em Rio Verde GO.
Filogomio Pereira Bessa (Sinhozinho), anos 1950, praça 5 de Agosto.
José Antônio Aharon lembrou: “Sinhozinho era um fotógrafo e que fotografou o casamento de minha saudosa mãe e meu Pai em 1960”.
Essa fotografia me foi enviada por Enezir Luiz Badinni, eis um resumo de sua história:
Enezir Luiz Badinni foi locutor propagandista volante em Rio Verde-GO, exclusivo das Casas da Sogra (proprietário Jorge Daher) perto da prefeitura antiga. Enezir é diretor da rádio virtual Antena 2 FM: https://radioantena2.minharadio.fm/ .
PIONEIRO VENDEDOR DE LENHA EM RIO VERDE: GUMERCINDO ROSA DE JESUS.
Residia na antiga rua 7 de setembro Nº 50, hoje Rua Rosulino Ferreira Guimarães, Nº1018, St. Central (na época ficava ao lado da Pensão Mato Grosso). Exemplo de cidadão rio-verdense, entregava lenha naquele tempo como se entrega gás hoje. Foto nos anos de 1950.
Gumercindo foi proprietário do Açougue São Luiz. Seu filho, Enezir Luiz Badinni, ainda morou no mesmo endereço com sua mãe Sebastiana Luiz de Jesus, filha de José Luiz Araújo - era carroceiro em Rio Verde, ela é a senhora na foto que está com a criança no braço. Família oriunda de Rio Verde.
Enezir Luiz Badinni - filho do Gumercindo Carroceiro - comentou: "Aires você lembra deste carrinho que era dos correios? Ele foi leiloado e eu fiquei com ele! Eu vendia laranjas descascadas frente ao Foto Nelson na praça 5 de agosto, estacionava na praça; inclusive tem eu passando frente à Casa Rádio com ele no jornal do primeiro filme da Igrejinha da Serra em super 8 pode perguntar o Betinho (Alberto Rocco).
Eu comprava a laranja na Citro Verde aí perto de nossa casa, próximo ao INSS. Eu comprava as laranjas do Vanderval Lima e as revendia, eu tinha máquina de descascar. Utilizava a moto Vespa para vender, inclusive eu pintei da cor do caminhão deles. Lembro de Rio Verde da chácara do Liziário Araújo até no antigo motor subestação. A rua Dário Alves de Paiva era “Corredor Boiadeiro".
Enezir foi funcionário empreiteiro
da Promoções Televídeo, empresa que trouxe o sinal de TV à Rio Verde. Enezir Badinni trabalhou na montagem da torre
repetidora de TV, instalada ao lado do morro da Igrejinha da Serra, na época
conhecida como terras do Sr. Santo.
“Trabalhei pichando tacos para que
fossem assentados na construção do Colégio Agrícola. Fui lanterninha no Cine Rio
Verde e também, entre outras atividades, eu pegava o caminhão “Pau de arara” que
transportava o pessoal para a colheita de algodão na roça do Rafinho Araújo. Às
seis da manhã, eu aguardava o caminhão na frente do Armazém do Tolino, no Parque
Bandeirante”.
Enezir trabalhou como rádio amador em Rio Verde ao lado de Alcides de Castro, Geraldo Lemes, Manoel Branquinho e outros. Seu prefixo do rádio amador era PX 9 B 2753.
Comprava peças de rádio do sr. Manoel Miranda que era revendedor de peças e também telegrafista da fundação. Enezir lembra que conheceu o Tenente Quintino que era telegrafista da PM. “A comunicação, naquela época, era muito fraca, por meios de radiotelegrafia ”. Em conversa que eu, Aires
Humberto, tive com o Enezir na data de 15/01/2022.
Loja do saudoso Manoel Miranda, ficava ao lado do Posto Presidente, na Avenida Presidente Vargas. A Casa Miranda funcionou até 1992, quando já estava na Rua Goiânia. Nesta época, Manoel Miranda estava doente e Elza Gil Miranda soube conduzir a loja com muita garra e determinação.
São inúmeras lembranças como esta: “Chegava lá e pedia o telefone emprestado, ele levava tempo procurando, então tinha que ir no posto e ligar para encontrar o telefone, porque era tanta montoeira que ele vendia.
AO UTILIZAR OS TEXTOS DO BLOG CITE:
Residência do Sr. João Belo- anos 50 - rua São Sebastião.
João do Nascimento Costa que também tinha o nome de João Reis Costa e conhecido como João Belo que dá nome de avenida na cidade de Rio Verde (Lauro Martins quando prefeito de Rio Verde foi o responsável pela abertura da Avenida João Belo). Natural de Formiga-MG. Era proprietário da Fazenda Modelo – BR 060 indo para Jataí, localizada as margens do Córrego Abóbora. Residia à rua São Sebastião ao lado da Biblioteca Municipal onde possuía uma loja. Contribuiu muito na vida social e política rio-verdense.
Venda do João Belo – Secos e Molhados. Era localizada nas proximidades da Igreja São Sebastião. Neste local, hoje existe um prédio.
O carro é do João Belo, ao lado estão o Otaviano Reis Costa e Júlio Reis Costa.
João Belo (o que está de branco) ao lado de seu sobrinho Otaviano Reis Costa, em cima da pinguela às margens do córrego abóbora, caminho para a sede da Fazenda Modelo do João Belo. Por volta do ano de 1942. Informou: Washington Loiss Costa e Silva.
Na foto, João Belo verificando um Mata Burro.
Na Revista Society – Fundador Wellington Tibeira (in memorian) by Hugo Ataídes e Adriana Medeiros. Edição 18 - junho/julho 2003. Na página 34 se encontra:
“Nos idos de 1940, em um jardim da capital paulista, o registro da elegância da época nas pessoas de João Belo que foi articulador da Revolução de 30, fundador da UDN e fazendeiro, e de Nestor Fonseca, que viria a ser prefeito da cidade de Rio Verde anos depois.
Diz um adágio popular que “o tempo é o senhor absoluto da razão”. Pois bem, está provado. Quando definiu o local da nova rodoviária, o então prefeito, Iron Nascimento foi fortemente criticado, pois nos dizeres da época a obra estava “longe da cidade”, “no meio do cerrado”, “onde Judas perdeu as botas” etc. Não faz muito tempo... era o ano de 1983. Hoje, a estação se encontra em pleno centro de Rio Verde, e os tamanduás já não passeiam por aquelas freguesias faz muito tempo.
A verticalização da cidade, nos dias atuais - 2003, é uma tendência irreversível. Eles já são doze edifícios. Em construção existem mais sete. Mas em 1978 era quase um “desvaneio” erguer um. Pois a cidade “não comportava” tal investimento. Era preciso coragem para enfrentar o desafio sem a mão de obra qualificada e a tecnologia, até então, indisponíveis na região. O primeiro prédio de Rio Verde, construído pelo pioneiro Alaôr Caetano. Hoje, no prédio funciona o Hotel Honorato Plaza”. – Colaboradores desta Revista Society em 2003: Dr. Gonzaga Jaime, Vera Martins, Luismar Rocha, Sandra Dahdah, Lúcia Campos, Maisa Gouvêia, Gêniton Durigon, entre outros.
História do entrelaçamento das famílias: Moraes, Nascimento e Martins.
Bárbara Rodrigues de Moraes, mãe de Rafael Nascimento, era irmã de Almiro Rodrigues de Moraes, nascidos na antiga Vila Boa (cidade de Goiás). Em 1921 saíram juntos, a cavalo, Almiro e Rafael, e em Palmeiras de Goiás se separaram porque Almiro de Moraes decidiu instalar nessa cidade o seu consultório dentário, enquanto o sobrinho, Rafael Nascimento, seguiu em direção a Rio Verde. Algum tempo se passou e Almiro de Moraes tomou o mesmo rumo e aqui em Rio Verde se casou com Maria Guimarães de Moraes, dessa união, nasceu Marly Moraes Martins - esposa de Luzardo Frederico Jayme Martins, irmão do ex-prefeito Lauro Martins, filhos do ex-prefeito Jerônimo Martins. - Fonte: Resumo Biográfico Iron Nascimento, do autor Filadelfo Borges de Lima, Editora Kelps,Goiânia, 2010.
Nota do falecimento de Almiro de Moraes: “Faleceu na capital do Estado, o Sr. Almiro Rodrigues de Moraes, natural de Rio Verde, onde exercia o cargo de vereador.
O seu falecimento fez com que esta cidade cerrasse as portas do comércio em sinal de reconhecimento e consideração por aquele que trabalhou, ali o dia de sua morte em favor no progresso de Rio Verde sua terra natal”. – Dados extraídos do jornal O ALVORADA, de 06 de abril de 1965.
Foi homenageado com um busto, na Praça Gonzaga Jayme, que diz na placa:
HOMENAGEM AO DR. ALMIRO RODRIGUES DE MORAES
Pela sua generosidade, pela sua arte como primeiro cirurgião dentista e vereador. Ajudou a construir o sorriso dos rio-verdenses. 1902 – 1965.
Cabe aqui, falar do Padre Gonzaga (Luiz Gonzaga de Camargo Fleury), um dos maiores vultos goianos, presidiu a Província de 1837 a 1839 e foi redator do Matutina Meiapontense, o primeiro jornal de Goiás, que circulou de 1830 a 1834, fundado pelo comendador Joaquim Alves de Oliveira. O padre Luiz Gonzaga era pai de João Gonzaga Jaime de Sá (nascido em Pirenópolis em 1831 e faleceu em 1908) que foi o pioneiro da formação genealógica a ter o nome Jaime.
URBANIZAÇÃO (1987): A estrutura urbanística de Rio Verde se compõe de um milhão e duzentos mil metros quadrados de pavimentação asfáltica, 100 mil árvores plantadas, 22 praças, havendo, também, vários distritos com boa infraestrutura urbanística”.
Rosulino Ferreira esquina com Avelino Faria. Nota-se muitas árvores...
Era bem arborizada, como também mostra esta fotografia acima, tirada a partir da então Rádio Difusora e se vê no alto o Instituto de Menores IAM.
A Escola Superior de Ciências Agrárias de Rio Verde - Esucarv - também arborizada, aqui localizando-se na Rua São Sebastião:
Voltando à década de 60:
Sexta Zona Aérea agradece comunicação – Depois das deturpadas explorações feitas pela imprensa nacional em torno do “caso dos teco-tecos em Rio Verde”, é nos grato a transcrição do seguinte memorando recebido pelo Executivo Municipal: - “Brasília, 12 de fevereiro de 1965 – Ilmo. Sr. Dr. Paulo Campos – D. Prefeito Municipal de Rio Verde – Queira V.S. aceitar em meu nome e no do Exmo. Sr. Cmt. da Sexta Zona Aérea, sinceros agradecimentos pela gentileza que teve de nos enviar o telegrama comunicando a visita do Engenheiro Dr. Cesar Delamare da Cia Minerva, que foi a essa cidade acertar detalhes para a instalação do canteiro de obras para início da pavimentação do campo de pouso de Rio Verde.
Aproveito a oportunidade para ressaltar a importância dessa obra, bem como, a sua utilidade para a região de Rio Verde, fruto da capacidade administrativa de V.S., aliada aos mais elevados propósitos de bem servir ao Brasil que o tornam credor de nossa estima e admiração.
Atenciosos cumprimentos, E. Breves – Cel. Av”.
Maior significado adquiri este memorando se observarmos que tem ele o sinete de Ministério da Aeronáutica e é do próprio punho do Coronel Breves, que aqui esteve para verificação do “caso”. – O ALVORADA, nº 17, Ano I, Rio Verde, 6 de abril de 1965.
O jornal O ALVORADA – Fundadores: José Carlos Barros e José Costa Martins – ano 1, Rio Verde, 28 de junho de 1965, nº 21: “Serviços de preparo da pista do aeroporto, para receber o asfaltamento, em ritmo acelerado. A firma encarregada dos serviços espera entregar o aeroporto devidamente asfaltado até fins de setembro deste ano.
São 1.500 x 45 metros de pista asfaltada, no valor global de Cr$ 810 milhões de cruzeiros, ou seja quase um bilhão de cruzeiros.
Embora seja uma obra a cargo do Ministério da Aeronáutica, ninguém pode discutir o mérito e a participação efetiva e indiscutível do senhor prefeito em conseguindo mais este excepcional benefício”.
No ALVORADA de 18 de julho de 1965, nº 22, se acha:
“REINICIADAS AS OBRAS DO AEROPORTO – Reiniciaram dia 6, os serviços no aeroporto local, com a vinda a esta cidade do Capitão Lobo, fiscal da obra, que veio cuidar de seu reinício.
A obra tinha sido paralisada por um comunicado oficial por parte do Brigadeiro Eduardo Gomes à firma empreitara, por motivos desconhecidos, visto o IUC – Imposto único de Combustível, haver liberado 600 milhões para sua realização, mais 1 bilhão e 600 mil para reajuste de contrato, e mais 1 bilhão para eventuais – o que soma mais de 3 bilhões de cruzeiros para a realização de uma obra orçada em 810 milhões que constitui elevada importância ao Sudoeste.
Já reiniciados os serviços de terraplanagem, depois da reapresentação do contrato, a obra continua em movimento.
DA C.E. 1 MILHÃO À CARIDADE RIO-VERDENSE – O diretor da Caixa Econômica, no Estado, sr. Calixto Antônio, conseguia do excesso de lucro normal da Caixa, 1 milhão de cruzeiros para 2 órgãos de beneficência de Rio Verde. De hum milhão de cruzeiros, 500 mil foram doados ao Instituto de Assistência a Menores e o outro tanto à Assistência e Proteção a Maternidade. O fato ocorrido há vários dias, somente agora chegou ao nosso conhecimento, não deixando contudo, de merecer, o sr. Calixto Antônio, os panegíricos, conjugados aos sinceros agradecimentos, por parte dos beneficiados como também partindo da imensa família rio-verdense.
LANÇADA A CONCORRÊNCIA DA BR 452 – Segundo fontes oficiais foi lançada a concorrência da rodovia BR 452 (outrora denominada BR 54) que liga Rio Verde a Itumbiara.
Os serviços estão orçados em 980 milhões de cruzeiros e se referem à implantação básica.
A realização desta obra de enorme importância para o sudoeste muito ficará devendo aos esforços, sem medida envidados pelo prefeito Paulo Campos, que, aliás para tanto, foi convidado especialmente pelo governador Ribas Junior a fim de manterem relações mais específicas no que se refere à construção da aludida rodovia para posteriormente apresentá-la ao Presidente Castelo Branco”.
CASARÃO GONZAGA JAYME
O primeiro prédio construído em tijolo e alvenaria (os demais eram em adobe em pau-a-pique) pertenceu a Frederico Gonzaga Jayme, recém-chegado de Pirenópolis, curioso em ciências médicas, juntamente com Francisco Seabra Guimarães.
O major Frederico Gonzaga Jayme (Intendente Municipal 1903 a 1907 e 1927 a 1930) com sua esposa dona Muzarta Siqueira Jayme. Fotografia extraída do livro Rio Verde Histórico, na página 112 – Aspectos Históricos de Rio Verde (Goiás). Ano 1971 - Gráfica e Editora EDIGRAF S.A. – São Paulo – Brasil. Obra do advogado ONALDO CAMPOS.
UMA RELÍQUIA HISTÓRICA QUE GENTILMENTE, O SAUDOSO DR. BAIRON ARAÚJO ME CEDEU PARA ESCANEAR.
Procurei traduzir da melhor forma como entendi, esta preciosidade escrita por Frederico Gonzaga Jayme direcionada para o pai do Bairon Araújo, sr. João Domingos de Araújo, ao meu ver diz o bilhete:
RECADO DO SEU AMIGO
FREDERICO GONZAGA JAYME
RIO VERDE, (...) MARÇO DE 1925
AMIGO JOÃO DOMINGOS
BOA TARDE
PEÇO-LHE POR ESPECIAL FAVOR ME EMPRESTAR A CARABINA, ENTREGANDO-A AO PORTADOR DESTE.
FUNERAL DO ILUSTRE SR. FREDERICO GONZAGA JAYME - 1935
A fotografia acima foi retirada do livro na página de nº 219: RIO VERDE - Apontamentos para a sua história, tem a Ficha Catalográfica C972r - Cunha Neto, Oscar. Documentário ilustrado. Goiânia, Gráfica e Editora O Popular, 1988. 448 p. mais 16 p. de encarte. Bibliografia – 1. Rio Verde-História. I. Título. CDU: 981.732 Rio Verde. Catalogação na fonte pela Bibliotecária Cláudia Oliveira de Moura. Impresso no Brasil. Copyright by Oscar Cunha Neto.
FREDERICO JAYME (Major Frederico)
Um dos filhos do padre Gonzaga foi João Gonzaga Jayme de Sá que, casando-se com Maria Tomásia Batista teve, entre outros filhos, Frederico Gonzaga Jayme – um dos maiores vultos rio-verdenses – nascido em Pirenópolis no dia 09/08/1873. Contraiu núpcias com Muzarta Siqueira, também pirenopolina e com ligações familiares em Anápolis. O casamento se deu em 14/10/1893. Em 1898, em lombo de burro, o casal se deslocou para Rio Verde trazendo o primogênito Itagiba Gonzaga Jayme, que veio a se tornar fazendeiro no seu município adotivo.
Frederico assume papel de liderança em Rio Verde elegendo-se intendente nas eleições de 20/09/1903. No dia 07 de setembro de 1908 se elege deputado estadual, reelegendo-se no dia 07 de setembro de 1912 e voltando a ser eleito intendente no dia 20/09/1927. Foi o último ocupante deste cargo antes que a função passasse a ser denominada de prefeito.
A Revolução de 1930 que desceu os Caiado do poder demitiu Frederico do governo rio-verdense e nomeou prefeito Antônio Martins Borges, sogro de Pedro Ludovico, que passou a ser o cardeal da política do Estado de Goiás. Com a nova ordem implantada em consequência do movimento de 30, Frederico e César Bastos, que eram caiadistas, foram para a oposição.
Frederico Jayme – popularmente Major Frederico – faleceu no ano de 1935 e seu corpo foi velado na residência de um dos seus genros e que veio a ser expressiva liderança política em Rio Verde, o senhor Jerônimo Martins, vulgo Jerônimo Turco (prefeito de 1947 a 1951). A referida casa situa-se à Rua Rafael Nascimento, nas proximidades da agência do Banco do Brasil. Jerônimo era casado com Dalila e deste enlace nasceram vários filhos, entre os quais Lauro Martins, prefeito de Rio Verde (1970 a 1973) e ex-vereador. – FONTE: Texto escrito por Filadelfo Borges de Lima. Tema: VULTOS RIOVERDENSES. Publicação: Brasil Oeste.
Nilson Jaime comentou: "DALILA JAYME MARTINS (n. 12/12/1900 – f. 25/02/1972), seu esposo JERÔNIMO ANTÔNIO MARTINS (n. 22/03/1897 – f. 21/11/1978) e todos os filhos".
Fundos do Casarão Gonzaga Jayme
CASARÃO GONZAGA. Foi construído em 1888 e funcionavam vários comércios da família Gonzaga Jayme, lojas de materiais de construção. Esse prédio ficou abandonado por décadas. Na administração (2000-2004) ele foi reformado e dia 18/03/05 – foi sua inauguração. FONTE: © 2013 Prefeitura de Rio Verde – Goiás. Foto Extraída de www.facebook.com/sectur.rioverde
(Atualmente) “A cidade de Rio Verde teve seu crescimento forjado através da força do agronegócio que aqui prosperou. Soja, milho e sorgo fizeram da cidade referência nacional em produção e desenvolvimento. A atividade agropecuária também colocou Rio Verde no mapa das referências em genética bovina. Por isto, todos os anos a cidade é palco de importantes feiras do agronegócio, atraindo diversos compradores, expositores de máquinas e diversas tecnologias para o campo.
No ecoturismo Rio Verde oferece muitas opções para quem gosta do turismo ecológico. São inúmeras cachoeiras nas regiões dos Distritos: Água Limpa, Fama, Pitanga, Rio Preto e São Tomás, sem falar no cerrado exuberante que possibilita a prática de diversos esportes radicais”. – Fonte: https://www.rioverde.go.gov.br/turismo-cidade/
“Economia: Rio Verde representa a 3ª maior arrecadação de ICMS e a 4ª maior economia do Estado, com PIB Total (2016) de R$ 8,34 bilhões, respondendo por 4,6% do PIB de Goiás. O município tem como pilar de sua economia o agronegócio, com destaque para as agroindústrias.
É a maior cidade e polo da região Sudoeste de Goiás, com zona de influência em 31 municípios com população calculada em mais de 720 mil habitantes; possui renda per capita (2016) de R$ 39.289 e salário médio de R$ 2.329,63.
Os Setores de Comércio e Serviços são bem desenvolvidos, incluindo 2 shopping centers e diversas redes de lojas. A participação das atividades econômicas no valor adicionado bruto em 2016 ficou distribuída em 59,6% para Serviços, 23,1% para Indústria e 17,3% para Agropecuária.
Mão de Obra: De acordo com dados da RAIS (2017), 42,1% dos empregados formais estão atuando no setor de serviços, 23% na indústria, 20,7% no comércio e 11,7% na agropecuária.
A formação de mão de obra conta com várias instituições públicas e privadas. O sistema “S” está presente com unidades do SENAI, SEBRAE, SENAC, SENAR e SENAT.
Comércio e Serviços: O comércio de Rio Verde oferece produtos e serviços necessários para a vida moderna. Além dos empreendimentos locais, a cidade conta com empresas de âmbito nacional, presentes nos principais centros do país, tais como: Havan, Atacadão, Assaí Atacarejo, Magazine Luiza, Novo Mundo, Casas Bahia, Ricardo Eletro, Eletrosom, Óticas Diniz, Subway, Rihappy, Giraffas, McDonald’s, Burger King, Griletto, Bob’s, Montana Grill, Cacau Show, Habib’s, Drogasil, Pague Menos, Marisa, Renner, Riachuelo, C&A, Americanas, Detroit Steakhouse, Arezzo, Chili Beans, Cineflix, Cine A, O Boticário, dentre outras.
Concessionárias e bancos: A disponibilidade de concessionárias e redes de serviços de várias marcas, como: Chevrolet, Wolksvagen, Ford, Fiat, Hyundai, Citroën, Yamaha, Honda, Toyota, Mitsubishi, Nissan, Mercedes Benz, Harley-Davidson, John Deere, CASE, Valtra, Massey Ferguson.
A rede bancária conta com dezenas de agências dos principais bancos: Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Caixa Econômica Federal, Santander e cooperativas Sicoob e Sicredi.
Feiras e eventos: TecnoShow – realizada anualmente no mês de abril, pela Comigo, é a maior feira de tecnologia para o agronegócio do Brasil em volume de negócios (R$ 3,4 bilhões); em 2019, em sua 18ª edição, registrou 118 mil visitantes, visita de comitivas de 20 países e 550 expositores; http://www.tecnoshowcomigo.com.br/sobre
SudoExpo – maior feira multisetorial do Centro-Oeste Brasileiro. Realizada bianualmente pela Associação Comercial, Industrial e Serviços – ACIRV
Expo Rio Verde – exposição agropecuária realizada anualmente pelo Sindicato Rural de Rio Verde. Conta com exposição de animais e tecnologias, shows e melhor Rodeio em Touros, eleito com vários prêmios nacionais.
Indústria: É o principal exportador do Estado de Goiás em valores, 1º lugar em valor adicionado na agropecuária e maior produtor de grãos do Estado.
O município abriga grandes indústrias, como BRF (Perdigão/Sadia), COMIGO (3ª maior cooperativa agroindustrial do país), Internacional Papers, Videplast, Cargill, Mosaic, Louis Dreyfus, Brasilata, Grupo Tec-Agro, Grupo Cereal, Sementes São Francisco, Cereal Ouro, Sementes Caraíba, Crown, dentre outras.
Logística: A logística é parte estratégica no desenvolvimento de Rio Verde. Sua localização central na região Centro-Oeste e, consequentemente no país, posiciona Rio Verde entre as regiões Sul e Sudeste, com maior densidade populacional e historicamente mais industrializadas e o Centro-Oeste, Norte e Nordeste, em plena expansão.
Transporte aéreo – com voos diários operados pela empresa Azul Linhas Aéreas, é a única cidade do interior de Goiás com voo comercial regular diário (Campinas/SP – Rio Verde – Campinas/SP);
Rodovias Federais:
BR-060 – interliga a Goiânia, Brasília, Tocantins, Pará, Bahia e demais estados da região Nordeste – no sentido norte; no sentido sudoeste às cidades de Jataí, Mineiros, e Estado do Mato Grosso; conexões com as BRs 364 e 365;
BR-452 – interliga à cidade de Itumbiara e Estado de Minais Gerais (com acesso à BR-153) e demais Estados da região Sudeste;
Rodovias Estaduais:
As rodovias estaduais dão acesso à demais cidades da região e aos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Tocantins.
Ferrovia Norte-Sul:
É o principal eixo ferroviário do Brasil, interligando o centro aos portos de Itaqui/MA e Santos/SP. Foi concedida à iniciativa privada pelo Governo Federal em março/2019. A concessionária vencedora – Rumo S.A – prevê colocar a ferrovia em operação até 2021. A ferrovia corta o município de Rio Verde a 18 km da cidade, onde está sendo desenvolvido o projeto de implantação da Plataforma Multimodal de Cargas em parceria com empresas que produzem e operam na região.
Pesquisa e Inovação: Principais áreas de pesquisas - agronegócios, saúde e tecnologias industriais. Polo de Inovação - único polo EMBRAPII habilitado no Estado de Goiás, apto a desenvolver pesquisas aplicadas em parceria com iniciativa privada com subsídio de 2/3 dos recursos do projeto. Ecossistema de Inovação ativo e em pleno desenvolvimento (Área 64). Lei Municipal de Inovação já aprovada e sendo implementada.
Atração de Investimentos: PRODEN-RV – Programa de Desenvolvimento Econômico de Rio Verde: criado para incentivar investimentos de grande porte, tem como principal atrativo a doação de áreas públicas destinadas a implantação de plantas empresariais, de forma extremamente rápida e com segurança jurídica para as empresas e para o município; (Case de sucesso: a implantação da multinacional americana Crown Cork);
Benefícios Fiscais: isenção de taxas e impostos municipais;
Comitê de aprovação de projetos: análise conjunta dos órgãos responsáveis por aprovação de projetos, evitando informações desencontradas e perda de tempo;
Licenciamento Ambiental – realizado de forma ágil, no próprio município;
Produzir – Programa Estadual de Incentivos Fiscais que oferece redução de ICMS e financiamento de investimentos;
FCO – Fundo Constitucional do Centro-Oeste – financiamento de projetos industriais com recursos federais com juros subsidiados;
Apoio ao Investidor: Oferecemos acompanhamento e apoio de todos os órgãos do município, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável, do início do projeto até a conclusão do empreendimento e entrada em operação.
Nos colocamos à disposição para mais informações através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável – Secretário Denimarcio Borges de Oliveira (contatos: 3620-4130 – desenvolvimento@rioverde.go.gov.br)”. – Extraído de: https://www.rioverde.go.gov.br/economia-cidade/, acesso em 26/01/2024.
Como era o túnel no ano de 2011
DUPLICAÇÃO DA BR 060 EM 2013 - Nas proximidades da Vila Renovação.
“Destruir a Memória da Cidade é Mania Antiga – Despreocupado, o rio-verdense vem destruindo a memória da cidade como se pudesse apagar o seu passado e, ele nada representasse para as futuras gerações.
Pouco ou quase nada mais restam, das nossas obras de valor histórico ou artístico: O Grupo Eugênio Jardim com a sua fachada magnífica foi demolido pelo prefeito Eurico Veloso. A mais antiga Caixa D’água de Goiás, foi demolida pelo prefeito Dr. Lauro Martins, em 1971 e, mais recente, o prefeito Iron Jayme Nascimento vendeu o prédio da antiga prefeitura que será, muito em breve, deitado ao chão.
As praças e as áreas de reservas, não foram poupadas, a começar pela histórica Praça Ricardo Campos, antigo Largo do Chafariz.
Conta-se, que José Rodrigues de Mendonça resolveu assinar o título de doação das terras ao patrimônio de Nossa Senhora das Dores, justamente ali no local, que mais tarde, seria a Praça Ricardo Campos. La chegando, procurou abrigar-se à sombra de uma faveira, sob a qual foi consumado o ato de doação.
A árvore, tornou-se um símbolo e, os moradores regavam as suas raízes, procurando prolongar a sua vida.
Certa época, foi designado para manter a ordem pública no arraial das abóboras, o Alferes Avelino. Autoritário e arrogante, Avelino repreendeu o cidadão Chico Veloso, homem ordeiro, porém dado a discussões e falava muito alto. Chico ficou revoltado com a repreensão e retrucou à autoridade, dizendo, que forasteiro como ele, referindo-se ao Alferes Avelino, ele mandava amarrar na faveira e depois surrar.
Avelino, em resposta, mandou cortar a árvore, providenciando logo um machado emprestado na vizinhança. O povoado era pequeno e a notícia espalhou rapidamente. Todos discordavam da atitude do Alferes, porém, ninguém ousou tentar demovê-lo do obstinado propósito.
O professor João Alves, segundo registra a história, reuniu ali os seus poucos alunos para assistir a cena de vandalismo. Andando de um para outro lado, lamentava o acontecimento, enquanto a árvore histórica era derrubada, pelos golpes do machado.
Quantos Alferes não existem por aí. Muitos por ação e, a maior parte por omissão. Estamos habituados a assistir agressões contra a memória da cidade, passivamente.
De nossa parte, tais fatos não nos passaram desapercebidos: Quando o Dr. Lauro Martins demolia a Caixa D’água, lavramos o nosso protesto através do Jornal “A Voz de Rio Verde”, quando o prefeito Iron Nascimento, propôs a venda do Prédio da Prefeitura à Câmara, votamos contra e protestamos veementemente da Tribuna. O nosso, no entanto, continua sendo um voto vencido. – Escreveu: Alaôr Caetano Ataides. Jornal O Liberal, de agosto de 1982.
(Notícia do ano de 1965) – “Água filtrada, em prestações. Jerônimo Martins e filhos, firma de Rio Verde, colocou-se à disposição da ACAR-GOIÁS para vender filtros a prestações para a família rural.
Esta medida certamente poderá facilitar a eliminação da verminose, já que especialistas afirmam “Só o uso de privadas e filtros eliminará definitivamente a Verminose no Brasil”.
O Sr. Luzardo Martins, um dos proprietários da firma e um dos conselheiros da ACAR-GOIÁS vem colaborando com o serviço de extensão há bastante tempo.
Soldados goianos apoiam a ACAR-GOIÁS – O comando do IIº Batalhão da Polícia Militar sedeado em Rio Verde, ouviu com grande interesse uma palestra sobre o serviço de Extensão Rural, proferida pela equipe de extencionistas rurais.
O motivo da palestra prende-se ao fato do Sr. Comandante Te. Cel. Eduardo Neves Barbosa procurar integrar, pelos métodos desenvolvidos na ARCAR-GOIÁS, o espírito civilista dos soldados goianos.
Na oportunidade, pôde o comando colocar-se à disposição da entidade, revelando propósitos de apoiá-la em todo o seu serviço.
ACAR-GOIÁS já há 4 anos, vem desenvolvendo um trabalho que eleva social e economicamente o município de Rio Verde.
Ao término foi oferecido aos conferencistas um coquetel de congraçamento”. – O Alvorada, de 20/12/65.
INAUGURAÇÃO DA COMPANHIA TELEFÔNICA RIO VERDE (década de 60)
DIRETORIA: Newton Pereira de Castro, Evangelino Ferreira Guimarães, Jerônimo Carmo de Moraes.
CONSELHO: Afonso Rodrigues do Carmo, Edmundo Rodrigues, José Machado Silva, Clodoveu Leão de Almeida, Ênio Jayme Fernandes, Juventino Ferreira de Castro, Mozart Veloso do Carmo, Paulo Campos, Lauro Martins, Gonzaga Jayme, Walter P. de Castro.
PREFEITO MUNICIPAL: Paulo Campos.
GOVERNADOR DO ESTADO: Ten. Cel. Mauro Borges Teixeira.
C.O.S.T - Companhia Organizadora de Serviços Telefônicos.
O Jornal O Alvorada, na sua edição de 19/03/65 publicou:
“TELEFONES: SERÃO INSTALADOS MAIS 300 APARELHOS – Falando à reportagem deste jornal o presidente da Companhia Telefônica Rio Verde, sr. Juventino Ferreira, esclareceu ser óbvia e autêntica a notícia de que daqui a 5 meses a cidade terá mais 300 aparelhos telefônicos instalados, época em que serão inaugurados.
Continuando – esclareceu também que os serviços já foram iniciados sob os cuidados da ETI – representante da Siemens – que tem nesta cidade como Técnico o sr. Mário Frinardi.
A rede atual que vem servindo a cidade deverá ser também substituída pelo material que servirá à rede que receberão os 300 aparelhos e que é a mais moderna do país em caráter.
Sua distribuição – para maior clareza, faz-se assim: Os fios dentro das casas são denominados BAP/JK; os colocados em volta das casas são denominados, por sua vez, Drop With 2 por 22. Os cabos de 10 a 300 pares, aéreos – TCT/SU. Os fios subterrâneos TCT/E.
A implantação desta nova espécie de rede deverá, seguramente, livrar-nos de todos os defeitos que sofre a rede atual. Para tanto basta dizer que a nova rede será à prova de umidade, denominando-se rede elástica do padrão ETI, feita para 600 linhas com capacidade para 1000 linhas. O material usado pela ETI é o melhor material possível – como nos declarou o seu técnico, sr. Mário Frinardi.
Outra notícia importante nos foi prestada pelo sr. M.F. que disse que enquanto a rede atual estiver sendo mudada nenhum aparelho deixará de funcionar, pois a atual rede será desligada depois que a nova – que será feita ao lado da atual, estiver pronta e já ligada.
DR. CHAFIC ANTÔNIO É O NOVO DIRETOR SUPERINTENDENTE DO C.T.R.V. – Eleito no último dia 10 de março ao cargo de Diretor Superintendente da Cia Telefônica Rio Verde, o Dr. Chafic Antônio tomou posse do cargo, em substituição ao falecido Nivaldo R. da Cunha, tão logo viu-se eleito.
Posse na Administração – Três dias depois de sua eleição o novo Diretor Superintendente assumiu a administração da C.T.R.V. por volta das 14:30 horas, perante os demais componentes da Diretoria.
Entrevistado – Abordado por esta reportagem, veio ele a esclarecer vários planos que já tem forjados, com a intensão de solidificar os trabalhos da CTRV. Um deles é a organização que fará proceder com relação aos serviços prestados pela Companhia aos Srs. acionistas, obedecendo ao máximo rigor que impõe a técnica moderna.
Plantão Noturno – Está também nas suas pretensões administrativas a implantação do Plantão Noturno de Telefonistas, a fim de que possam os acionistas usarem dos serviços de informações no período da noite.
Novos Telefones - Frisou ainda, o novo Diretor Superintendente, a importância dos 300 aparelhos Telefônicos a serem brevemente instalados na cidade, sobre os quais vem mantendo intensa luta no sentido de abreviar para o mais rápido possível o seu término.
Tentará – Ainda em palestra com esta reportagem o Dr. Chafic Antônio, expressou que tentará junto à Detelgo ou C.T.B. para que, a implantação do serviço de interurbano desta cidade, possa ser feito a cabo e não por meio de Rádio como é. Acerca disto disse obviamente: “Não prometo consegui-lo, mas tentarei com todo o dinamismo, de minha parte, possível”.
RELAÇÃO DE ACIONISTAS DA COMPANHIA TELEFÔNICA RIO VERDE:
(Citarei aqui, para que não fique muito longo, somente os primeiros, notadamente, até o número 20).
1 – Sebastião Arantes
2- Walter Pereira de Castro
3- Nizo Jayme de Gusmão
4- Gonzaga Jayme
5- Olavo de Moura Bentes
6- Altino Rodrigues da Silva
7- Juvenil Nogueira Duarte
8- Francisco de Andrade Pôrto
9- Hospital Santa Terezinha Ltda
10- Olegário Magalhães Filho
11- João Barbosa Netto
12- Ernesto D’avila Leão
13- Germano A. Carvalho Costa
14- Luiz Braz da Silva
15- Belmiro Cândido de Abreu
16- Haydée Aparecida Arantes
17- Tércio Campos Leão
18- Eurípedes Ferreira de Castro
19- João da Costa Leão
20- Manoel Veloso do Carmo
Fotografia do ACERVO DE OSCAR CUNHA NETO. Atrás estão, Dr. Wellington Pereira de Castro e Amanda Campos (irmã de Paulo Campos). Na frente, em primeiro plano o Dr. Paulo Campos (prefeito na época) tendo à sua esquerda Juscelino Kubitschek (foi presidente do Brasil de 1956 a 1960 e foi o responsável pela construção da nova capital, Brasília), e à sua direita Sebastião Arantes que foi prefeito de Rio Verde de 1955 a 1958.
Paulo Campos foi prefeito (1960 a 1965).
“O Diretor da ETI explana sobre a nova rede telefônica - A reportagem foi até o escritório da ETI em Rio Verde, a fim de colher informações sobre a nova rede telefônica de Rio Verde, informações estas dadas pelo Diretor dos Empreendimentos Telefônicos e Industriais Ltda, Sr. Wellington Câmara:
P. – Os materiais já estão adquiridos?
R. – Todo o material a ser empregado no serviço de ampliação de mais de trezentos ramais, e na montagem de uma nova rede telefônica com a capacidade para mil linhas, já estão totalmente adquiridos.
P. – Os materiais já se encontram nesta cidade?
R. – Os novos cabos telefônicos para início da montagem da nova rede telefônica, das quais as primeiras bobinas de cabos já foram entregues pela FICAP (Fios e Cabos Plásticos do Brasil S/A.); enquanto que os cabos foram entregues ao Expresso Universo do Rio de Janeiro na última quinzena de março, devendo chegar em Rio Verde no mais breve possível, para início das montagens.
P. – Quando serão entregues os aparelhos telefônicos para os usuários?
R. – Os aparelhos para instalação nas residências dos novos usuários, serão entregues ainda este mês. Quanto ao atraso verificado anteriormente, justifica-se por motivos de força maior, alheio à vontade da ETI, uma vez que a Siemens do Brasil, fornecedora dos mesmos, não foi possível entregar em tempo hábil.
P. – Como serão arrecadadas as prestações?
R. – Embora a ETI seja a promotora do recebimento das prestações, a administração desse dinheiro, por força contratual está a cargo da Cia. Telefônica, que está efetuando o pagamento das aquisições de materiais destinados as obras na proporção do andamento do serviço.
P. – Haverá garantia absoluta nos serviços?
R. – A nova rede telefônica obedecerá um padrão de montagem inteiramente funcional com a garantia absoluta de um perfeito funcionamento, em vista do seguinte:
a) os cabos empregados são à prova de umidade, e não são atacados por insetos daninhos, assim sendo, não haverá brocas nos cabos e nem defeitos nos tempos chuvosos.
b) a nova rede contará com quatorze armários metálicos iguais os empregados nos grandes centros, e fixado em vários pontos da cidade que distribui para as caixas terminais nos postes.
c) os telefones novos e antigos serão totalmente ligados à nova rede, que contará com uma reserva de 40% de ramais. Na hipótese de mudança de endereço, não serão necessários quilômetros de fios Droop para alcançar uma linha vaga na caixa distribuidora mais próxima.
d) o aperfeiçoamento fabuloso da nova rede telefônica é que não haverá emendas de cabos, uma vez que os armários metálicos sairão tantos cabos sejam necessários para chegar ás caixas distribuidoras.
P. – Já foram vendidos todos aparelhos telefônicos?
R. – Duzentos aparelhos já se acham adquiridos por preços fixos, e o restante, cem aparecerão vendidos em breve, com reajustamento de preço.
P. – Para quando está prevista a entrega total dos serviços?
R. – O prazo de entrega dos serviços está prevista para o mês de outubro deste ano de 1965, mas poderá ser prorrogada por períodos iguais a eventuais atrasos nos pagamentos, que logicamente desiquilibra o plano financeiro.
P. – Por quem será feita a Central Telefônica de Rio Verde?
R. – A montagem da Central Telefônica será feita por engenheiros experimentados da SIEMENS DO BRASIL que oferece o seu completo serviço técnico”. – Extraído: Jornal O ALVORADA – Fundadores: José Carlos Barros e José Costa Martins – ano 1, Rio Verde, 6 de abril de 1965, nº 17.
No ano de 1865 estava inserido em Rio Verde um escasso sistema de correio que ajudou a força expedicionária a fazer comunicação com a Corte quando ficaram acampadas nesta região com destino a Guerra do Paraguai. Assim, Visconde de Taunay relatou em sua obra Marcha das Forças: “Prolongou-se por ordem do Exmo. Sr. Comandante até a vila das Dores do Rio Verde a linha provisória de correios, começada em Uberaba para a nossa comunicação com a Corte, mediante contrato com um dos habitantes do lugar.
Dores do Rio Verde é conhecida vulgarmente por vila das Abóboras. A linha de correios especiais para a expedição que caminhava em direção aos ínvios sertões de Mato Grosso só chegou até aquele ponto, por isso que faltou autorização para faze-la continuar por diante, de modo que muitas vezes ficamos 4 e mais meses sem meios de comunicar com o resto do mundo, privados de notícias e cartas de família”.
Atribuindo ao primórdio da comunicação e do comércio nesta localidade, também vemos:
1869 – “A guerra com o ditador do Paraguai suspendendo as comunicações da província de Mato Grosso com as repúblicas do Rio da Prata e com outros portos comerciais, a invasão do sul dessa província pelo inimigo, fizeram parar a navegação do rio Coxim que estava estabelecida entre Corumbá e o porto do Coxim.
Logo que findar a guerra aparecerá de novo o comércio com o Corumbá e pela facilidade de comunicação e barateza dos preços dos gêneros que são importados pelo rio da Prata, tomará essa navegação incremento e muitas vantagens trará a esta província, especialmente ao município do Rio Verde, que mais próximo fica ao porto do Coxim.
A abertura de uma estrada partindo desta capital (Goiás) para o Rio Verde facilitará a importação dos gêneros aumentando assim a navegação”. – Correio Official de Goyaz – julho de 1869/Edição 275.
1869 – “Ao administrador interino do correio da província. Dizendo ficar inteirado pelo seu ofício de 10 do corrente de que tendo falecido o agente do correio da vila de Dores do Rio Verde Francisco Gomes Machado, o juiz de paz do distrito da mesma vila nomeará para agente interino a João Antônio da Silva Leão, e que smc. aprovará essa nomeação”. – Correio Official de Goyaz – dezembro de 1869/Edição 294.
1871 – “Ao inspetor da tesouraria de fazenda. Comunicando haver concedido, nesta data (24/05/1871), a demissão que pediu Joaquim Manoel Correia, do cargo de agente interino do correio da vila de Dores do Rio Verde”. – Correio Official de Goyaz – maio de 1871/Edição 370.
OBRAS PÚBLICAS
Foto do Acervo de Oscar Cunha Neto, publicada em seu livro Rio Verde: Apontamentos para a sua história, na página de nº 411 (Ponte sobre o rio Verdinho – 1900)
A secretaria de governo da província de Goiás anunciava publicamente a abertura de propostas para quem se dispusesse das construções das obras públicas orçadas. Para informações, poderiam procurar a secretaria onde os orçamentos e plantas ficavam disponibilizados para serem vistos e examinados. As pessoas interessadas eram convidadas a apresentar suas propostas em carta fechada até um dia limite.
Era exigência que as madeiras que se tinham de empregar na construção deviam ser de lei, não prescindindo que os esteios fossem exclusivamente de aroeira ou pau d’arco preto. As pontes e pontilhões deviam ser de madeiras lavradas somente nas partes que ficavam à vista e em todos os lugares de juntas, e aterradas de gorgulho.
Acontecia, do inspetor da tesouraria de fazenda provincial dar ordem a repartição para abrir as portas pondo em praça a passagem de determinado rio para ser arrematada por quem maior lance oferecesse.
No relatório da exploração da estrada do Coxim, compreendendo a parte da estrada entre o Rio Claro e o ribeirão da ponte de pedra, extrai-se do Correio Official de Goyaz, de 26 de maio de 1866, edição nº 138, o trecho a seguir: “Passando o Rio Claro procura a estrada o rumo da ponte de pedra, atravessando as mais altas vertentes dos rios Paraiso e Doce, ou Urubu, como é também conhecido; entra nas águas do Rio Verde grande, cortando os ribeirões Montevideo, Pomba, Rio Verde, ribeirão do Estreito e o da ponte de pedra. Desses ribeirões são mais notáveis o Rio Verde e o da ponte de pedra (Rio das Pedras nas cartas geog.).
A ponte sobre o Montevideo deve ser colocada a poucos metros da que hoje existe. É a partir desse ponto que mudei a direção da estrada até o rio Verde. Com a nova direção encurta-se a estrada de mais de 3 quilômetros, continuando ela a ser sobre um bom terreno, só tendo que atravessar os córregos da Pomba e das Éguas.
No rio Verde existe hoje construída por Lázaro Borges uma grosseira, porém forte ponte de aroeira; não está acabada, faltando as guardas e aterro. A sua posição foi bem escolhida, por isso que, quando mesmo o rio cresça muito as águas antes de chegar ao tabuleiro da ponte, se escoam pela margem esquerda. Já por ordem do digno antecessor de V. Exª orcei o seu valor, e posso assegurar a V. Exª que, pagando o governo um conto de réis faz uma boa aquisição, sujeitando-se, porém, o construtor à concluí-la com mais alguma elegância, para o que está habilitado”. (...).
O que efetivamente veio a se consumar anos depois, como foi noticiado no Correio Official, edição 331, de 20 de agosto de 1870: “(...) mande pagar a Lázaro Antônio Borges a quantia de seiscentos mil réis, que pelo § 2º do artigo 9 da lei nº 438 de 7 de agosto de 1869, foi concedida ao dito Borges, por haver franqueado ao trânsito público a ponte que concluiu a sua custa no Rio Verde”.
CAIAPÔNIA É INCORPORADA AO MUNICÍPIO DE RIO VERDE
Em 1869, a assembleia legislativa provincial de Goiás resolve:
Art. 1º - O distrito da paróquia de Torres do Rio Bonito fica desmembrado do município desta capital, e incorporado ao do Rio Verde. Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário. Sala das comissões, 21 de junho de 1869. – Conego Joaquim Vicente de Azevedo, Antônio Pereira de Abreu, Caetano Nunes da Silva. Que sendo julgado objeto de deliberação toma o nº 3, indo somente a registrar, por ser dispensado da impressão à requerimento de seu autor. Foi lido o parecer da comissão de fazenda provincial orçando a despesa para o exercício de 1870 a 1871, e fixando a despesa para o mesmo exercício, que foi a registrar-se e imprimir para entrar na ordem dos trabalhos, toma o nº 4. - Publicado no Correio Official de Goyaz – Ano 1869/Edição 275.
COMARCA DO RIO VERDE
Decreto nº 4670 de 9 de janeiro de 1871.
Declara de primeira entrância a comarca do Rio Verde criada na província de Goiás.
Hei por bem decretar o seguinte:
Artigo único. Fica declarada de primeira entrância a comarca do Rio Verde, criada na província de Goiás pela lei da respectiva Assembleia Legislativa, n. 154 de 30 de setembro de 1870.
O barão das Três Barras, conselheiro de Estado, senador do Império, ministro e secretário de Estado dos negócios da justiça, assim o tenha entendido e faça executar.
Palácio do Rio de Janeiro, em 9 de janeiro de 1871, 50º da independência e do Império. – Com a rubrica de Sua Magestade o Imperador. – Barão das Três Barras.
Decreto nº 4671 de 9 de janeiro de 1871.
Marca o ordenado do promotor público da comarca do Rio Verde criada na província de Goiás.
Hei por bem decretar o seguinte:
Artigo único. O promotor público da comarca do Rio Verde, criada na província de Goiás, terá o ordenado anual de 900$000.
O barão das Três Barras, conselheiro de Estado, senador do Império, ministro e secretário de Estado dos negócios da justiça, assim o tenha entendido e faça executar.
Palácio do Rio de Janeiro, em 9 de janeiro de 1871, 50º da independência e do Império. – Com a rubrica de Sua Magestade o Imperador. – Barão das Três Barras. – Publicado no Correio Official de Goyaz - Ano 1871/Edição 361.
ÓRGÃOS E AUTORIDADES
A foto foi tirada no Palácio da Intendência
A título de curiosidade, citarei aqui, alguns fatos e nomes que compuseram o quadro de autoridades do distrito de Dores do Rio Verde em seus primórdios:
(1852) -Ao Dr. Chefe de Polícia. Comunicando que nesta data foi nomeado José Francisco dos Guimarães para Subdelegado de Polícia do Distrito do Rio Verde. – Correio Official de Goyaz- Ano 1852/Edição 12.
(1852) -“Ao Bacharel José Rodrigues Jardim, Juiz Municipal do Termo desta Cidade. Enviando por cópia não só o ofício, que me dirigiu o cidadão Francisco Joaquim de Paiva, nomeado 3º Suplente do Subdelegado do Distrito do Rio Verde, que declara haver-lhe Vm. quando exercia as funções de Chefe de Polícia da Província, tomado juramento, sem que ele comparecesse, ou constituísse para esse fim um Procurador; mas também o do Dr. Chefe de Polícia, a quem ouvi a respeito, e que afirma não existir no arquivo da Repartição a seu cargo Procuração desse individuo para a prestação de tal juramento; a fim de que Vm. responda como deferiu esse juramento a um Procurador não autorizado”. – Correio Official de Goyaz - Ano 1852/Edição 14.
(1852) -“A Francisco Joaquim de Paiva 3º Suplente do Subdelegado de Polícia do Distrito do Rio Verde. Dizendo-lhe que se acha prevenido seu Procurador, o Coronel Felippe Antônio Cardoso, para prestar por ele o competente juramento perante o Chefe de Polícia, visto ter sido ilegal esse outro prestado perante o Juiz Municipal José Rodrigues Jardim, quando servia de chefe de Polícia interino, por não existir, no arquivo respectivo, Procuração sua, bem como algumas outras”. – Correio Official de Goyaz - Ano 1852/Edição 14.
(1853) -“Achando-se vago o lugar de Subdelegado de Polícia do Distrito do Rio Verde, o Presidente da Província conformando-se com a proposta do Dr. Chefe de Polícia da mesma, e em virtude do artigo 1º da Lei de 3 de dezembro de 1841, e 25 do Regulamento nº 120 de 31 de janeiro de 1842, nomeia a Bernardo da Cunha Vasconcellos para o cargo de Subdelegado de Polícia do Distrito do Rio Verde do Termo desta Cidade; em cujo exercício entrará depois de haver prestado o competente juramento. Idêntico para 4º Suplente a Felisbino Coelho de Moraes, e para 5º a José Manoel Villela”. – Correio Official de Goyaz - Ano 1853/Edição 2.
Despacho de 26 de dezembro de 1865: “O presidente da câmara municipal do Rio Verde – participando que a meses estão ausentes o subdelegado e o 1º suplente, e que os imediatos moram muito distantes da vila, e por isso existem ali ofícios das autoridades e dos comandantes das forças, dirigidos ao subdelegado sem haver quem os possa abrir. Informe com urgência o Sr. dr. chefe de polícia”. – Correio Official de Goyaz - Ano 1866/Edição 120.
(1867) - “O vice-presidente da província, conformando-se com as propostas do Dr. Chefe de Polícia constantes de seus ofícios números 735 e 736 de 3 de outubro de 1867, resolve nomear as seguintes autoridades policiais para o Distrito de Dores do Rio Verde: Subdelegado – José Caetano de Carvalho. 1º Suplente – Mathias Quintiliano da Silva. 2º Suplente – Francisco de Paula Lara. Manda, portanto, que neste sentido se expeçam as necessárias ordens e comunicações”. – Correio Official de Goyaz - Ano 1867/Edição 205.
Eleitores da freguesia do Rio Verde em 1869: Bernardo da Cunha Vasconcellos, João do Prado Villas Boas, Francisco Quintiliano da Silva, José de Jesus Ferreira, Modesto Coelho de Moraes e José Joaquim dos Santos. Os suplentes: João Antônio da Silveira Leão, Joaquim Valeriano da Silveira Leão, Vigário Serafim José da Silva, Capitão José Joaquim Leão, Francisco Gomes Machado e Joaquim Antônio de Carvalho Leão.
(1869) – “Atendendo a diminuta renda das coletorias do Curralinho, Pouso-Alto, Torres do Rio Bonito, Crixás, Traíras, Vaivem e Pedro Afonso, concordo com o inspetor da tesouraria na supressão destas coletorias passando a fazer parte na ordem estabelecida das coletorias da capital, Bomfim, Rio Verde, Pilar, São José, Catalão e recebedoria de Porto Imperial.
Essas coletorias, segundo informações que tenho, são antes onerosas que lucrativas para a província, e considerando ser mais econômico ter prepostos dos coletores para fiscalizar o pagamento dos impostos nesses lugares, onde são suprimidas as coletorias do que as conservar concordo e sujeito a vossa consideração a proposta, do inspetor da tesouraria”. – Correio Official de Goyaz - Ano 1869/Edição 277.
Em 1871, além da mesa de rendas, existiam na província quinze recebedorias, inclusive a barreira do bacalhau. Eram 24 as coletorias existentes, e todas providas de coletor e escrivão, exceção feita as de Santa Rita e Rio Verde.
(1870) – “Ao juiz de paz da freguesia de Dores do Rio Verde. Rogando, que se sirva, além do serviço público, exigir do escrivão do mesmo juiz, e remeter com a possível brevidade, uma relação circunstanciada de todas as transações obrigadas ao pagamento de meia siza, de que tiver lavrado escritura durante os anos de 1868 e 1869”. – Correio Official de Goyaz - Ano 1870/Edição 322.
(1871) – “Ao inspetor da Tesouraria Provincial. Mandando entregar à Joaquim Manoel Corrêa - Subdelegado de Polícia do Distrito de Dores do Rio Verde, a quantia de 15$000 réis, que adiantou a escolta (guardas nacionais Gabriel Antônio Pinto, José dos Santos Borges e José Pedro Vieira) que daquela vila veio a esta capital conduzindo o criminoso Francisco da Costa Horbylon”. – Correio Official de Goyaz - Ano 1871/Edição 360.
(1871) – “Ao comandante do 2º corpo de cavalaria. Ordenando para mandar apresentar ao juiz municipal suplente do termo desta capital, um soldado pago de seus vencimentos até 15 de abril, para ir em diligência à Vila do Rio Verde. Mandando fazer um pret de forragens a contar de hoje (20 de março de 1871) até 15 de abril para o cavalo em que sai em diligência para o Rio Verde, com o soldado Saturnino Francisco de Almeida”. – Correio Official de Goyaz – Ano 1871/Edição 363.
1871 – “Ao Dr. Chefe de Polícia. Remetendo o incluso nº 27 do periódico Província de Goyaz, no qual vem publicada uma correspondência do vigário da paróquia do Rio Verde e recomendando-lhe que informe se chegou ao seu conhecimento o crime de que trata a mesma correspondência, em que data foi ele cometido, se instaurou-se o competente processo, quais as providências que se tomaram para a prisão dos comprometidos neste crime e qual o resultado delas, bem como quais são os criminosos que ali exercem empregos públicos, tomando desde logo as providências que forem precisas a bem da justiça.” - Correio Official de Goyaz – Ano 1871/Edição 377.
(1871) – Em 21 de março de 1871, João Nunes da Silva, coronel comandante superior da guarda nacional da comarca da capital de Goiás, em cumprimento do disposto na última parte do artigo 4º do decreto nº 722 de 25 de outubro de 1850, nomeou para compor o conselho de revisão do alistamento da guarda nacional da Paróquia do Rio Verde os seguintes Srs: Presidente – capitão José Joaquim Leão. Vogal – José Caetano de Carvalho e tenente Francisco Joaquim de Paiva.
(1871) – “Por decreto de 24 de março de 1871 foi designada a comarca do Rio Verde, desta província, para nela servir o juiz de direito Dr. José Manoel de Freitas”.
“Por oficio de 29 de maio, dirigido ao respectivo ministério, o Sr. Dr. José Manoel de Freitas declarou que aceita a comarca do Rio Verde”.
(1871) – “Em 19 de outubro de 1871 foi nomeado as seguintes autoridades policiais para o Distrito do Rio Verde: Subdelegado de polícia o 1º suplente Mathias Quintiliano da Silva e para 1º suplente do mesmo Herculano José Carneiro de Mendonça”.
(1871) – “Vem à mesa, é lida e aprovada uma indicação da comissão de redação para que se peça à assembleia geral a criação de um colégio eleitoral na comarca do Rio Verde. – Correio Official de Goyaz - Ano 1871/Edição 385.
(1872) – “O Presidente da província, conformando-se com a informação e proposta do Dr. chefe de polícia, constantes do seu ofício nº 60 de 27 de fevereiro de 1872, resolve nomear para autoridades policiais em Rio Verde os cidadãos:
1º suplente de subdelegado – Matheos Quintiliano da Silva.
2º suplente de subdelegado – Modesto Antônio Leão.
3º suplente de subdelegado – Bernardo da Cunha Vasconcellos.
(1872) – Nas comissões censitárias das paróquias da província, em 24 de abril de 1872 a de Rio Verde ficou assim nomeada: Vigário Serafim José da Silva, Herculano José Carneiro de Mendonça, Matheus Quintiliano da Silva, José Francisco Guimarães e José Caetano de Carvalho.
(1872) – “Juízes de direito – Por decreto foi designada a comarca de Macau, de 2ª entrância, na província do Rio Grande do Norte, para nela ter exercício o juiz de direito José Manoel de Freitas, ficando sem efeito a designação anterior da comarca do Rio Verde, nesta província”. - Correio Official de Goyaz – Data da publicação: maio de 1872/Edição 418.
(1872) – “Ao Dr. juiz municipal e de órfãos do termo da capital – Dizendo em resposta ao seu ofício de ontem, que com quanto seja importante o serviço que Smc. tem a fazer no Rio Verde, contudo só deve seguir para ali depois de finalizados os trabalhos do conselho municipal de recurso, porque, como sabe, este serviço prefere a outro qualquer”. - Correio Official de Goyaz – Data da publicação: 11 de maio de 1872/Edição 419.
(1872) – “Ao inspetor de fazenda – O aviso do ministério da fazenda de 17 de fevereiro último recomenda-lhe que procure pessoa que seja idônea para o lugar de coletor do município do Rio Verde, como determina o citado aviso”. - Correio Official de Goyaz – Data da publicação: 11 de maio de 1872/Edição 419.
(1872) – “Expediente do dia 6 de abril – Ato – Resolvendo, de conformidade com a informação do coronel comandante superior da guarda nacional da capital, que o alferes da 1ª companhia da 3ª secção de batalhão do município do Rio Verde, José Gomes da Silva, o qual com a competente guia mudou-se para a paróquia de Anicuns deste município, fique agregado a 7ª companhia do 1º batalhão desta capital”. - Correio Official de Goyaz – Data da publicação: 18 de maio de 1872/Edição 420.
(1872) - “Ao Dr. Juiz de direito da comarca do Rio Paranaíba. – Acaba de chegar ao meu conhecimento as tristes ocorrências havidas por ocasião de uma diligência promovida pelo subdelegado Joaquim Alves de Oliveira do distrito do Rio Verde nessa comarca, da qual resultaram diversas mortes e ferimentos. E desejando que se proceda com todo o escrúpulo e perfeita sindicância sobre o motivo que deu lugar a semelhante diligência, causa das mortes e ferimentos, chamo a atenção de Vm. para o fato, lembrando que será conveniente fazer chegar até o lugar dos acontecimentos o Dr. juiz municipal do termo ou o Dr. promotor público como mais competente, qualquer deles, para colher os dados necessários ao esclarecimento da verdade e punição dos crimes. O que convém principalmente averiguar e se o subdelegado teve fundamentos para encaminhar a diligência; se encaminhou com as formalidades legais; e finalmente se houve resistência da parte dos indigitados malfeitores.
Não deve escapar a atenção de Vm. deixar bem claro o ponto de ter o referido subdelegado praticado a diligência em território do seu distrito ou em alheio e neste último caso, se obrou com conhecimentos de causa, ou na ignorância pela confusão em que possam estar por ali os limites territoriais.
Espero do zelo de Vm. que tome todas as medidas que a gravidade do caso exige tornando desde logo efetiva a responsabilidade da autoridade policial, e me habilite com suas informações a tomar as providências que não estejam ao seu alcance”. - Correio Official de Goyaz – Ano 1872/Edição 423, junho de 1872.
(1872) - “A comarca do Rio Verde ainda não foi instalada porque o juiz de direito Dr. Manoel José de Freitas, nomeado por decreto de 24 de março de 1871, não entrou em exercício, e foi removido para outra comarca, sendo nomeado para ela, por decreto de 27 de março, o Dr. Virgílio Alves de Lima Gordilho.
Juízes Municipais: Na província há 19 termos, porém só em 10 estão criados lugares de juiz municipal formado, que são Goiás, Meiaponte, Bomfim e Santa Luzia, (reunidos), Santa Cruz, Catalão, Cavalcante, Palma e Conceição, (reunidos), Natividade e Porto Imperial, (reunidos), Boa Vista e Rio Verde.
Dos referidos termos só tem juízes municipais formados em exercício, os de Goiás, Catalão, Santa Cruz, e bem assim os de Bomfim e Santa Luzia, os quais atualmente servem de juízes de direito das respectivas comarcas por falta dos efetivos.
Não está instalado o termo do Rio Verde, porque ainda não entrou em exercício o Dr. Evaristo Rodrigues da Silva Carvalho, que por decreto de 21 de fevereiro último, foi nomeado juiz municipal e de órfãos, e por esta razão continua o município do Rio Verde a fazer parte do termo e comarca da capital.
Promotores: Das 11 comarcas da província somente duas, capital e Rio Paranaíba tem promotor público formado. (..). - Correio Official de Goyaz – Ano 1872/Edição 424.
28 de maio de 1872 – Ao inspetor interino de fazenda – Comunicamos para os devidos efeitos, que por aviso do ministério da justiça de 17 de abril fora solicitado pelo da fazenda que habilite essa tesouraria com a quantia de 300$000, afim de ocorrer ao pagamento da ajuda de custo arbitrada para transporte e primeiro estabelecimento do bacharel Evaristo Rodrigues da Silva Carvalho juiz municipal e de órfãos do termo do Rio Verde. - Correio Official de Goyaz – Ano 1872/Edição 424.
(1872) – “Partiram para o termo do Rio Verde os Srs. Drs. Juiz de direito Jerônimo José de Campos Curado Fleury e juiz municipal do mesmo termo Evaristo Rodrigues da Silva Carvalho. Acompanhou os referidos juízes o alfares Cyrilo Pereira Marinho, que vai comandar o destacamento existente na vila do dito Rio Verde”. - Correio Official de Goyaz – Ano 1872/Edição 424.
(1872) – “Ao Dr. juiz de direito da capital – Segue qualquer destes dias para a vila do Rio Verde a entrar no exercício do cargo de juiz municipal e de órfãos para o qual fora nomeado por decreto de 21 de fevereiro do corrente ano o bacharel Evaristo Rodrigues da Silva Carvalho. E como, em vista de diversos avisos, não deva ele assumir a vara de direito enquanto não for instalada comarca, e assim não se possa proceder logo, como tanto convir a revisão dos jurados e reunião de júri, julgo conveniente comunicar este fato a Vm. a quem ainda compete a jurisdição daquele termo no que concerne a vara de direito, afim de que movido pelos interesses da justiça que tanto lhe assistem, tome as providências que lhe parecerem necessárias. Além dos motivos expostos devo indicar mais a Vm. que esse termo pelo fato de ficar desmembrado desta capital, de que fazia parte, está desde muitos meses sem administração da justiça, que, presentemente, conforme Vm. sabe, depende muito mais, quer nos negócios civis, quer nos criminais, da presença do juiz de direito do que do juiz municipal. Deixo o mais ao critério de Vm., certo de que praticará o mais acertado, independente de qualquer ordem”. - Correio Official de Goyaz – Data da publicação: julho de 1872/Edição 427.
(1872) – Nomeando para autoridades policiais do termo do Rio Verde, os cidadãos abaixo declarados:
Delegado – José Caetano de Carvalho, 1º suplente do mesmo – Francisco Joaquim de Paiva.
Fez-se a comunicação e expediram-se os respectivos títulos.
-Ato. – Abrindo sob sua responsabilidade um crédito da quantia de seiscentos mil reis para ocorrer as despesas com os empregados da estalística e respectivo expediente, visto não ter vindo ainda ordem do tesouro autorizando a tesouraria de fazenda a pagar as despesas com o recenseamento.
Remete-se cópia ao inspetor interino de fazenda.
-Ato - Nomeando, na forma das leis e regulamentos em vigor, para suplentes do juiz municipal que devem servir nos distritos especiais do termo da Vila do Rio Verde, os seguintes cidadãos.
1º - distrito – José Francisco Guimarães.
2º - distrito – José Manoel Vilela.
3º - distrito – Belarmino Antônio dos Santos.
Expedirão-se as ordens e comunicações precisas. Dia 6 de junho de 1872. - Correio Official de Goyaz – Data da publicação: julho de 1872/Edição 428.
(1872) – Termo do Rio Verde. – O Sr. Dr. Evaristo Rodrigues da Silva Carvalho, a 21 do passado entrou no exercício do cargo de juiz municipal e de órfãos do referido termo.
Volta. – Chegou ontem de sua viagem ao termo do Rio Verde, o distinto Dr. juiz de direito desta capital, Jeronymo José de Campos Curado Fleury, depois de haver prestado mais um relevante serviço a causa pública. - Correio Official de Goyaz – Data da publicação: julho de 1872/Edição 428.
(1872) – O Termo do Rio Verde.
Considerou-se sempre da maior importância nas relações judiciarias da província, criar-se o termo do Rio Verde, lugar que, por sua posição, está um pouco isolado das comarcas da província. A necessidade foi atendida e segundo já tivemos ocasião de expor, acha-se instalado o termo do Rio Verde, tendo por juiz o Dr. Evaristo Rodrigues da Silva Carvalho. O digno Dr. juiz de direito da comarca da capital Jeronymo José de Campos Curado Fleury, solicito como sempre se mostra no cumprimento de seus árduos deveres, não deixou de ir pessoalmente por aquela ocasião assistir a instalação do termo, e tomar as providências que de seu cargo ainda dependiam, a bem da justiça pública. O mesmo Sr. Dr. dando conta de sua viagem a referida vila do Rio Verde, se exprime por um modo que é conveniente fazer público para que se fique conhecendo que, a maior necessidade que temos em Goiás, não é de criarem-se lugares, porém, sim, de melhorarem-se os existentes, dando-lhes ensino público, justiça imparcial, e vias de comunicação.
Juízo de direito da Comarca da Capital de Goiás, 15 de julho de 1872.
Ilmo. e Exmo. Sr. – Tenho a honra de comunicar a V. Ex., que em observância das recomendações contidas em seu ofício de 5 do mês findo, sob nº 85, parti a 11 do dito mês para o termo do Rio Verde, comarca do mesmo nome, distante desta capital sessenta léguas, ali chegando, procedi a revisão dos jurados qualificados, segundo a lista enviada pelo respectivo delegado de polícia, e pela junta revisora, nas sessões de 2 a 3 do corrente, foram apurados 99 jurados, os quais, segundo as informações que colhi das pessoas do lugar, e especialmente tendo por base a dita lista do delegado, estavam no caso de servir. Não posso, contudo, garantir a idoneidade dos mesmos, visto que não tenho conhecimento dos indivíduos qualificados jurados, e me parece que somente poder-se-á conhecer de sua aptidão quando se tiver de exigir deles o grave exercício de juiz de fato. Não houve urna suplementar, por apenas existirem na distância de duas léguas três jurados, na de cinco número muito limitado, sendo maior número residente de oito léguas para fora. A sessão do júri do dito termo foi convocada para o dia 11 de novembro próximo futuro, com a necessária antecedência, afim de que possam ser notificados os jurados residentes em grandes distâncias, e em diversas localidades. Cumpre-me mais levar ao conhecimento de V. Ex., que a casa da câmara municipal não tem os cômodos próprios para nela funcionar o júri, e precisa de urgentes reparos por estar toda estragada e esburacada. Outro sim, que além de ser aquele termo tão distante desta capital, acresce, que a estrada, que para ali se dirige, é péssima, e precisa de concertos; e que no invadeável – Rio Verde - , na passagem denominada – Porto do Cercado - , a apenas uma pequena canoa, bastante deteriorada, pertencente a um particular, que se presta, quando quer, a passar os viandantes no dito rio, de sorte que, por estes e outros motivos, muito penosa e demorada torna-se a viagem. Terminando, devo declarar à V. Ex. que a 12 do corrente cheguei a esta capital, tendo estado ausente 32 dias. Deus guarde a V. Ex. - Ilmo. e Exmo. Sr. Dr. Antero Cícero d’Assiz, Digno Presidente da Província – o juiz de direito Jeronymo José de Campos Curado Fleury. - Correio Official de Goyaz – Data da publicação: julho de 1872/Edição 430.
Mapa do Estado de Goiás em 1872: Boa Vista, Porto Imperial, Natividade, Palma, Conceição, Taguatinga, Arraias, São Domingos, Cavalcante, Pilar, São José do Tocantins, Forte, Posse, Jaraguá, Meia-Ponte, Formosa, Santa Luzia, Bomfim, Santa Cruz, Pouso Alto, Entre Rios, Catalão, Villa Bella, Goyaz, Rio Bonito e Rio Verde.
Durante o império, as eleições eram realizadas nas igrejas. Na década de 1870, começou a ser regulamentada a forma pela qual a renda exigida dos eleitores deveria ser comprovada. Havia uma junta de qualificação que elaborava a lista dos cidadãos ativos que podiam votar. Nesta lista, em 1872, na eleição provincial realizada na Paróquia de Dores do Rio Verde ficou o seguinte:
ELEITORES
José Joaquim Leão – 158
Joaquim Valeriano da Silveira Leão – 157
João Antônio da Silveira Leão – 157
Modesto Antônio Leão – 156
Matheus Quintiliano da Silva – 135
Herculano José Carneiro de Mendonça – 135
SUPLENTES
José Caetano de Carvalho – 26
Bento Martins Borges – 18
Joaquim Antônio de Carvalho Leão – 5
Ladislau Borges Campos – 2
Belarmino José dos Santos – 2
João Bernardo da Silva Vasconcelos – 2
(1872) – Ao delegado da capital encarregado do expediente da polícia. – Para informar a respeito da exoneração que pede no incluso ofício Francisco Joaquim Passos, nomeado por esta presidência 1º suplente do delegado de polícia do termo de Dores do Rio Verde. - Correio Official de Goyaz – Data da publicação: outubro de 1872/Edição 441.
(1872) – Ato. Concedendo a Francisco Joaquim de Passos a exoneração que pediu do cargo de 1º suplente do delegado de polícia do termo de Dores do Rio Verde. - Correio Official de Goyaz – Data da publicação: 19 de outubro de 1872/Edição 442.
Vale ressaltar aqui: O Correio Official de Goyaz era publicado aos sábados, na Tipografia Provincial, e era assinado a 5$000 réis por série de 25 números, pagos adiantados. A folha avulsa era vendida a 240 réis na casa da tipografia. Os anúncios era a 120 réis por linha, e as outras publicações por preço convencional.
(1872) – Ao Dr. juiz municipal do termo de Dores de Rio Verde. – Acusando a recepção de seu ofício em que participa que estando marcado o dia 11 de novembro do corrente ano para abrir-se uma sessão ordinária do júri nesse termo, e constando-lhe não haver no distrito de Torres do Rio Bonito subdelegado de polícia em exercício, tomará as providências marcadas pelo art.8º §4º da lei de 20 de setembro de 1871 e art.6º §5º do regulamento de 22 de novembro do mesmo ano, afim de dar cumprimento ao disposto no art.330 do regulamento nº 120 de 31 de janeiro de 1842. Correio Official de Goyaz – Data da publicação: outubro de 1872/Edição 441.
(1872) – Dia 2 de setembro. Ao mesmo. – Dizendo ficar ciente pelo seu ofício de ontem nº 10 de que em todas as paróquias do termo de Dores do Rio Verde o processo eleitoral correra sem a menor perturbação da tranquilidade pública. Correio Official de Goyaz – Data da publicação: outubro de 1872/Edição 441.
(1872) – Ao mesmo. – Dizendo ficar inteirado pelo seu ofício de 30 do mês findo de que a 29 de julho último fora remetido pelo delegado de polícia do termo do Rio Verde o auto de inquérito policial acerca da morte de José Antônio da Silva, assassinado de 25 para 26 de junho último no lugar denominado – Castelo – do dito termo, sendo indigitado autor do delito Graciano Antônio de Souza, ambos camaradas do boiadeiro João Rodrigues Goulart, e que o Dr. juiz municipal respectivo recomendara ao promotor público que desse a respectiva denuncia, afim de ser formulada a culpa ao réu; e que em uma das ruas mais públicas dessa vila, por ocasião de um grande ajuntamento de povo, nas vésperas de uma festividade religiosa às 8 horas na noite de 14 daquele mês, fora barbaramente espancado o negociante Antônio Soares da Silva, jubilo Português, sendo autores do delito dois indivíduos que apesar dos esforços da patrulha evadiram-se sem ser conhecidos, ficando o paciente mortalmente ofendido. Acusou-se também a recepção do ofício do juiz municipal do termo do Rio Verde e do juiz de direito da capital nos que fazem igual comunicação sobre o espancamento do português Antônio Soares da Silva. Correio Official de Goyaz – Data da publicação: outubro de 1872/Edição 441.
(1872) – Ao Dr. Elias José Pedroza Filho. – Comunicando para seu governo que nesta data o seu procurador prestou juramento do cargo de juiz de direito da comarca de Dores do Rio Verde, para o qual fora s m. nomeado por decreto de 7 de agosto último. Comunicou-se ao juiz municipal e a câmara municipal do Rio Verde. - Correio Official de Goyaz – Data da publicação: novembro de 1872/Edição 444.
(1872) – Ao Dr. juiz municipal do termo de Dores do Rio Verde. – Dizendo ficar ciente pelo seu ofício de 25 de agosto último, que naquela data Smc. nomeara, na forma da lei o cidadão Herculano José Carneiro de Mendonça, promotor público para o fim especial de funcionar no sumário da culpa que se tem de proceder nos autos entre partes, autora a justiça pública e os réus indiciados Manoel Evangelista Pires, Jerônimo de tal e outros. - Correio Official de Goyaz – Data da publicação: novembro de 1872/Edição 446.
Um fato curioso, não necessariamente fazendo referência a Dores do Rio Verde, más difundido pela Câmara Municipal de Goiás em 29 de outubro de 1872, tendo como presidente Joaquim de Sant’Anna Xavier de Barros e como secretário Amâncio Procópio Seixo de Brito o artigo 55 anunciado na Tipografia Provincial dizendo o seguinte: “Aquele que tiver animal daninho, que prejudique aos vizinhos, pela primeira vez, pagará o dano, e pela 2ª, além do dano, a multa de 1$000 á 8$000 rs., conforme julgar a autoridade competente. Art. 2º- Fica proibido ter soltos pelas ruas desta cidade, cães de qualquer qualidade que sejam. O infrator será multado em 5$000 rs. ou 5 dias de prisão. Art.7º- Fica proibido ter nas ruas desta cidade, porcos soltos, salvo aqueles que estiverem expostos á vendagem pública, ficando assim revogado o art.9º das posturas de 7 de fevereiro de 1831”.
(1872) – Ao Dr. juiz de direito. – Ciente pelo ofício de 26 do corrente das procedentes razões pelas quais Smc. deixou de ir presidir o júri no termo do Rio Verde convocado para 11 de novembro próximo futuro. - Correio Official de Goyaz – Data da publicação: 30 de novembro de 1872/Edição 448.
(1872) – Exonerações – Por atos de 20 e 23 foram exonerados, a pedido, João Fleury de Campos Curado, de 1º suplente do juiz municipal e de órfãos da capital. Herculano José Carneiro de Mendonça e João José de Azevedo, de professores das escolas primárias, este da cidade de Bomfim e aquele da vila do Rio Verde. Nomeações. – Por atos de 20 e 23 do corrente foram nomeados Luiz Gonzaga Confúcio de Sá para 3º suplente do juiz municipal e de órfãos da capital. Herculano José Carneiro de Mendonça promotor público da comarca do Rio Verde e João José de Azevedo porteiro da tesouraria provincial. - Correio Official de Goyaz – Data da publicação: 30 de novembro de 1872/Edição 448.
Arquivo de Gabriella Caixeta S. Cunha
REGISTRO DE VEÍCULOS CARROS DE BOIS – 1937. Eis o que está escrito:
PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO VERDE
ESTADO DE GOYAZ
EXERCÍCIO Nº 1937
REGISTRO DE VEÍCULOS CARROS DE BOIS Nº 485
Sob o número acima, a fls. 49 do livro próprio, acha-se registrado o CARRO DE BOIS, ferrado de Chapa, pertencente ao snr. João Dias da Fonseca, residente em Barra neste município.
Procuradoria Municipal de Rio Verde, 19 de janeiro de 1937.
“O processo criminal mais antigo do fórum de Rio Verde tem como réu Aleixo Crioulo e vítima Antônio José Teixeira, e data de 22 de janeiro de 1848.
Aos 13 de novembro de 1872, o bacharel Elias José Filho, torna-se o primeiro Juiz Togado da Comarca de Rio Verde e, aos 25 de novembro do mesmo ano foi nomeado o primeiro promotor público, Herculano José Carneiro de Mendonça.
Em novembro de 1872, foi instalado o Cartório do Crime, tendo como primeiro escrivão do júri, Ladislau Borges Campos.
O cartório de registro de imóveis foi instalado em 14 de janeiro de 1875, sendo o primeiro titular Ladislau Borges Campos. E o cartório de registro civil e pessoas naturais, foi instalado em 7 de março de 1875. O seu primeiro oficial foi Manoel Jorge da Silva.
Em 1885, cria-se o colégio eleitoral na cidade. Foi instalado o cartório de órfãos e ausentes (Família e Sucessões), tendo como primeiro titular Theófilo de Melo Cabral.
Em 1º de julho de 1903, estabelece o registro de ferro de marcar gado vacum, cavalar e muar”. – Fonte: MEMORIAL DA CIDADE DE RIO VERDE/GO, que se acha na Avenida João Belo, (Concepção de Antônio Ferreira Arantes quando era o Secretário Municipal de Cultura de Rio Verde na gestão 1997 a 2000), encontra-se nas placas com os autores pesquisados: Onaldo Campos, “RIO VERDE HISTÓRICO” e Oscar Cunha Neto, “RIO VERDE, APONTAMENTOS PARA A SUA HISTÓRIA”
Outra relíquia, essa de 1927, a qual pelo o que eu entendi está escrito: "Recebi do Sr. Severino José de Macedo, o saldo da conta de João Domingos de Araújo, a quantia de duzentos e dez mil reis. E para clareza firmo o presente. Rio Verde, 15 de outubro de 1927. Assinado: Raul Seabra Guimarães".
Montado no cavalo Manuel Basílio Neto. Rosana Bessa Yassin comentou: "Meu pai no cavalo, a carta de chauffeur do meu avô Tobias Antônio de Bessa e o registro de marcas da minha avó Altina".
Carta de Chauffeur (Carteira de Habilitação) no ano de 1929
Vale também, deixar neste livro, para efeito de história, o seguinte registro sobre o loteamento do Jardim Brasília:
EDITAL – Em 29 de setembro de 1965.
EDITAL DE LOTEAMENTO. MAURÍCIO DE NASSAU ARANTES LISBOA – SUB-OFICIAL DO REGISTRO IMOBILIÁRIO DESTA CIDADE DE RIO VERDE, ESTADO DE GOIÁS, NA FORMA DA LEI, ETC. – FAZ SABER, a quem interessar possa, que, de acordo com o que dispõe os decretos eis números 58 e 3.079, respectivamente, de 10 de dezembro de 1937 e de 15 de setembro de 1938, foi depositado neste cartório, por OSÓRIO FERREIRA GOULART e sua mulher, dona OLÍVIA PIRES DE LIMA GOULART, proprietários, do imóvel loteado e denominado JARDIM BRASÍLIA, os referidos papeis e documentos, como o memorial, planta devidamente assinada e aprovada pela Prefeitura Municipal local, certidões negativas de imposto e documentos exigidos. O referido imóvel, parte integrante da Fazenda São Tomaz, e está localizada nas proximidades desta cidade e tem as seguintes divisas: Começa do marco 0, gravado à margem direita do Córrego Barrinha, junto à ponte, segue o veio d’água abaixo dividindo com a cidade 184 metros em linha reta quando defronta o marco de nº 1; daí, deflete à esquerda, dividindo com terras de dona Adelaide, pelo rumo de 41º 30’ SE – 246 metros, quando alcança o marco 2, dai, deflete à esquerda dividindo com a Vila Amália, pelo rumo de 48º00’ NE – 100 ‘60 metros quando alcança o marco 3; dai, deflete à direita com a mesma confrontação pelo rumo de 53º 45’ NE – 193 ’50 metros, quando alcança o marco 4; dai, deflete à esquerda, margeando à Avenida Sul Goiânia, antiga estrada Sul Goiana, pelo rumo de 71º00 ‘NW – 208 ’80 metros, dai, deflete à direita com a mesma confrontação, com o rumo de 40º15: - NW – 61’50 metros, quando alcança o marco 0 onde se deu início as divisas desta área”. As impugnações daqueles que se julgarem prejudicado deverão ser apresentadas dentro do prazo de trinta (30) dias da data da terceira e última publicação do presente edital no Diário da Justiça do Estado e em jornal local, e findo tal prazo será feito o registro do Memorial requerido, na forma de lei, ficando desde já todos os documentos apresentados, à disposição dos interessados. DADO E PASSADO nesta cidade de Rio Verde, Estado de Goiás, aos vinte e nove (29) dias do mês de setembro (09) do corrente ano de hum mil novecentos e sessenta e cinco (1.965), - EU, (a) Maurício de Nassau Arantes Lisboa, Sub-Oficial do Registro Geral de Imóveis que o datilografei, conferi, dou fé e assino. CERTIDÃO – CERTIFICA que o original do presente edital, foi afixado na sede do Fórum, no lugar de costume. Data supra. – Publicado no jornal O ALVORADA, de 20/12/1965.
Para que não fique exaustivo, nesse livro em se tratando de pesquisa no Correio Oficial, limitarei no sentido de ver detalhadamente, até ao ano de 1872, em que ocorreu o termo do Rio Verde. Contanto, haverá ainda menções do mesmo, mas de forma aleatória.
Desagradável constatar, que no século 19, no Brasil, pessoas compravam, alugavam e emprestavam escravos. Publicavam anúncios em jornais até mesmo para tentar recuperar um escravo fugitivo, dando descrição na notícia relatando a idade do escravo, cor da pele, altura, se tinha ou não barba, se era desdentado, etc. Muito repugnante esse passado sombrio.
“Em Rio Verde, o primeiro “ventre – livre” foi Bernarda, nascida em 26 de outubro de 1871, filha de Joana Crioula, escrava de Modesto Coelho de Moraes.
Em 1873 havia 813 escravos e 47 filhos livres.
Em 1874 havia 875 escravos e 66 filhos livres.
Em 1876 havia 627 escravos registrados.
A notícia da abolição da escravatura só chegou a Rio Verde em junho de 1888, por que foi abafada por muitos fazendeiros. O primeiro a libertar os escravos foi o fazendeiro Joaquim Valeriano da Silveira Leão”. - Fonte: MEMORIAL DA CIDADE DE RIO VERDE/GO, que se acha na Avenida João Belo, (Concepção de Antônio Ferreira Arantes quando era o Secretário Municipal de Cultura de Rio Verde na gestão 1997 a 2000), encontra-se nas placas com os autores pesquisados: Onaldo Campos, “RIO VERDE HISTÓRICO” e Oscar Cunha Neto, “RIO VERDE, APONTAMENTOS PARA A SUA HISTÓRIA”
(1886) - Em 21 de novembro de 1886, no Paço da Câmara Municipal, observando a lei nº 3.029 de 1º de janeiro de 1881, foram eleitos para Juízes de Paz para o quadriênio 1887/1891: 1º- Francisco Velloso de Godoy, 2º- José Ricardo da Cunha Vasconcellos, 3º- Joaquim Rodrigues de Abreu e 4º- Antônio Affonso da Silva.
(CORONEL JOAQUIM VALERIANO DA SILVEIRA LEÃO, o primeiro investido no cargo de Juiz de Paz da antiga Vila de Rio Verde. Natural de Minas Gerais; falecido nesta cidade a 15 de abril de 1890, venerando pai do Coronel Quintiliano da Silveira Leão e Honório da Silveira Leão).
(1890) – “No município de Rio Verde e em geral nestas bandas, a tranquilidade pública anda sempre alterada e não raro é o dia em que nas povoações se não deem desordens, conflitos, furtos e mortes. O próprio delegado de polícia disse-me ali haver mais de cinquenta criminosos fugidos de vários pontos dos Estados vizinhos. Exerce ali o cargo de promotor público há dezoito anos, o velho major da guarda nacional José Vicente da Silva”. – Viagem de Oscar Leal. Trecho copiado do livro Rio Verde Histórico, de Onaldo Campos, página 89.
Em 1892, o escritor Victor Coelho de Almeida, acompanhando a comitiva do Pe. Mariano de Araxá a Rio Verde, observou e conseguinte publicou em sua obra intitulada Goiás, usos, costumes, riquezas naturais, estudos e impressões pessoais, o seguinte: (...) A população de Rio Verde, ou Abóboras, não atingia a mil habitantes. Era, no entanto, a principal vila de todo aquele sertão. Gente de índole boa e pacífica, vivia, porém, sobressaltada e via-se obrigado a armar-se, para legítima defesa, por causa dos mandões políticos, em luta entre si, e tendo cada qual a seu serviço, uma malta de capangas. Dai a má fama do sertão das Abóboras: terra de mulheres muito formosas e de homens perigosos – como dizia então. Linda localidade, águas potáveis excelentes, gente boa e comunicativa. Só uma peste local: a politicagem. (...) De Goiás, aquela operosa população não recebia senão o apoio político a um grupo em detrimento de outro, para uma luta sem tréguas. Recebia também os agentes do fisco, para a cobrança de impostos. Por este motivo, desde algumas léguas além da vila, começava-se a atravessar uma zona despovoada em que as velhas estradas meio apagadas por falta de trânsito, davam a impressão triste do deserto verde. (...)”. (Rio Verde Histórico, ob. cit., p. 85-86).
(1899) – Moreira Pinto, em visita a Rio Verde em 1899, fez várias observações, dentre elas menciona que “Não há juízes togados e polícia. Os juízes de direito permanecem pouco, apenas 40 a 50 dias, e voltam com licença por 3 meses; o mais das vezes tem sido estas prorrogadas até por um ano, finda a qual é nomeada novo juiz com 5 ou 6 meses de prazo para tomar conta da comarca e em todo esse tempo se está recorrendo aos leigos do lugar”. (Rio Verde Histórico, ob. cit., p. 88).
(Foto ilustrativa)
EDUCAÇÃO
A primeira escola primária, no Arraial das “Abóboras”, provavelmente foi criada em 1851. Mas durante muito tempo o cargo ficou vago, já que não foi encontrado professor qualificado.
(1871) – “Fornecer ao inspetor geral da instrução pública três livros em branco para termos e ponto da escola de instrução primária da paróquia do Rio Verde, e dizendo ficar autorizado o inspetor paroquial a mandar fazer a mobília necessária, não excedendo a despesa a quantia de 25$000 constante do orçamento que acompanhou o seu ofício nº 45 de 11 do corrente.
Oficiou-se neste sentido ao inspetor geral da instrução pública.
- Ao mesmo. – Idem. Idem entregar ao inspetor geral da instrução pública os mesmos objetos para a escola do Jatahy, e pagar na forma proposta em seu ofício de hoje sob nº 48 a quantia de 12$000 réis anuais para aluguel de casas para a mesma escola”. – Correio Official de Goyaz – Ano 1871/Edição 386.
A seguir, alguns fatos e nomes que compuseram o quadro da educação do distrito de Dores do Rio Verde em seus primórdios:
(1869) – “Ao inspetor geral da instrução pública. Dizendo ficar inteirado pelo seu ofício nº 110 de 8 do corrente de que a 23 do mês findo falecera o professor interino da escola de instrução primária de Dores do Rio Verde Francisco Gomes Machado”. - Correio Official de Goyaz – Ano 1869/Edição 292.
(1869) – “Ao inspetor geral da instrução pública. Comunicando-lhe haver designado o dia 12 do corrente ao meio dia para ser examinado na forma do regulamento em vigor Joaquim Manoel Corrêa que pediu ser provido na escola de instrução primária da vila de Dores do Rio Verde, e nomeando o Dr. Joaquim Rodrigues de Moraes Jardim a secretário dessa inspetoria, e o professor de contabilidade para com S.S. servirem de examinadores”. - Correio Official de Goyaz – Ano 1869/Edição 292.
(1870) – “Ao inspetor geral da instrução pública. Dizendo ficar inteirado pelo seu ofício nº 61 de 8 do corrente de que o professor da escola do Rio Verde Joaquim Manoel Corrêa tomou posse da mesma a 29 de maio último, e comunicando ter mandado fornecer à dita escola os objetos constantes do pedido que acompanhou aquele seu ofício, menos os bancos, cadeiras e mesas. Comunicou-se ao inspetor da tesouraria provincial e se lhe expediu ordem para o fornecimento dos ditos objetos”. - Correio Official de Goyaz – Ano 1870/Edição 322.
(1871) – “Comunicando em resposta ao seu ofício de ontem, sob nº 39, que nesta data concedera três meses de licença na forma da lei ao professor vitalício da escola da freguesia do Rio Verde Joaquim Manoel Corrêa”. - Correio Official de Goyaz – Ano 1871/Edição 361.
(1871) – “Consultando se a licença concedida ao professor vitalício da escola do Rio Verde Joaquim Manoel Corrêa, por três meses na forma da lei, como foi comunicado à esta repartição por ofício nº 49 de 8 de março último, foi por motivo de moléstia, ou para tratar de seus negócios particulares, visto que neste caso não deve ser com vencimento”. - Correio Official de Goyaz – Ano 1871/Edição 370.
(1871) – “Ao Dr. Chefe de polícia. Dizendo em resposta ao seu ofício de hoje nº 115, que quanto ao fato aludido ao atual professor interino da escola do Rio Verde, convém que S.S. peça informações circunstanciadas à autoridade local e que as transmita quanto antes”. - Correio Official de Goyaz – Ano 1871/Edição 379.
(1871) – “Ato. Tendo Joaquim Manoel Corrêa, professor vitalício da escola de instrução primária da paróquia do Rio Verde abandonado a mesma escola, não entrando em exercício desde que se findou a licença de 3 meses que à 8 de maio do corrente ano lhe foi concedida para tratar de sua saúde: O presidente da província em conformidade do disposto na última parte do art. 13 do regulamento de 1º de janeiro de 1869 resolve demitir o dito Joaquim Manoel Corrêa do emprego de professor vitalício da dita escola do Rio Verde.
Fizeram-se as comunicações precisas.
Ato. O presidente da província, julgando a Herculano José Carneiro de Mendonça, habilitado para exercer o magistério de instrução primária, não só pelos documentos que juntou à sua petição, como pelo conhecimento que tem de sua aptidão, em conformidade do disposto no final do art. 42 do regulamento do 1º de janeiro de 1869, resolve nomear o mesmo Herculano José Carneiro de Mendonça professor vitalício da escola de instrução primária da paróquia do Rio Verde”. - Correio Official de Goyaz – Ano 1871/Edição 391.
(1872) – “Ao coletor da vila de Dores do Rio Verde. – Idem, que pague ao ex-professor interino da mesma vila José Theotônio de Carvalho o que se lhe estiver a dever de seus vencimentos desde 1º de setembro findo até o dia anterior ao em que deixou o exercício, visto achar-se pago até 31 de agosto, devendo descontar-lhe dez por cento da importância que receber, na forma da lei”. - Correio Official de Goyaz – Ano 1872/Edição 404.
(1872) – “Ao inspetor geral da instrução pública. Dizendo em resposta ao seu ofício de 14 de dezembro último sob nº 172, que recomende ao inspetor paroquial do Rio Verde que alugue uma casa para a respectiva escola, não excedendo o aluguel a quantia de 12$000 réis, correndo metade por conta do respectivo professor, como ele pede, o que deverá ser declarado no contrato; que quanto a mobília de que necessita a dita escola, S.S. exija do inspetor paroquial a relação dela, acompanhada do orçamento de cada objeto, devendo por essa ocasião o mesmo inspetor paroquial remeter o inventário dos utensílios existentes na aula”. - Correio Official de Goyaz – Ano 1872/Edição 404.
(1872) – “Herculano José Carneiro de Mendonça, professor do Rio Verde, pedindo que lhe seja paga mensalmente a quantia de 6$000 rs. metade do aluguel por que encontrou uma casa para escola e para sua residência, e bem assim autorização para mandar fazer a mobília necessária à mesma escola. Informe o Sr. cónego inspetor geral da instrução pública”. - Correio Official de Goyaz – Ano 1872/Edição 405.
(1872) – “Foi demitido o professor efetivo da escola do Rio Verde Joaquim Manoel Corrêa, por ter abandonado a escola, não obstante alegar que o fizera vexado pelas intrigas locais”. - Correio Official de Goyaz – Data: julho 1872/Edição 427.
(1872) – Ao Reverendo Luiz Antônio da Fonseca. – Dizendo ficar ciente de haver Smc. enviado ao inspetor geral da instrução pública o relatório da inspeção que por ordem da presidência, fez nas escolas de 1ª letras de Anicuns, Rio Verde e Jatahy , bem como informações acerca da do Rio Claro que não pôde inspecionar, tudo conforme comunicou em seu ofício de 24 do corrente. Correio Official de Goyaz – Data da publicação: outubro de 1872/Edição 441.
“Em 1872 havia, na Vila das Dores de Rio Verde, 28 alunos do curso primário do sexo masculino e nenhum do sexo feminino.
Em 4 de março de 1876, foi criada uma escola destinada a alunos do sexo feminino. No mesmo ano, as escolas deste município foram fechadas por falta de frequência.
O paraibano Dr. Pedro Salazar Moscoso da Veiga Pessoa, primo de João e Epitácio Pessoa é o fundador, em 1910, do Instituto de Ciências e Letras, o primeiro de nível cultural da cidade.
Em 1º de fevereiro de 1910, é fundada a Biblioteca Pública da cidade.
Em 1926 foi implantada a Escola Estadual EUGÊNIO JARDIM.
O Colégio Estadual MARTINS BORGES foi fundado em 15 de outubro de 1945, através do decreto lei 124.
Relato de Glória Guimarães: “A primeira turma do Martins Borges funcionou de 1947 a 1950. Fui da primeira turma. Fizemos o primeiro Exame de Admissão no inicio de 47. E até o ano de 46 estudei no Colégio Santa Rita de Cássia das freiras Agostinianas”.
Aproveitando o espaço, publicarei aqui, o que o jornal O Alvorada, de 19/03/65 relatou:
“COLÉGIO MARTINS BORGES FAZ COLETA PARA COMPRAR MOTOR – A direção do Colégio Martins Borges vem de encetar uma campanha monetária, entre os seus alunos, em favor da compra de um motor a óleo diesel para que se consiga a iluminação naquele estabelecimento, no período noturno, considerando a grande crise por que passa a cidade no que diz respeito à energia elétrica.
Muito justa a campanha que o Diretor sr. Clóvis Leão de Almeida faz mover naquele estabelecimento se levar em consideração que a lei assiste ao colégio a que cobre aproximadamente 5 mil cruzeiros por matrícula, ao passo que não cobra mais que 1.500 cruzeiros – como se sabe.
Porém não tão justa é a campanha quando – conforme apuramos – o aluno que não der sua cooperação terá sua transferência em imediato, já que ao fazer a matricula cada aluno assinou uma folha de transferência, em branco.
Assim, prevê-se uma grande crise no meio escolar do CEMB que recebe, na sua maior parte, - alunos pobres e incapacitados de dar a importância exigida.
Por outro lado, para maior justiça de causa, poderia haver uma tentativa de causa junto ao Estado, pois os impostos pagos, na certa deveriam ser usados na manutenção do colégio, ou o povo paga imposto e ainda por cima tem que cuidar da manutenção elétrica de um estabelecimento do Estado?”.
Já em sua edição de 07/03/1965 o mesmo jornal já tinha referido:
Congregação decide-se: Professor Clóvis continuará na direção do Colégio “Martins Borges” – Reunindo a congregação dos professores do Colégio Martins Borges; no dia 23 de fevereiro, ficou decidido, por unanimidade, que o professor Clóvis Leão de Almeida continuaria como diretor do Colégio Martins Borges.
Não aceitaram – Depois que o professor Clóvis Leão de Almeida fez anunciar que não mais seria o Diretor do CEMB, foram ventilados dois nomes para que assumissem o cargo vago: Professor Chafic Antônio e Lauro Almeida.
Os aludidos professores – como se sabe – não aceitaram suas escolhas.
Ficou decidido – Diante de tais circunstâncias a congregação decidiu pela permanência do Prof. Clóvis na direção do Colégio; o que ao ver dos interessados foi muito justo dado o dinamismo com que o aludido diretor registrou o findar do ano 64”.
Aos 12 de setembro de 1948, foi fundada a Escola Estadual “CUNHA BASTOS”.
Foto do Acervo de Wander Iwata – Diretor geral da Samurai Produções
Após 12 anos de espera foi reinaugurado e entregue para a comunidade escolar em 31 de agosto de 2020. Totalmente reestruturado e mobiliado.
Um trabalho tendo como esboço, o estudo sobre a implantação do Grupo Escolar César Bastos, elaborada, principalmente, na ata de fundação da instituição, vejamos a concepção dos fatos narrados pelas autoras, Maria Helena Cicci Romero, Maria Aparecida Alves Silva, Kênia Guimarães Furquim Camargo e Juscimar Maria de Paula: “Após o corte da fita simbólica, ocorreu a sessão discurso, sendo de início proferido pelo então presidente da Associação, Dr. César da Cunha Bastos, que, em “expressões patrióticas e cheias de entusiasmo em prol do melhoramento educacional de nossa turma discursou, sendo bastante ovacionado” (GECB. Ata inaugural: 1948). Prosseguindo, o deputado Wilmar Guimarães, representando o Secretário da Educação do Estado, regozijou-se com seus conterrâneos diante de tão memorável feito. Dando continuidade, a senhorita Ena Maria Ferreira, então nomeada diretora da escola recém-inaugurada, realiza um discurso em homenagem a César Bastos, propondo um nome para o Grupo Escolar.
“Ena Maria Ferreira, nomeada diretora da escola recém-inaugurada, que numa belíssima oração, muito promete em prestar sua brilhante cultura e grande atividade para o progresso do ensino, nesta parte do hinterlândio brasileiro. Falou em torno da pessoa dinâmica do Dr. César da Cunha Bastos que muito trabalhou para a concretização dessa grande obra, pois segundo disse Vitor Hugo: “abrir escola é fechar cadeias”, propôs, segundo, digo, ainda que em tributo a tão grandes obras, recebesse a escola a denominação de Grupo Escolar César Bastos”. (GECB. Ata Inaugural: 1948).
Como se vê, tal escolha foi feita com o objetivo de engrandecer o nome do presidente da Associação, senhor César da Cunha Bastos, e de imortalizá-lo na memória dos rio-verdenses (...)” - Artigo: O LUGAR DO GRUPO ESCOLAR CÉSAR BASTOS NO CONTEXTO HISTÓRICO-EDUCACIONAL DE RIO VERDE (1947–1961)1. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, nº 60, p. 398-410, dez2014 – ISSN: 1676-2584.
Na fotografia acima: OYAMA LEÃO, BAIRON ARAÚJO E CÉSAR DA CUNHA BASTOS.
“César da Cunha Bastos nasceu no dia 28 de novembro de 1898. Seu pai, Luiz da Cunha Bastos, além de proprietário de terras, era coletor estadual, estabelecendo ligações políticas com o sistema dominante caiadista, que governava Goiás. Em 1925, se torna bacharel em Direito. Pelo prestígio político do pai, foi nomeado Promotor Público de Rio Verde, deixando o cargo para tornar-se Juíz de Direito da Comarca. Após dois meses exercendo a função, recebe do governo Ramos Caiado (1929) a proposta para ser Secretário do Interior, Justiça, Educação e Saúde, a qual aceita de imediato, implantando o primeiro Jardim de Infância do Estado, bem como o primeiro Grupo Escolar de Jataí. Com o Movimento de 30, tem seu mandato de Deputado Federal interrompido. Durante todo o governo de Getúlio Vargas manteve-se na oposição. Em 1947, com o apoio da UDN e PSP, Jerônymo Coimbra Bueno assume o governo do Estado e, após um período do seu mandado, convida César da Cunha Bastos a assumir a Secretaria da Fazenda do Estado. Participando de alguns processos eleitorais futuros, vê frustradas as tentativas tanto para Deputado Federal (1954, 1962, 1970, 1974) quanto para governador do Estado (1958). Em 1973 doa o terreno para a construção da FEURV – primeira instituição do ensino superior de Rio Verde. A pedido do prefeito, César da Cunha Bastos exerce o cargo de diretor–presidente da instituição. Faleceu em 1992, tendo poucas pessoas em seu sepultamento”. - (BORGES, Filadelfo. César Bastos: vida e obra. Goiânia: Gráfica e Editora O popular, 1987).

A Câmara Municipal de Rio Verde homenageou o “Centenário de César da Cunha Bastos”, celebração que ocorreu no dia 30/11/2017 às 19 h, no Palácio Iturival Nascimento no Residencial Interlagos. César Bastos estaria no ano referido do evento – 2017 - com 119 anos.
“Esse, com certeza, o maior legado deixado por César da Cunha Bastos, um dos maiores líderes do Estado de Goiás, que dentre tantos outros cargos, foi secretário de Estado, deputado federal e idealizador da Fesurv – Universidade de Rio Verde. No seu CENTENÁRIO, uma homenagem da Câmara Municipal de Rio Verde, que consagra e registra o nome de César da Cunha Bastos para sempre na história da nossa cidade”.

Na placa que se encontra na UNIRV (Universidade de Rio Verde) diz: “Centenário de nascimento de César Bastos. 28 – 11 – 1898 a 28 – 11 – 1998. Faleceu em 14 – 12 – 1992. Rio-verdense ilustre, intelectual, várias vezes secretário de Estado, patrono da cadeira número um da Academia Rioverdense de Letras, Artes e Ofícios. Deputado Federal, candidato a governador em 1958, passou pela UDN, ARENA, um dos fundadores do PT e faleceu como adepto do partido. Introduziu o Jardim de Infância e Instrução do Escotismo na rede estadual de ensino do Estado. Praticante da filantropia ao lado de Dona Augusta Bastos, esposa (Faleceu em 1974). Paladino do ensino superior...! Homenagens da: FESURV, ESUCARV, PREFEITURA MUNICIPAL / SECRETARIA DE CULTURA, ACADEMIA DE LETRAS DE RIO VERDE. DIRET. ACAD. “César da Cunha Bastos”. 27 de novembro de 1998”.
“Em outubro de 1890, Oscar Leal, observador português, em passagem por Rio Verde, fala da riqueza da região, das artes, da principal família, Leão Valeriano, da criminalidade, da exportação de dez a quinze mil cabeças de gado e do “gado refugo”, vendido para o Paraguai, motivo da presença da moeda deste país em Rio Verde.
Em 1893, foi criada a Banda de Música Municipal, “FILADELFO JORGE DA SILVA”, sob a inspiração do compositor e maestro Manuel Veruma.
Vários jornais fizeram história neste final de século XIX, entre outros: A Voz do Povo (1895), Sul Goyás, A Cigarra, O Beija-Flor (1896), O Riso, Centro Goyás, A Criança (1899), O Século (1904) e Rio Verde (1906).
O primeiro bilhar, o relógio de parede, os correios, o fogueteiro, o tocador de sanfona, o marcador de quadrilha, o ferreiro, o carapina, o carnaval, a política, a igreja, o rachador de lenha, o carroceiro, o furador de cisterna e privada e o capitalista, definem a vida e o cotidiano da cidade na década de 1900” - MEMORIAL DA CIDADE DE RIO VERDE/GO, que se acha na Avenida João Belo, (Concepção de Antônio Ferreira Arantes quando era o Secretário Municipal de Cultura de Rio Verde na gestão 1997 a 2000), encontra-se nas placas com os autores pesquisados: Onaldo Campos, “RIO VERDE HISTÓRICO” e Oscar Cunha Neto, “RIO VERDE, APONTAMENTOS PARA A SUA HISTÓRIA”.
Morte de Alfredo Nasser
Desaparece com Nasser o maior orador que Goiás já viu
Por Múcio Bonifácio
A morte do professor Alfredo Nasser consternou todo o Estado de Goiás pelo impacto causado pela grande perca para o Brasil.
Nasser nasceu em Caiapônia, cidade vizinha de Rio Verde, e de lá partiu para brilhar em outras plagas em busca da instrução.
“O ALVORADA” dado a sua circulação quinzenal homenageia o ilustre goiano um pouco atrasado, porém, sentimos na obrigação de mostrar ao público rio-verdense quem foi o ilustre goiano desaparecido.
Ocupou os mais altos cargos almejados por um homem público, Senador, alto Diretor do DASP. de quem foi inédito batalhador, Deputado Federal, Ministro da Justiça no Governo João Goulart, então no parlamentarismo, onde desempenhou brilhantemente o cargo e muitas outras coisas.
Atualmente era observador brasileiro junto à conferência da Organização dos Estados Americanos, realizada no Rio de Janeiro. Uma de suas últimas lutas políticas foi de coordenador e comandante da campanha que elegeu o Governador Otávio Lage de Siqueira.
Esteve também em Rio Verde e participou da abertura da Campanha do sr. Eurico Veloso. Pronunciou no Cine Teatro Bagdad, um dos mais bonitos discursos que já ouvimos.
Ele assim definiu Otávio Lage: ... um sino que bate, saudando na manhã que nasce os tormentos esquecidos da noite”. – Jornal o ALVORADA, de 20/12/1965.
Homenageado com o nome em escola em Rio Verde:
ESCOLA MUNICIPAL ENSINO FUNDAMENTAL ALFREDO NASSER. Rua Cel. Vaiano, 757 – Centro
Eis alguns nomes dos primeiros radialistas em Rio Verde, começando, citarei aqui:
AFLANDES NUNES
Quando não existia emissora de rádio no interior de Goiás, Aflandes Nunes da Silva já fazia um trabalho de comunicação na praça da cidade de Santa Helena, usando alto falantes (era comum amarrar em varas), amplificador (de baixo recurso) e microfone para dar notícias de falecimentos, pessoas desaparecidas, documentos perdidos, etc. E com a implantação da Rádio Difusora AM em Rio Verde, Aflandes Nunes veio a ser radialista nesta cidade de Rio Verde -Go.
Jussane Freitas comentou: "Quero falar do meu pai, Aflandes Nunes da Silva, faz 50 anos do seu desencarne, tivemos pouco tempo juntos, mas que posso falar dele que foi um grande radialista da Rádio Difusora, um dos locutores que falava de esporte".
DURLEY MONTALVÃO
No ano de 2015, eu tive a felicidade de encontrar casualmente com este grande baluarte do rádio rio-verdense, no salão de cabeleireiro do meu filho Rafael, claro que eu não ia deixar de entrevistá-lo e ainda registrar este momento.
No ano de 1964, Durley Montalvão foi convidado pelo gerente da época da Rádio Difusora, Aflandes Nunes, para trabalhar como faxineiro na rádio que na ocasião funcionava em cima do prédio da Constrular - não é a mesma loja de hoje - na praça 5 de Agosto, no Centro da cidade de Rio Verde. Entre idas e vindas atuou no rádio por 45 anos, desses, por mais de 20 anos foi no rádio rio-verdense. O Programa Show da Manhã foi campeoníssimo em audiência nas décadas de 70 e 80. Havia na cidade somente uma rádio AM, a Rádio Difusora de Rio Verde dirigida por Geraldo Ladeira o qual também veio a ter uma Rádio FM na década de 80 que funcionava próximo à Prefeitura. Um quadro que marcou sua carreira no rádio, chamava-se “Um Caso de Amor” onde recebia cartas com problemas de ouvintes e eram muito comovente quando lidas no programa, com o intuito de ajudar. Durley pensa em publicá-las e já selecionou mais de mil cartas. Hoje, com 3 faculdades e 2 pós graduações, e trabalhado por mais de uma década como advogado, Durley continua dando aulas de Educação Física.
Foto do Acervo de Wander Iwata – Diretor geral da Samurai Produções
Rádio Difusora já funcionou em cima do prédio da Constrular - não é a mesma loja de hoje - na praça 5 de Agosto, no Centro da cidade. Organização Geraldo Ladeira.
Fábio Trancolin Duarte comentou: "Nessa foto, anos 1950, a "Casa rádio" que funcionava na Praça 5 de Agosto. Hoje, no local, está à Receita Federal. O garoto que está olhando para trás, no alto do lado direito é meu pai Jairon Nogueira Duarte".
O locutor Cairo Santos Macedo liderava a audiência Jornalística com primor capricho. Nesta ocasião - como se vê na foto, na Rádio 96FM, debatendo política com os saudosos, Walderes Souza de Oliveira (Dezinho), Gonzaga Jayme e Lauro Martins. O programa era aos sábados.
Múcio Bonifácio (os colegas de bancada o chamava de "O homem da fala fácil) comentou: "Em 1983, com o saudoso Oyama Leão e Professor Antônio Edson, na inauguração do Ginásio de Esportes da AABB de Rio Verde, do qual estava como presidente, em transmissão ao vivo pela então Rádio Difusora local.
UMA SINCERA HOMENAGEM A EQUIPE BACHARÉIS DO ESPORTE.
Com o surgimento do rádio, Luiz Braz fundou juntamente com o Mauro Moraes e Carlos Humberto a equipe BACHARÉIS DO ESPORTE, atividade que desenvolveu na RÁDIO DIFUSORA BRASILEIRA S/A e posteriormente na MORADA DO SOL FM. Comandada pelo narrador Mauro Moraes – apelidado “O Garganta de Ouro” – a equipe de esportes tinha ainda como integrantes: Luiz Braz (comentarista), José Carlos Pantoja (narrador) e os repórteres de campo Cairo Santos e Luiz Moura. O nome de BACHARÉIS DO ESPORTE se deu pelo fato de Luiz Braz e Mauro Moraes possuírem formação superior como Bacharéis em Direito e Carlos Humberto graduado em Ciências Econômicas.
Transmissão dos Jogos Abertos. Penúltima partida pelo certame. Equipe da Difusora: Lindoar José de Almeida (Repórter, atuou na Rádio Difusora no período de 1969 até janeiro do ano de 1975), Aflandes Nunes (Narrador) e Antônio Edson (Comentarista e Diretor).
Conjunto Musical Jazz Band União, 1934, esquerda para direita: Cícero, Gê, Mário Lima, Filadelfo, Diderot, Paschoal, Hermínio, Nello, Antenor Martins, Erasmo Flávio, Azarias Caetano, João Paschoal. FOTO: NELLO
BANDA DE MÚSICA MUNICIPAL - FILADELFO JORGE DA SILVA FILHO
Filadelfo Jorge da Silva Filho assumiu, no início da década de 1930, depois da morte de seu pai que comandava a banda, atendendo um pedido do mesmo, a responsabilidade de continuar com as apresentações. Em 1978, faziam parte da sua constituição: Filadelfo Jorge da Silva Filho (maestro), Nilson Cabral, João Assunção, Divino Rodrigues, Jair Duarte Macedo, Mauro Arantes Camargo, Sebastião Bueno (Geri), Orlando dos Reis, Filadelfo A. Camargo, Rivair Gonçalves, Jurandir Mendes, Rosivete Mendes, Domingos de Souza, Cleonizio B. de Souza, José Vaz do Nascimento, Antônio Cardoso, Jane Camargo e Sebastião Oliveira Bueno, Márcio A. Camargo, Orlando A. Camargo, Irajá A. Camargo.
Foto extraída do Acervo de Oscar Cunha Neto
Comentário de Ivan Rezende da Silva: "Um evento na chácara do Evangelino Ferreira Guiimarães - A grande Furiosa- Ambrolino Caju, Duca, Geri, Nenê Minú, Zé Ratinho, Evangelino, Zé Batume, Erasmo Flávio (meu pai) com o seu bombardino, a cabecinha do Tonico (meu irmão), João, Domingos da Nenê, Nenzito e Braz. Eu estava na reunião".
Arquivo de Henrique Cardoso que comentou: "O primeiro da fila é o Filadelfo Arantes Camargo, o terceiro é o saudoso Nenê Minu, presidente da banda de música, o quarto é o Horlando Arantes Camargo, o que está sentado é o famoso “Horlandinho do Baixo”.
Foto do Acervo de Wander Iwata – Diretor geral da Samurai Produções
Da esquerda para direita: Lázaro José de Almeida-Lazão, Paulinho Benoni, Roberto Iwata, Waldir, Ivan Rezende da Silva e João Batista (incompleto). Banda Martins Borges Anos 60.
Desfile cívico na Avenida Presidente Vargas Desfile Cívico na Praça da Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores - anos 1970
DESFILES DE 7 DE SETEMBRO EM RIO VERDE-GO
Mara Rúbia Guerra comentou: "Atrás, os pelotões. Nós, as balizas, vínhamos na frente da fanfarra. Era muito lindo! Esperávamos ansiosas pelo 7 de setembro! Nesta foto, as balizas, eu, a Maíza e a Lélie".
Dulce Seabra comentou: "Foi no ano de 1963, quando cursava o 1° ano Normal no Colégio Sta. Rita de Cássia. Estou na fanfarra, primeira fila, bem nítida. No centro a Ninfa e a seu lado a Ersi Furquim. Bons tempos...". Arquivo de Mara Rúbia Guerra a qual está destacada na foto.
Tadeu Nascimento de Almeida lembra: "Nessa foto o primeiro da esquerda para direita, tocando Carol é o Otacílio de Castro, irmão da Dona Ivanir de Castro do Bazar do Livro. Eu também toquei nessa banda por 4 anos (1965 a 1968). Era a "Fanfarra do Martins Borges" que abria todos os desfiles de Rio Verde! Seu diretor era o meu tio paterno, Otoniel de Almeida Leão (prof. Cocó).
Orquestra do Duca no Clube Rioverdense. Com a sanfona, Ariene Seabra.
FOTO POR OCASIÃO DE UMA BARRAQUINHA COM A FINALIDADE DE ANGARIAR DINHEIRO (MUITO TÍPICO NA ÉPOCA, FAZER ESSAS BARRAQUINHAS PARA CONSEGUIR VERBAS PARA BANCAR FESTAS DE FORMATURA E TAMBÉM RELIGIOSAS). A ORQUESTRA NA FOTO É A DO DUCA, GRANDE MÚSICO RIO-VERDENSE, QUE ALÉM DE APRESENTAR NO CLUBE RIOVERDENSE, TAMBÉM TOCAVA NOS CASAMENTOS RELIGIOSOS E MISSAS SOLENES, INCLUSIVE A TÃO ESPERADA MISSA DO GALO.
Lectícia Darelli Leão comentou: "Pessoas especiais, Toninho Guerra (meu padrinho), Paranahyba Pirapitinga Santana (Meu avô), Aladino Darelli (meu pai), Sr. Nenê Guerra e Sr. Nestor Fonseca. Na Rua Costa Gomes. Casa do Aladino".
Ariene Seabra comentou: "Dr Paranahyba Pirapitinga Santana, Juiz de Direito em Rio Verde por vários anos e diretor da Escola Técnica de Comércio Senac. Ariene Seabra então escrevente juramentada do Cartório de Registro Civil e a professora Dalva Borges Campos. A casa ao fundo era do “Lilico". A foto foi tirada por Herluino Seabra, conhecido por Rosa Seabra. Na rua Rafael Nascimento, em frente à casa de Santinho Veloso, mais ou menos em 1959 ou 1960.
Dr. Paranahyba Pirapitinga Santana foi juiz de direito de 1947 a 1961.
O jornal O GRÊMIO, de 8 de abril de 1957, homenageou: “DR. PARANAHYBA PIRAPITINGA SANTANA – No dia 3 do corrente mês aniversariou o D. D. Diretor da Escola Técnica de Comércio SENAC de Rio Verde, Dr. Paranahyba Pirapitinga Santana, sendo-lhe prestada pelos estudantes da ETC no dia 4, uma homenagem simples, mas sincera e espontânea, saída verdadeiramente da veneração que todos lhe tem.
Assim sendo, este jornal não poderia deixar de modo algum, de prestar a justa e devida homenagem ao homem que tem sido o sustentáculo do ensino em Rio Verde. Ao Dr. Paranahyba Pirapitinga Santana, aqui ficam, pois, os cumprimentos de O GRÊMIO.
A Escola Técnica de Comércio de Rio Verde tem recebido de seus professores, desde quando foi fundada, a cooperação eficiente, desprendida e patriótica, em prol do aproveitamento dos alunos, pelo engrandecimento de nosso Educandário, e pelo bem coletivo de nossa cidade”.
A Escola Técnica de Comércio funcionava no Ginásio Martins Borges.
Ariene Seabra comentou: 'Uma alegre festa junina, num espaço em frente ao posto do Darlot. Tércio Rodrigues, Allan Kardec Seabra, Zilda Leão, Ariene Seabra, Dalva Campos, Fiinha, Dulce Seabra e Vitalino Leão. Bons e saudosos tempos".
Todas de colar de cristal e faixa larga na cintura com uma flor. Rio Verde é um celeiro de belas mulheres! Nynfa, Iza, Regina, Norma, Cecília, Aureny, Detinha, Elivar e Moema.
“EM RIO VERDE SRTA. MARTA LEÃO PINCOWSCA - Procedente do Rio de Janeiro, onde se encontrava participando do concurso “Miss Brasil 1957”, chegou ontem à nossa cidade, a mais bela goiana, Srta. Marta Leão. A nossa querida Marta “O GRÊMIO” envia as suas boas vindas, desejando-lhe feliz permanência em sua terra”. – jornal O GRÊMIO, 05/08/57.
JOGOS ABERTOS DE 1972. — com Eglantina Bitts (esposa do sub comandante do 2º BPM), Maria de Fátima Braz, Coronel Camelo, Neusa Mary Freire Guerra, Marines Telles Ferreira, Miranildes, Tilia Nascimento, Ângela Vilela, Nildete e Dinazarda Proto.
Deborah Proto comentou: "Minha querida avó Dinazarda Proto, filha do João Proto, famoso João Surdo, dono do Bar Zig Zag e grande comerciante da cidade, muito querido por todos. Essa foto minha avó estava desfilando representando o Colégio Agrícola".
COQUETEL DAS DEBUTANTES 1973 (PANELÃO)
Ao fundo, o então prefeito municipal sr. Eurico Veloso do Carmo. A organização era da Dorinha Guerra.
Clube Rioverdense, Baile de Debutantes. Lucilene Leão Cabral comentou: "Baile debutantes maravilhoso, da direita para esquerda: Baxira Okde, Cássia Bonifácio, Elaine Veloso, Ivana Lemes, Lucilene Leão, Mara".
ARQUIVOS
Foi um homem muito inteligente, dinâmico, criativo e bom. São registros históricos, importante de Montividiu e Rio Verde. José Teixeira de Carvalho - Patriarca da família Teixeira de Carvalho, nascido no ano de 1888. Mais conhecido como Zequinha Teixeira.
José Teixeira de Carvalho Filho, o irmão mais velho da família Teixeira. Foi comerciante em Rio Verde e prefeito no então distrito de Montividiu. Maria Geralda Teixeira de Carvalho Bevilaqua comentou: “Um grande homem, meu amado e inesquecível Pai! Ele nos deu todo o conhecimento e amor. Muito inteligente e trabalhador, mesmo com as dificuldades impostas pela deficiência física. Não esmoreceu…
José Teixeira de Carvalho e sua esposa dona Sebastiana Cândida de Carvalho
Natalício Teixeira de Carvalho - filho do sr. Zezé Teixeira e da dona Sebastiana - foi gerente do antigo Banco do Estado de Goiás (BEG) e Suquinha (Antônio Teixeira), com amigos.
Antônio Teixeira de Carvalho, mais conhecido como Sr. Tonico Teixeira, foi dentista e era irmão do sr. ”Jerominho do Hotel Teixeira”. Morou por muitos anos em frente à Praça Rodezir Baylão e chamava à atenção por dirigir em seu fusca pelas ruas de Rio Verde até meados dos seus 90 anos de idade.
Ronaldo Peres Ribeiro comentou: "São os fundadores do Hotel Teixeira. Maria Teixeira de Carvalho Morais completou 91 anos de idade no dia 25 de março de 2023, Jerônimo Carvalho faleceu com mais de 90 anos no ano de 2017. Atualmente, eu sou o administrador do Hotel, dando sequência no trabalho da minha família, tanto no serviço de hospedagem e também no serviço social que eles exerceram bem e por décadas. Ela e minha vó são primas de primeiro grau e irmãs de criação”.
Dona Maria Teixeira, no dia em que seu saudoso esposo, Jerônimo Teixeira Carvalho foi homenageado com o nome na praça em Rio Verde.
Clementino Teixeira de Carvalho e Jerônimo Teixeira de Carvalho
Josino de Gusmão e seu pai, Ernesto de Gusmão
Acervo de Oscar Cunha Neto
Norma Veloso comentou: "Da esquerda para direita, tios, Pedro, Edda, João, Zaida, Nilson, Irene, Osmar, Odete, Eurico, Mozart, Vanda e Paulo.
Na segunda fila, também da esquerda para direita: Tia Lúcia, Ildebrando, Tia Pudica irmã do meu avô João Batista, Vô Carolina com a neta Sônia no colo, Tio Jesuino, Tia Iolanda, Humberto seu filho. Sentados no chão: Tia Altair, Heloisa, e o Bosco do Tio Osmar”.
ANTIGA PENSÃO BRASILEIRA
Arquivo de Fábia Aparecida de Sousa que comentou: "O Senhor na foto é meu pai Francisco Martins Vicente (cujo Chico Branco), do lado a minha mãe Geralda Jerônima de Sousa e as duas ladeadas eram funcionárias da Pensão. Essa foto é por volta de 1958 a 1961. Depois, eles mudaram para a Lagoa do Bauzinho. A Pensão Brasileira era localizada de frente ao Hospital Evangélico, próximo a antiga Farmácia Dirce e à Praça 5 de Agosto".
Samira Okde comentou: "Meu irmão Nasser Okde, meu pai Hassan Okde, Abrao Fares e o Zé Turco".
Marco Aurélio Martins comentou: “A foto é do acervo de Eduarte Barbosa de Freitas, filho de Sebastião Freitas (Sebastião Carapina), que gentilmente me repassou algumas fotografias. O Sebastião Carapina fez várias pontes de madeira nas fazendas de Jataí e região. Na foto, estão: Olívio Antônio de Freitas (fundador do Distrito de Ouroana), Sebastião Antônio de Freitas (Sebastião Carapina), e um primo chamado Manoel Alves Ferreira. O ano da foto é 1935.
O pai da minha avó se chamava Ludgero Antônio de Freitas, ele era o filho mais velho da família, e o Olívio Antônio o mais novo. Esse Olívio é o Ouro Fava, de Ouroana.
Eles, tem outros irmãos, que foram para Jataí e região de Cachoeira Alta.
O Ludgero nasceu em 1894 e o Olívio em 1916”.
Laudemiro José Bueno Pereira comentou no grupo ”As Quatro Estações”: "GRUPO DE LOBINHOS, da esquerda p/ direita Jane, Gilberto Guimarães, Helcio Barros, Ulisses Caio (Cacai), Webinho, Luiz Alberto (chico), João Barros, Paulo Campos Filho, Areno, Nelson Portilho, Zanderlan, Gilberto, Humberto Barros, Marquinho Leão, Paulinho Jayme e Montgomery. A moça da direita não lembramos o nome, no fundo, de óculos, o chefe prof. Altiture. - (essa foto é do acervo particular de Zanderlan Soares)".
IRMÃOS GUERRA: Célia e Gicelda Guerra (Natural de Uberlândia, Minas Gerais, nascida em 10 de agosto de 1933. Filha de Jerônimo Guerra e Deodorina Alves Guerra. Jadir Carvalho comentou: "Para aqueles que foram ex-alunos dela possam relembrar. Ela faleceu em maio de 1993 em Tupaciguara - MG". Odélio, em pé, e Vicente, sentado. Foto do ano de 1936.
Padaria Cruzeiro do Sul, mais conhecida como Padaria do Saulo, localizava-se na rua Henrique Itibere, Centro, 1154, próxmo ao antigo Cine Bagdad.
Saulo Nunes de Matos, sua esposa Maria Marques de Matos - conhecida como Dona Sobrinha. (Arquivo de Tatiane Farias Guimarães).
ARMAZÉM DO TAU: Cláudio Júlio Emrich. Vendia bebidas, latarias, atacado e varejo. Rua Coronel Vaiano, 4.
Do Sr. Gerson. Café Rio Verde, na rua Costa Gomes - Início dos anos 60
Antiga Cerealista Coelho (Prop. Ozório Coelho de Morais - deu nome à antiga rua Goiânia), estão na foto ladeados ao carro de boi: Sr. José Inácio, Lola, João Miguel, Adolfo Carmo, entre outros. Arquivo de Oziel Freitas, filho do Adolfo (foi maquinista por 18 anos) que está na foto de 1980. Na rua Costa Gomes, Nº 341, em frente ao Mercado Central. A cerealista localizava-se nesta época onde atualmente se encontra a Tarantela
CERÂMICA SÃO SILVESTRE – Foi o seu proprietário, o sr. Nailor Gomes do Carmo
TRABALHADORES "BOIA FRIA" EM RIO VERDE EM DIA DE PAGAMENTO E COMPRAS. Arquivo de Manoel Francisco Pereira que comentou: "O ano é 1982. O fato, a foto e a história. São fatos e bastidores que a história oficial não registra.
Foto antológica. O local é Rua 20 no Bairro Popular, momento da chegada dos trabalhadores rurais “ Boia-fria” da lavoura. Dia de sábado, pagamento da semana, nota se a grande movimentação em face do evento".
Carnaval de outrora em Rio Verde. Maria das Graças Cunha Pereira comentou: "Em pé: Da esquerda para direita, o 2º, Dr Aparício Toledo, a 5ª, Dna Ercília Castro Pereira, professora, e o último Valtercídio Barbosa do Carmo (Zezé). Agachados: Da esquerda para direita, o 2º, Mauricio Toledo, a 3ª, Maria José Garcia Martins e o 4º, Walter Baylão". (não sei precisar o ano da foto)
O jornal O Alvorada, nº15, em sua edição de 7 de março de 1965 escreveu:
“Carnaval transcorreu calmo e animado – As festas carnavalescas de Rio Verde, neste ano, tomaram um rumo de calma jamais visto. Não se registrou nem uma briga de aspecto sério, simplesmente pequenos atritos, como haveriam de ter.
Quanto ao andamento das folias esse teve certa animação; não chegando a ter mais animação que os outros anos em virtude da atmosfera de desânimo total por que passa a cidade nesta ferrenha crise que assola todo o País. Um certo número de pessoas fez das ruas suas pistas, o que dificilmente ocorre em Rio Verde, pois as pessoas preferem os recintos para suas algazarras. Assim, mesmo que fraco, o carnaval de rua foi também considerado pelos rio-verdenses.
Os recintos sociais que receberam o povo foram o Clube Social Rioverdense e o Clube dos Operários. Em ambos os lugares a animação era impossível de esconder como também o grande clima de cordialidade reinante”.
AS CRIANÇAS ADORAVAM PASSEAR NA XIMBICA DO JOÃO HERNANDEZ CALDI, E NO CARNAVAL ENTÃO?
TIM E SEU PENICO COM CERVEJA E SALSICHAS - Clube Campestre (27/02/1979) e Clube Rioverdense (01/03/1981). Arquivo pessoal de Natália Campos.
(12/09/1964). FAMÍLIA CAMPOS. Leny Campos Serra comentou: "Todo primeiro de janeiro, meus avós reuniam os filhos, genros, noras e netos e tirávamos a foto de todos reunidos e dava uma foto para cada um. Tenho outras fotos também, saudades!"
No Jornal O Popular, de 01/01/1975 foi publicado:
ANO NOVO COM PÃO E CERVEJA
“Curiosa tradição está se repetindo hoje na residência do Sr. e Sra. Rosulindo Campos, na cidade de Rio Verde: um encontro de confraternização da sociedade local, durante a qual são servidos pão com manteiga e cerveja. Tudo começou há muitos anos, no tempo em que a folclórica queima de Judas era indispensável. O casal, que conta hoje com sessenta anos de casado, foi acordado de madrugada por uma alvorada feita por amigos e familiares, e num lanche improvisado foi servido pão com manteiga e cerveja, com a participação cada vez maior de pessoas. A festa deve ter começado esta madrugada para só terminar à noite, com alvorada, almoço, apresentações artísticas, números de seresta e do folclore regional. Para saborear o curioso pão-com-cerveja, seguiram para Rio Verde famílias desta Capital, Piracicaba, Ribeirão Preto e São Paulo. Gosto não se discute”.
Carlinda e Rosulino Campos - Baile das Debutantes no Clube Campestre (02/10/1976)
As matinês nos clubes faziam a festa carnavalesca para as crianças
CLUBE RIOVERDENSE ABRIGOU MUITOS BAILES. ENCONTROS ACONTECIAM NESSE LUGAR, INESQUECÍVEL OS ESPETÁCULOS À NOITE! E TAMBÉM TINHA AS MATINÊ. ONDE A JUVENTUDE E OS DE MAIS IDADE SE ENCONTRAVAM FESTIVOS. SURGIU NO ANO DE 1942 O CLUBE SOCIAL RIOVERDENSE NA ATUAL RUA RAFAEL NASCIMENTO.
Nota do jornal O ALVORADA, de 07/03/1965: “THE NIGTH’S BOYS DEU SHOW NO CLUBE – O conjunto The Nigth’s Boys que foi criado recentemente nesta cidade o que é composto pelos jovens Evandro Campos, Lauro Seabra Guimarães, Donald Vaz do Nascimento, Edmar Fernandes Lima e Adalberto Ataides apresentou-se no Clube Social Rioverdense desta cidade no dia 23 último, dando um verdadeiro show.
Esta apresentação marcou à estreia do aludido conjunto que abrilhantou aquela noite com um ótimo Show para dançar”.
O jornal O ALVORADA (Fundadores: José Carlos B. Barros e José Costa Martins) publicou no ano de 1965, em sua página de esportes, importantes dados sobre a fundação do Clube Campestre:
FOI FUNDADO O CLUBE CAMPESTRE RIOVERDENSE
Fontes seguras informaram-nos que foi recentemente fundado em Rio Verde o Clube Campestre Rioverdense. Composto, no momento, por uma comissão que já iniciou com a organização do estatuto do mesmo, depois de adquirir o terreno para tal.
O local onde deverá ser ele construído é às margens do Córrego do Sapo, ao fundo da Associação dos Bancários, devendo possuir, como é desejo da comissão fundadora, piscinas, campos para a prática de esportes, sede social e outras mais atrações. Faz parte da comissão os seguintes elementos: Dr. Alisson Furtado, recém chegado a esta cidade e que cuida de organizar o estatuto do clube. Apresenta-o, como capacitado para tal, a sua prática e persistência conseguidas nas construções de outros 3 clubes, construídos em outras cidades, onde ele emprestou sua impar e eficaz colaboração, ainda Elbio Vale, Galeno Jayme, Ênio Jayme Fernandes, Dr. Jones Emrich, Oscar Arantes Lisboa, Drs. Chafic Antônio e Iturival Nascimento, Luiz Cunha, Dr. Jorge Junqueira, Luzardo Jayme Martins e Armante Guimarães.
Consta ainda na informação que os serviços serão iniciados brevemente. As ações serão postas à venda nos próximos dias. A comissão acha-se caracterizada por um animado espírito, pois espera encontrar todo o apoio na grande família rio-verdense. – O Alvorada de 28 de junho de 1965.
C.C.R. LANÇOU 150 AÇÕES
Em reunião levada a efeito no local onde será construído o Clube Campestre Rioverdense, a comissão responsável recebeu grande número de pessoas, no último dia 4, visitando o local. Entre estas pessoas estavam o presidente da Câmara de Vereadores sr. Joaquim Vicente Paiva e o sr. Élbio Vale, Coletor Federal, além de várias outras destacáveis.
Na oportunidade foram lançadas as ações de Sócios Fundadores, na série de 150, das quais grande parte já se acha vendida.
O escritório do clube já foi instalado na rua Gumercindo Ferreira, anexo ao Campeão da Avenida.
Conforme apuramos a comissão aguarda a chegada, a esta cidade, do engenheiro arquiteto a fim de que o proceda com a elaboração da planta para, posteriormente, serem iniciados os serviços no local. É do propósito da comissão entregá-lo à sociedade, completamente pronto, até janeiro próximo. – O Alvorada de 18 de julho de 1965.
CLUBE CAMPESTRE DE RIO VERDE
Tudo leva a crer que o Clube Campestre será em breve uma realidade. O projeto já foi elaborado. A construção está sendo providenciada. O projeto executado por arquiteto de nomeada, é maravilhoso. Deixa deslumbrado a todo que o vê, diante de sua funcionalidade e modernidade. O projeto está exposto no prédio da Samar.
A diretoria deliberou construir, inicialmente, a piscina, o campo de futebol e basquete, além do meio-fio. Em seguida, por etapas, todo o projeto será executado.
Rio Verde se orgulhará desta obra. Todavia, é necessário o apoio de todos. As ações estão à venda. A aquisição de uma ação é um meio de auxilio. Os poderes públicos devem prestigiar esta obra, que é um marco pioneiro.
O departamento jurídico do clube está providenciando o registro dos estatutos no registro civil das pessoas jurídicas. Assim, um extrato dos estatutos foi encaminhado ao Diário Oficial para publicação.
Após a publicação, o pedido de registro será feito, o que tornará o clube, juridicamente, uma realidade. – O Alvorada de 20 de dezembro de 1965.
Construção no Clube Campestre quando de sua fundação em 1965
Clube Campestre - Miss Goiás Dilma Rodrigues (06/08/1976).
O Dr. Ricardo Campos já foi presidente do Clube Campestre.
Arquivo pessoal de Natália Campos.
O Ator Tony Ramos em Rio Verde, aqui conversando com o Dr. Ricardo Campos - o TIM. (07/09/1979). Arquivo pessoal de Natália Campos. Baile de debutantes.
ROBERTO CARLOS EM RIO VERDE - (10/06/1978) – Acervo pessoal Natália Campos.
Dr. Ricardo Campos, o cantor Roberto Carlos, Evaldo, Lauro e Lélio.
Lélio entregando o microfone para o cantor Nelson Ned no Clube Rioverdense. Arquivo de Odélio Graciano.
Francisco Petrônio em Rio Verde - (04/08/1978) e (06/10/1979). Um dos seus grandes sucessos: “Tão longe, de mim distante, onde irá, onde irá teu pensamento... Arquivo pessoal de Natália Campos.
Luiz Gonzaga, "Rei do Baião", aqui em Rio Verde ladeado com o Dr. Ricardo Campos (TIm) em 16/01/1977. Arquivo pessoal de Natália Campos.
São diversos artistas que vinham fazer bailes em Rio Verde, tenho muitas outras fotos do Acervo da Natália Campos, por exemplo do cantor Nelson Gonçalves - Carregou a alcunha também de Rei do Rádio, o artista global Luís Gustavo que aqui veio em 09/09/1979, e em todas as fotos aparece o pai da Natália, o inesquecível Cirurgião Dentista Dr. Ricardo Campos Sobrinho, popularmente conhecido como TIM.
Dr. Ricardo Campos, o TIM, em seu consultório dentário à rua Gumercindo Ferreira, 21. Observem a tabela de preços.
Foi homenageado em Rio Verde dando nome ao CEO – Centro de Especialidades Odontológicas “Dr. Ricardo Campos Sobrinho – Dr. Tim”
Dona Emília, Emilinha e Nestor Fonseca.
O ruralista Nestor Fonseca foi escolhido para ser o primeiro presidente da Associação Rural de Rio Verde (24/04/1958 a 12/06/1961) onde estavam presentes 35 produtores, considerados os fundadores. Foi em 20 de janeiro de 1968 que se deu a mudança para Sindicato Rural de Rio Verde pelo qual Nestor Fonseca dirigiu compreendendo as datas de (03/05/1973 a 19/09/1974) e (19/09/1974 a 27/08/1975).
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Nestor Fonseca se encontra no Setor Pausanes em Rio Verde GO. Fundada em 05/08/2003, um sonho do então prefeito Paulo Roberto Cunha de construir uma escola maior para comportar os bairros vizinhos. A escola tem 8 salas, cantina, diretoria, secretaria, biblioteca, coordenação, sala dos professores, 2 banheiros para os funcionários, e ala de banheiros masculino e feminino para os alunos.
Na época, o então vereador, professor Nilo do Carmo, sugeriu que fosse dado o nome de Nestor Fonseca à escola. O Sr. Nestor Fonseca participou da inauguração, recebendo a homenagem em vida.
De 1959 a 1960, Nestor Fonseca foi prefeito municipal de Rio Verde.
Casa da fazenda do sr. Nestor Fonseca. Foi demolida. Ficava na rua “José Walter” sentido ao Bairro Interlagos.
Mais um pouco da década de 60:
“NÃO SURGIRAM AINDA OS CANDIDATOS OFICIAIS AO PLEITO MUNICIPAL – Os 3 partidos locais, UDN – PSD – PTB, ainda não levantaram voz quanto às apresentações de seus candidatos visando o poder municipal.
O PSD, abalado pelas leis da inelegibilidade e incompatibilidade, não obstante tenham sidos ventilados vários nomes, permanece tácito, aguardando, talvez, a resolução do partido, na apresentação do candidato à governança. Rumores, porém, leva-nos a crer que Nestor Fonseca é olhado como forte figura.
O PTB comprimido “in extremis” pela revolução, quiçá nem concorrerá nas urnas de 3 de outubro.
A UDN, apesar de ser o partido que menos, possíveis, candidatos apresentou por comentários, parece ter-se afigurado mais vivamente após a visita do candidato à governança, Sr. Otávio Lages Siqueira. A reestruturação do diretório local deverá ser realizada nos princípios de agosto, época em que serão lançadas oficialmente seus candidatos, se não antes, pois as apresentações encerram-se 60 dias antes das eleições. Tudo leva a crer que Eurico Veloso e José Bonifácio terão seus nomes lançados. Ainda na UDN é forte figura o nome de Chafic Antônio, procurado pelo partido, a fim de candidatar-se a prefeitura, porém soubemos que o mesmo não estaria disposto a tal. É conveniente ainda dizer que o partido ainda insiste em sua candidatura, visto seu grande círculo de amizade aliado a sua bagagem moral – não se confirmando, todavia, essa insistência do partido, pois nada de oficial, ou confirmado pela cúpula, foi nos revelado, nem mesmo em que resultou a palestra mantida entre o Dr. Chafic Antônio e o partido”. - Extraído: Jornal O ALVORADA – Fundadores: José Carlos Barros e José Costa Martins – ano 1, Rio Verde, 18 de julho de 1965, nº 22.
“REIVINDICAÇÕES DO DR. PAULO CAMPOS – (...) Chegando sua vez, o prefeito desta cidade, Dr. Paulo Campos, reivindicou a não paralização do Colégio do Sol, conclusão do Ginásio Agrícola, construção de mais 3 salas de aulas para a escola Moreira Guimarães, e sobre o que é de mais importância ainda, intensificação dos serviços na rede elétrica que liga a Cachoeira Dourada a esta região e o término da BR 452, sobre a qual teceu convincente argumento, dizendo que os criadores de gado que a transitam no tradicional sistema de boiadas, tem prejuízos anuais de 21 bilhões de cruzeiros provocados pela estrada, sendo que seu término não vai além de 14 bilhões. Ficando salientada a tamanha importância desta última obra, o governador convidou-o para ir ter-se com ele na Capital do Estado, onde, mais minuciosamente, estudariam o assunto para apresenta-lo ao Presidente Castelo Branco”. - O ALVORADA – Fundadores: José Carlos Barros e José Costa Martins – ano 1, Rio Verde, 19 de março de 1965, nº 16.
Na foto: Da esquerda para direita, Miriam Pincowik, Prof. Claudete, Neuzinha Guimarães e Regina Cruvinel. No alto, Nara Veloso, em pé Lenize Martins - Comentou Esther Pomar.
O Colégio Estadual do Sol foi fundado em 13 de agosto de 1964.
Em 1967, o professor Haley Garcia, poliglota, sociólogo, historiador, físico, astrônomo e matemático, “... Que percorreria o mundo transmitindo suas experiências”, constrói o “Relógio do Sol”. Ferramenta pedagógica que indica os pontos cardeais e colaterais, o eixo da terra e as horas durante o dia. O relógio foi construído no Colégio do Sol.
Colégio do Sol por volta do ano de 1967 ou 1968 na foto se vê a Irmã Auxiliadora, Irmã Perpétua, José Alves, Eduardo de Castro, Moema Teixeira, Heloísa, Sônia Maria Silva Araújo e o Claudino Colet.
Irmã Celina (diretora do Colégio do Sol) e professora Sônia. Anos 60
Inauguração da Escola Municipal de Ensino Fundamental Ana Maura Oliveira Jayme. Rua 20, esquina com Avenida 75, SNº - Bairro Popular. Vê-se na foto, entre outros, o dr. Gonzaga Jayme, o dr. Oyama Leão e o então prefeito Eurico Veloso do Carmo. 1975.
“Gonzaga Jayme casou-se com Ana Maura, uma jataiense da família Alves de Oliveira, família esta apelidada de CAIANA. O matrimônio foi celebrado em Goiânia, onde os dois eram estudantes. O casal teve dois filhos: Maura e Mauro Lázaro. No dia 12/07/1974 faleceu Ana Maura depois de 22 anos de convivência matrimonial. Ela foi uma rio-verdense de muita dedicação na área da assistência social”. – FONTE: Texto escrito por Filadelfo Borges de Lima. Tema: VULTOS RIOVERDENSES. Publicação: Brasil Oeste.
Termo de Abertura – Contém este livro 100 (cem) folhas, numeradas de 1 a 100, que servirá para Registros de Notas mensais dos alunos deste Estabelecimento de Ensino. Bairro Feliz. Rio Verde, 1973. Odete Lemes Dias – Diretora.
Grupo Escolar “Vila Popular” – Ano 1973
REVISTA DE RIO VERDE
Em julho de 1911, circula o primeiro e único número da 'Revista de Rio Verde", criada por Pedro Salazar Moscoso da Veiga Pessoa, com a colaboração de Edmundo de Carvalho.
O Dr. Pedro Salazar da Veiga pessoa nasceu a 22 de julho de 1864, e faleceu a 10 de dezembro de 1923. Sepultado no Cemitério Municipal de Araguari, Minas Gerais. Em sua passagem em Rio Verde, foi juiz de direito da comarca de Rio Verde.
“Em Rio Verde, em 15.04.1910, o Dr. Pedro Salazar Moscoso da Veiga Pessoa criou o Instituto de Sciencias e Letras de Rio Verde, que possuía uma biblioteca. Em 1924, surge ali o Colégio Novais, de Eleuthério de Souza Novais, com biblioteca própria, como ressalta Basileu Toledo França. Hoje, a Biblioteca Municipal funciona num antigo sobrado dos tempos coloniais, que também abriga a Academia Rioverdense de Letras, guardiã de sua cultura”. Extraído da Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás nº 21 - Copyright © 2010 by Instituto Histórico e Geográfico de Goiás.
Em 1911 além de duas escolas municipais de instrução primária, na cidade, uma do sexo masculino e outra do sexo feminino, cada uma com uma frequência de perto de cem alunos, cujo ensino se adaptava aos modernos processos pedagógicos, possuía também um estabelecimento de instrução secundária para ambos os sexos com uma frequência média de quarenta alunos sob a direção de Pedro Salazar Moscoso da Veiga Pessoa subvencionado pelo município, e assim uma biblioteca pública, em formação, fundada pela Intendência Municipal e lembrada pelo ilustre e muito distinto clínico Dr. Arthur Cortês Guimarães, quando Delegado Literário do Município.
BIBLIOTECA MUNICIPAL “ROSULINO CAMPOS”
A Biblioteca Municipal “Rosulino Campos”, situada na Rua São Sebastião, n° 500 – Setor Central, nesta cidade, foi fundada em 03 de outubro de 1984, pela Lei nº 1950 e encontra-se registrada no Instituto Nacional do Livro sob o nº 12.277.
Na época de sua implantação, funcionava em uma sala do Prédio Administrativo da Prefeitura, contava com apenas dois mil e setecentos livros, adquiridos em campanhas com a comunidade.
Com o passar dos anos, e para atender à demanda dos leitores, a pequena sala já não comportava o acervo adquirido e foi utilizado o Espaço Bibliotecário da FESURV – Faculdade de Filosofia, prédio da Casa de Cultura “Dalila Jayme Martins”, local onde funciona até hoje.
Atualmente conta com um acervo aproximado de mais de doze mil livros de Literatura Geral, Brasileira, Infantil, Infanto-Juvenil, Pesquisa e Periódicos, tem cerca de 15.000 leitores cadastrados e uma média mensal de quatro mil usuários.
Pela Lei nº. 5021/2005, passou-se a órgão integrante da Fundação Municipal de Cultura, e possui três extensões nos Distritos de Ouroana, Riverlândia e Lagoa do Bauzinho. Recebe doações de livros da comunidade, numa média de 20 livros por mês.
Tem expediente de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas, sem intervalo de almoço. Para cadastrar-se como leitor, o interessado precisa apresentar: uma foto 3x4, fotocópias da Carteira de Identidade ou Certidão de Nascimento (Casamento) e comprovante de endereço. FONTE: http://www.rioverde.go.gov.br/i.php?si=sec&id=44 - Prefeitura Municipal de Rio Verde – Goiás, (já tinha o texto, mas não o encontrei novamente para ver a data do acesso).
A Praça Ricardo Campos foi construída na administração de Oscar Campos Júnior (1932 a 1934) e chegou a ser considerada a mais bela praça do interior brasileiro. Com uma topiaria refinada, dava aos ciprestes formas geométricas esculturais. O jardim era assim um mundo fascinado e testemunhou a aliança de eternos namorados.
Oscar Cunha Neto em seu livro Rio Verde - Apontamentos para a sua história (Gráfica e Editora O Popular, 1988) assim descreve: “(...) Muitas essências nativas ali estavam representadas. Suas alamedas em sebes vivas eram cartões de visita da cidade. Palmeiras de diversas espécies davam-lhe uma aparência distinta e exótica. Nos anos 40, o “Mundeco” era seu zelador e jardineiro, dele fazendo, por assim dizer, propriedade sua e pela qual lutava até o desespero contra as crianças, pequenos vândalos, que da magnifica praça faziam seu mundo de sonhos e de encantamentos, emoldurados pelas tardes fagueiras ou iluminadas ao luar em brincadeiras desinibidas e cheias de alegre algaraviada, dando asas à imaginação em salutar infantilidade entre as acácias, pinheiros e palmeiras muitas. Ali não existiam as repressivas placas de “não pise na grama”, ainda que o Mundeco, por vezes, as substituía com vantagem, sempre ameaçador, com seu cinturão que nunca chegou a ser usado e sobre a exuberância do verde, as queimadas, cirandas-cirandinhas, cobras-cegas e outros folguedos, desafiavam-no e aconteciam.
As sebes se transformavam ante seu desespero em baliza para os saltos em altura da criançada. Tudo era festa, tudo alegria. À noite, os meninos eram outros. Senhoritas e jovens ali caminhavam quilômetros e quilômetros no footing das alamedas, braços dados às suas companheiras, indo e vindo em nada monótona caminhada...
Anos depois, ante o protesto da população, construía-se ali um grupo escolar. Outras administrações vieram, pena que com elas não viessem também propósitos de recuperá-la, antes pelo contrário, quando havia como ainda há, tantos lugares para loteamentos, foi ela retaliada, destruída e ultrajada em seu verdor. Já com as laterais menores cheias de casas, construiu-se nela, com uma grande falta de visão, um prédio para abrigar a extensão de uma faculdade a partir daí nada mais havia a fazer senão dar-lhe o golpe de misericórdia construindo-se, ou melhor, ampliando a área construída que ocupava o Grupo Modelo” – Trecho extraído de RIO VERDE - Apontamentos para a sua história, tem a Ficha Catalográfica C972r - Cunha Neto, Oscar. Documentário ilustrado. Goiânia, Gráfica e Editora O Popular, 1988. 448 p. mais 16 p. de encarte. Bibliografia – 1. Rio Verde-História. I. Título. CDU: 981.732 Rio Verde. Catalogação na fonte pela Bibliotecária Cláudia Oliveira de Moura. Impresso no Brasil. Copyright by Oscar Cunha Neto.

Foto do Acervo de Wander Iwata – Diretor geral da Samurai Produções
Pátio do Grupo Modelo, onde depois funcionou a Faculdade de Filosofia.
Foi nas imediações deste lugar a primeira praça da cidade, a primeira capela, o primeiro rego d'água. A Praça Ricardo Campos, remodelada em 1940, antes denominada de Largo da Igreja, Largo do Pelourinho, Largo do Chafariz e Largo da Cadeia, abrigou o primeiro cemitério da vila. Aí ocorreu o assassinato de um combatente da Guerra do Paraguai, em 1865, e foi enterrado ladeado à capela.
Estrada de Rodagem Santa Rita. Rio Verde, GO. Foto: Nello (Fotógrafo).
FOTO EXTRAÍDO DE: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Série: Acervo dos municípios brasileiros - Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/v4/brasil/go/rio-verde/historico Acesso em: 06/08/2017.
Cel.Sidney Pereira de Almeida, nasceu em Araguari, em 03 de agosto de 1.884. Faleceu em Itumbiara no dia 06 de janeiro de 1.977, vitimado de um Derrame Cerebral.
O Cel. Sidney Pereira de Almeida e seu sócio Ronan Rodrigues Borges, foram os pioneiros do Rodoviarismo do sudoeste Goiano, quando em 1.918, construiu a Rodovia Sul Goiana. Vamos aos fatos, narrados por Sidney Pereira de Almeida: “O fato importante e memorável da inauguração de Estrada de Automóvel da Companhia Mineira Auto Viação Intermunicipal, construída pelos dois abnegados e heroicos pioneiros da Auto Viação no Brasil Central – dr. Fernando A. Vilela de Andrade e dr. Ignácio Pinheiro Paes Leme, de Uberlândia e esta cidade de Itumbiara (Ex – Santa Rita do Paranaíba), em maio de 1917, fez despertar forte entusiasmo popular, dando assim origem à ideia de construção de uma estrada de automóveis, ligando esta cidade de Itumbiara às de Rio Verde e Jataí, estrada essa de penetração, varando os nossos sertões goianos. Foi, pois, assim movidos por esse caloroso e grande entusiasmo que eu, e meu particular amigo, Ronan Rodrigues Borges, cheios de arrojo, resolvemos por em prática essa ideia. Para esse fim, em maio de 1918, requeremos ao Congresso Goiano, por intermédio do senador Possidônio Xavier Rabelo, o privilégio para a construção de uma estrada de automóveis, ligando Santa Rita do Paranaíba a Mineiros, passando por Rio Verde e Jatai, com um ramal que, partindo do ponto mais conveniente do município de Rio Verde, fosse ao Porto de São Jerônimo, no rio Paranaíba. Esse privilégio nos foi concedido por lei de 15 de julho de 1918, sancionada pelo Presidente da época, desor. João Alves de Castro (*). Pelos nossos procuradores, drs. Albatênio e Claro de Godoy, foi assinado o contrato de concessão entre nós e o Estado de Goiás (**). De posse do privilégio, eu e Ronan, no dia 15 de agosto de 1918, em um pequeno e frágil automóvel, um Fordinho, de propriedade de Ronan, dirigido por José Sabino, conhecido por José Cachimbo, partimos de Santa Rita do Paranaíba com destino a Rio Verde e Jataí, na alvorada do dia, por uma estrada salineira. Arrostando as maiores dificuldades e peripécias perigosas, os grandes ribeirões e vaus, e os caudalosos rios Meia Ponte e dos Bois, em balsas, conseguimos, após quatro penosos dias. Realmente, foi um fato memorável, porquanto era preciso munir-se de grande arrojo e coragem para enfrentar uma viagem dessa natureza em pleno sertão pouco habitado e sem nenhum recurso. Tivemos de enviar caixas de gasolina antecipadamente para vários pontos do itinerário, conduzidas por carros de bois. A nossa chegada ali, no pequeno auto Ford, despertou um grande entusiasmo e alegria em toda população da cidade, que nos recebeu fidalgamente, com grandes manifestações festivas e jubilosas. Após dois dias de permanência em Rio Verde, prosseguimos a nossa excursão até a cidade de Jataí, que atingimos num só dia. Auxiliados por esse grande e fervoroso entusiasmo e interesse demonstrados pelo povo de Rio Verde e Jataí, não nos foi difícil o trabalho da organização da Companhia de Viação que tínhamos em mente”.
(*) Lei nº 594, de 15 de julho de 1918. O privilégio era por trinta anos.
(**) Cláusula segunda – Este privilégio compreende uma zona de vinte quilômetros para cada lado da estrada. Os trabalhos seriam iniciados dentro de seis meses depois da assinatura do presente contrato e terminados seis anos depois do início dos mesmos.
Organizaram a Companhia Auto Viação Sul Goiana. “Os Estatutos foram organizados por Sidney Pereira de Almeida, tendo por base os Estatutos da Cia. Mineira Auto Viação Intermunicipal, pioneira do rodoviarismo no Brasil Central. – Trechos extraídos do livro de Onaldo Campos. Rio Verde Histórico. Aspectos Históricos de Rio Verde (Goiás). Gráfica e Editora EDIGRAF S.A. 1971.
“Chega a Rio Verde, em 20 de agosto de 1918, o primeiro carro, um Ford “Bigode” conduzido por Ronan Rodrigues Borges, Sidney Pereira de Almeida e o "chauffeur” José Sabino ou “José do Cachimbo”. O que os levou a fundar em 17 de junho de 1919 a Companhia Auto Viação Sul Goiana, de transporte de cargas e passageiros, fazendo o mesmo roteiro até Jataí e Mineiros. E em consequência desse fato os mesmos construíram uma linha de automóvel seguindo o mesmo percurso, com um ramal projetado até o Porto São Jerônimo no rio Paranaíba.
Tão logo foi inaugurada a linha de automóvel, a firma Dias de Almeida & Cia, começa a vender automóveis em Rio Verde. E João do Carmo Nascimento (João Ford), além de distribuidor, oferecia a assistência técnica da linha Ford. Ele foi inventor ocasional... Inventou uma peça em forma de “V” que sustentava os eixos dos carros no alinhamento, patenteado pela fábrica.
Nesta época, o senhor Filogônio Carvalho cobrava 10$ para se dar um passeio no carro que adquiriu.
A primeira mulher a dirigir um automóvel em Rio Verde foi Anaide Leão Teixeira, com 14 anos de idade, em 1919. Um Ford modelo 1916 que foi o primeiro a chegar na região guiado pelo pioneiro José Sabino de Oliveira e fora adquirido por Filogônio de Carvalho, tio de Anaide.
Anaide Leão Teixeira – foto do acervo de Oscar Cunha Neto
Nesta época a velocidade permitida era de 15 a 20 quilômetros por hora”. – Trecho extraído: MEMORIAL DA CIDADE DE RIO VERDE/GO, que se acha na Avenida João Belo, (Concepção de Antônio Ferreira Arantes quando era o Secretário Municipal de Cultura de Rio Verde na gestão 1997 a 2000), encontra-se nas placas com os autores pesquisados: Onaldo Campos, “RIO VERDE HISTÓRICO” e Oscar Cunha Neto, “RIO VERDE, APONTAMENTOS PARA A SUA HISTÓRIA”.
“Voltando de uma pescaria, as rodas do Ford novinho em folha pilotado por João do Carmo Nascimento ficaram inutilizadas depois de bater num barranco em uma estrada de terra perto de Uberaba. Sem muita alternativa, João pegou um machado e se embrenhou no mato em busca de uma forquilha bem resistente. O problema era a falta de uma sustentação para que o eixo dianteiro ficasse no lugar certo. Ele encaixou as duas pontas do objeto em forma de “V” nas extremidades do eixo e fixou o pé num suporte pouco atrás do motor, prendeu com um pedaço de arame farpado retirado de uma cerca e pronto. O veículo estava em condições de seguir viagem. O que João não imaginava era que a peça seria fotografada por concessionários da Ford em Uberaba e enviada para a fábrica em São Paulo, que logo tratou de informar a novidade para a matriz nos Estados Unidos. Pouco tempo depois, o inventor receberia uma carta escrita de próprio punho por ninguém menos do que Henry Ford”. – FOTO E TRECHO EXTRAÍDO DA REVISTA KING - PUBLICADO NA INTERNET DIA 15 DE ABRIL DE 2012 (http://revistaking.com/site/o-talentoso-joao-ford-2/)
Na foto abaixo: 1ºTurma de pilotos do Aeroclube de Rio Verde - 30/12/1941. Constituida dos Srs. Dr. Helio Chaves, Epaminondas Portilho, Sebastião Pereira de Almeida, João Ford, Wilson Seabra Guimarães, Juventino Ferreira, dona Célia A. Daminani e a senhorita Ceres Bastos.
Foto Extraída de www.facebook.com/sectur.rioverde
“Aos 30 de junho de 1941, é fundado o aeroclube de Rio Verde que funcionava no aeroporto municipal, hoje Bairro Popular. João Ford e Epaminondas Portilho, eram os sócios fundadores, além de mecânicos e instrutores. Foram pioneiros. O guarda campo do aeroclube era o “seu Henriquinho” (Henrique Duarte)”. - Extraído: MEMORIAL DA CIDADE DE RIO VERDE/GO, que se acha na Avenida João Belo, (Concepção de Antônio Ferreira Arantes quando era o Secretário Municipal de Cultura de Rio Verde na gestão 1997 a 2000), encontra-se nas placas com os autores pesquisados: Onaldo Campos, “RIO VERDE HISTÓRICO” e Oscar Cunha Neto, “RIO VERDE, APONTAMENTOS PARA A SUA HISTÓRIA”.
Aeroporto General Leite de Castro
Ano: 1973
Série: Acervo dos municípios brasileiros
Notas:
O Aeroporto General Leite de Castro fica localizado na Rua do Ipê, margem esquerda da BR-060, no Bairro Jardim Floresta.
Em 1947, os aviões pousavam na Cidade em um aeroporto improvisado que ficava localizado em um local particular dentro da Fazenda Pauzanes de Carvalho. Posteriormente o aeroporto oficial mudou para onde é até hoje com o nome Jerônimo Martins, um político influente e genro do Major Frederico Gonzaga Jaime, que foi intendente de Rio Verde por duas vezes.
A partir da década de 1950, Getúlio Vargas criou o projeto Asas para o Brasil e o Centro-Oeste foi contemplado, mas somente na década de 1960 esse projeto chegou a Rio Verde. Na época o prefeito Paulo Campos buscou recursos com o Ministro da Aeronáutica, em contrapartida o ministro fez o pedido para que colocassem o nome do aeroporto de General Leite de Castro, homenageando o comandante da tropa que mandava madeira da região sudoeste para Brasília. Com a verba, o aeroporto teve sua pista asfaltada e foi instalada a iluminação.
O aeroporto é administrado pelo Município, mas ele é subordinado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Em 07 de agosto de 2009, a Prefeitura de Rio Verde, através da Secretaria de Indústria e Comércio, reformou, e reinaugurou o aeroporto. O local passou a contar com novos equipamentos, teve o saguão ampliado, os banheiros reformados com acesso a portadores de deficiência física, além de nova sala para administração aeroportuária.
Disponível em: http://www.rioverdegoias.com.br/i.php?si=not&ler=2&id=8881. Acesso em: fev. 2017.
Disponível em: http://migre.me/w5XBe. Acesso em: fev. 2017.
Fonte: © 2024 IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
TELECO
Eduardo Gomes Costa, o popular Teleco, filho de Pedro Costa Guimarães e Claudina Gomes Ataídes, natural de Rio Verde-GO, nascido no dia 19 de janeiro de 1947. Trabalhou como relojoeiro por 33 anos no mesmo local “Na Relojoaria Esmeralda, na praça que antigamente chamava Castelo Branco, hoje chama Praça José Maria Barros”, disse o Teleco.
Foto do acervo de Oscar Cunha Neto
Na época desta fotografia, a praça denominava-se Praça Castelo Branco, depois mudou o nome para Praça José Maria Barros, em homenagem a um homem honrado que foi empresário e desportista em Rio Verde. Já teve o nome de Praça Epitácio Pessoa.
Continuando, o Teleco mencionou sobre a relojoaria: “O dono que começou com a relojoaria foi o Gentil, eu não trabalhava com ele como um empregado, trabalhava adjunto, a minha despesa com o INSS era totalmente diferente da dele, eu fazia a minha contribuição e ele a dele, como independente, nunca fui patrão, nunca fui empregado também. Até hoje aqui no abrigo, eu conserto, eu tiro a água de um relógio, conserto um pino, uma coisa, mas sem ferramentas, um pé de canivete, uma agulha, uma coisa”, expressou o Teleco para mim, Aires, em 13 de fevereiro de 2013, ocasião em que eu trabalhava como guarda no Abal Lar dos Vovôs.
Em 1990 recebeu do Juizado de Menores, uma credencial para fiscalizar o acesso de menores em clubes, boates, etc...
Quando faleceu ainda morava no Abal Lar Dos Vovôs, situado na rua 31, no Bairro Santo Antônio.
Foi neste local que tive a oportunidade de entrevistá-lo no dia 22 de junho de 2016 quando ele me proferiu o seguinte relato sobre a Igrejinha da Serra da Caieira: “A Igrejinha da Serra lá da Caieira, ela surgiu assim, o meu tio aos 41 anos de idade deu uma doença nele brava, não tinha cura, ai ele fez uma promessa para o Divino Pai Eterno que se ele curasse, ele mesmo ia construir uma igrejinha lá em cima da serra, ele morava no morro cá em baixo, em cima e assim aconteceu ele construiu a igrejinha, então, todo ano tinha aquela romaria, como tem até hoje, de pessoas que vão e volta, no dia de primeiro domingo de julho, igualzinho tem lá em Trindade, tudo é a Festa do Divino Pai Eterno. No início lá, não tinha aquela escadaria, inclusive, a escada lá, foi ele mesmo que fez a engenharia e tem atrás da igrejinha o cemitério da família, e lá está sepultado o tio Antônio, a esposa dele Alda Caetano, a Olinda Ataídes, até tem uma homenagem a ela aqui em Rio Verde, a Escola Olinda Ataídes, e o Alaor Caetano. O Antônio Gomes de Ataídes é meu tio pelo lado da minha mãe, mas todo mundo conhecia ele por Totonho da Caiera. Ele fez o testamento de tudo o que ele tinha, deixou tudo dividido certinho para os filhos, mas o morro que circunda a Igrejinha da Serra, junto com o cemitério no fundo da igrejinha, então é intocável. E assim o tempo passa, anos e anos se foram, ficam só na lembrança, agora em janeiro eu completo 70 anos, estou com a idadizinha bem avançada”.
Dos talentos do Teleco, eu reconheci muitos, uma enciclopédia! Gostava de ler e contar piadas. Uma capacidade inata em tocar gaita, tocava e ao mesmo tempo fazia o acompanhamento musical.
FOTOS DA IGREJINHA DA CAIEIRA
Crédito das fotos vistas por alto: Enéias Costa
TOTONHO DA CAIEIRA
Em 1949, o Sr. Antônio Gomes Ataídes, conhecido como Totonho da Caieira, próspero criador de gado e fabricante de cal para a construção cível em Rio Verde e Jataí, fora acometido de uma doença sem eficácia de tratamento na época. Devoto do Divino Pai Eterno - peregrinava na companhia de familiares e amigos rumo a Trindade-Go – fez uma promessa que se obtivesse a cura da enfermidade que o acometia, iria construir no alto da serra de sua propriedade na Cabeceira da Cachoeirinha, a cerca de seis quilômetros do centro de Rio Verde, uma Igrejinha, e assim, sucedeu a cura, operado o milagre cumpriu a promessa.
A cada ano foi aumentado a romaria e com relatos de curas de muitos devotos. Grande multidão de peregrinos se dirigem a Igrejinha da Serra - assim ficou conhecido o lugar – sempre no primeiro domingo de julho para cumprir promessas, fazer pedidos e agradecer por uma graça recebida.
Ao fundo do santuário, está reservado o cemitério da família, onde estão sepultados o próprio Totonho da Caieira e sua esposa Alda Caetano Ataídes, e seus filhos, entre eles, o Alaor Caetano e Olinda Ataídes (que foi homenageada com nome de escola na cidade de Rio Verde). Também estão enterrados ali, outros membros da família.
HISTÓRIA DA IGREJINHA DA SERRA DA CAPA BRANCA
(Pesquisa no livro Rio Verde Histórico do autor Onaldo Campos - Gráfica e Editora Edigraf S.A. 1971).
Por volta do ano de 1889, o Cap. Antônio Pereira Valle, pediu permissão ao Padre Mariano para afincar no alto da serra, de vista da Capa Branca, um cruzeiro, no que foi concedido. Levantou-se o cruzeiro e foi feito um trilho para poder subir mais facilmente na serra. Conseguindo este difícil caminho, começaram o costume de convidar a todos os serrenhos para rezar de tempos em tempos um terço no pé do cruzeiro. Os terços eram celebrados por Luiz Camilo (inclinado à Igreja, aprendera rezas e terços com o padre Mariano), ajudado pelo povo e também pela Senhorita Rosalina Pereira Valle que cantava muito bem de modo a orgulhar seus pais. Tal era o prazer do Cap. Tunico ver a sua filha desempenhar brilhantemente no pé do cruzeiro os atos cantados que a subida dificílima a serra se tornava um brinco.
Evaristo Alves de Mendonça desejava muito casar-se com Rosalina, se bem que este casamento não fosse da vontade dos pais de Rosalina. Passado muito tempo e acreditando que os pais de Rosalina fizesse gosto, Evaristo animou-se a pedir permissão para se casar com Rosalina. Logo que os pais de Rosalina receberam o pedido ficaram indignados com o atrevimento do moço e o repeliu. Rosalina levou um choque muito grande que, na sua crise, não poderia levar, e caiu mortalmente fulminada por esta paixão. Chamado o curandeiro dos arredores, o dr. dos roceiros, o sr. Luiz Camilo, em vez de mandar dar-lhe alguns purgantes e sinapismos pelas pernas, mandou-lhe dar-lhe vomitório de tarto, que foi o mesmo que dar-lhe um tiro mortal que efetivamente a levou à sepultura.
Os pais completamente apaixonados por tão triste acontecimento, quase morreram também de paixão, resolveram a sepultar sua filha no pé do cruzeiro, em cima da serra, como lembrança da mesma quando iam juntos e cantavam o terço e outras rezas.
Algum tempo depois resolveram a fazer ali a sua catacumba, projeto este que mudaram para uma capelinha sobre a sua sepultura. Uma vez realizada esta pretensão, já dedicaram a pequena ermida ao Divino Pai Eterno. E ai iniciaram indevidamente uma nova romaria. Chegando ao conhecimento do Padre Mariano as pretensões do sr. Tunico do Bálsamo, o padre dirigiu-se a eles, explicando-lhes e fazendo-lhes ver que de modo algum poderia levar uma tal resolução num lugar tão impróprio e sem a menor permissão diocesana. Como não queriam obedecer, o sacerdote ameaçou-os e os fez ver que ninguém mais fosse lá promover essa devoção ao Divino Pai Eterno e aquele que fosse o primeiro a infligir e rezasse o terço lá, em forma de romaria, não desceria da serra vivo, senão morto, carregado nos braços dos outros romeiros.
Em vista desta declaração, o Cap. Tunico não poderia mais fazer a sua romaria, mas depois de se esforçar e vir procurar mais longe, achou um que aceitou o convite, o sr. Quintiliano Alves de Mendonça, que ao acabar a cerimônia no alto da serra, voltou mesmo de lá de cima, mas carregado nos braços dos seus companheiros. Horrorizado com este fato, o sr. Antônio Pereira Valle (vulgo Tunico do Bálsamo) procurou o padre Mariano para ir a sua fazenda para diversos serviços da visita paroquial, mas principalmente para dizer uma missa pela alma de sua filha e benzer sua sepultura. Ocasião em que o padre Mariano, na presença de toda vizinhança fez ver que os cristãos tem restrita obrigação de obedecer aos Bispos e aos seus prepostos e declarou que aquele lugar não se prestava de modo algum a fazer uma romaria visto ser um lugar apertado entre suas serras, formado em cima e embaixo de um legado, sem água, em uma propriedade alheia, muito imprópria para tal fim. – Pesquisa no livro Rio Verde Histórico do autor Onaldo Campos (Gráfica e Editora Edigraf S.A. 1971)
Padre Mariano Ignácio de Souza – Falecido em 23 de março de 1917
Na parte central da cidade, abaixo da Igreja São Sebastião, uma praça leva seu nome.
"PRAÇA PADRE MARIANO"
Reconstruída na administração Iron Jaime Nascimento, Prefeito Municipal; Luiz Bráz da Silva, Presidente da Câmara de Vereadores. Rio Verde, agosto de 1977.
Lana Freitas nasceu em Santa Helena de Goiás, no dia 12/10/1961. Filha de Lázaro Divino de Freitas e Dalva Pereira de Freitas (minha mãe é tataraneta do José Joaquim Rodrigues de Mendonça; fundador de Rio Verde-Goiás, me relatou a Lana). Lana Freitas escreve poesias, versos, contos em rimas e versos, tem 3 letras gravadas por cantores. Uma de suas poesias, retrata a FAZENDA CAPA BRANCA, lá no pé da Serra da Capa Branca onde se deu a história que originou o filme Igrejinha da Serra, dirigido por seu parente Alberto Rocco. Sobre o Evaristo, o personagem da letra musical e do filme, Lana Freitas me contou o seguinte: “Mas o que eu me lembro foi uma coisa rápida, foi uma visita que minha tia e minha mãe foram fazer a ele no abrigo dos velhos, e eu era uma criança, fui junto. Me lembro delas dizerem que iríamos fazer a visita ao Evaristo, pois ficaram sabendo que ele estava muito doente, e fomos. Eu fui toda feliz e empolgada pois já conhecia a história, mas fui com um pensamento em ver o tal lencinho que a Rosa lhe deu. Chegamos lá, já fui entrando meio eufórica, ele estava deitado naquela cama antiga, penso que era colchão de capim, estava bem cuidado, ele conversou algo com minha mãe e minha tia, e perguntei do lencinho. Ele levou a mão debaixo do travesseiro e pegou um lencinho (amarelado pelo tempo), e me mostrou, falou que ainda havia o perfume dela e que ela estava ali cuidando dele. A fisionomia dele, era encantadora pela idade e o estado em que ele se encontrava, hoje eu penso que ele deveria ter sido um homem robusto, alto e bonito”.
Nesta foto estão: Em pé: Juarez Pereira (do antigo foto Juarez), Jerônimo da Silva Pereira, João Batista Pereira, Dalva Pereira de Freitas, Ismaura Pereira Mundim e Olávia Azevedo (filha adotiva). Sentados: Secundina Marcelina Pereira, e Cristiano Juvêncio Pereira, entre os pais em pé José Alberto Pereira (Alberto Rocco do filme igrejinha da serra).
Laise Rodrigues comentou: “ Eu conheci o sr Evaristo no abrigo quando trabalhei de enfermeira lá na década de sessenta”.
Uma nota sobre o personagem principal, Evaristo. Ele faleceu em 1970 no Abrigo dos Velhos de Rio Verde.
Fábio Trancolin Duarte postou em seu Blog o seguinte: “Homenagem a José Alberto Pereira – Mais conhecido por Alberto Rocco – Cineasta, produtor, ator e sonhador. Alberto Rocco foi o primeiro goiano a realizar um filme longa metragem em película 35mm. Igrejinha da Serra que foi escolhido como o melhor filme brasileiro de 1980, pela extinta Embrafilme. Alberto Rocco produziu cinco filmes – O Garimpo (8-mm) – Chuva da primavera (8-mm) – A ciganinha (8-mm) – Capricho do destino (8-mm) – Igrejinha da Serra (35-mm). Um personagem para a cultura rio-verdense não esquecer, tenho ele como amigo e utilizo esse espaço para homenagear ALBERTO ROCCO. Fonte: https://fabiotrancolin.blogspot.com/2013/08/homenagem-alberto-rocco.
José Alberto Pereira comentou: “Amigos saudosistas do filme Igrejinha da Serra, nos anos 80 e 90, passei o filme em várias capitais do pais. Bem como nas principais cidades metropolitanas do Brasil.
Também estive em Cobija, na Bolívia e Ciudad Del Este, no Paraguai. Não me recordo das cidades do Uruguai e Argentina.
Nas capitais brasileiras, recordo de Belo Horizonte, Cuiabá, Campo Grande, Porto Alegre, Curitiba, Natal, Manaus, Rio Branco, Porto Velho e claro, Goiânia (ficou em cartaz mais de um mês).
Infelizmente não tive cacife para entrar no circuito Rio-São Paulo.
No entanto, entrei nas principais cidades do interior paulista, entre elas, Ribeirão Preto, Piracicaba e São José do Rio Preto.
Ainda no triângulo mineiro de Uberlândia e Uberaba. Em Ituiutaba estive em oito ocasiões. Assim como Itumbiara, em Goiás.
No estado do Paraná, praticamente percorri quase todas as cidades. Nas principais cidades e capitais, estive trabalhando as escolas públicas, a fim de divulgar o trabalho e a importância da película como história.
Enfim, o filme Igrejinha da Serra, foi um sucesso nos cinemas. Naquela época eu tinha que disputar espaço com as películas blockbuster como Guerra nas Estrelas, Superman, Indiana Jones, Os Trapalhões, Robocop, etc”.
O FILME IGREJINHA DA SERRA, FOI ESCOLHIDO COMO O MELHOR FILME BRASILEIRO DE 1980. DIRIGIDO POR JOSÉ ALBERTO PEREIRA (ALBERTO ROCCO), NASCIDO NA FAZENDA CAPA BRANCA, EM RIO VERDE-GO. BETINHO - COMO TAMBÉM É CONHECIDO - ESCREVEU, PRODUZIU E ATUOU NO FILME FAZENDO O PAPEL DO EVARISTO QUE NUMA COMOVENTE CENA MORRE ABRAÇADO COM SEU AMOR, ROSALINA, NO ALTO DA SERRA CAPA BRANCA.
PELÍCULA CINEMATOGRÁFICA USADA PARA FAZER O FILME IGREJINHA DA SERRA. ESTÁ NO MUSEU MUNICIPAL "PROFESSOR CLAUDINO COLLET".
A Igrejinha foi construída por Tonico Balzamo, em 1920, no alto da serra.
Extraído do livro CRÔNICAS RIO-VERDENSES, publicado pela Editora Kelps - ano 2011, de Filadelfo Borges de Lima, nas páginas 29, 30 e 31 retirei os seguintes trechos: “(...) José Alberto Pereira cursava advocacia em Uberlândia quando o reitor Jaci de Assis muito se interessou pela sua proposta de estrear “Igrejinha da Serra” num cinema da cidade. Jaci deu-lhe a devida cobertura, inclusive convidando os professores. Isso ocorreu por volta de 1980, no “Regente”, a maior, pelo menos naqueles dias, casa de projeção cinematográfica da maior cidade do rico Triângulo Mineiro.
Do “Igrejinha da Serra” Alberto foi diretor, produtor, argumentista e ator principal. Viveu, intensamente, esse projeto, em todas suas fases. Não fosse sua coragem, não fosse sua paixão pela arte, não fosse seu interesse pela preservação da memória do seu povo e, sobretudo, sua garra, o Brasil e Rio Verde não teriam visto a história de Rosinha e Evaristo que se propagara com a música de título igual da dupla sertaneja Praião e Prainha.
O material rodado nessa ocasião era o segundo que Alberto produzia, com título igual. O primeiro, de 54 minutos e amador, filmara-se em São Simão, no ano de 1976, tendo por cenário o belíssimo canal que a represa do Paranaíba escondeu para sempre, juntamente com a cidade do mesmo nome (ou seja, São Simão. Fundou-se outra de nome igual) fundada pelo ilustre rio-verdense Célio Leão Borges, que foi seu prefeito, depois de tê-lo sido da sua terra natal (aqui, de 1942 a 1945). Várias as reprises com casas cheias, no Cine Regente, o que possibilitou ao nosso Betinho a celebração de contratos com todos os circuitos nacionais.
(...) A dupla Praião e Prainha ajudara a propagação do filme que, apresentado, caía no agrado do público. Por onde passava, sucesso. Pessoas de variadas posições sociais queriam vê-lo, cumprimentá-lo, conversar com ele. Alberto, sem se afogar no triunfo, a todos dava atenção. Vieram as entrevistas no rádio. Repórteres queriam ouvi-lo, fotografá-lo e entrevista-lo.
No livro que tem o mesmo título do filme em pauta, lê-se que os autores prediletos do Betinho são romancistas e menciona, além de outros, José Lins do Rego e Machado de Assis. Na adolescência, diz o texto, apreciava o ofício de sapateiro, que exercia. Serviu o Exército no Batalhão da Guarda Presidencial e se tornou bancário e professor. Nessa época, escreveu e participou de várias peças teatrais, começando também na sétima arte, em película 8-mm, realizando vários curtas metragens (pág. 4, ob. citada). Sua vocação o levou a São Paulo para ver como fazia cinema de verdade. Após voltar de São Paulo, realizou o seu primeiro sonho: escreveu e filmou em S-8mm, o filme “O Garimpo”, com boa acolhida pelo público conterrâneo (obra, autor e pág. Idem).
O sucesso desse filme o animou a escrever e argumentar “Igrejinha da Serra”, filmado também em S-8mm, longa metragem, escolhido como o melhor filme brasileiro do ano 1980, pela extinta Embrafilmes (id, id, id)”.
Aproveitando o ensejo do qual o Filadelfo Borges de Lima publicou em seu texto acima, onde menciona o Cine Regente, em Rio Verde tivemos um, no prédio do antigo Cine Bagdad.
Arquivo de Guimardel Gui que comentou: Cine Regente reinaugurado em março de 2000. Foi considerado na época como "A maior tela do Brasil".
E, ainda, vale deixar aqui, registrado, outra fala do Filadelfo, sobre o Canal de São Simão:
O Canal de São Simão fica às margens do Rio Paranaíba, divisa de Goiás com Minas Gerais. O Canal é um estreito petrificado. Entretanto, ficou submerso após a construção da Usina Hidrelétrica de São Simão, pelas Centrais Elétricas de Minas Gerais, Cemig.
FOTO E TEXTO EXTRAÍDO DE: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Série: Acervo dos municípios brasileiros - Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/v4/brasil/go/rio-verde/historico Acesso em: 06/08/2017. Foto: Berto. Autor: Berto, Sílvio, 1908 – 2002
Fotografia de 100 anos mostra Pedro Ludovico e o filho Mauro Borges. Retirado da Revista King em sua edição de 29 de dezembro de 2015: http://revistaking.com/site/pai-e-filho-ilustres/
RARIDADE, JUNTOS: Pedro Ludovico Teixeira, Juscelino Kubitschek e Mauro Borges Teixeira.
Arquivo enviado por Evânio Silva que comentou: "Um pouco da história do Brasil no sertão goiano. Como desbravador do cerrado goiano, nessa postagem de uma foto com mais de 70 anos, a qual nela se encontra: a esquerda Dr. Pedro Ludovico ex governador de goiás, deputado federal. Em pé, do outro lado, filho de Pedro Ludovico, para orgulho de Rio Verde o ex governador e senador pelo nosso estado Mauro Borges Teixeira. Deus me deu a oportunidade de conhecer Dr. Pedro em vida, e com teu filho Mauro Borges tive a honra de participar de 3 labutas eleitorais. A grande surpresa ao meio sentado em uma pedra um pedaço da história do ex presidente Juscelino (JK)”.
(Acervo de Oscar Cunha Neto - O casal Pedro Ludovico Teixeira e Gercina Borges Teixeira)
Pedro Ludovico Teixeira mudou-se para Rio Verde (GO) em 1917 e no ano seguinte casou com Gercina Borges Teixeira.
Sobre a revolução de 1930, é interessante destacar, que o Dr. Pedro Ludovico seguiu para Minas Gerais em 4 de outubro, afim de juntar-se aos revolucionários que participavam da Aliança Liberal (organização que fora derrotada nas eleições de março de 1930). Retornou com um grupo de revolta armada que também fora desencadeada em vários pontos do país. Há relatos que em 9 de outubro de 1930, Dr. Pedro Ludovico Teixeira chega as proximidades de Rio Verde-GO, à frente de cem revolucionários. Após um combate, na entrada da cidade, são vencidos pelos legalistas e o Dr. Pedro Ludovico é feito prisioneiro em Rio Verde.
Em 24 de outubro de 1930, foi determinada a sua remoção. É conduzido como preso para a cidade de Goiás (Capital do Estado), juntamente com o rio-verdense Ricardo Campos. Mas, durante o percurso, veio a notícia da vitória da revolução, após do triunfo de Getúlio Vargas (líder civil da Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha). Dr. Pedro é libertado a 30 km da capital, assim, chegou ao destino não mais como prisioneiro, mas para assumir a liderança do movimento e o governo - interventor federal no estado (1930-1933) e governador de 1935 a 1937, foi responsável direto pela mudança da capital de Goiás para Goiânia.
Natural de Rio Verde, Mauro Borges Teixeira nasceu em 15 de fevereiro de 1920, era filho de Pedro Ludovico Teixeira e de dona Gercina Borges Teixeira. Faleceu em Goiânia no dia 29 de março de 2013, com 93 anos de idade, de falência múltipla dos órgãos.
Na política exerceu:
Deputado federal por Goiás - 1959 a 1961 e 1991 a 1995. Assumiu o mandato de Governador do Estado de Goiás no período de 1961 a 1964. E foi Senador por Goiás, período: 1983 a 1991. Exerceu muitas atividades partidárias, parlamentares e profissionais.
Uma relíquia na preservação da memória de Rio Verde: Ceres e Judith da Cunha Bastos e Mauro Borges enquanto alunos do 1º Jardim da Infância de Rio Verde, 1925. Professora Violeta Pitaluga. (Arquivo de Ibis Soares Brandão).
Foto do arquivo "Museu de Imagem e do Som de Goiás" Secretaria da Cultura. Alunos praticando ginástica na década de 40 em Rio Verde, Goiás. Link da foto http://www.scielo.br/scielo.php... Colaboração de Eduardo Arantes Leão.
Na época da revolução Pedro Ludovico já morava em Rio Verde. A Igreja serviu de trincheira quando Pedro Ludovico estava na revolução em 1930, eles ficaram escondidos no porão e no topo. Em cima da igreja havia guerrilhas.
Outra anotação interessante:
CASA DA DONA AMBRÓSIA - Erguida também no século XVIII, onde a sociedade da época se reunia e era lá que as festas aconteciam.
Localizada na Praça Padre Mariano, foi construída por volta de 1895. Há muitos relatos históricos: Serviu também de abrigo para personagens ilustres na época da Revolução em 1930, como Pedro Ludovico Teixeira, que residia na época em Rio Verde e idealizador da Revolução, além do Senador Martins Borges. Residência pertenceu a Dona Ambrosina Cândida da Silveira Leão. Casa do Coronel Vaiano.
Frente à Praça Padre Mariano.
Casa Esperança, de João Eduardo Rodrigues da Cunha - 1925. Era uma loja de secos e molhados.
Em 1937 funcionou nesta casa os primeiros momentos do Hospital Evangélico de Rio Verde, ao ser alugada para o Dr. Gordon que funda a “Casa de Saúde Evangélica de Rio Verde”.
Isa Leão Castro comentou: "João Eduardo Rodrigues da Cunha teve 5 filhos, 4 de seu primeiro casamento com Josina Vilela, esta veio a falecer aos 35 anos de diverticulite, momento no qual ele colocou os filhos no internato e alugou a casa para o doutor Gordon”.
João Eduardo, avô paterno de Maria Das Graças Cunha Pereira.
AMÉRICA DE FREITAS MALAQUIAS
Arquivo de Wilson Oliveira, que comentou: "Eu mandei uma colaboração para guardar nas memórias de Rio Verde: Minha avó, foi uma personagem importante para à cidade; ela era benzedeira, curandeira e parteira, muita gente a procurava para “benzeção” e chás manipulados por ela através de ervas, e pelas suas mãos, em partos que ela fazia, muitos cidadãos rio-verdenses vieram ao mundo. Ela morava numa viela perto da Praça 13 de Maio, onde hoje se encontra o Colégio Adventista, que no passado funcionava neste local o motor de luz da cidade. Ela brincava, que o Dr. Gordon, mandava para ela cuidar de doenças como sarampo e varicela - que o hospital, praticamente, naquela época, não conseguia resultados satisfatórios. Ela faleceu já faz uns 40 anos com a idade aproximada de 100 anos. Tinha parentesco com famílias Bueno, Freitas, Proto e Arantes".
Na foto aparecem: Alan, Gary, D. Helena, Dr. Gordon e Alma.
Coraci Pereira da Silva comentou: "O hospital foi construído com a colaboração dos fazendeiros e, todos os munícipes da região. Meu tio Antônio, carpinteiro, fez os móveis e outras pessoas doavam dinheiro, tudo com a supervisão de Dr Gordon. Eu, hoje, enfermeira aposentada, tive o privilégio de ser uma das secretárias da Escola de Enfermagem Cruzeiro do Sul, que, durante décadas, formou enfermeiros para o Brasil, especialmente para Dourados -MS. A qualidade dos profissionais era inquestionável, a ponto de recebermos solicitações de emprego, até mesmo antes da formatura. As solenidades de formatura (no Cine Bagdá) eram concorridas e muito solenes. D. Ruth Anacleto (falecida), remodelou o curso para Técnico de Enfermagem, dando continuidade à formação de profissionais gabaritados em função dos excelentes estágios, realizados no Hospital Evangélico. Nesta época, descobri minha verdadeira vocação, em função de trabalhar com excelentes professores da Escola e, me graduei em enfermagem, com especialização em licenciatura. Fundei vários cursos, na Bahia (Alagoinhas) e Mato Grosso do Sul, onde resido, sempre no modelo aprendido na Escola Cruzeiro do Sul. Brinco e afirmo, o Hospital Evangélico, através da Escola, me deu lápis e compasso, norteando minha vida".
Na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Rio Verde vemos publicado o seguinte: "A história do Dr. Gordon em Rio Verde se confunde com a história do hospital. Na década de 1930, Deus tinha planos para um jovem casal americano.
Dr. Donald C. Gordon e D. Helena Gordon foram enviados pela Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, para a Missão Brasil Central. Mal sabiam eles que seriam precursores de um grande trabalho de cura e evangelização na cidade de Rio Verde, em Goiás. Construíram o Hospital Evangélico de Rio Verde, chamado hoje de Hospital Presbiteriano Dr. Gordon. Várias pessoas foram beneficiadas pelo trabalho deste casal e de seus seguidores. Muitas lutas, conquistas e pessoas que tiveram o corpo e a alma restaurados.
Dr. Gordon, como médico e missionário, sempre cuidou dos dois lados da saúde: a física e a espiritual. O que remete ao objetivo principal de todo o trabalho desenvolvido - Salvar vidas como um todo: espírito e corpo. Depois de mais de sete décadas os trabalhos guiados por Deus e iniciados pelo casal Gordon continuam a serem efetuados".
Família Gordon
Foto do Acervo de Oscar Cunha Neto.
No ano de 1937, dada a grande necessidade de se ter um hospital na cidade, o médico e missionário Donald C. Gordon, juntamente com sua esposa D. Helena, que era enfermeira, tenta conseguir alguns lotes para construção do mesmo, só que naquela época era proibida a doação de lotes públicos para entidades estrangeiras, a saída, então, foi um grupo de amigos dos Gordon’s que compraram os lotes e os repassaram para a Fundação Presbiteriana pelo mesmo valor, tornando possível a construção da “Casa de Saúde”.
Eis alguns nomes que compunham o quadro de médicos e enfermeiras em julho de 1940: Zoraide Pereira, Maria Toledo, Suzana, Felicidade Vilela, Onofre Rocha, Amanda Eidan, Maria Silva, Maira Vaz, Erondina Grimbor, Maria Bueno, Helena Gordon, Dr. Donald Gordon, Dr. Antônio Duarte, Helena Moreira e Goiotin Nogueira.
No ano de 1962, com 65 anos de idade, Dr. Gordon se aposenta. Dr. Carlos Patrício assume a direção do Hospital Evangélico de Rio Verde.
Em 1969 levanta-se uma construção adicional, a qual inclui um centro cirúrgico com três salas e novos quartos para pacientes. Dr. Benjamim Spadoni assume a direção do hospital diante do afastamento do Dr. Carlos Patrício que, na feita mudara-se para a cidade de Rio Claro – SP.
Inúmeras foram as ampliações, visando ao melhor atendimento aos seus pacientes
Escola de Enfermagem "Cruzeiro do Sul"
A Escola de Enfermagem Cruzeiro do Sul foi fundada exatamente com o hospital, pelo Dr. Donald C. Gordon e pela enfermeira Beatrice Lenington. E em 19 de janeiro de 1954 o curso de Enfermagem da EECS foi oficialmente reconhecido pelo decreto federal 34964 de 19/01/54 (D. O. 29/01/54)".
Assim, diz o texto do IBGE:
A Escola de Enfermagem Cruzeiro do Sul, localizada na Rua Abel Pereira de Castro, nº 706, no Bairro Setor Central, foi fundada pelo doutor Donald C. Gordon e sua esposa Helena Gordon, também fundadores do atual Hospital Presbiteriano Doutor Gordon, localizado na mesma rua da Escola. Segundo o Hospital, a Escola de Enfermagem Cruzeiro do Sul foi fundada em 1942, mas há divergências quanto a isso. Thais Silva Corre Barbosa, em seu artigo, uma perspectiva histórica sobre o movimento de expansão dos cursos superiores de enfermagem na região centro-oeste do Brasil, apresenta 1937 como o ano de fundação da Escola.
Disponível em: http://www.herv.org.br/conheca-o-hpdg.html. Acesso em: fev. 2017.
Disponível em: http://www.pesquisando.eean.ufrj.br/viewpaper.php?id=148.... Acesso em: fev. 2017.
Disponível em: http://migre.me/w1xVW. Acesso em: fev. 2017.
FOTO E TEXTO EXTRAÍDO DE: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Série: Acervo dos municípios brasileiros - Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/v4/brasil/go/rio-verde/historico Acesso em: 06/08/2017
Edifício concluído em 1950. Era uma construção moderna, construída por três pavimentos, com acomodação para: diretoria, secretaria, 1 sala de visitas, 2 salas de aula, 1 laboratório de enfermagem, 1 sala para biblioteca, 1 sala para costura, 17 quartos (para diretora e estudantes), instalações sanitárias completas, 2 alpendres, hall de entrada... Foi reformado, para dar lugar ao funcionamento de um laboratório.
No Jornal O COMETA ESPORTIVO de 26 de junho de 1956 (Diretor: Chafic Antônio – Redatores: Fioravanti de Minas, Nivaldo do Carmo e Luiz Braz) encontra-se:
“QUADRA PRÓPRIA PARA A ESCOLA – já estão bem adiantados os trabalhos de construção da quadra de vôlei da Escola de Enfermagem Cruzeiro do Sul. Nossa reportagem ficou bem impressionada com a qualidade de serviço, podendo-se dizer que o piso de concreto e a iluminação estão obedecendo a todos os requisitos técnicos. A Escola, que é indiscutivelmente um dos melhores conjuntos de vôlei do sudoeste goiano, pretende nos oferecer uma grande partida na festa inaugural. Nossos parabéns ao Dr. Gordon e seus companheiros de Diretoria por mais esta vitória”.
Fundadores, líderes da Igreja Presbiteriana do Brasil de Rio Verde. A foto é de 1962. Dr. Gordon está agachado e de terno preto.
No MEMORIAL DA CIDADE DE RIO VERDE/GO, que se acha na Avenida João Belo, (Concepção de Antônio Ferreira Arantes quando era o Secretário Municipal de Cultura de Rio Verde na gestão 1997 a 2000), encontra-se nas placas com os autores pesquisados: Onaldo Campos, “RIO VERDE HISTÓRICO” e Oscar Cunha Neto, “RIO VERDE, APONTAMENTOS PARA A SUA HISTÓRIA”, sob a década de 1930, no que tange ao Dr. Gordon, o seguinte: “Em 1936 chega à cidade já com cinco mil habitantes, a FAMÍLIA GORDON, composta de Dr. Donald Gordon, D. Helena, quatro crianças, o pai de D. Helena e uma filha adotiva brasileira. Hospedaram-se no Hotel Sul Goiano. Três anos depois, já se diplomavam três enfermeiras. Em 1938 chega o primeiro aparelho de raio X.
Foto de agosto de 1937. Atrás: Beatrice Lenington (1ª diretora da Casa de Saúde Evangélica) e Dr. Donald Gordon. Frente: Maria Gomes Coelho, Maria Marques e Maria Bueno.
RECEITA ESCRITA PELO DR. GORDON EM 26 DE NOVEMBRO DE 1938.
No ano de 1997, Dr. Gordon celebrou os seus 100 anos de idade, em Rio Verde, com a presença de 54 membros de sua família. No ano seguinte, Dr. Gordon faleceu, com 101 anos, na Presbyterian Home Washington – Fonte: https://www.hpdg.org.br/conheca-o-hpdg.html
Quarteirão onde se encontra o Hospital Evangélico de Rio Verde em 2016
Passando por reforma em 2018
No Hospital Presbiteriano Doutor Gordon (R. Abel Pereira de Castro), encontra-se um busto em seu respeito, e na placa diz o seguinte:
“Ao Dr. Donald C. Gordon. Médico abnegado, que por mais de 25 anos dedicou-se de coração e alma ao bem estar do próximo. Homenagem do povo de Rio Verde. 1962.

REV. SEVERINO GOMES MONTEIRO
Rev. Severino Gomes Monteiro.
Nascido em 13/12/1920
Natural de Rio Verde – Goiás.
Filiação: Joaquim Gomes Monteiro e Maria Regina Gomes
(Extraído do Projeto Memória. Pesquisadores: Maria Júlia
Couto Barros, Rita Conceição de Moraes Oliveira e Daniel Pereira Dias. Secretaria Municipal de Cultura – secretário
Antônio Ferreira Arantes).
Sendo de lar muito humilde e pobre não teve a oportunidade
de fazer nem o curso primário. No entanto, estudou aqui, ali, quando havia
oportunidade.
Por sorte, o menino Severino aprendeu trabalhar de pedreiro
muito cedo com o seu irmão construtor, Pedro Gomes Monteiro (o Pedruca). Esta profissão
foi uma benção em sua vida desde o tempo de estudos até o ministério a fora. Sem
ela, seriam impossíveis os estudos e até a permanência no Pastorado.
Aos 18 anos ele se converteu ao Senhor Jesus Cristo, tornando-se
da Igreja Presbiteriana local. Daí a sua vida mudou, especialmente, porque os
Gordons resolveram ajudá-lo nos estudos.
Era tempo da II Guerra Mundial e era importante ser
reservista. Em 1940, abriu-se aqui o TIRO DE GUERRA. Aconselhado por D. Helena,
ele teve a oportunidade de fazê-lo e tirar Carteira de Segunda Categoria, que
foi também uma benção, porque naquela época, ser reservista era ser gente nas
grandes cidades; quem não tinha carteira tinha que ter passaporte, sem o qual não
se podia nem viajar. Era difícil!
Em Rio Verde não havia possibilidade de se estudar porque
ainda não havia ginásio. Então, Severino foi para São Paulo com um primo e um
sobrinho estudar no CURSO UNIVERSITÁRIO JOSÉ MANUEL DA CONCEIÇÃO, que ficava à
beira da Estrada de Ferro Sorocabana, onde havia uma estação chamada “JANDIRA”.
Era uma pequena fazenda muito gostosa. Severino trabalhando, conseguiu fazer o
Ginásio e o Curso Secundário em seis duros anos, ajudado pelos Gordons.
Em 1947, Severino ingressou no Seminário Presbiteriano de
Campinas, SP, (Faculdade de Teologia). Agora, parte dos estudos era sustentada
pela “CENTRAL BRASIL MISSIN”, de quem era candidato ao ministério.
Terminado o curso ali foi ordenado “Pastor” (ministro) pelo
PRESBITÉRIO DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA-SP, porque nem em Goiás, nem em Mato
Grosso não havia ainda Presbitério.
Ordenado e missionário da Missão do Brasil Central foi
designado para ele o campo de Guiratinga-Mato Grosso. Região paupérrima,
difícil e sem estradas.
No dia 3 de fevereiro de 1951, aconteceu a coisa mais
importante na vida do Rev. Severino: casou-se com Maria Bueno Monteiro, moça
culta, bonita, poeta e enfermeira. Maria Bueno era ainda adolescente quando
começou a trabalhar no Consultório do Dr. Gordon com mais duas outras Marias: Maria
Coelho e Maria Sobrinha que também eram domésticas. Maria continuou trabalhando
na Casa de Saúde Evangélica, onde começou a fazer o Curso de Enfermagem na
escola recém organizada que mais tarde recebeu o nome de “ESCOLA DE ENFERMAGEM
CRUZEIRO DO SUL”. Trabalhou quase toda a sua vida no Hospital e na Escola de
Enfermagem até se aposentar por invalidez para o serviço que fazia porque ainda
continuou uma vida muito ativa em casa e na Igreja.
No mesmo dia do enlace, o casal voou para Guiratinga-MT. Ali
trabalhou durante sete duros anos.
Maria e Severino, além do Ministério, tinham paixão por
educação. Melhoraram a escola primária da Igreja, onde Rev. Severino era
diretor e D. Maria lecionou ali por vários anos.
Rev. Severino e um outro rapaz, com a supervisão e sustento
do Estado de Mato Grosso fundaram o primeiro Ginásio da região que recebeu o
nome de Ginásio Estêvão de Mendonça. Existe até hoje com o segundo grau. Rev. Severino
lecionava ali.
As viagens no campo eram feitas a cavalo ou de teco-teco
porque não existia nem estradas, nem carros. Em 1955, a Missão lhe concedeu um
Jeep, então a coisa mudou. O Jeep ia por quase toda parte; se não havia alguma
estradinha os pneus faziam. Além das viagens no campo visitando, evangelizando
ou ajudando alguém. Rev. Severino cooperava com o Rev. Eudóxio Mendes dos
Santos na evangelização do vale do Araguaia, partindo de Alto Araguaia até
Barra do Garças.
Em Guiratinga, nasceu seu primeiro filho Donald Bueno
Monteiro, que hoje é também pastor em Campinas-SP. Adotou uma filha Gláucia
Ferreira da Silva. Foram sete anos difíceis, mas com muito progresso no
trabalho do Senhor Jesus.
NOVO CAMPO
A Missão resolveu que o Rev. Severino fosse trabalhar em Rio
Verde. No fim do ano de 1957, assumiu o pastorado da Igreja Cristã
Presbiteriana de Rio Verde. (Mais tarde este nome foi mudado). Era uma Igreja
pequena, com acomodações fracas. D. Maria Bueno foi trabalhar no Hospital e na
Escola de Enfermagem.
Havia em Rio Verde uma grande necessidade de escolas,
especialmente para os desprovidos da sorte. Rev. Severino, logo, além do
trabalho direto da Igreja, empreendeu a construção de um prédio com a permissão
da Igreja e sustento. A construção foi concluída com muito trabalho e cooperação
dos membros da Igreja que faziam mutirões, especialmente a mocidade. A Igreja
criou a ESCOLA PRIMÁRIA OTONIEL MOTTA.
(Instituto). Especialmente para crianças pobres da região. Era gozado
porque as crianças só precisavam vir limpas. Muitas sem calçado. Não se exigiam
uniformes. Infelizmente fecharam esta escola e lá funciona a escola MARIA BUENO
MONTEIRO.
Rev. Severino lecionou na Escola de Enfermagem mais de 20
anos e por 23 anos foi diretor de Escola Primária.
Durante o pastorado em Rio Verde, foram fundados e organizados
mais duas igrejas a 2ª está na Rua Goiânia e a 3ª com o nome de Igreja
Presbiteriana do Parque Bandeirante. Foram construídos 3 templos: um pequeno da
I.P.P.B., o da Congregação do Setor Pauzanes, da 2ª Igreja. Foi pastor por
alguns anos da Igreja de Santa Helena e por um ano pastor das seguintes
igrejas: de Quirinópolis, Mateira, Cachoeira Alta e Palestina.
E fazia o trabalho pastoral no campo da missionária
americana D. Anna Hesting que ia desde Quirinópolis até Itajá, campo quase todo
rural.
Trabalho do Rev. Severino relacionado ao Hospital Evangélico
de Rio Verde.
Quando Dr. Gordon decidiu abrir hospital aqui e não em
Jataí, D. Otília Emerich foi procurada pelo casal para indicar um pedreiro para
fazer a reforma necessária na casa onde começaria o consultório, por sorte, D.
Otília recomendou o grupo de pedreiros cujo chefe construtor foi Pedro Gomes
Monteiro (Pedruca), irmão do Rev. Severino, um colega de serviço e o Severino
foram reformar o casarão do Sr. João Eduardo, fizeram a reforma com todo
cuidado e carinho, pois a finalidade era sublime, pois bem: começou a funcionar
o consultório, a família mudou para a outra parte da casa.
Poucos meses depois Dr. Gordon alugou outro casarão mais velho
e caindo aos pedaços, tinha sido do Tunico Turco, avô do Dr. Lauro Martins, e o
Dr. Gordon fez a seguinte pergunta: Sr. “Pedruca” será que é possível arrumar
esta casa para funcionar aqui um hospital?
É possível, respondeu. O Pedruca lançou-se mão ao trabalho. Dentro
de poucos meses começou a Casa de Saúde Evangélica, Severino trabalhou até o
fim e logo houve outro empreendimento: construir um alojamento para os alunos
da Escola de Enfermagem que começara com uma casa de 3 quartos, uma sala e um
banheiro.
A Central Brasil Missive e Dr. Gordon queriam construir um
prédio para o hospital, a prefeitura doou um terreno de mais ou menos 150m por
80m onde está a Escola de Enfermagem e parte do hospital. Dr. Gordon comprou três
propriedades do Sr. Denas Mac. Mullan. Compreendendo onde está o hospital todo,
na esquina havia uma casa meio grande, no começo Dr. Gordon foi morar nela,
Severino trabalhou na reforma dela para depois servir para o hospital, que
continuava lá embaixo.
Dr. Gordon comprou o terreno onde está o CRAM e ali o
Pedruca construiu aquele casarão, Severino ajudou todo o tempo. Pronta a casa,
a família Gordon a ocupou e na casa da esquina onde ele morava virou hospital.
(Pequenino).
Quem passar em frente ao CRAM notará uma grande armação de
aço com uma grande roda em cima. É um “Moinho de Vento”. A finalidade dele é
retirar água do poço e despejá-la numa caixa ou num tanque.
Aqui vai a sua história:
Rio Verde, provavelmente, foi a primeira cidade de Goiás a
ter água encanada. No final da Rua Rui Barbosa, havia uma caixa d’água
construída pelo célebre construtor italiano Félix Tofanni. Mas servia apenas
para duas ruas. À medida que a cidade crescia cada casa tinha que providenciar
sua própria água, furando poço (Cisternas). Alguns tinham sorte e encontravam
água boa, mas outros encontravam pedras (Pedra Ferro); aí era um Deus me acuda
para encontrar a água. Em alguns poços, a água era cristalina, saborosa, mas em
outros era “Salobra”. Para tirar a água do poço usavam diversos métodos:
carretilha com corda e balde, bombas manuais de diversos tipos. Quando a energia
elétrica melhorou, um número reduzido começou a usar bombas elétricas.
E o Moinho de Vento? Começaram a construção do Hospital
Evangélico e da casa do Dr. Gordon era necessário um poço que produzisse bastante
água: Sendo um poço bem largo (2m de d.) não seria muito difícil furá-lo porque
poderiam trabalhar até três pessoas dentro. Mas logo veio a decepção: antes de
atingir 3m chegou na pedra ferro. Os furadores experimentavam todo tipo de
ferramenta: picaretas, labancas, talhadeiras, marretas, etc. finalmente a
vitória pois a água brotou com abundância, que maravilha!
O mais difícil estava realizado! Agora faltava o mais caro,
trazer a água para cima. Enquanto esperávamos a providência usávamos o “saril”
e latas e cordas, que usaram para furar o poço.
Os Gordons trouxeram muitas novidades em construção para Rio
Verde e em outros setores. Vejamos o MOINHO DE VENTO.
O moinho que o Dr. Gordon comprou foi do melhor que existia
naquele tempo. Alto, de estrutura de aço resistente. Com exemplo do Dr. Gordon
muitos moinhos apareceram mas nem um daquela qualidade. Aconteceu que vindo uma
tempestade daquelas que aconteciam naquele tempo todos foram ao chão, menos o
do Dr. Gordon e do João Belo.
Chegaram as peças e agora vamos montá-lo. Não tenho muita
certeza, mas acredito que o mecânico foi o Sr. Azarias e o Pedruca ajudou.
Sr. Azarias era quem fazia todos os nossos trabalhos de
encanamento.
A armação foi subindo e despertava a curiosidade de todos
que passavam. “Que negócio é este?!. Quantas e quantas vezes tivemos que
responder: É um moinho de vento para tirar água do poço. “Esse trem vai
funcionar? – “Está vendo aquela roda ali? Vai ser colocada lá em cima e o vento
vai movimentá-la e o conjunto faz funcionar aqui em baixo uma bomba, que puxa a
água e joga na caixa. “Será que vai dar certo?”. Esperamos! O moinho estava montado conforme o
catálogo. Vamos experimentá-lo: Soltamos o freio e a roda rodou, a água jorrou
e todo mundo gritou! Construíram um tanque para oito mil litros que nunca se
encheu porque o gasto era muito. A história da água continua, mas a do “MOINHO
DE VENTO” termina aqui.
Começou-se a construção do hospital que compunha de uma
enfermeira, 8 quartos, uma sala de operação, uma cozinha e um refeitório. Severino
já era estudante em São Paulo, mas 3 meses de férias era pedreiro, isto durante
8 anos. Em São Paulo, Severino melhorou sua profissão, que considerava quase
sagrada porque se não fosse ela não teria condição de estudar, nem de
permanecer no Ministério, pois algumas vezes teve que trabalhar ainda de
pedreiro para não passar fortes necessidades. Formado, Rev. Severino e sua
esposa foram para o Mato Grosso. Em 1957, no fim do ano assume o pastorado da
Igreja de Rio Verde. Foi eleito presidente do Conselho Deliberativo do Hospital,
onde permaneceu por 30 anos por força de eleição cada ano. Durante este tempo
que se processou toda a construção do hospital até a forma que tem hoje,
construtor Rev. Severino ajudava no planejamento da construção, no prédio
preparo das plantas que depois eram levadas ao construtor.
Foi essa a participação do Rev. Severino no hospital, além
de dirigir o conselho que tomava as devidas decisões e nomeava os diretores e
administradores do hospital.
Em 1986, Rev. Severino se aposentou depois de 35 anos de
trabalho e 65 anos de idade.
Hoje (1998), ele é pastor emérito da 1ª Igreja e da Igreja
do Parque Bandeirante com a qual coopera, na medida do possível.
RIO VERDE, 19 DE MAIO DE 1998.
REV. SEVERINO GOMES MONTEIRO
Prédio na rua Abel Pereira de Castro foi residência de Abel Pereira de Castro. O primeiro sobradinho feito em Rio Verde com colunas e vigas de cimento.
COM SOBRENOME CASTRO:
M. Fátima Castro Pereira comentou sobre a fotografia: "Em sequência, José Leão de Castro, Ubaldina Carolina Leão de Castro, Maria Ubaldina, Olinto Pereira de Castro Filho, Maria de Fatima, Lincoln e Carminda. Família do Olintinho... está faltando gerações... Olinto Neto, Mário e Paulo de Tarso".
OLYNTHO PEREIRA DE CASTRO, DR. LUIZ BRAZ E CARMEM DE CASTRO
O jornal O GRÊMIO, de 5 de agosto de 1957, relatou sobre o dr. Luiz Braz: “(...) Queremos ainda aproveitar o ensejo para anunciar o seu noivado com a senhorita Carmem de Castro no dia 8 de setembro de 1957”.
O mesmo jornal no dia 20 de setembro de 1957: “O Luiz depois que ficou noivo vive a consertar seu englostorado topete. Cuidado não precisa se exibir porque você não é o primeiro noivo da terra”.
Foto Extraída de www.facebook.com/sectur.rioverde. (Acervo de Oscar Cunha Neto).
O primeiro que está sentado na esquerda é o Dr. Otacílio Pessoa Mendes (Fundador do Hospital Santa Terezinha no ano de 1934), o da direita também sentado é o Sr. Felipe Santa Cruz Serradourada - pai do ex-prefeito Osório Leão Santa Cruz. O primeiro da direita em pé é o Sr. Olyntho Pereira de Castro, e o primeiro da esquerda é o Sr. Epaminondas Portilho (Nego Portilho).
Primeiro médico a fazer uma cesariana em Rio Verde:
Dr. Walter Pereira de Castro e sua irmã Ivanir de Castro.
Além de político (foi vereador em Rio Verde de 1955 a 1958 e presidente da Câmara em 1955), Walter foi a primeira pessoa de Rio Verde a se formar em medicina, segundo a família. Foi o primeiro médico a fazer uma cesariana em Rio Verde, o procedimento (cirurgia) foi no ano de 1947. Ele ainda participou da fundação do Hospital Santa Terezinha.
Hospital Santa Terezinha é o orgulho do Sudoeste.
No dia 5 de agosto de 1967 foi lançada a pedra fundamental do Hospital Santa Terezinha, por um grupo de jovens médicos que se propunham a dar maior conforto e maiores condições técnicas à medicina rio-verdense.
Este grupo passou a trabalhar diuturnamente até que o sonho fosse realizado.
No dia 5 de agosto de 1969 o Hospital Santa Terezinha foi inaugurado como parte das festividades do aniversário de Rio Verde. Uma linda festa e que comoveu o povo presente. O prefeito fez importante pronunciamento, o governador do Estado chegou a dizer era o começo de uma Faculdade de Medicina.
O hospital Santa Terezinha ficou aparelhado como poucos no Estado. Terá 72 confortáveis leitos, um enorme restaurante, ótimos aparelhos para cirurgia e o que é mais importante, nove médicos com todas as especializações para um atendimento perfeito. O sacrifício de todos foi recompensado com a alegria do povo.
O corpo médico está constituído de Edsel Portilho (cirurgião), Júlio Emrich (pediatra), Vicente Guerra (cardiologia), Ubiratan Gonçalves Araújo (ginecologia e obstetrícia), Wagner G. Nascimento (cirurgião), José Pôvoa Mendes (dermatologia), Ricardo Campos (otorrino e oftalmologia), Lenildo Martins (urologia) e Luiz Flávio Cruvinel (gastro enterologia).
O Hospital Santa Terezinha ficou bem localizado e seu conforto não deixa a desejar a nenhum outro Hospital do Estado. Bem planejado e confortável, está hoje com 72 leitos e contará com nove médicos de várias especializações.
A sala de cirurgia está montada com aparelhagem moderna e reúne condições técnicas para qualquer intervenção. A diretoria do Hospital Santa Terezinha teve o cuidado especial de dotar aquela casa de saúde de tudo o que é necessário para um perfeito funcionamento e atendimento ao público. – Não tenho a fonte desse jornal, apenas um recorte de quando de sua inauguração.
Médicos do Hospital Santa Terezinha visitando as obras de construção do novo prédio na Vila Amália. Da esquerda para a direita: Dr. Ubiratan, Dr. Vicente Guerra, Dr. Checo (Edsel Emrich Portilho) e Dr. Júlio Emrich.
Médicos do Hospital Santa Terezinha visitando as obras de construção do novo prédio na Vila Amália. Dr. Edsel, Dr. Vicente Guerra, Dr. Ubiratan Araújo, Dr. Júlio e Dr. Vagner Nascimento.
Instituto Médico Cirúrgico - Rua Rafael Nascimento. Por volta da década de 40 ou antes.
Já que na história do Dr. Gordon eu mencionei a 1ª Igreja Presbiteriana, ensejo aqui, foto histórica da organização da segunda:
COMISSÃO DE ORGANIZAÇÃO DA SEGUNDA IGREJA PRESBITERIANA DE RIO VERDE - ANO DE 1971: Rev. Floramante, Prof. Izaltino, Secretário: Rev. Eudóxio, Tesoureiro: Rev. Sinval e Prof. Jaime.
DIA DA ORGANIZAÇÃO DA SEGUNDA IGREJA PRESBITERIANA DE RIO VERDE - 30/05/1971
Manoel Francisco Pereira comentou: "Em Rio Verde, Goiás. Foto antológica e histórica. Coreto na praça (Padre Mariano) em frente à Igreja São Sebastião. Provavelmente na década de 1960.
Um comunicado de 07 de março de 1965 dizia: “Projeto da Praça Padre Mariano já em mãos da administração municipal. Trata-se de mais um trabalho do jovem rio-verdense José Alberto Guimarães.
Frederico Jayme, construiu a Praça Gonzaga Jayme, inclusive, um coreto onde se realizavam tradicionais retretas.
Praça Rodrigues de Mendonça : Prefeitura Municipal : Rio Verde, GO - 1974
A Praça Rodrigues de Mendonça, também conhecida como Praça da Igreja São Sebastião, está localizada no Bairro Setor Central da Cidade.
Em novembro de 1947 foi erguido um Monumento na Praça em Homenagem aos Pracinhas da Cidade, soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que combateram ao lado dos Aliados contra os países do Eixo na Segunda Guerra Mundial: Paulo Campos, Sebastião Rosa de Morais e José Martins Sobrinho.
Oscar Cunha Neto cita em seu livro Rio Verde: Apontamentos para a sua história, na página 347:
“Força Expedicionária – 2ª Grande Guerra Mundial
Foram combatentes nos campos europeus durante a 2ª Guerra Mundial os seguintes pracinhas rio-verdenses:
PAULO CAMPOS – 3º Sargento, rádio-operador de Artilharia da Companhia de Obuzes.
SEBASTIÃO ROSA DE MORAIS – Soldado da Infantaria da Companhia de Obuzes.
JOSÉ MARTINS SOBRINHO – (José Pretinho) – Soldado da Infantaria da Companhia de Obuzes. Faleceu em 1979”.
A Prefeitura Municipal, antigamente localizada na Praça Rodrigues de Mendonça. No local de seu antigo funcionamento há agora um estacionamento.
Na foto acima, o prédio que funcionou o Hotel Sul Goiano. Dirigido na década de 1940 por J. Pereira Leduc, a diária custava 10$000. Provavelmente, a Família Gordon quando aqui chegou, hospedaram neste Hotel. Depois foi vendido para à Prefeitura Municipal e até o ano de 1978 serviu como sede do poder executivo do município.
Primeiro Hotel – Foi o Hotel Sul Goiano de propriedade de Mariquinha Afonso e funcionou no antigo prédio da Prefeitura.
Tem como atual endereço Avenida Presidente Vargas, nº 3215, no Bairro Vila Maria. Diz a placa: PALÁCIO DO RIO VERDE – CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES. Obra construída na administração IRON JAIME DO NASCIMENTO – 05 DE AGOSTO DE 1979.
PALÁCIO DA LIBERDADE – Construído pelo prefeito Iron Jaime do Nascimento no ano de 1979.
(Fotografia do acervo de Oscar Cunha Neto)
Iron Jayme do Nascimento no momento do descerramento da placa da inauguração da prefeitura.
Do lado direito se vê a Agência da Caixa Econômica Federal na década de 1970 (prédio demolido)
Foto extraída de www.facebook.com/sectur.rioverde (Acervo de Oscar Cunha Neto).
Antigo Comercial "Dias de Almeida e Cia.", de Gumercindo Alves Ferreira - 1926. A propaganda dizia: O preço mínimo. Fazendas, ferragens, sal, arame, comércio misto. Ficava defronte ao antigo prédio da prefeitura, na esquina da rua Gumercindo Ferreira com a rua Coronel Vaiano. Funcionou na década de 80 o Banco Itaú.
GUMERCINDO – irmão de Afonso Ferreira. Ambos tem seus nomes reverenciados em ruas de Rio Verde. Foi lojista de grande porte e integrou a comissão nomeada pelo interventor Pedro Ludovico para escolher a localidade para se construir a nova capital. Faleceu em agosto de 1943.
Falecimento de Afonso Ferreira: “Faleceu na capital do Estado, o Sr. Afonso Ferreira, natural desta cidade, onde já exerceu o cargo de vereador.
Seu falecimento fez com que esta cidade cerrasse as portas do comércio em sinal de reconhecimento e consideração por aquele que batalhou, um dia, em favor no progresso de Rio Verde, sua terra natal”. - publicado no Jornal O ALVORADA em sua edição de 19/03/1965.
Um antes e depois deste lugar:
Rio Branco, clube de Rio Verde em 1917
UMA DAS MAIS ANTIGAS FOTOS LIGADAS AO ESPORTE RIO-VERDENSE, ESTÁ ESCRITO EM SUA FORMA ORIGINAL: "Membros do Rio Branco Football Club, de Rio Verde, Estado de Goyaz, _ São, a contar da direita: Gumercindo Ferreira, Affonso Ferreira e Ernesto de Gusmão, respectivamente - presidente, "center-forward" e secretário d"esse club".
Rua Almeida Couto em 1939. Atual Rua Gumercindo Ferreira. Foto extraída de www.facebook.com/sectur.rioverde
Rua Gumercindo Ferreira no ano de 2014
Foto do Acervo de Wander Iwata – Diretor geral da Samurai Produções
Ainda, na década de 1970 e 80, existia muitas ruas sem asfalto. A exemplo, esta, a qual o autor do livro foi fotografado na rua 16 (Hoje rua Geraldo Pimenta), esquina com à rua Topázio, no Parque Bandeirante. Constata que era totalmente na terra e tomada de buracos.
Acho por bem, publicar aqui, a história do meu querido e saudoso pai:
UM DOS COMERCIANTES PIONEIROS DO PARQUE BANDEIRANTES.
MALINHA DE PENTES REVELA UM DESTINO
Aristolino Antunes de Freitas, o “Tolino” nasceu em Cachoeira-Alta, GO. Como todo menino criado no campo, começou a trabalhar cedo na lida da fazenda.
Aos 15 anos mudou-se para Quirinópolis. Seus pais Pedro Antunes do Prado e Laudelina Bernardes de Freitas. Na cidade conseguiu emprego para vender quadros “retratos” na rua.
Casou-se aos 25 anos com Ana Cabral do Prado e foi em Cassilândia-MS, aos 28 anos, onde começou a trabalhar no comércio de seu irmão, um armazém que fechou logo depois de sua entrada. Desempregado, anima-se para abrir sua própria “portinha” de venda de secos e molhados. Mas não dá certo e muda de cidade novamente. Segue para Caçu e depois para a região do Rio Preto, em Cachoeira-Alta.
Foram morar numa fazenda do tio de sua esposa. “Na região desse Rio Preto era para ser uma cidade, porém ficou sendo uma grande fazenda. Havia muitas casas, construíram um grupo escolar muito grande. Por causa da concentração de pessoas as vendas tinham futuro”.
Sua esposa foi lecionar no grupo e não tinha o que fazer, daí nosso pioneiro pensou em sair para a vida, vendendo mercadorias. Pediu dinheiro emprestado com um tio e comprou a primeira mala. “Um amigo de Quirinópolis me ajudou, vendia as mercadorias para pagar por semana ou por mês”.
E conta: “Não que tinha planos de ser ‘comerciante’. Na primeira andança era só uma malinha cheia dos pentes masculinos Flamengo, famosos na época. Depois, a segunda vez, já saiu com duas malas, também com pentes. A terceira viagem já vendia botinas e “aí fui só diversificando, mas no dia que levei as botinas, vendi tudo num só dia”.
Com o dinheiro das “malas” nosso mercador conseguiu capital e nas imediações da Fazenda Rio Preto montou um pequeno comércio, onde prosperou. Comprou uma máquina de limpar arroz. Mas vendia também doses de pinga e outros mantimentos. Por isso tive muito trabalho com bêbados”. Sua esposa, Ana, diz que em Rio Preto, a felicidade chegou para eles. “Antes a situação não estava nem um pouco boa, uma vida muito difícil”.
Um paulista, fazendeiro da região, José Horácio, o ajudou, emprestando sua caminhoneta para o transporte de mercadorias e comprando no Armazém do Tolino. “Ele e os empregados faziam compras só comigo”.
Mas foram chegando as máquinas na lavoura, mão de obra sumindo e os fregueses também. “No começo, nos domingos, lá parecia uma cidade, tinha um campo de futebol e dava muita gente”, conta. Ele disse que o local também passou a explorar a pecuária. Morou nessa região por cinco anos e mudou-se novamente para Quirinópolis. Dois anos se passam e nosso mercador chega a Rio Verde, no dia 16 de março de 1977.
Com o dinheiro que ganhou na região do Rio Preto, Aristolino comprou duas casas na cidade e uma área onde ergueu o Comercial São Lucas, no Parque Bandeirante. Sem estudo, frequentou a escola por dois meses na fazenda. Aprendeu fazer conta de dividir com a esposa, porém com o frequente uso da calculadora, diz que já se esqueceu, mas “noves fora” sabe fazer.
Como hoje, antigamente seu Comercial já vendia grande variedade de produtos. “Já que meu concorrente tem as mercadorias, também tenho”. No início, Tolino disse que tinha muito prejuízo, confiava demais nas pessoas e vendia na caderneta. “Até hoje tem clientes de confiança que compram “na caderneta”, mas somente aqueles que já são fregueses de muitos anos”, confidencia.
Depois de três anos de funcionamento, por causa dos prejuízos, nosso mercador arrendou o comércio e foi trabalhar como empregado. “O arrendamento só durou um ano e voltei a tocar o comércio e há quase trinta anos estou aqui.
Nunca tiveram funcionários, sempre uma empresa familiar. “Tenho clientes muitos antigos, desde que montei o comércio compram de mim, Jair Pires, Jair Ferreira, Osmar Ferreira, Sebastião Pereira...”. O mercador também montou uma fábrica de rodos, para o filho e o genro. Um pouco supersticioso, Tolino conta que esteve em um numerólogo, que lhe orientou que Rio Verde seria um lugar bom, assim como foi a região do Rio Preto.
Tem três filhos legítimos e uma de criação. A mais velha é Arisana Aparecida, o segundo é Aires Humberto e João Lucas é o caçula. A filha adotiva é Lucirene. “Essa menina que criamos, passamos a zelar dela porque ela estava muito doente, já tinha quase um ano de idade e pesava só dois quilos e pouco e já foi desenganada pelos médicos, sofreu de purpura até ficar mocinha e graças a um milagre ela foi curada. A gente planta hoje é para colher amanhã, né?”
E ele fala da vida e amigos: “Quem foi criado na fazenda parece que tem mais consideração pelos amigos, tem aquela coisa de fazer visita, ir para pousar. Aqui na cidade não tem, quando vai na casa um do outro é muito rápido, não tem tempo de conversar. Mas acho que a vida melhorou, comparando com os tempos mais antigos. Lembro-me de pessoas que trabalhavam perto da casa do meu pai, que trabalhavam um dia para comprar um litro de banha, que vale um litro de óleo, agora hoje um servente de pedreiro compra uma caixa de óleo com um dia de serviço”, diz.
Aos 63 anos, Aristolino Antunes de Freitas tem na fronte a expressão de homem sério com a vida e o trabalho. Mas conversando, ele mostra o sorriso simples, simpatia rara de um homem que dignificou a história do comércio, pegando na sua malinha cheia de pentes e persistindo, partindo para um destino de vitórias. Foi um dos pioneiros no Parque Bandeirante, quando aqui ainda tinha poucas casas e muita poeira. – Extraído do Jornal O Mercador – em Histórias de Mercadores, 1999.
Eu, Aires – o administrador da página Memorial da Cidade de Rio Verde-GO , muito me orgulho do trabalho honrado e honesto do meu pai, que levantava as cinco horas da manhã para vender o pão de cada dia e assim pôde nos proporcionar uma vida digna e ter nos dado uma educação a qual eu me esforço para passar a meus filhos que é a maior riqueza: Fé em Deus e ser correto com os semelhantes.
“Essa é a escola que estudei na fazenda Salgado no tio José Sebastião, onde tenho boas recordações, até julho de 1973” - comentário de Odete Cabral.
Eu, Aires Humberto, coordenador desta página, estudei nesta escola com o Professor Afonso. Meu pai Tolino, tinha uma venda frente ao campo de terra, e eu lembro que ia eu e meus primos à pé, tinha que atravessar uma pinguela. Era muito bom as aventuras nas águas e trilheiros, não tínhamos mochilas a gente usava embalagem plástica do saco de arroz ou de açúcar de 5 kg. Os lápis pretos sempre bem apontados, uma vez numa discussão com o meu primo Humberto eu enfiei o lápis no braço dele, meu Deus! Como pude fazer isso! Meu primo foi até a sede da nossa fazenda com o lápis enfiado no braço.
Deu nome à rua 16 no Parque Bandeirante, Geraldo Pimenta. Na foto, ele com seu Aero Willys - Década de 60 a 70. Era proprietário de um comércio, nos anos 1960 a 70, na Avenida Presidente Vargas, esquina com à rua Coronel Vaiano. Faleceu de parada cardíaca e, sua esposa continuou por mais de dez anos tocando o comércio no mesmo local. Um dos seus filhos, o Maurozan, administrou por longos anos o Comercial Ypiranga, que foi um depósito tradicional em Rio Verde localizado na Avenida Presidente Vargas.
PRAÇA GONZAGA JAYME em 2019
O jornal O ALVORADA, em sua edição de 19 de março de 1965 relatou:
“Orlas da Praça Gonzaga Jaime continuam abandonadas – As orlas esquerda e direita da Praça Gonzaga Jayme que dão acesso à rua Gumercindo Ferreira, de há muito estão desleixadas pela administração Municipal.
Desde quando foram, daquelas vias calçadas, removidas algumas pedras para a construção da rede de esgoto suas aparências e condições vem sempre piorando sem que à Prefeitura importe-se com as ocorrências.
Seu estado de conservação atual é o de pedras soltas em seus meios, lixos jogados que se esparramam se não são apanhados pelos lixeiros, montes de terras já solidificados devido o tempo que lá estão, além de vários outros fatores que esquálida a beleza da Praça que é, sem dúvida alguma, uma grande obra da administração atual e, que por isto mesmo, deveria cuidar de seu zelo externo, não obstante tenha em seu interior um zelador que a traz sempre bem arranjada e merecedora das visitas que tem cotidianamente e em quantidade”.
Foto do Acervo de Wander Iwata – Diretor geral da Samurai Produções
Wander Iwata comentou: "Foto tirada em frente ao antigo “Abrigo dos Velhos” na descida para o Clube Campestre, nos anos 80. Ainda ornamentava a antiga pavimentação em paralelepípedos".
Na década de 40, inicia-se o calçamento com paralelepípedo, das principais ruas da cidade, a Rua dos Artistas, hoje Edmundo de Carvalho, Rua Senador Ramos Caiado, hoje São Sebastião, Rua Almeida Couto, hoje Gumercindo Ferreira, foram beneficiadas.
Na administração Paulo Campos, foi iniciado a substituição do calçamento das principais ruas da cidade; de paralelepípedo por asfalto.
“SEVAL apresenta-se com boa procedência – A firma Seval Terraplanagem S.A., nova encarregada dos serviços asfálticos da cidade, apresenta-se no meio rio-verdense com boa procedência como afirma o jornal “Comércio de Franca” de Franca, cidade paulista.
Afirma a redação do jornal que já foram pavimentados 50 mil metros quadrados e, “que a firma empreiteira tem correspondido não apenas ao contrato que mantém com à Prefeitura, como, principalmente, aos serviços que lhe são atribuídos e, em muitos casos, financiando-os”.
Como acima supracitado “Abrigo dos Velhos” vou transcrever aqui, matéria do Jornal O ALVORADA – Fundadores: José Carlos Barros e José Costa Martins – ano 1, Rio Verde, 6 de abril de 1965, nº 17, cita:
“ABRIGO DOS VELHOS”
“Em 1953, mais ou menos, Joaquim Gonçalves de Oliveira, conhecido por “Necão”, já em avançada idade, residente que era no distrito de Montividiu, em testamento deixou seus bens para os pobres.
Nomeou seu testamenteiro o cidadão Raimundo Luiz Cruvinel.
Vindo a falecer a 6 de agosto de 1961, solteiro, sem herdeiros necessários, seu digno testamenteiro Raimundo Luiz Cruvinel, deu cumprimento ao testamento, apurando todos os bens em dinheiro, num total de Hum Milhão e Setecentos Mil Cruzeiros que, por pedido, do mesmo, ao M. M. juiz de Direito desta Comarca, Dr. Oswaldo Costa, foi doado ao “Abrigo dos Velhos” que estava em via de ser criado por uma equipe de cidadão, desta cidade como sejam Antonio Jacome Mascarenhas, Orcalino Guimarães, Cassio Ribeiro Ramos, Carlos Cunha Filho, Olintho Pereira de Castro, Juventino Ferreira de Castro, Ademar de Araújo e Almeida e outros.
Atualmente é o seu Presidente o sr. Orcalino F. Guimarães que não tem poupado esforços na realização da obra.
Com mais algum recurso angariado ao povo extraordinariamente colaborador de Rio Verde, foi comprado um alqueire de terreno na “Chácara Pausanes”, subúrbio desta cidade, e, ali, se poderão construir mais de 100 casas para os velhinhos necessitados. Atualmente estão em fase de acabamento 10 casas, comportando cada uma um casal de velhos.
Este abrigo é destinado somente aos velhos desvalidos, de idade avançada. Viverão ali como um inquilino, gratuitamente, onde receberão todos os auxílios da população e da organização, que for possível.
Não serão abrigados formalmente, porém viverão com liberdade como em sua própria casa. E, com o tempo, se irá conseguindo mais cousas, como sejam recursos médicos hospitalares, alimentação, etc.
A Diretoria ainda não tratou sobre a inauguração do “Abrigo dos Velhos” pois anda apurada na consecução de meios para o término da construção das casas”.
Foto do “Abrigo dos Velhos A.B.A.L”, quando funcionava na rua Gumercindo Ferreira.
Em 2020 assim se encontrava este lugar:
FORAM DERRUBADAS, CONSTRUÇÕES LADEADO AO CEMITÉRIO SÃO MIGUEL, DEIXANDO EXPOSTO “RUINAS” DO MURO DO CEMITÉRIO PÚBLICO MUNICIPAL, QUE FOI CONSTRUÍDO PELO CONSTRUTOR FELIX TOFANI, EM 1906, SOB A ADMINISTRAÇÃO DO INTENDENTE MUNICIPAL FREDERICO GONZAGA JAYME.
Placa do fundador do cemitério público, na qual, está escrito: “Construído sob a administração do Intendente Municipal Frederico Gonzaga Jayme”. E na outra placa: “Construtor Felix Tofani – 1906”.
No ano de 2014, funcionou na rua Gumercindo Ferreira com à rua Raul Seabra Guimarães (Quadra do cemitério) a Escola Privada Instituto e Colégio Quality.
Antigo sanatório Clínica Espírita Caminho da Luz - foi derrubado em maio/junho 2018, ficava no cruzamento das ruas Raul Seabra e Gumercindo Ferreira.
Local, em 2020, de onde ficava a Clínica Espírita Caminho da Luz
Quem lembra do Bar do Weber? Na foto: Weber (Bar do Weber) e Webinho. Rua Gumercindo Ferreira - Extraído do Blog de Fábio Trancolin, confira a história: http://fabiotrancolin.blogspot.com.br/.../cheiros-e...
Camila Monteiro Lima Arantes comentou: "Uma foto de meus avós, a professora Selva Campos Monteiro e seu esposo Domiciano Monteiro de Rezende mais conhecido como Sr. Monteiro proprietário da antiga e extinta Monteiro Calçados".
A Loja Monteiro Calçados se localizava frente à Praça Castelo Branco, nas proximidades do antigo Fórum, no centro. Do lado da loja o Sr. Gentil tocava uma joalheria, com ajuda do Teleco.
Foto do Acervo de Wander Iwata – Diretor geral da Samurai Produções
Arquivo de Wander Iwata que comentou: "Outra Raridade de nossa História. Casa Nova de Rosulino Campos, (acima anos 40) e abaixo atualidade (2012). A Casa Nova posteriormente, foi sede da antiga Sapataria do Sr. Monteiro que foi um dos grandes clientes de meu avô Olegário Magalhães (Olegarim Sapateiro) que por sua vez fornecia o "Couro" matéria prima para confecções das botinas muito usadas na época".
CASA NOVA – (R. CAMPOS & CIA). De Rosulino Campos. Tecidos, armarinho, chapéus, calçados, ferragens, etc. Praça Epitácio Pessoa, 11 – Caixa Postal, 12.
A residência do Sr. Rosulino Campos localizada no centro comercial. Distâncias entre os seguintes locais: Igreja católica 100 metros, Clube Rioverdense 120 metros, Cine Teatro 120 metros, Hospital Evangélico 250 metros, Hospital Santa Terezinha 220 metros, Fórum 20 metros, Hotel Gumercindo 100 metros, Correio e Telégrafo 80 metros.
Anúncio na década de 40: CASA NOVA – de Cunha filho e Moni – O Carrinho e o Tata avisam a sua distinta freguesia que acabaram de receber diretamente das fábricas do Rio de Janeiro e São Paulo, um formidável sortimento de sedas, estampadas, lisas, xadrezes, lamé, voils, etc. Preços que não admitem concorrências – Tecidos, ferragens, armarinho, chapéus, calçados, lataria, artigos finos para presentes, etc. – Façam uma visita sem compromissos de compras – Rio Verde – Praça Epitácio Pessoa – 11 – Goiás – Caixa Postal – 12.
Rua Gumercindo Ferreira, anos 80. Bem nas proximidades da Praça Castelo Branco. O Móveis Testa ficava ao lado da loja do Sr. Monteiro e Casas da Sorte. Logo a frente se encontrava a Lojas Pernambucanas. A coletoria era nessa rua. Na esquina se vê a Sapataria Oliveira do Sr. Marciano pai do Ariosto. E no fundo, na praça, as palmeiras imperiais. Essa rua é a do antigo Cine Bagdad.
Propaganda do ano de 1965 dizia: VOCÊ VAI CASAR? Então Visite – MÓVEIS TESTA. E compre sua mobília no famoso Credi-Testa. De tudo à prestações: Dormitório, copas, colchões Divino, estofamentos, etc.
Rua Gumercindo Ferreira, 535 – Fone 482 – Rio Verde – GO.
Trecho da Rua Rui Barbosa na década de 1940
CINE TEATRO BAGDAD – EMPRESA PEREIRA DE CASTRO & CIA. LTDA.
Propaganda da década de 1950: DR. WELLINGTON PEREIRA DE CASTRO – Cirurgião dentista – Clínica Cirurgia – Raio X – Prótese.
Propagandas de filmes – década de 1950


No cartaz, acima, a Empresa Pereira de Castro & Cia. LTDA. publicou em maio de 1958: ”Justa Homenagem. Foi para nós, motivo de tristeza a partida de Luiz Pinto Neto, de Rio Verde. Sua ida inesperada, vamos dizer: fugitiva, sem as despedidas de praxe, causaram surpresa para muitos, porém, para nós que o conhecemos bem, não nos surpreendeu. Luiz Pinto Neto, é dessas pessoas sentimentais, que não aguenta despedir-se dos amigos, do povo de sua cidade, a quem ele devotou quase toda a sua vida. Ele que muito ajudou os sócios de Pereira de Castro & Cia. Ltda. na realização do Cine Teatro Bagdad, ele que numa pequena homenagem, o qual não poderia deixar de ser, foi por nós escolhido para o nosso Paraninfo na inauguração deste cinema. Não poderíamos deixar de sentir sua eterna presença, todas as noites, ora enaltecendo e ora criticando os filmes e as nossas falhas. Queremos que ele lá em Goiânia, em companhia de sua família possa ser muito feliz e sempre que puder venha rever os amigos e muito naturalmente o Cine Bagdad.
CONFEITARIA ZIG ZAG – de João Proto de Souza.
Leite, café, chocolate, e os melhores comestíveis da cidade. Aberto dia e noite. Rua Rui Barbosa, 8 – Rio Verde.
O João Proto era mais conhecido como João Surdo. Alguém, um dia, fez este comentário na minha página do Facebook denominada Memorial da Cidade de Rio Verde – Go: "João Proto de Souza foi Tesoureiro da Maternidade Augusta Bastos por 23 anos, sem salário, apenas por amor, por moral cristalina, caráter não menos cristalino. Pergunto: Tem na cidade alguma Rua com o nome dele? Tem alguma homenagem à ele?". – Nota do autor: esse comentário tem mais de 7 anos. Por força maior, hoje, 01 de fevereiro de 2024, que escrevo o livro, impossível confirmar.
Rua Rui Barbosa. Bar e confeitaria Zig Zag, do Sr. João Proto de Souza. " João Surdo" .
Dizia a propaganda na década de 1940: CONFEITARIA ZIG-ZAG – Bebidas nacionais e estrangeiras, latarias, bombons, pasteis e confeitos. Artigos para fumantes e um ótimo bilhar para diversão.
Rua Rui Barbosa na década de 40.
Nota do escritor: Em 1999 eu era aluno no Colégio Estadual Eugênio Jardim na rua Costa Gomes em nível do Ensino Médio, e na sala de aula me veio uma inspiração e fiz este seguinte poema:
GRUPO ESCOLAR EUGÊNIO JARDIM (PATRIMÔNIO DA SAUDADE)
Autor: Aires Humberto Freitas
Enquanto aqui
Acomodado em meio a quatro paredes
Deste histórico Grupo Escolar Eugênio Jardim
Passa um filme relâmpago em minha mente
Quantos cidadãos rio-verdenses
Assim como estou sentado neste momento
Visualizaram uma formação profissional
E ajudaram a transformar a nossa querida Rio Verde
Na pujança que hoje se encontra
Como o barulho da chuva que cai
É o mergulho dessas ricas trajetórias
Afundando por entre estas sábias e saudosas paredes
Tombada pelo patrimônio das memórias antigas
O quadro negro riscado com giz
Recorda um cinema mudo (até parece os filmes de Chaplin)!
Resgatando em preto e branco
Projeção de imagens gloriosas
Com ênfase maior nas cenas ocorridas em 27 de julho de 1921
Quando descerrou-se a cortina
Aparecendo este amado filho de Rio Verde
Grupo Escolar Eugênio Jardim
Em 15 de fevereiro de 1964, foi inaugurado o atual prédio do Colégio Estadual Eugênio Jardim, na rua Costa Gomes com à Laudemiro José Bueno. No Memorial da Secretaria de cultura se acha: “Antes funcionava na Escola Rural, hoje TG, posteriormente no prédio do Hotel Sabino, na rua Rui Barbosa”.
Foto de Cairo Nascimento Fagundes
AQUI COMEÇOU A CIDADE - MARCO ZERO
28 de dezembro de 2016, prefeito Dr. Juraci Martins inaugurando o Marco Zero de Rio Verde-Go - Marco Zero é o local onde teve início a nossa cidade, fica de frente ao TG 11-006.
“O marco zero representa e referencia o nosso reconhecimento da contribuição aos primeiros moradores que acreditaram em seus sonhos quando decidiram fundar nossa cidade.
Embora os marcos zeros sejam estabelecidos, geralmente, nas capitais dos Estados, a construção de um monumento como este, coloca Rio Verde à frente de muitas capitais, e ainda será uma das pouquíssimas cidades do Brasil a ter um monumento que simboliza o Marco Zero. Ele está edificado nas proximidades em que os historiadores de nossa cidade relatam ser onde foram construídas as nossas primeiras construções. O objetivo deste monumento é promover e revitalizar a nossa história, nossa cultura, valorizando não tão somente os fundadores, mais todos àqueles que de uma forma ou outra contribuíram para a efetivação do nosso progresso.
Interpretando o Monumento: O arco simboliza o início da construção de Rio Verde.
A coluna principal simboliza o crescimento, o desenvolvimento da cidade e o progresso.
A base do arco simboliza a fartura, a fertilidade do solo para a produção e a pecuária, o comércio e a indústria.
Base com o arco, vista de longe simboliza o zero, ou seja, o início da história da nossa cidade.
Este monumento foi idealizado pelo artista plástico rio-verdense Welson Barros.
Síntese da História de Rio Verde:
Por volta de 1830, José Rodrigues de Mendonça e sua esposa dona Florentina Cláudia de São Bernardo vindos da cidade de Casa Branca, Estado de São Paulo, onde tiveram 8 filhos: Maria, Thomaz, Ana Joaquina, Joaquim, José, João, Delfina e Quintiliano, todos de cor parda. Aqui se apossaram e fixaram na região denominada fazenda São Tomás, doando parte destas terras para Nossa Senhora das Dores, onde seria construída uma capela em sua homenagem. As primeiras casas de Rio Verde começaram a ser erguidas nas imediações onde hoje está o Palácio da Intendência, eram de pau-a-pique, barreadas com estrume de gado ou casas de paredes de adobe.
De sua formação de arraial até chegar à cidade, recebeu várias denominações: Arraial das Dores de Rio Verde, Arraial das Abóboras, Vila das Abóboras, Freguesia de Nossa Senhora das Dores e Rio Verde, através da Resolução nº 6 de 05/08/1848, data em que se comemora o aniversário da cidade.
Rio Verde desponta nacionalmente como uma educação de ponta, tanto nos setores públicos como no privado. Temos Universidade e várias faculdades e Instituições de ensino técnico profissionalizante. Na agricultura, Rio Verde é considerada um dos maiores produtores de grãos do Brasil, com isso, proporcionando uma grande arrecadação de impostos sobre produtos agrícolas, difusor de novas tecnologias, mecanização de última geração conciliadas à profissionalização de nossos produtores. A pecuária, primeira atividade econômica do município continua sendo um importante setor para a economia local. Na indústria, comércio e prestação de serviços, somos agraciados com inúmeras empresas, algumas de grande porte, que se destacam de forma brilhante no cenário Nacional e Internacional.
O município de Rio Verde, atualmente ocupa uma área de 8.388.295 km2, está localizado na microrregião 013 do sudoeste de Goiás e no centro-oeste do Brasil, com uma altitude média de 748 m. temperatura média anual entre 20ºC e 35ºC, vegetação formada de cerrados e matas residuais, solo latossolo vermelho escuro com texturas argilosa e areno-argilosa, topografia plana, levemente ondulada com 5% de declive.
Rio Verde – Go., 05 de dezembro de 2016. Prefeitura de Rio Verde; Fundação Municipal de Cultura; Secretaria Municipal de Ação Urbana e Serviços Públicos; Secretaria Municipal de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano. Gestão 2013/16. – Fonte extraída na placa do Marco Zero.
TIRO DE GUERRA DE RIO VERDE TG 11/006- Rua Presidente Kenedy, 44, Setor Central. Local que na década de 1930 foi à Escola Rural.
A primeira escola em Rio Verde funcionou na Praça Padre Mariano e a sua professora chamava-se D. Mariana do Aroeiro, irmã do “Minu”. A primeira legalizada recebeu a denominação de Escola Pública Municipal, situava à rua Raul Seabra com a Ricardo Campos.
O primeiro estabelecimento do nível ginasial foi o Ginásio Rio Verde e Escola Prática de Agricultura. Funcionava no sobrado do Comendador Leão, situado à rua do mesmo nome. No mesmo prédio, funcionavam as Escolas de Sericicultura e instrução Militar 237.
O Ginásio Martins Borges, foi instalado na época do Interventor, Dr. Pedro Ludovico, provavelmente, em 1931.
Em 1924, surge o “Colégio Novaes” de Eleutherio de Souza Novaes.
Em 16 de janeiro de 1925 começa o “Grupo Escolar de Rio Verde”.
Pelo decreto nº 4.150, a “Escola Normal de Rio Verde” é concebida em 21 de dezembro de 1933, e reconhecida em 25 de setembro de 1936.
O “Patronato Agrícola de Rio Verde” nasce em 09 de novembro de 1935 (Primeiro estabelecimento de ensino rural instalado em Goiás. Ensino gratuito a alunos que hajam concluído o curso nos Grupos Escolares de preferência filhos de agricultores. Cursos práticos e demonstrativos sobre lavoura em geral, criações, economia doméstica, higiene rural, etc). Em 22 de janeiro de 1938 o mesmo passa a chamar em Rio Verde de “Escola Profissional Rural”. Extinguiu-se em 18 de março de 1940.
Um dos documentos mais antigos em conservação no acervo de Sônia Maria Silva Araújo, um recibo datado de 03 de novembro de 1929, que menciona uma quitação mensal do aluno João Domingos (pai do Dr Bairon Araújo) à Escola Prática de Agricultura no valor de dez mil reis.
ACERVO DE OSCAR CUNHA NETO – ESCOLA NORMAL DE RIO VERDE - 1939
Nota do autor: Esses dados sobre as escolas da década de 20, e aqui incluindo, todos os outros trechos ou fotos, supracitados neste livro o qual dei fonte, extraídos ou pesquisados, no brilhante livro RIO VERDE: Apontamentos para a sua história, tem a Ficha Catalográfica C972r - Cunha Neto, Oscar. Documentário ilustrado. Goiânia, Gráfica e Editora O Popular, 1988. 448 p. mais 16 p. de encarte. Bibliografia – 1. Rio Verde-História. I. Título. CDU: 981.732 Rio Verde. Catalogação na fonte pela Bibliotecária Cláudia Oliveira de Moura. Impresso no Brasil. Copyright by Oscar Cunha Neto.
Eliane Bueno comentou: "Casa do Sr. Laudemiro José Bueno, onde hoje é o Colégio Estadual Eugênio Jardim. Pela grande importância que teve para Rio Verde, seu nome foi dado para a rua ao lado. Lá tinha bailes. Ele fazia colchão de capim e palha, a mesa que ele fazia está aqui na minha casa”.
Eliane Bueno comentou: "Meu avô Laudemiro José Bueno nasceu no dia 03 de setembro de 1884. Nessa foto acima, ele está com todos os filhos (Adelice, Pedro, Lázaro, Sebastião, Antônio, Marciano, Geraldo, Adjar – meu pai, Maria e João) e minha avó Joventina Rosa de Oliveira que, nasceu em fevereiro de 1884. Meu pai Adjar Bueno, era o sanfoneiro no filme Igrejinha da Serra”.
Foto por ocasião da gravação do filme Igrejinha da Serra, com Adjar Bueno – com a sanfona, e Laudemar Bueno. Lana Freitas comentou: “Do lado esquerdo do Sr. Adejar, meu tio Gerônimo Pereira (Irmão do José Alberto Pereira, o Betinho do filme Igrejinha da Serra, e a esposa tia Marina Pereira”.
Foto Extraída de www.facebook.com/sectur.rioverde. (Acervo de Oscar Cunha Neto).
Se vê o Colégio Eugênio Jardim quando funcionava na rua Rui Barbosa. Depois, nesse local, foi construído um parque de diversões e posteriormente o prédio do antigo fórum de Rio Verde.
Foto Extraída de www.facebook.com/sectur.rioverde (Acervo de Oscar Cunha Neto).
Parque Elizabeth Emerich. Parquinho de diversão que funcionou onde hoje se vê o prédio do antigo fórum. Nota-se ao fundo o Cine Bagdad.
Outra fotografia do Parque Municipal que se extinguiu.
O FÓRUM QUE FOI CONSTRUÍDO NO LUGAR REFERIDO ACIMA - Na Rua Rui Barbosa.
(Notícia do ano de 1965) – “O prédio do fórum de Rio Verde é uma vergonha. Prédio velho e em condições precárias. Quando chove é goteira por todo lado. Os cartórios vivem em constante drama. A Sala do Juiz, na época das chuvas, está sempre úmida em virtude das inúmeras goteiras. O corredor ao ar livre, na entrada do fórum, quando chove fica intransitável, pois o bueiro entope e um pequeno lago se forma.
Rio Verde merece um moderno edifício para o fórum. É uma das comarca de maior movimento forense em todo o Estado.
Esperava-se que o atual prefeito, que é advogado, construísse o prédio do fórum. Infelizmente, não foi construído, o que é lastimável.
O prefeito recém-eleito, embora não sendo advogado, deve meditar e tentar a construção de um prédio moderno, que abrigue não só os serviços forenses como a Prefeitura e Câmara Municipal, além de outras repartições públicas.
A construção deste prédio consagrará uma administração”. – Fonte: Jornal O Alvorada, de 20 de dezembro de 1965.
Alunos da 4ª Série do Colégio Eugênio Jardim levados pela professora Sônia à Praça 13 de Maio. Ano de 1966.
(Acervo de Oscar Cunha Neto).
DESFILE NA RUA RUI BARBOSA – No Jornal O GRÊMIO (Órgão dos alunos da Escola Técnica de Comércio – Diretor: Ênio Jaime Fernandes – Redatores: Gessé Martins Borges e Luiz Braz da Silva, em sua edição de número 10 publicada em 20 de setembro de 1957, sobre fanfarra encontrei o seguinte: “Disseram-me que o Chafic está doidinho para exibir a nova fanfarra”. “Que a Escola de Comércio estava exibida com nova fanfarra é fato, mas que puderam exibi-la é boato”.
Sobre o GESSÉ MARTINS BORGES, um dos redatores do “O GRÊMIO”, jornal este que publicou em 5 de agosto de 1957, em sua coluna VIDA SOCIAL: “A família eteceana assistiu com satisfação no dia 30 próximo passado, o transcorrer do aniversário do colega Gessé Martins Borges, principal redator do órgão líder da classe estudantil. Na verdade, registrar este acontecimento é sentir a satisfação de estar prestando ao Gessé uma modesta homenagem. Elemento inteligente, bastante jovem ainda, possui uma bagagem literária que o recomenda, visto ser ele um amante da literatura, da poesia e de tudo que representa o belo. Suas poesias, seus contos, deleitam mensalmente os leitores de “O Grêmio”. Aluno sempre esforçado, conclui este ano, com eficiência o Curso Técnico, não levando em conta a sua pouca idade. Apresentando os seus cumprimentos ao aniversariante o Grêmio deseja-lhe ainda um futuro risonho e feliz”.
Ainda sobre os aniversariantes, prossegue o jornal:
“ÊNIO JAIME FERNANDES – Vimos transcorrer no dia 25 de junho próximo passado o aniversário natalício do colega Ênio Jaime Fernandes que exerce as funções de Diretor do nosso modesto “O Grêmio”. Pelo seu cavalheirismo e pelas suas inegáveis virtudes o aniversariante goza de invejável posição não só no setor estudantil como também na vida social. Aluno exemplar, funcionário dos mais eficientes do Banco Comércio local, empresta também a sua colaboração no setor esportivo onde desempenha o cargo de Presidente da Associação Pró – Futuro, entidade esportiva e filantrópica. Fazendo o registro de seu aniversário, “O Grêmio” formula-lhe os melhores votos de felicidades”.
“LUIZ BRAZ DA SILVA – Neste número anunciamos também com muita alegria o aniversário do nosso querido e entusiasta redator deste jornal, o jovem Luiz Braz da Silva, no próximo dia 11. Este rapaz é um moço inteligente e sempre ávido de saber, e é graças a esse seu sempre crescente desejo de progresso, que ele tem alcançado posição invejável. Como Secretário da Prefeitura tem desempenhado o seu cargo com denodo e com vontade inquebrantável trabalhando para o bem e para o progresso do laborioso povo rio-verdense; como jovem que é, dá sempre o seu apoio aos moços da nossa cidade, ajudando-os indistintamente, o que lhe grangeou a enorme popularidade e a admiração que todos lhe devotam. Queremos ainda aproveitar o ensejo para anunciar o seu noivado com a senhorita Carmem de Castro no dia 8 vindouro. Aos distintos jovens, “O Grêmio” formula votos de felicidades, desejando-lhes que, juntos, se aproximem mais da perfeição e do saber, fatores que, inevitavelmente, os levará a glória”.

Fotografia: Arquivo de Natália Campos
Rua Rui Barbosa. A esquerda, se vê o Cine Bagdad, fundado em 13 de janeiro de 1956, e ao fundo o Posto do Darlot. Na década de 1970 o Cine Bagdad
tinha 700 lugares.
Funcionava, além de cinema, teatro, formaturas, palestras e festivais. Do Posto do Darlot compreendendo até às proximidades da Praça 05 de Agosto, os jovens flertavam fazendo “avenida” – os rapazes ficavam de um lado e do outro da calçada, enquanto as moças andavam “prá lá e pra cá”, desfilando, e as vezes resultava numa paquera. Contemplavam a Fonte Luminosa, que jorrava água para o alto ao som de belas músicas, na praça, ladeada ao posto. E quando saíam do cinema, muitos iam direto para o bar do Zé da Vitamina para lanchar.
“O primeiro cinema mudo (1909/1933), passando pelas mãos de Serafim de Gusmão, Urcezino José de Gusmão, Ricardo Campos e João Ford.
Em 1935, Epaminondas Portilho inaugura o Cine Progresso com a exibição do filme “Adeus às Armas”. Com esse cinema, que funcionava na rua Almeida Couto, hoje Gumercindo Ferreira, implantava-se também o cinema sonoro de alta fidelidade 35mm”. – Extraído: MEMORIAL DA CIDADE DE RIO VERDE/GO, que se acha na Avenida João Belo, (Concepção de Antônio Ferreira Arantes quando era o Secretário Municipal de Cultura de Rio Verde na gestão 1997 a 2000), encontra-se nas placas com os autores pesquisados: Onaldo Campos, “RIO VERDE HISTÓRICO” e Oscar Cunha Neto, “RIO VERDE, APONTAMENTOS PARA A SUA HISTÓRIA”.
ESTE CINEMA FICAVA NA AVENIDA PRESIDENTE VARGAS. (Atual == LOJAS MARISA )
Carlos Almeida comentou: "Que saudades desse cinema! Tinha a alcunha de poeirinha.
Os primeiros namoros no escurinho do cinema. Lembranças eternas".
Foto extraída do Acervo de Oscar Cunha Neto
Cine Rio Verde em 1958, na rua Pereira Guimarães - hoje Rua Rafael Nascimento - de propriedade de Rafael Nascimento e Dr. Alberto Damiani, inaugurado em 1944. Na década de 60 foi destruído por ocasião de um incêndio.
Tadeu Nascimento de Almeida comentou: " O incêndio foi no dia 29 de maio de 1964, dia do aniversário do Itu! E foi reinaugurado 7 meses depois, ou seja, 31 de dezembro de 1964, com o filme Os Dez Mandamentos, um clássico em longuíssima metragem, dirigido por Cecil B. DeMille.
Eu vi de perto o incêndio: a maior fogueira que um menino de 10 anos poderia ver!
Mas, a população se mobilizou em gesto de solidariedade, com baldes, numa corrente humana, socorreram o cinema, construído pelo meu avô, Rafael Nascimento, em 1944".
Rafael Arcanjo do Nascimento nasceu em 24 de outubro de 1895, na cidade de Goiás. Filho de Davi Hemetério do Nascimento e Bárbara Rodrigues de Moraes. Foi empresário do ramo de cinema, Deputado Estadual de 1947 a 1951. Faleceu dia 3 de dezembro de 1951.
Propaganda do Cine Rio Verde em 1965 dizia: “O CINE RIO VERDE, empresa Tília Jayme Nascimento, deseja ao distinto público Rio-Verdense Feliz Natal e um próspero 1966. Agradece a todos pela preferência e anuncia os grandes lançamentos para janeiro próximo:
A Maior Atração, Rinoceronte, Barrabás, Duelo de Titãs, Os Sete Gladiadores, O Proscrito de Hong Kong, Sansão e Dalila, A Mais Querida do Mundo, Os Briguentos, O Espadachim de Siena e outros mais”.
Nos anos 70, Rio Verde chegou a ter três cinemas: Cine Presidente (Av. Presidente Vargas), Cine Rio Verde (Rua Rafael Nascimento) e Cine Bagdá (Rua Rui Barbosa).
O primeiro projetor de filmes foi instalado pelo senhor Domingos Gomes de Almeida. Era mudo e antes do início da sessão, molhava-se a tela com água, utilizando-se um repuxo (espécie de bomba) para melhorar a nitidez da imagem.
Propagandas da década de 1950:
Rua Henrique Itiberê. Praça José Maria Barros. Antigo Posto de Combustíveis do Darlot. O PRIMEIRO POSTO DE ABASTECIMENTO DE COMBUSTÍVEL EM RIO VERDE.
Rua Henrique Itiberê. Praça José Maria Barros. No ano de 2014, onde foi o antigo Posto de Combustíveis do Darlot.
POSTO SHELL, ANO 1966, ATUAL POSTO 05 DE AGOSTO NA RUA RUI BARBOSA. Dizia uma propaganda de 1956: “PÔSTO SHELL. Às suas ordens em perfeito funcionamento o novo PÔSTO SHELL. Lavagem – Lubrificação – Abastecimento. Troque a cada 1500 quilômetros para Shell X-100 Motor Oil, o óleo do carter do seu carro. À a proteção para o motor de seu carro. Rua Rui Barbosa, 29, esquina da Rua 4, ao lado do Expresso Coletivo Sudoeste Limitada.
ATUAL POSTO 05 DE AGOSTO NA RUA RUI BARBOSA
Rua Rui Barbosa - 1954 - Revendedora autorizada Chevrolet de Olyntho Pereira de Castro e filhos (Castro & CIA Ltda.)
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Revendedora exclusiva da linha Chevrolet -65. O único veículo que lhe proporciona, na sua real estabilidade: Conforto, economia e rapidez pelas estradas – VISITEM A CACISA. Rua Rui Barbosa nº 70 – Fone 316.
Rua Rui Barbosa em janeiro de 2014
Dizia as propagandas da década de 1950:
SRS. FAZENDEIROS E CRIADORES, nesta cidade, acha-se instalada à Praça 5 de Agosto, nº 3 a filial da CASA DO SOUZA: Com permanente estoque de vacinas contra peste suína, batedeira. Vacina Manguinhos e medicamentos diversos para doenças dos bovinos, suínos, cães e galinhas. Deem saúde às suas criações e sejam prósperos em seus negócios, cuidando cientificamente de seus animais e aves.
Adquira o hábito de tomar sua refeição ligeira... no BOLA ROXA. Tudo “quentinho” ou “bem gelado”! Rua Rui Barbosa,20.
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Expresso Coletivo Sudoeste Ltda. Linhas regulares de ônibus para Canal São Simão, Mateiro, Quirinópolis, Cachoeira-Alta, Caçu, Bom Jesus e Itumbiara. RAPIDEZ, CONFORTO, PONTUALIDADE - Sede Rua Rui Barbosa, Rio Verde-Go.
Perpetue sua “1ª Comunhão”, durante a SEMANA SANTA, tirando suas fotografias no Foto Lein. Rua Rafael Nascimento, 41.
PÔSTO SHELL. Às suas ordens em perfeito funcionamento o novo PÔSTO SHELL. Lavagem – Lubrificação – Abastecimento. Troque a cada 1500 quilômetros para Shell X-100 Motor Oil, o óleo do carter do seu carro. À a proteção para o motor de seu carro. Rua Rui Barbosa, 29, esquina da Rua 4, ao lado do Expresso Coletivo Sudoeste Limitada.
A SERTANEJA – DE – JERÔNIMO MARTINS (Fundada em 1920). Fazendas, Ferragens, Armarinho, Sal, Café, Arame Farpado, Querozene, etc. Rua Rafael Nascimento, 19.
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PROPAGANDAS DO ANO DE 1965
FATOS DE 1965: “Crise financeira atingindo de maneira violenta o comércio local. Da maneira que está, vai ser difícil de aguentar o rojão. E o frio ai está para gelar muita gente. Aproveitando a ocasião as lojas especializadas anunciam com destaque grande vendas de cobertores e roupas de frio. São preços que faz qualquer um gelar de medo. Fala-se que a SUNAB virá a esta cidade fiscalizar os preços (exorbitantes por sinal) dos gêneros de primeira necessidade. Que venha logo é o desejo de todos. E o tabelamento dos remédios, será que vai sair mesmo? Coitado do pobre que hoje em dia está proibido de adoecer. Qualquer antibiótico ou fortificante de qualquer laboratoriozinho custa o olho da cara”.
Sua carga ou encomenda chega mais rápida com a TRANSPORTADORA UBERLÂNDIA LTDA. Garante ao comerciante transportes rápidos e seguros. Matriz em Uberlândia. Agências: Rio, São Paulo, Goiânia, Brasília, Triângulo Mineiro e todo o Sudoeste Goiano. Agência nesta cidade: Rua Costa Gomes, 841.
XELITA JOIAS – Joias – Relógios – Canetas – Alianças – Gravações de canetas. Oficina de consertos. A RAZÃO DE TUDO POR NADA – É A SUA MORAL COMERCIAL. Rua Rui Barbosa, 684 – Fone 492 – Rio Verde – Goiás.
SAMAR S/A - Máquinas Agrícolas Rioverdense. Rua Cel. Vaiano, 340 – Fone 369 – Rio Verde.
Concessionária dos produtos Massey-Ferguson. MF-50X mais potente – 44 HP, Colheitadeira MF, Cultivadora MF, Plantadeira MF, Trator MF-50X na linha agrícola. Linha Industrial – Trator MF-203 – Trator de Esteira – Implementos Diversos. Filial em Palmeiras.
Sapataria e Selaria São José. De ALTINO PARAGUAY. Fabrica-se: Calçados, arreios, cutianos, botas, etc. Anexo uma seção de artigos de esportes, assim como, bolas de futebol e de voley, meias, camisas, chuteiras, tornozeleiras, caneleiras, sup. atlético. Rua Jataí nº 2 (Prédio próprio) – Rio Verde, Goiás.
VOCÊ VAI CASAR? Então Visite – MÓVEIS TESTA. E compre sua mobília no famoso Credi-Testa. De tudo à prestações: Dormitório, copas, colchões Divino, estofamentos, etc.
Rua Gumercindo Ferreira, 535 – Fone 482 – Rio Verde – GO.
LUNFOR – Um padrão de elegância, conforto e qualidade. Camisas, calças, e cuecas uma exclusividade de CASAS PERNAMBUCANAS – Onde Todos Compram. Rua Gumercindo Ferreira, 481 – Rio Verde – GO.
LOJAS RIACHUELO – Tecidos de Alta Qualidade pelo menor preço da cidade.
GONZAGA JAYME – ADVOGADO – Praça Ricardo Campos, 2. Rio Verde – Goiás.
FARMÁCIA NOSSA SENHORA DA GUIA – Grande e variado estoque de medicamentos pelos menores preços. Atende-se dia e noite. Rua Goiás, 595 – Fone 383.
DROGARIA DROGAMAR – Cumprimenta os seus amigos e fregueses, desejando-lhes um Feliz Natal e um venturoso 1966. Rua Rafael Nascimento, 470.
A SERTANEJA – de Jerônimo Martins. Negociante. Fundada em 1920. Ferragens, produtos veterinários, materiais para construção. Fone 367, caixa postal 24. Rua Rafael Nascimento, 311, Rio Verde – Goiás.
Na final da década de 1950, a rua Rui Barbosa, uma das principais da cidade, se encontrava totalmente calçada e com arborização em formação.
RIO VERDE BENEFICIADA COM A REGULARIZAÇÃO DO TRÂNSITO – A cidade está ao que parece se regularizando o seu serviço de trânsito, principalmente nas ruas asfaltadas, que já se encontra com diversos sinais. Essas providências estão sendo tomadas por autoridades competentes. ASSISTÊNCIA – Desde que foi liberada ao trânsito a parte recém asfaltada, que vai até a praça 5 de Agosto, aquele trecho tem sido escolhido como pista de corrida, ao que parece, não estão acostumados com o asfalto. Conforme a reportagem teve ocasião de observar, que naquele trecho, os srs. Inspetores, estão dando séria assistência, beneficiando os transeuntes que corria sério perigo de serem atropelados. AGLOMERAÇÃO – Também tivemos a oportunidade de observar que nos fim de semana a aglomeração, entre o Bagdad e a praça 5 de Agosto, é muita, e por incrível que pareça o trânsito é livre, mas como nos declarou o superintendente de trânsito o sr. João Rodrigues da Silva, que o trânsito para ser fechado aos fim de semana, naquela área, só com uma lei aprovada pela Câmara Municipal. A inspetoria de trânsito vê-se também ajudada pelos eficazes escoteiros de nossa cidade. – Extraído do jornal O Alvorada, ano I, Rio Verde, 6 de abril de 1965, Nº 17.

Fotografia: Arquivo de Natália Campos. Rua Rui Barbosa – década de 60. RIO VERDE JÁ TINHA UMA LOJA RIACHUELO.
Arquivo de Nasser Okde que comentou: "Casa Brasília, na Praça 5 de Agosto, de meu saudoso pai Hassan Okde".
Ficava onde depois foi à Rochele Modas.
Nessa fotografia de 1965 - Hassan Okde proprietário da Loja Casa Brasília, com Nasser Okde e Samira Okde.
Praça 5 de Agosto : Rio Verde, GO - 1973
A Praça 5 de Agosto, localizada na Rua Rui Barbosa, no Setor Central da Cidade, tem esse nome para homenagear o aniversário do município.
Desde a doação de terras por José Rodrigues de Mendonça ao patrimônio de N. S. das Dores, que se tornou a padroeira da Capela, os habitantes do lugar aspiravam emancipar-se, pois eram em maior número e possuíam maiores riquezas que a Matriz, que crescera no ciclo do ouro. Na nova era – do couro – o povoado distante assomava rico e poderoso, com o melhor gado da Província. Atendendo, pois, às reivindicações do povo, a 5 de agosto de 1848, o Governo Provincial criou a Freguesia das Dores do Rio Verde, com a resolução nº 6.
Em 2015: Celg Distribuição - Agência de atendimento. Companhia elétrica, Rio Verde, Goiás. Endereço: R. Rui Barbosa, 889 - St. Central
Funcionavam no mesmo edifício o Instituto Moreira Guimarães e o Palácio Maçônico. Rua Nilo Peçanha, no Bairro Setor Central.
Em 12 de abril de 1955, é fundada a escola primária Moreira Guimarães.
Uma foto mais recente nessa rua: Ladeado à Praça José Maria Barros em 2013. SETOR CENTRAL.
Casa do Evangelino (na primeira loja do Jeep Willys), ficava na rua Rafael Nascimento.
Walter Venâncio Guimarães, mais conhecido por “Waltinho do Evangelho”, é rio-verdense, nascido em 27/11/1944, filho de Evangelino Ferreira Guimarães e de Arlinda Venâncio Guimarães. Seu pai, Evangelino, foi pioneiro no ramo de veículos, trazendo para Rio Verde marcas como a Chevrolet e Fiat.
Walter é casado com Mirian Fernandes Guimarães, com quem teve três filhos, sete netos e um bisneto – Dados do ano de 2021.
O jornal O ALVORADA de 20 de julho de 1965 fez a seguinte nota:
“ Casaram-se. Contraíram matrimônio os jovens Walter Venâncio e Mirian Fernandes. A cerimônia teve lugar na Igreja de São Sebastião no dia 10 p.p”.
Estande dentro do Parque de Exposições em Rio Verde (Pecuária).
Fotos: Arquivo de Mirian Fernandes Guimarães
REVENDEDOR WILLYS - De Evangelino Ferreira Guimarães. Esta foto é de 1966. Hoje neste local se encontra o Banco Bradesco.
AUTO GUIMARÃES, CONCESSIONÁRIO AUTORIZADO: Jeep Willys, peças e serviços, acessórios, pneus e câmaras, ficava na década de 1950 na Rua Pereira Guimarães.
Guimasa - anos 70. Ao fundo, a primeira Igreja Presbiteriana de Rio Verde, construída em 24 de fevereiro de 1944.
"Bem no cantinho direito da foto ficava a famosa Padaria Natal. A turma saia dos bailes e ia lá comer um sanduba ou acabar de amanhecer o dia. Mais adiante, depois do Bazar do Livro (da dona Ivanir de Castro), naquele sobradinho meio recuado, localiza-se o Clube Rioverdense. Local que marcou época em Rio Verde, onde a juventude se reunia todos os domingos à noite para dançar e se divertir. Sem contar os bailes aos sábados” - Comentário de Tércio Campos Leão Júnior ".
Mauro Célio Cunha Nascimento, comentou: "Rua Rafael Nascimento nos anos 1970. Ali funcionava, Drogaria Drogamar, Guimarães Veículos, Supermercado Serve Rio Verde, Distribuidora Tio Patinhas, Panificadora Natal, Beg, Cine Rio Verde, Banco Nacional, A Sertaneja, Bazar do Livro, Casa de Apostas de Baralhos e Roleta, e muitos outros comércios".
No centro de Rio Verde, após as apurações, carreata da vitória do então vereador Lázaro José de Almeida (Lazão), em 1982, sendo o mais votado daquele pleito eleitoral. Nota-se o Bazar do Livro, de Ivanir de Castro Pereira, era localizado na rua Rafael Nascimento, nº 445, telefone 621-0351. Xerox, fotocópia, livraria, papelaria e artigos para presentes.
Foto extraída de https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/fotografias/GEBIS%20-%20RJ/go49185.jpg
A Avenida Presidente Vargas é predominantemente comercial e é a mais importante via de fluxo de veículos da Cidade. Nesta fotografia, do ano de 1973, identifica, entre outros, a Matriz Nossa Senhora das Dores, os prédios da antiga SEARV, do INSS (até então, o mais alto na época) e do Colégio Martins Borges.
Para se ter uma ideia de onde “terminava” as movimentações de edificações de casas, como visto na fotografia acima de 1973. Nessa foto, tirada em março de 2014, assim descreve: “Descida da Avenida Presidente Vargas, abaixo do Campeão Supermercado – Centro. Ao longe se vê a estátua do Cristo Redentor”.
“Hotel Honorato em fevereiro de 2015”, até então o Prédio do INSS era o mais alto de Rio Verde, até surgir a construção do conhecido (Prédio do Alaor). A seguir, uma foto de quando estava sendo feito, no início dos anos 1980. Acervo de Ênio Macedo:
PRÉDIO DO INPS – em construção no ano de 1976. Localizado na Rua Rosulino Ferreira Guimarães, setor central. O primeiro prédio mais alto em Rio Verde.
O CORREIO DO SUDOESTE – em sua edição de 23/08 a 05/09/1976 publicou:
“O prefeito municipal desta cidade, sr. Eurico Veloso do Carmo, bateu recorde em inaugurações no último dia 5 de agosto, quando a cidade de Rio Verde comemorava o seu 128 aniversário de fundação e 84 de emancipação política.
As obras entregues oficialmente ao povo rio-verdense foram as seguintes:
AGÊNCIA DO INPS
Estiveram presentes o sr. governador do Estado de Goiás, Dr. Irapuan Costa Júnior; o presidente nacional do INPS, Dr. Reinhold Stephane; o superintendente do Instituto Nacional de Previdência Social em Goiás Sr. Marconi Baiochi; o secretário da Educação e Cultura de Goiás, deputado federal Dr. José Alves de Assis; o diretor administrativo do Goiásrural e vice-prefeito de Rio Verde, Dr. Bairon Pereira Araújo e demais autoridades civis, militares e eclesiásticas e de uma grande massa popular.
O SERVIÇO DE CAPTAÇÃO
O serviço de captação, tratamento e abastecimento d’água de Rio Verde, que tem à frente o dinâmico vereador Lauro Pires de Lima.
Vale salientar aqui, que esse serviço d’água, em capacidade para abastecer uma população de 500 mil habitantes.
GRUPO ESCOLAR DA VILA AMÁLIA
Grupo Escolar da Vila Amália, obra que se fazia necessária ao populoso bairro do além Barrinha, construído em tempo recorde pela atual administração municipal.
GRUPO ESCOLAR DA VILA ROCHA
Grupo Escolar da Vila Rocha, também construído em curto prazo pela administração municipal e participação direta do Lions Clube Centro de Rio Verde. Essa obra certamente proporcionará aos moradores daquele novo bairro, melhores condições para educar seus filhos.
GRUPO ESCOLAR DA VILA BORGES
Grupo Escolar da Vila Borges – outro bairro que surge em Rio Verde, foi agraciado pela atual administração, recebendo como os outros supracitados, uma escola de 1º grau à altura de um Brasil que vai prá frente.
Todos os moradores destes bairros, entrevistados pelo repórter de Correio do Sudoeste, demonstravam entusiasmo pelas obras que recebiam, não deixando de tecer os mais calorosos elogios à administração de Eurico Veloso do Carmo.
POSTO DE SAÚDE DO BAIRRO POPULAR
Posto de Saúde do Bairro Popular. Foi a terceira obra que Nenzinho entregou à população daquele bairro em sua última administração.
A obra vem favorecer aos mais carentes de recursos daquele distante bairro, trazendo conforto e tranquilidade no setor da saúde pública, pois ali terão permanentemente, médico, enfermeiras e medicamentos gratuitamente.
Foi entregue ao povo rio-verdense na data magna da cidade, sem cerimônias, por falta de tempo, a ponte ligando a praça da Igreja de São Sebastião à Vila Baylão e a cobertura das arquibancadas do Estádio Municipal Mozart Veloso do Carmo. Aliás, essa última obra foi inaugurada providencialmente pela chuva que caiu sobre a cidade naquela tarde.
Com tudo isso, está de parabéns o povo rio-verdense, por saber escolher para administrar o município, um homem tão dinâmico como Eurico Veloso do Carmo.
Acreditamos que saibam nas próximas eleições, escolher o melhor candidato, que tenha o apoio dos governos federal e estadual, não deixando que esse arrojado desenvolvimento sofra drástica paralização. Esse nome todos já sabem, é o de Bairon Pereira Araújo”.
Foto tirada na Avenida Presidente Vargas na década de 1970.
No jornal O ALVORADA, de 07/03/1965 lê-se a seguinte matéria: “Avenida Presidente Vargas está sendo preparada para os serviços de arborização. Trabalho a ser efetuado pela Prefeitura em colaboração com o Ministério da Agricultura que fornecerá as mudas necessárias.
Continua Intransitável a Avenida Presidente Vargas – É lastimável o estado em que se encontra a Avenida Presidente Vargas, um dos cartões de visita da cidade e que, no entanto, dado ao desleixo da administração municipal, não oferece, principalmente, quando chove, condições de trânsito nem para pedestre.
Intransitável – A Avenida Presidente Vargas é a artéria que recebe todo e qualquer visitante pois é ali, bem no seu começo, que está localizada a Estação Rodoviária.
Por este aspecto deveria ser a menina dos olhos da administração municipal. Tal, porém, não acontece. Os moradores desta via pública de há muito reclamam sobre o seu estado.
Se chove a lama e o barro não permitem o trânsito nem para pedestre. As casas ali localizadas não podem receber nenhum melhoramento, como limpeza e pintura, pois se acontece de algum veículo mais aventureiro por ali tentar passar jogam lama em todas casas.
Se não chove abem-se enormes buracos em seu seio impedindo o trânsito de veículos. E o capim “custódio” vegeta ali em quantidade impressionante.
Reclamações – o Alvorada já focalizou o assunto em uma de suas edições e volta a fazê-lo na esperança de que alguém tome conhecimento do fato e providencie as medidas necessárias, atendendo inúmeros pedidos de seus moradores principalmente dos comerciantes ali estabelecidos. Que são vários.
A Câmara Municipal também já solicitou providências do Executivo sem conseguir êxitos.
Providências – Urge sejam tomadas providências imediatas. Que custa, mandar colocar alguns caminhões de cascalho, as chuvas não constituem obstáculos que possam impedir esta providência, evitando as justas reclamações e um possível prejuízo para a administração municipal, vez que o meio fio existente (já feito pelo povo) está prestes a se estragar todo, porque tem as suas bases descobertas”.
VALE REGISTRAR ESSES MOMENTOS DOS ANOS 70: Vereadores da Arena: Aroldo (Primo do Bairon), Luiz Alberto Leão, Mauro Moraes, Eurico Veloso do Carmo (Nenzinho Veloso), Lauro Pires, Bairon Pereira Araújo, Lazinho Capeta, Valter Guimarães e Pedrinho do Emílio.
Frente à Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores, em 05/08/73
Entre os demais se vê com o microfone Eurico Veloso do Carmo, o Governador Leonino Caiado, Bairon Araújo e Alcyr Mendonça. Em inauguração de obras nas comemorações pelo aniversário da cidade.
RIO VERDE RECEBE AGÊNCIA DO IPASGO
O Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores do Estado de Goiás – foi inaugurado na cidade de Rio Verde numa manhã de sábado (na matéria não cita a data, o ano deve ser 1973 ou 74), quando chegou no aeroporto local uma caravana chefiada pelo presidente do IPASGO médico Ary Jacomossi.
Do aeroporto os visitantes seguiram para a residência do prefeito Eurico Veloso do Carmo onde foi servido um coquetel aos presentes.
As 11 horas e 30 minutos a agência foi entregue aos previdenciários ali residentes ou lotados na cidade e região.
O desate da fita simbólica foi feito pelo presidente do IPASGO, pelo prefeito Eurico Veloso e pelas diretoras de colégios locais Ercília de Castro Guimarães e Vilma Nitrini Fernandes.
Falou a seguir o prefeito de Rio Verde, Eurico Veloso, agradecendo ao Dr. Ary Jacomossi por ter escolhido a sua cidade para ser dotada daquele importante benefício destinado aos funcionários estaduais da região.
O orador seguinte foi o vereador Haroldo de Oliveira Andrade que em nome da Câmara Municipal disse da sua grande satisfação em ver Rio Verde entre as mais importantes cidades do Estado, recebendo por determinação do médico Ary Jacomossi aquela agência que em boa hora estava sendo instalada. Num vibrante discurso falou a seguir o deputado Kepler Silva, elogiando o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo presidente do IPASGO, descentralizando os atendimentos na Capital, espalhando agências em diversas cidades interioranas, levando benefício aos contribuintes que daquela data em diante não mais necessitariam de ir à Goiânia para conseguir tudo o que o previdenciário tinha direito.
Finalmente falou o Sr. Ary Jacomossi, fazendo um levantamento no setor de agências no interior. “Foi Anápolis a primeira a receber a instalação do IPASGO, como a experiência foi válida, estudamos as diversas regiões do Estado e começamos recentemente a nova etapa de inaugurações em Morrinhos, Cidade de Goiás, Ceres, Catalão, Mineiros e agora Rio Verde”.
Agradeceu ao prefeito Eurico Veloso pela sua extraordinária atuação para que Rio Verde conseguisse aquele benefício. Após as solenidades o prefeito ofereceu aos visitantes e convidados um almoço na Churrascaria Panelão. Entre os presentes, prefeito Eurico Veloso, deputado Kepler Silva, Juiz de Direito Rômulo Chaud, professora Ercília de Castro Guimarães, diretora do Colégio Martins Borges, professora Vilma Nitrini, diretora do Colégio do Sol, Jesuíno Veloso do Carmo, presidente da Arena de Rio Verde, Dr. Alcir Mendonça, superintendente da OSEGO, Dr. Luiz Gonzaga Jayme, vice presidente da Arena local, Lauro Pires de Lima, presidente da Câmara Municipal, Advogado Oyama Leão Vieira, Engenheiro Luiz Gonzaga Veloso, Coronel José de Souza e Silva, comandante do 2º DPM, Dr. Ildemar Fernandes de Lima, superintendente de ensino, vereador Walter Venâncio Guimarães, vereador Mauro Moraes, deputado José de Assis, Nilson Veloso, grupo de escoteiros 5 de Agosto, Sherlock Holmes da Silva, secretário da Prefeitura de Rio Verde, alunos dos diversos estabelecimentos de ensino, etc. - (RECORTE DO JORNAL O POPULAR ENVIADO PARA O EMAIL DA PÁGINA DO MEMORIAL DA CIDADE DE RIO VERDE – GO POR LINDOAR JOSE DE ALMEIDA, NÃO SENDO POSSÍVEL VERIFICAR A DATA E O NOME DO AUTOR DA MATÉRIA.
INAUGURAÇÃO DO BANCO BRADESCO - 15/11/1973
O repórter Lindoar José de Almeida entrevistando o então prefeito Eurico Veloso do Carmo, e atrás dele o Bairon Pereira Araújo.
LANÇAMENTO DO POLOCENTRO DE RIO VERDE EM 1975.
(Programa de
Desenvolvimento da Região Centro-Oeste)
No centro da foto, o Ex. Ministro
Alisson Paulinelli, de camisa xadrez. Foi ministro da Agricultura no governo de
Ernesto Geisel, de 15 de março de 1974 a 15 de março de 1979. Nesse período, modernizou
a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) promovendo a ocupação econômica
do Cerrado.
Recepção no Aeroporto ao então Governador de Goiás, Irapuan Costa Júnior.
Eurico Veloso do Carmo e Irapuan Costa Júnior.
O ALVORADA, de 20 de dezembro de 1965 publicou: “Alcyr e Gonzaga dois representantes de Rio Verde – Credenciado por Lage, chegou a esta cidade, dia 12, último, o Dr. Alcyr Mendonça, político atuante pela ARN, que veio tratar de dois assuntos importantes com a cúpula local. Um desses assuntos é quem seria o escolhido para representar Rio Verde no secretariado de Otávio Lage, visto o próprio desejar um homem de A Princesa do Sudoeste. O escolhido foi o Dr. Gonzaga Jayme, homem de valor, que muito poderá fazer por esta cidade. O outro assunto é sobre quem seria o candidato a Deputado Estadual, na região, pela ARN, sendo escolhido o próprio Dr. Alcyr Mendonça, visto o reconhecimento a seus esforços desmedidos, por esta cidade. O candidato, já declarado, foi médico no Hospital Santa Terezinha desta comuna por longo tempo, somente daqui se deslocando há coisa de um ano. Durante sua moradia em Rio Verde fez um grande círculo de amigos; depois, deslocando-se para a capital, continuou com o seu trabalho por esta cidade, empenhando-se junto aos atuantes do governo. Foi ele um dos reivindicadores da construção de um armazém da Casego, aqui prometida, aliás, por Lage”.
Ainda nesse mesmo exemplar: “Sobre o Dr. Chafic Antônio, sabe-se que ele foi nomeado administrador das obras da praça de esportes do Povo, em construção no Rivac. No momento, acham-se os serviços paralisados.
Dr. Alcyr Mendonça, médico estimado em nosso meio, onde prestou inestimáveis serviços à população, será candidato a Deputado Estadual pela ARN, novo nome da UDN”.
Foto do Acervo de Wander Iwata – Diretor geral da Samurai Produções
Av. Presidente Vargas quase em frente à Primavera Calçados. Provavelmente um desfile político na década de 1980.
Na foto se vê o Ivan Rezende da Silva que na época morava nas proximidades do Bar Remi'S Club (este com a propaganda da Crush). Bar de propriedade do Remi. Rua Professor Joaquim Pedro esquina com a Presidente Vargas. 1971. Arquivo de Iza Junqueira.
QUEM LEMBRA DO
BEM BEM?
Arquivo de Enezir Luiz Badinni que comentou: "Ele morava próximo à casa do Laudemiro Bueno. Filho de dona Porcina, era irmão do Brasilino que morava no Laudemiro Bueno. Quanta saudades! Em nossa casa; amigo de confiança! Bem Bem me viu crescer até meus 17 anos e Deus o levou. Morava em um rancho de capim, debaixo de uma barriguda, na esquina da Rua Costa Gomes com à Laudemiro Bueno. Foi criado misturado com os filhos do Laudemiro Bueno e também, fazia ele, parte da casa de meus avós José Luiz Araújo - primo de Bairon Araújo; e finalmente, também em nossa casa foi criado misturado com meus pais".
Aproveitando o ensejo do Bem Bem no Bar do Remi, vou deixar aqui outros personagens populares em Rio Verde:
ZÉBATICAIXA
Foto extraída do livro do Oscar Cunha Neto na página de nº 284
QUEM HOJE TEM MAIS DE 50 ANOS E VIVEU EM RIO VERDE PROVAVELMENTE VAI LEMBRAR DO BATICAIXA - Moreno, mudo, andava pela cidade surrando um surdo seco com cartazes com inscrições santuárias, chapéu com fitas multicor, bandeirolas e outros adereços. Ligado a Santo Reis.
Seu João Borba
João Borba era muito conhecido pela sua maneira de se vestir. Suas roupas eram feitas com aquele tecido verde usado como forro em mesas de bilhar - quando faziam a substituição dos forros o tecido era doado para o Sr. João Borba de Oliveira. A exemplo de Pedro Biriba, sempre teve seus rompantes de raiva quando lhe chamavam pelo apelido. Em suas infindáveis andanças que João Borba, ou se preferirem, Periquito, ficou conhecido, por crianças, adultos e idosos. Dentre muitas de suas manias, a principal era comprar e não usar. Em seu pequeno quarto na Rua das Turmalinas, no Parque Bandeirante, guardava uma infinidade de quinquilharias que ia comprando aleatoriamente, tais como: Chapéus, botinas, relógios, facões e ferramentas. Faleceu dia 22 de outubro de 2012, com 97 anos. Colaboração: Aires Humberto Freitas.
PEDRO BIRIBA
Fotografia do Acervo de Oscar Cunha Neto
EXCLUSIVO: DADOS SOBRE O PEDRO BIRIBA.
Por: Aires Humberto Freitas
(Devido à procura sobre sua história, foi que busquei entrevistar o Ulisses Luz Marques - que por décadas tomou frente na administração da ABAL - LAR DOS VOVÔS). Sobre o Pedro Biriba Ulisses me disse o seguinte: "As informações por fontes seguras que obtivemos ao longo dos anos em que o Pedro esteve aqui na ABAL, dão conta de que a mãe do Pedro faleceu muito jovem e o pai é desconhecido. Ficava sem destino de lugar em lugar no estado de Mato Grosso, precisamente na região de Baliza, Poxoréu... Foi quando o Seu Jesuíno, pessoal de Veloso, que transportava mercadoria para a região e voltava para Rio Verde, deu carona e o Pedro veio habitar em Rio Verde (Complementando a história, o sr Adalberto Evangelista de Oliveira foi quem trouxe no caminhão o Pedro Biriba. O sr Adalberto que fazia o transporte de mercadorias para o sr Jesuíno de Baliza para Rio Verde). E aqui, como é do conhecimento de muitos, depois de tantas peripécias historicamente ocorridas pelas ruas e praças de Rio Verde e de incessantes lutas ele veio para a ABAL trazido pelo Sr. Avelar Macedo. Descobrimos que sua assinatura é Pedro da Silva e aqui ficou até adoecer vindo as sequelas naturais do idoso e ele ficou paralítico tendo que se locomover numa cadeira de rodas e por complicações veio a óbito". Complementando a matéria, o Eduardo Gomes Costa, vulgo Teleco, informou também que: " O Jesuíno Veloso transportava produtos de sua cerealista, tais como: arroz, feijão... e numa dessas ele trouxe o Pedro Biriba diretamente para o Hospital Evangélico e foi o Reverendo Severino que zelou dele por algum tempo até que o Seu Tarquino ofereceu definitivamente um cômodo para o Pedro morar - onde ele viveu sua vida aqui em Rio Verde - até ao ponto em que o próprio Tarquino viu a necessidade de trazê-lo para a ABAL".
Donald Monteiro lembrou: “Pelas
lembranças que tenho, o Pedro Biriba dizia chamar-se Pedro Vieira de Souza (ou
talvez da Silva... como no texto acima). Eu conversava
muito com ele. Se me lembro bem, ele disse ter vindo do Maranhão, até Baliza. O
Sr. Jesuíno o trouxe para Rio Verde para uma operação de hérnia, que era muito
grande. No prédio do Consultório do Hospital, aquele que ficava na esquina, de
frente para a farmácia, havia um puxado onde o Pedro, às vezes, guardava suas
roupas”.
JACINTO
Ainda jovem, em nível de mendicância, rondava as instalações do restaurante PANELÃO, cuja proprietária, em gesto nobre e humanitário, o acolheu e ofereceu abrigo. Por longos anos trabalhou como limpador de fossas, empurrando um pesado carrinho de mão. Com voz rouca e meio gaga, sempre se irritava quando alguém o chamava de Santa Helena. Aposentado, vítima de AVC, viveu seus últimos anos na condição de cadeirante nas dependências da ABAL.
Cairo Nascimento Fagundes comentou: "O nome dele completo era Jacinto Rosa Delfino e faleceu no mês de março do ano de 2017. Fui no velório dele que aconteceu na ABAL, onde ele morava a algum tempo".
Na foto Aires Humberto Freitas com Jacinto na ABAL.
Rua Afonso Ferreira com Avenida Presidente Vargas.
Kadija Moubarec comentou: "Essa era a loja de meus pais, praticamente um dos fundadores do comércio de Rio verde, época saudável, tempo que não volta mais! Meu pai Atef Yassin (que Deus o tenha) exemplo de honestidade, humildade e caráter único, coisa rara hoje em dia!".
Dama dentro da loja Mutirama.
Waldir Iwata comentou: "Estes dois praticamente é que começaram ali na Presidente Vargas seus comércios. Seu Miguel com a Loja Multirama e Seu Atef com a Flor do Líbano, muito querido estes dois".
Washington Weber comentou: “Joguei muita dama com o Sr. Miguel e o Sr. Mohamad Said Yassine (Seu Mamede).
Chaher Mohamad Yassine respondeu: “Washington Weber, eu sou filho do eterno Mohamad Said. Faleceu no Líbano. Eu estava lá com ele, que Deus o tenha”.
Washington Weber respondeu: “Chaher, lembro muito bem de todos vocês, nós jogávamos futebol de salão, quando do Supermercados Verdão. Tenho uma grande admiração por toda comunidade Libanesa. Conheci todos, desde a década de 60. Morei uns tempos com o Rames Abdala Chebler. Sempre vejo “Face” de Vocês. Tenho saudades daquela turma de “Dameiros”.
Nazira Fued comentou: “Saudades destes dois guerreiros e vitoriosos! Muita emoção ver que são homenageados, e saber que o registro deste momento foi meu ❤️❤️❤️❤️.
Kadija Moubarec comentou: “Muitas saudades do meu querido pai e tio Abdul Hamid Fouad, que Alá os tenha em bom lugar”
ALGUNS REGISTROS PARA RECORDAR:
ONDE FOI O DEPÓSITO UBERABA
Antecedendo a Exposicão Agropecuária, o tradicional Desfile de Cavaleiros reúne milhares de pessoas, que se aglomeram para assistir a encantada organização das comitivas que marcham pela Avenida Presidente Vargas encerrando na Avenida João Belo.
Parque de Exposições de Rio Verde - Anos 80
Fotos do Acervo de Wander Iwata – Diretor geral da Samurai Produções
QUEM JÁ TIROU FOTO ASSIM NA PECUÁRIA DE RIO VERDE?
UMA CURIOSIDADE QUE POUCOS SABEM: A EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA EM RIO VERDE COMEÇOU NO COLÉGIO ESTADUAL MARTINS BORGES, COMO CONSTATAMOS NO TEXTO A SEGUIR:
A primeira exposição Agropecuária de Rio Verde foi realizada em 1954 que teve como palco o campo de futebol em uma área ocupada por alguns órgãos públicos, como representações estaduais do Fisco, da Educação e do Martins Borges (o pioneiro curso ginasial do Sudoeste, que junto a ele pode-se dizer que ficava o referido campo). A ideia veio do município de Franca em São Paulo e a primeira exposição de Rio Verde contou com bovinos, galinhas, suínos e produtos de horta e lavoura.
Com o passar dos anos as estruturas foram melhorando, novas aquisições foram surgindo e além da exposição de animais, começaram a surgir empresas interessadas em expor os produtos, bem como patrocinar a feira. Os shows e o rodeio foram surgindo ao longo dos anos e o crescimento foi tão grande, que o salto elevou Rio Verde a uma das grandes potências em realização de Exposições Agropecuárias, tudo idealizado e organizado pelo Sindicato Rural de Rio Verde, com a ajuda de patrocinadores. Extraído de https://www.exporioverde.com.br/o-evento
Ariene Seabra comentou: "Como diz o nome, foi o segundo Congresso Estadual dos Municípios Goianos. Cada moça representou um município”. — Em Foto tirada em frente ao Colégio Estadual Martins Borges. Por volta de 1959. Ainda diz na faixa: 2ª EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA INDUSTRIAL. SEJA BEM VINDO À RIO VERDE CONGRESSISTA – ASSOCIAÇÃO DAS SAMARITANAS.
Depois, nas dependências do Parque de Exposições Garibaldi da Silveira Leão, com sua portaria localizada frente para à Avenida João Belo, onde vem acontecendo, há várias décadas, a popularmente conhecida “Pecuária”, na qual, Rio Verde conquistou o título de o Maior Rodeio em Touros do Brasil.
No site: https://www.sindicatoruralrioverde.com.br/historia, acessado em 18 de abril de 2024, copiei o seguinte: “No início dos anos de 1950, o jovem advogado Lauro Martins batalhava pela criação de uma cooperativa rural em Rio Verde - Goiás. Ao vencer as eleições para prefeito municipal no dia 30 de novembro de 1969 e assumindo o cargo em 31/01/1970. Governou até data igual de 1973. Durante sua gestão, o campo foi sua principal prioridade, não apenas no aspecto de pontes e estradas, mas também, na correção do uso do solo e cooperativismo. A cooperativa sugerida surgiu também nesse período e teve efêmera vida.
Foi na década de 1950, na sua metade, que nasceu a “Associação Rural de Rio Verde”, esse fato está comprovado em ata pela instituição que o sucedeu, o “Sindicato Rural de Rio Verde”. A data de abertura dessa associação se deu aos 24/04/1958, com 35 produtores presentes, considerados os fundadores. O primeiro presidente da associação foi Nestor Fonseca, tendo como vice-presidente Alcides Gonzaga Jaime.
Dois anos após o surgimento da associação, houve uma reestruturação do quadro e elegeu-se outra diretoria.
A mudança de Associação para Sindicato aconteceu no dia 20 de janeiro de 1968 em Assembleia Geral onde ficou acertado que o Sindicato Rural de Rio Verde se propunha a colaborar com os poderes públicos e as demais associações, tudo no sentido de solidariedade social e de sua subordinação aos interesses nacionais. Nesta mesma data foi aprovada a filiação do Sindicato Rural de Rio Verde à Federação de Agricultura do Estado de Goiás.
A primeira eleição para a diretoria do Sindicato Rural aconteceu em 10 de agosto de 1968”.
Vamos lembrar, de um fato ocorrido nos anos 80:
No início da década de 1980, na XXIV Exposição Agropecuária, seguiu-se o desfile dos campeões, pela ordem de classificação. O primeiro lugar coube ao expositor Wagney de Azevedo Leão, com 301 pontos, seguido foi Antônio Alves da Silva com 130,5 pontos; Diomedes Carlos Nogueira com 97,5 pontos, sendo que a classificação foi até o 14º lugar. A entrega dos troféus ocorreu na solenidade de encerramento. Ao som do hino nacional, executado pela Banda local, sob a regência do maestro Filadelfo Jorge da Silva. Foram hasteadas as bandeiras, do Brasil, Estado, Município e do Sindicato.
REGISTROS DA DÉCADA DE 60 E 70:
Da esquerda para direita são: Jairo Quintiliano, Adão Motta, Dr. Aluísio de Almeida, Wagney Azevedo Leão, Antônio Vilela Carneiro e ?.
Alguns ilustres rio-verdenses da época (1973) como Mauricio Arantes, Adão Mota, Wagney Leão, Branco do Severino, Antônio Vilela Carneiro, João Carlos Fonseca, Nizo Jaime, Aguilar Motta e Jerônimo Honório. Na Pecuária, criadores de GIR.
Arquivo de Antônio Ferreira Motta Júnior que comentou: "Essa estrada de chão é onde hoje passa à Avenida Flamboyant na entrada do Bairro Gameleira, logo após o viaduto".
FOTO DO ADÃO MOTTA COM A FAMÍLIA.
Da esquerda para a direita: Aliemar, Delice, Anatilde, Aguilar, Adãozinho, Antônio Álvaro, Eduvirges, Ana Maria, Adão e Alberto.
O jornal O ALVORADA, de 28 de junho de 1965, publicou: “ SAÍDA PARA UBERLÂNDIA NO DESCASO DA ADMINISTRAÇÃO – A antiga saída para Uberlândia no trecho que demanda à chácara do Sr. Demolício de Carvalho encontra-se semi intransitável dado o descaso da administração municipal. É por ali que poderíamos mais rapidamente, chegar até onde se localiza a exuberante obra que é o Ginásio Agrícola, e também é por ali que várias pessoas residentes das redondezas transitam pisando sobre buracos assustadores. Sua recuperação deveria ter sido concluída, já que foi iniciada, e não bastaria mais que algumas horas de trabalhos para tanto, ou será que a P.M. fechará os olhos, mais tempo ainda, para este problema que por diversas vezes já apontamos? ”.

RUA LAUDEMIRO BUENO por volta de
1956 a 1958. Enezir Badinni comentou: “Anos de 56 a 58, o Posto do Roldão ainda
funcionava aí neste terreno, depois passou para outros proprietários”. Antiga
saída para Uberlândia. A rua Laudemiro Bueno nesta época da foto chamava-se RUA
6. Fazendo esquina com à Rui Barbosa.
AUTO POSTO ROLDÃO EM
1956. Acervo de Estevam Emrich.
Era o proprietário Roldão Corrêa
de Aguirre. Este posto localizava-se à Rua Campo Alegre esquina com a Praça 13
de Maio.
Gláucia Gusmão Emrich comentou:
"À esquerda, uma das "jardineiras" da empresa de meu pai. O
automóvel lembra muito o do Chico Rattes".
Donald Monteiro lembrou: “Essa
saída era chamada de "Descida do Ademolício". O senhor em questão,
pai do Prof. Adão de Carvalho, que me deu aula no Martins Borges, era dono da
chácara que se localizava após o córrego Barrinha, à esquerda”.
DEMOLÍCIO DE CARVALHO E ANA FRANCO DE CARVALHO
Inauguração do asfalto da Rodovia Sul Goiana
3 fases: Julho, Novembro e Abril.
Obs: Essa árvore localizada acima do Módulo Esportivo, no Parque Bandeirantes, é filha da finada “Barriguda” a qual o sr. Lázaro Ferreira Arantes (Goiaba) escreveu o seguinte:
“Ao olhar para o espigão divisor das fazendas Lage e São Thomás, hoje Vila Maria, eu sempre via uma barriguda centenária “Chorisia Speciosa”, imponente, soberba e majestosa, desafiando o tempo ao progresso, como remanescente solitária da mata virgem que cobria a terra fértil daquela região, derrubada para lavoura de café de Demolício de Carvalho, ao lado dos cafezais de Laudemiro Bueno e João Domingos de Araújo onde, à sua sombra descansavam os trabalhadores das referidas lavouras principalmente nos momentos da refeição.
Vários anos depois, na condição de agrimensor, fui convidado a projetar os dois primeiros loteamentos neste setor onde seria traçada a avenida que, no início, se chamou Brasília e hoje leva o nome de Pedro Ludovico Teixeira.
E, obviamente, eu não poderia ficar indiferente à majestade desta portentosa árvore que certamente testemunhou a chegada do Arraial das Abóboras.
Então fiz com que ela demarcasse o eixo daquela avenida. E hoje ela está lá, exuberante e bela, como a nos contar que no passado ela era apenas uma entre as centenas e centenas de árvores que compunham a mata virgem, garantindo uma total oxigenação do ambiente, dando frescor, alegria e vida para todos os viventes.
Aquela paineira histórica que parecia pedir socorro pela vida está agora preservada (21 – 09 – 1990), é um orgulho para todos nós rio-verdenses, e se tornou merecidamente a árvore símbolo de Rio Verde. A nossa bela árvore agora espera por você, por sua visita.
Rio Verde, 09 de dezembro de 1997
Lázaro Ferreira Arantes (Goiaba)
Foto do Acervo de Wander Iwata – Diretor geral da Samurai Produções
ÁRVORE BARRIGUDA - CORTADA EM 13/05/2015
Nome Científico: Chorisia Speciosa. Família: Bomba Oaceae. Nome Vulgar: Barriguda.
Nova "Barriguda" plantada no lugar da árvore que se tornou famosa em Rio Verde
Agora veremos fato sobre onde está localizado o Barrinha:
Lugar aproximado deste lugar atualmente: Barrinha - rotatória do Acapu Hotel
Karlos Cabral recorda: ”Uma observação. Ali, onde está a rotatória do Acapú Hotel, era um enorme buraco do córrego. Me lembro, quando criança morava ali perto, que para atravessar para o lado do Bar da Terezinha tinha uma pinguela. Isso na década de 80. Com base nessas afirmações, creio que a foto retrata outro local... ou será que essa ponte foi destruída próximo dessa época que citei? Inclusive, o relevo daquele local, conduzia a um buraco muito alto, por onde corria o rio. Observação para contribuir. Abraços”.
Era a fazenda do Demolício de Carvalho.
Nesta foto se vê: Escola Escadinha Do Futuro - antiga casa do Demolício de Carvalho, preservada por Djalma Cairo Cabral.
Associação dos Deficientes Físicos de Rio Verde (ADEFIRV). Na foto de janeiro de 2017, localizado no Bairro Santo Antônio de Lisboa.
Associação dos Deficientes Físicos de Rio Verde, (ADEFIRV), teve sua fundação efetivada na cidade no dia 25 de abril de 1992. A notícia da fundação só foi divulgada em 25 de julho de 1992.
O fundador e então presidente Valdemar Antônio de Oliveira, deficiente físico, conseguiu para à sua classe, aluguel de um salão, junto à Prefeitura.
Instalou barraquinha para angariar fundos, no Parque de Exposição Agropecuária de Rio Verde, em dezembro de 1992.
A associação organizou, no decorrer dos anos, à Equipe de Atletismo em Cadeira de Rodas de Rio Verde, com o objetivo de trazer os deficientes físicos para o esporte, buscando melhores condições de vida.
Receberam vários convites de fora, para representar Rio Verde. Procuraram patrocínio para disputarem a Corrida de São Silvestre, em São Paulo.
CHEGOU O FUTEBOL
Foto Rara, de 1918: Rio Verde Football Club – Rio Verde (GO)
O futebol surgiu na Inglaterra em 26 de outubro de 1863. Foi idealizado por um grupo de jovens de Londres em uma conversa de bar.
Charles Miller, paulistano, filho de imigrantes ingleses, desembarcou no porto de Santos em 1894, trazendo na bagagem duas bolas de couro, alguns jogos de uniformes e um livro de regras. Assim, Miller trouxe o futebol para o Brasil. Nessa época, o futebol era um esporte de elite, porque o material era importado e custava caro. No início do século XX, surgiram os primeiros clubes organizados: Fluminense (1902), Grêmio (1903), Corinthians (1910) e Palestra Itália (1914). Logo, o esporte se tornou popular, quando os campos de futebol foram abertos às camadas mais pobres.
O jornalista João Batista Alves Filho publicou em seu livro Arquivos do Futebol Goiano (feito na Gráfica O Popular, ano de 1982), uma entrevista com Walter Sócrates do Nascimento – o homem que introduziu o futebol em Goiás. Confira um trecho desta histórica matéria, onde Walter Sócrates conta como foi difícil o começo do futebol em Goiás:
“Ainda em São Paulo, em 1905 eu comecei a me interessar pelo futebol introduzido naquele Estado, por Charles Miller. Fui para Goiás em 1907 e começamos a preparar o local dos jogos, que foi o Largo do Chafariz. O terreno era íngreme. Não tinha grama e sim um cascalho fino. Não tinha traves e sim duas varas fincadas. O campo, inicialmente, não obedecia às regras. Era pequeno, pois começamos com seis jogadores de cada lado. Sem uniformes e sem chuteiras. Jogávamos com a roupa do corpo. As marcações do campo eram feitas com riscos no chão. Os treinos eram feitos na parte da tarde em qualquer dia da semana. Primeiros jogadores: Walter Sócrates do Nascimento, Renato Marcondes Lacerda, Odilon Amorim, Alberico Soares Camargo, João Monteiro, Adahyl de Amorim, João Alves de Castro, Plínio Caiado de Castro, Trindade de Amorim, Albatênio de Godói, Alfeu, Francisco, Claro de Godói e outros. Aos poucos a população começou a presenciar os primeiros bate-bolas”. Walter Sócrates era zagueiro. Com o passar dos dias, surgiram os calções. Eram calças cortadas pouco abaixo dos joelhos. O uso de cintos era obrigatório. Meias, chuteiras, sapatos ou botinas. Na cabeça, boné, gorrinho ou mesmo um lenço amarrado e alguns usavam lenços no pescoço.
Walter Sócrates não se recorda do nome do outro time. O seu era Goiás Futebol Clube. Surgiam novos adeptos e duas equipes estavam formadas na cidade. O campo teve o seu tamanho aumentado. Os gols ganharam traves de madeira e grande multidão já comparecia para presenciar os jogos programados sempre para as tardes dos domingos. Estava lançada a pedra. Surgiriam outras equipes e o futebol ganhava novas dimensões e se alastrava para outras cidades ”.
Esta foto é dos primórdios do futebol de Rio Verde e nela aparecem, da esquerda para a direita: Congo, Sebastião Arantes (mais tarde eleito prefeito de Rio Verde, no período de 1954 a 1958), Célio Borges (chegou ao cargo de prefeito rio-verdense-1942/45), Altino, Tonico, Calixto Antônio (ex-deputado estadual, falecido em Goiânia em 1979), Nenê do Jerominho, Oto, Lourival Leão, Polastra e Marcionílio.
João Batista Alves Filho em seu texto escrito na revista Brasil Oeste, ano 1, nº 1 – agosto de 1985, afirma: “O futebol em Goiás começou propriamente em 1907, na cidade de Goiás, antiga capital do Estado. De lá, passou para cidades próximas como Itaberaí, Inhumas, Jaraguá, Pirenópolis e outras. Uma segunda ramificação surgiu em Catalão, espalhando-se pelas cidades de Ipameri, Pires do Rio e Anápolis. Mais tarde, o futebol atingiu a região do Sudoeste, onde estão Rio Verde, Jataí e Mineiros”.
O futebol em Rio Verde teve início por volta de 1923. O primeiro campo de futebol situava-se na Praça Ricardo Campos - na época, denominada Largo do Chafariz -, ocupando toda a praça. Foi construído pelo Major Oscar Campos, então prefeito. Mais tarde, foi transferido para o local onde depois funcionou o Abrigo dos Velhos, ao lado do cemitério São Miguel. Acompanhe as seguintes descrições sobre os campos de outrora:
“O nivelamento do campo, feito com enxadas e soquetes de madeira, fez com que o mesmo apresentasse um desnível de aproximadamente meio metro. Tal fato provocava acirrada disputa mesmo antes do início do jogo, pelo sorteio de campo, pois acreditavam que aquele que iniciasse jogando, atacando para o lado descaído, certamente obteria a vitória”. - Trecho de Oscar Cunha Neto, no seu livro, Rio Verde: Apontamentos para a sua história, sob o título ‘O futebol em Rio Verde’.
“Como não tinha campo de futebol, Altino Paraguai improvisava. Com o campo desnivelado, “escorrido”, vinha com enxada e cortava a terra tirando-a com ajuda de uma junta de boi, preso atrás, um grande couro que servia de “carroceria”, deixando o campo retinho”.- Trecho de História de Mercadores, Altino Paraguai: um trabalhador de memórias. Extraído do jornal O Mercador.
“Naquela época o campo era aberto e resolveram cercá-lo com arame e trançar tabocas, por isso passou a ser chamado Campo da Taboca. Localizava-se nos fundos do Colégio Martins Borges. Para arrecadar dinheiro dos torcedores promoviam jogos entre o Corinthians e times das cidades vizinhas, faziam também festas onde reservavam um lugar que chamavam de cadeia, onde os soldados eram moças bonitas (faziam para elas uma “ropinha bunita”) e os rapazes se esforçavam para serem presos e para saírem da prisão tinham que comprar no bar cervejas ou refrigerantes”.- Trecho extraído do Projeto Memória da Secretaria Municipal de Cultura de Rio Verde.
“Infelizmente em nossa cidade temos somente uma praça do tradicional esporte “pebolistico” que é a do Ginásio Estadual Martins Borges, que se encontra atualmente transformada em uma verdadeira floresta das ervas rasteiras não permitindo que alguma jogada seja realizada com êxito, principalmente ao lado esquerdo do campo no qual a “bassora” já atingiu a quase um metro de altura, prejudicando inteiramente o bom desenrolar de uma partida. Após o cercamento que ora está sendo feito em volta do campo, esperamos que sejam tomadas as devidas e preciosas providências neste “setor-base” de uma boa partida, porque sem um bom campo não é possível haver um bom jogo”. - Por: Moisés Santana Neto, publicado no jornal O Glorioso, janeiro de 1954.
Na foto, o elenco alvinegro no campo do Martins Borges, aparecendo de pé, da esquerda para a direita: Pedro Bala, Estevão, Joaquim, Caçarolinha, Duca e Bonitão; agachados: Quintino, Caçarolão, Nenê Paraguai, Abdon e Altino. Ano de 1952.
“Rio Verde, depois de uma fase desfavorável no setor esportivo, vai aos poucos tomando um impulso animador, prometendo pouco a pouco à equiparar-se aos principais centros esportivos do Sudoeste Goiano. Depois da feliz iniciativa de alguns desportistas bem coadjuvados pelas autoridades locais, proporcionando à nossa cidade de poder contar com uma quadra de basquetebol iluminada, inovação esta “sui-generis” em nossa cidade, e talvez no Sudoeste; tivemos o principal acontecimento em nossos meios esportivos, ou seja o cercamento do estádio Martins Borges, ultimamente a nossa única praça de esportes, fato que veio a dar mais vida ao nosso esporte bretão; isto porque, nossos clubes já poderão manter um intercambio mais assíduo com os principais centros esportivos do Estado, sem contudo ser preciso recorrer a cidade com as já celebres e enfadonhas “listinhas arrecadadoras” porque com o estádio cercado já começa a aparecer bons resultados financeiros, tal foi o caso do confronto entre Rio Verde e Estudantes de Goiânia, ocasião em que passou pelas bilheterias cinco mil cruzeiros mais ou menos. Portanto com esta realização, já não apresenta dificuldades na vinda de clubes de categoria de um Atlético, de um Goiânia, etc. (...) – Por: Luiz Braz da Silva, publicado no jornal O Glorioso, janeiro de 1954.
“O povo ainda não conformou e por certo jamais conformará com a falta de um portão, para não falar em dois nas partes sul e norte do campo, afim de evitar as inúteis caminhadas para poderem chegar ao longínquo portão frontal. Existe outra grande causa já denominada “bola na rua”, e quando isso acontece os jogadores são obrigados esperar um transeunte para fazer a devolução do balão de couro. E, devido ao escasso movimento de pedestres naquela rua, muitas vezes os times tomam prejuízo nas bolas que caem do lado de fora do campo”. - O Glorioso, fevereiro de 1954.
“Sobre o Dr. Chafic Antônio, sabe-se que ele foi nomeado administrador das obras da praça de esportes do Povo, em construção no Rivac. No momento, acham-se os serviços paralisados”. – O Alvorada, de 20/12/65.
Com base nas informações acima é fácil concluir que na década de 50 a cidade de Rio Verde não contava com uma estrutura adequada que possibilitasse ao atleta dedicar-se intensamente à sua atividade. Mesmo com essa particularidade, a Seleção de Rio Verde obteve várias vitórias sobre equipes de outras cidades, a exemplo da foto abaixo, quando o time rio-verdense derrotou – em 4 de setembro de 1955 – o Atlético de Uberaba por 3 a 2.
Na foto (esquerda para direita), vemos: o árbitro Luis Brás, Lázaro, Táu, Geraldo Tibúrcio, Galeno, Eliacim, Cuiabano, Lourival e Neném Paraguai. Agachados: Elias, Joaquim, Neném do Isidoro, Tampinha, Elbinho e Valdomiro.
EM 1963, O ESTÁDIO DE FUTEBOL MOZART VELOSO DO CARMO FOI CONSTRUÍDO.
O Estádio Mozart Veloso do Carmo foi inaugurado em 27 de setembro de 1968, quando na oportunidade, o Esporte Clube Rio Verde composto com um elenco de jogadores quase todo prata da casa, enfrentou o Goiânia Esporte Clube. Neste jogo inaugural, o Verdão do Sudoeste tinha um verdadeiro timaço: Carlos, Cornélio, Ademilton, Sissi, Bengala, Bairon, Isaac, Sabará, Adolfo e Neném Preto.
Na década de 70, os puladores de muro era uma constante, vez por outra um torcedor era apanhado de maneira constrangedora, enquanto muitos conseguiam assistir aos jogos sem nada contribuir, olhando por um qualquer buraquinho no muro ou até mesmo “pondo a cara por cima”. Repudiando esta imoralidade, que em muito ocasionava prejuízo financeiro ao Esporte Clube Rio Verde, em 1976 o cronista Carlos Humberto escreveu: “Uma equipe profissional para se sobreviver, tem sempre momentos perigosos na sua trajetória. Mesmo nos grandes centros, onde são verificadas altas arrecadações a crise financeira é um fantasma constante para os dirigentes. Em Rio Verde, a luta para se conseguir salvar o verdão é muito dura. Não fosse a falta de bons competidores para se ter altas rendas, ainda temos aqueles que acham impossível uma colaboração de 15,00 e saltam os muros como se estivessem saltando as cadeiras de sua própria cozinha sem o menor senso de moral. Não olhando para esses detalhes porque os puladores de muro vão ter que se mancar, a atual diretoria, obedecendo planos rigorosamente bem traçados, vai impor entre os torcedores a campanha dos 500. Vão tentar 500 sócios que poderão salvar nossa cidade de ficar sem a festa futebolística aos domingos. Você poderá colaborar desde 50,00 até 500,00, desde que sua condição financeira permita. Em troca, você terá: carteira do clube e lugar certo nas arquibancadas, entre outras tantas vantagens que oportunamente serão explicadas”.
A cobertura das arquibancadas do Estádio Mozart Veloso do Carmo foi entregue ao povo rio-verdense na data magna da cidade - 5 de agosto de 1976 -, quando o então prefeito municipal, sr. Eurico Veloso do Carmo, realizou uma verdadeira “via-sacra” de inaugurações por todos os cantos de Rio Verde. Aliás, a cobertura foi inaugurada providencialmente pela chuva que caiu sobre a cidade naquela tarde.
Na foto, o então prefeito municipal, sr. Eurico Veloso do Carmo tendo ao seu lado o dr. Bairon Araújo, na ocasião da inauguração da arquibancada.
INAUGURAÇÃO DA ARQUIBANCADA DO ESTÁDIO MOZART VELOSO DO CARMO.
Bairon Araújo conseguiu verba federal para a construção dessa arquibancada
Bairon Araújo foi o responsável pela instalação dos refletores. Para bem se compreender esse acontecimento, vejamos, agora, um artigo que circulou em um importante jornal: “O governador Ary Valadão autorizou o início de obras que permitirão iluminação para o Estádio Mozart Veloso do Carmo, de Rio Verde, que passa a ser o segundo campo de futebol iluminado do interior goiano. A iniciativa só foi possível depois de uma série de contatos entre líderes políticos e desportistas, que mostraram ao Governador a necessidade de se iluminar aquela praça de esportes. A informação é do vice-presidente da Federação Goiana de Futebol, Bairon Araújo, e adianta que a Secretaria da Fazenda liberou verba de Cr$ 3.500 mil para a obra, que está orçada em Cr$ 7 milhões. Conta que, há muitos anos, o povo rio-verdense vinha reivindicando iluminação para o estádio daquela cidade, mas outros governos não puderam atender à solicitação, que torna-se realidade no atual Governo. Com esta medida, o Estádio Mozart Veloso do Carmo poderá sediar jogos de futebol à noite, isto a partir do dia 30 de julho, data prevista para inauguração dos refletores”.
Arquivo pessoal de Natália Campos - Estádio Mozart Veloso do Carmo quando da ampliação da arquibancada.
Arquivo pessoal de Natália Campos - ESTACIONAMENTO DO ESTÁDIO MOZART VELOSO DO CARMO SENDO CONSTRUÍDO.
Com o propósito de potencializar, cada vez mais, a educação física em todas as suas modalidades, foram surgindo novas praças de esportes. Exaustivo seria mencionar dados históricos de todas elas, conquanto, limitaremos. É digno deixar aqui registrado o ato de inauguração de uma que foi construída na gestão do então prefeito Eurico Veloso do Carmo, como narra o jornal FOLHA DE GOIAZ, de 9 de agosto de 1974: “Encerrando o programa de inaugurações, registrou-se, às 15 horas, a inauguração da praça de esportes do Tiro de Guerra 303, sediado em Rio Verde, homenagem do Município àquela unidade militar. Moderno e sólido, o empreendimento permite a prática do basquete, vôlei e do futebol de salão, oferecendo à juventude inscrita na corporação horas de lazer e de cultura física. Para a inauguração, o prefeito convidou o coronel José de Souza, comandante do BPM de Rio Verde, e o sr. Jesuíno Veloso, presidente da Arena local. Discursaram, na ocasião, os srs. Bairon Araújo e Kepler Silva, candidatos à Assembleia Legislativa”.
Outro importante acontecimento foi a edificação do Ginásio da AABB (primeiro ginásio coberto de Rio Verde), com linhas arrojadas e modernas, foi construído depois de um intenso trabalho de Múcio Bonifácio em Brasília, na busca de recursos para fazer a obra.
Quadra poliesportiva, para ser utilizada por todas as modalidades, com vestiários masculino e feminino, dotados de armários, chuveiros e banheiros.
O Ginásio tem arquibancadas que podem acomodar, com conforto, mais de 1.500 torcedores. É de fácil acesso e forma um belo conjunto arquitetônico com os demais setores do Clube da AABB.
“Início dos anos 80. Os jogos abertos, com a participação dos estudantes eram animadíssimos. Quem não se recorda da presença de até 3 mil pessoas na quadra do Colégio Martins Borges assistindo as disputas de futebol de salão e voleibol? Em contraste com isso, Rio Verde ainda não possuía um Ginásio de Esportes”, recorda Múcio Bonifácio.
Bairon Araújo acendendo a pira olímpica na cerimônia de abertura dos Jogos Abertos de Rio Verde.
Campeãs 1976 - Handebol - Martins Borges. Dentre as quais, Lorna, Maria do Carmo (irmã do Tibeira), Neuza, e Ana Rita (Ana Terra). Arquivo de Lorna Duarte Carneiro.
GOIANO, O RIO-VERDENSE CAMPEÃO DO QUARTO CENTENÁRIO DE SÃO PAULO.
É, oportuno, de grande valor, mencionar aqui o extraordinário Goiano (seu verdadeiro nome é Washington da Silva Guimarães), filho da cidade de Rio Verde, onde nasceu no dia 2 de fevereiro de 1928. Craque de muita garra, deu muitas alegrias à torcida do Atlético Clube Goianiense, jogando pela ponta esquerda. Foi para o interior de São Paulo onde se destacou defendendo o Linense, de Lins. Chegou ao Parque São Jorge em 1952 e, para muitos, foi o maior zagueiro da história do Corinthians em todos os tempos, menos pela técnica e mais pelo estilo brigador. Quando Luizinho tirava o adversário do sério com seus dribles, por exemplo, era Goiano quem ia tomar as dores do companheiro. Formou com Idário e Roberto a célebre linha média campeã do Quarto Centenário de São Paulo, em 1954. A ficha técnica do Corinthians nesta vitória histórica foi a seguinte: Gilmar, Homero e Olavo; Idário, Goiano e Roberto; Cláudio, Luizinho, Baltazar, Carbone e Mário.
Títulos pelo Corinthians: Paulista (1952 e 1954) e Rio-São Paulo (1953/54). Fez 300 jogos e 22 gols.
Goiano era implacável na marcação do melhor jogador de todos os tempos, o Rei Pelé. O nosso expressivo craque rio-verdense encerrou sua carreira de futebolista na década de 60.
ALTINO PARAGUAI
O NOME DE MAIOR PRESTÍGIO NO FUTEBOL DE RIO VERDE
Altino Rodrigues da Silva nasceu em Rio Verde-GO a 25 de dezembro de 1917. O apelido “Paraguai” vem da nacionalidade do pai, João Ângelo Lopes, que aos 18 anos de idade emigrou para Rio Verde, vindo da República do Paraguai. Em 11 de junho de 1938, Altino casou-se com a Enedina Lopes da Silva e tiveram quatro filhos (Enilza, Ademir, Florinda e Edmur). Viúvo, casa-se com Vilma Machado em dezembro de 1979.
Aos 10 anos de idade começou a jogar futebol com bolas de meia e de borracha nas peladas de rua. Despontou como um craque em potencial defendendo o Rio Verde Esporte Clube (primeiro time uniformizado da cidade) em 1935 e posteriormente atuou nas seguintes equipes: Associação Goiana de Esporte, Operário Esporte Clube e Corinthians Futebol Clube de Rio Verde.
Segundo afirma o escritor Filadelfo Borges de Lima: “Altino aprendera a profissão de sapataria e selaria na Indústria Reunidas Sudoestina, do saudoso Olyntho de Castro. Era uma grande empresa. Para se ter uma ideia, havia 40 empregados, no meio dos quais nasceu o Corinthians”.
Torcedor do S. C. Corinthians Paulista, Altino escreveu uma carta e enviou para a diretoria do clube paulista, solicitando duas bolas e um jogo de camisa, eles mandaram dois jogos de camisa e três bolas.
O Corinthians Futebol Clube de Rio Verde foi fundado em 1947, oriundo do Juvenil Futebol Clube que já teve a seguinte constituição: Lélio, Mauro, Adão, Mula Preta, Joaquim Baiano, Dico, Sebastião Biliote, Doca, Tidoela, Caçarolinha e Luiz Chulé. A sede do time era na rua Jataí, nº 2. Altino filiou o Corinthians na F.G.F. (Federação Goiana de Futebol), registrado sob o nº 10, em 19 de junho de 1950.
Já que acima mencionei o Luiz Chulé – na época futebolística era conhecido por esse apelido – vou falar um pouco de sua passagem pelo futebol: Luiz Rodrigues Nunes, jogou no Corinthians de Rio Verde, Juvenil Futebol Clube e Flamengo de Rio Verde. Atuou mais precisamente no campo do Ginásio Martins Borges, ao lado de Estevam, Nenê Paraguai, Doxa, Caçarola e Caçarolinha, Negrinho da Joventina, Sherlock, Joaquim Baiano, Dico, entre outros. Foi proprietário da Moto Peças Brasil.
Essa fotografia por ocasião da entrevista que fiz com ele em 06/10/2020.
Os campeões do Corinthians/55: - De pé: Luiz Braz (Juiz); Negrinho; Caçarolinha; Quintino; Altino Paraguai; Zuzú; Aleacim; Zé Morcego; Dimas do Bié, Nenê Paraguai e Bráulio. Agachados: Paraguainho; Tonho do João Baiano; Lulu; Bonitão; Berenice (Madrinha do time); Lourival e Joaquim do João Baiano. Aparece junto da bola, o menino Ademir (Filho de Altino Paraguai). A faixa de campeão foi colocada após o jogo contra o Goiás Esporte Clube, quando o Corinthians venceu por 1 x 0.
Corinthians campeão de 1960: De pé, esquerda para direita: Dezinho, Bibi, Celso, Menezes, Zé Morcego, Cornélio, Mazinho, Galeno, Mozart, Bola, Sófio, Altino Paraguai e Toninho Guerra. Agachados: Bairon Araújo, Hélio, Elbinho, Oyama, Sherlock, Neném do Isidoro e Lélio.
O alvinegro deu muita alegria ao povo rio-verdense. Jogou com o Goiás, Goiânia, XV de Piracicaba, Botafogo de Ribeirão Preto, Uberaba, Uberlândia, Seleção de Mato Grosso, Seleção Goiana, até com o Olaria e o Flamengo do Rio de Janeiro. Sagrou-se campeão rio-verdense de futebol em 1951, 1955 e 1960. Sua grande fase, sem dúvida, aconteceu durante o Campeonato do Interior de 1957, no qual Filadelfo Borges de Lima relata em seu livro Folhas Esparsas, nas páginas 33 a 36: “(...) Era o Campeonato Goiano do Interior a incrementar a paixão e animar as disputas empolgantes. E foi um certame deste que muito marcou a história futebolística de Rio Verde e Jataí, no ano de 1957.
Associação e Corinthians, Jataí e Rio Verde enfrentar-se-iam numa competição difícil e oficial. As duas mais importantes cidades do Sudoeste do Estado de Goiás, ambas localizadas entre as maiores de todo o vasto território do anhanguera e rivais no comércio, uma com ciúme da outra, rivais no esporte, rivais em tudo, na vontade de crescer mais do que a outra. E Jataí declarava-se maior do que Rio Verde, só menor do que Goiânia e Anápolis. Rio Verde intitulava-se “A Princesa do Sudoeste” ou “Capital do Sudoeste”. Jataí, idem. Em termos de rivalidade, as duas se pareciam com Uberlândia e Uberaba, no Triângulo da Terra das Montanhas, Minas Gerais.
Realiza-se o primeiro confronto. Os rio-verdenses vencem por 1 x 0 nos seus domínios. O maior astro de Jataí, Oiama, não estava em Goiás. Sem ele e com o clássico travado no campo adversário, os adeptos da Jataiense se mostraram muito confiantes para o segundo jogo, em Jataí e com o Oiama, que os diretores foram buscar de avião em Uberlândia ou em Ribeirão Preto, bem não sei informar aos meus diletos leitores. Foi em uma das duas.
(...) E fui então ao Jerônimo Ferreira Fraga ver o clássico contra os rio-verdenses. E o público aguarda o início do confronto. Surgem apostas. Corações batiam aceleradamente.
Chega o astro Oiama e dirige-se para o retângulo do palco sem grama onde onze contra onze desenvolveriam emoções fortes. Garotos brincavam de bola fazendo uso da baliza dos fundos. Oiama se aproxima dos pequenos e desfere um chute e se contunde. Capengando, retira-se para o modesto vestiário. Volta para o campo uniformizado com todos seus companheiros. Meu coração dispara. A expectativa era grande no grande público. A bola começa a rolar e Oiama capenga. Do lado corintiano, outro Oyama e este Oyama corria, lutava sem embaraço. O Oiama de Jataí queria mostrar o belo futebol que possuía mas as condições físicas não lhe eram favoráveis. O Corinthians se fazia absoluto. Logo se dá uma penalidade máxima que Neném – o gigante Neném do Isidoro – cobra e o goleiro Inhâmber defende. Pouco depois, 1 x 0 para o Corinthians. Não se passou muito tempo, 2 x 0. Com bolas rasteiras, jogo rápido, muitos craques de verdade, os rio-verdenses dominavam a partida.
Jataiense eliminada. Corinthians classificado. Foi decidir o título com o América Futebol Clube, da cidade de Morrinhos. Os americanos ganham a primeira, em casa. Perdem a segunda, em Rio Verde. Ganham a decisiva no Estádio Olímpico Pedro Ludovico, na Avenida Paranaíba, em Goiânia.
Festa dentro de Jataí celebrada pelos rivais de Rio Verde”.
Na revista Centro Oeste, Ano V – Nº 21 – Novembro/Dezembro – 1980, Olavo Ribeiro assim menciona este fato: “O Altino sabe, aos mínimos detalhes, como se operou a grande disputa entre o Corinthians de Rio Verde e o América de Morrinhos por uma taça cuja conquista, pelo clube rio-verdense, significou o tira-teima para apontar efetivamente qual deles era o melhor do interior de Goiás naquela época. Essa disputa, em 1957, iniciou-se em Morrinhos com uma vitória do clube daquela cidade por 4 X 3. Em Rio Verde, em seguida, o Corinthians venceu por 3 a 1, igualando-se os disputantes, na prorrogação, por 2 a 2. Partiram para o campo neutro de Goiânia, e lá o Corinthians levou de vencido o Morrinhos por 2 a 1”.
O jornal O COMETA ESPORTIVO (Diretor: Chafic Antônio – Redatores: Fioravante de Minas, Nivaldo do Carmo e Luiz Braz), na sua edição de 26 de junho de 1956, divulgou: “O Corinthians, campeão rio-verdense de 55, vem de receber inúmeras propostas de clubes goianos que desejam se exibir em nossa cidade. Assim é que na corrente semana chegaram ofícios de Goiânia, Firminópolis, Anápolis, Itumbiara, todos solicitando ao alvinegro o estudo das possibilidades de se disputar jogos em nossa cidade. O Corinthians pretende patrocinar uma grande temporada antes do campeonato e irá fazer as propostas aos grêmios da Capital e cidades do interior que desejam com ele iniciar o intercâmbio futebolístico”.
Altino Paraguai ainda guardava em sua casa alguns desses ofícios, como poderemos constatar a seguir:
Móveis Ipiranga Futebol Clube
Fundado em 7 – 9 – 1954
Av: Afonso Pena, 599 -:- Caixa Postal, 211
Uberlândia -:- Minas
Uberlândia, 6 de fevereiro de 1956. Ao Rio Verde Futebol Clube - Rio Verde- GO.
Prezados Senhores:
Desejando realizar uma partida de futebol em caráter amistoso, com o esquadrão desta cidade, vimos à sua presença, por intermédio deste, acertar a data e condições quanto a nossa ida a esta cidade.
Desejaríamos realizar esta partida no próximo domingo dia 12, caso não seja possível, pedimos marcarem uma data que coincida em que estamos de folga na tabela do Campeonato Amador da Liga Uberlandense de Futebol. Quanto as datas de folgas não poderemos ainda informar-lhes, pois o Campeonato terá início no dia 19, e tão logo seja feita a tabela comunicaremos a Vv.Ss.
Quanto às condições para a nossa ida, para a realização deste prélio, é a seguinte:
Cr$ 5.000,00 (Cinco mil cruzeiros) livres de despesas de transportes e estadia.
Esclarecemos que nosso quadro de futebol é amador, contando com alguns elementos de projeção do futebol uberlandense, e por isso desejaríamos excursionar a esta cidade, a fim de entrelaçar cada vez mais os meios esportivos entre estas cidades “co – irmãs”.
Sendo o que se oferece para o momento, aguardaremos s/ breves notícias a respeito do acima, e agradecemos c/ elevada estima e apreço.
Atenciosamente.
MÓVEIS IPIRANGA FUTEBOL CLUBE
- Gilberto Finotti – Secretário
- x -
Firminópolis, 16 de abril de 1956.
EXMO. SR.
ALTINO RODRIGUES DA SILVA
DD. PRESIDENTE DO CORINTHIANS FUTEBOL CLUBE
RUA JATAÍ, 2
RIO VERDE – ESTADO DE GOIÁS
Em resposta ao seu favor de 11 do corrente, comunicamos-lhe que sua proposta foi lida e discutida em reunião, chegando a seguinte conclusão, aceitamos convite para disputarmos a primeira partida em seu campo, dia 27 de maio do corrente ano, com as seguintes condições:
Estadia para 30 pessoas (trinta) isto é, jantar e leito dia 26 (sábado), almoço, jantar e leito dia 27 (domingo) e mais Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros).
As mesmas condições, prevalecem para quando tivermos a honra de recebê-los em nossa cidade.
Aprovada nossa proposta, solicitamos nos seja enviado oficio de confirmação.
Ao ensejo, subscrevemos atenciosamente.
Pela Diretoria
JOSÉ PARREIRA – PRESIDENTE
ADÉLIO ANTÔNIO DE OLIVEIRA – SECRETÁRIO
-x-
ANÁPOLIS FUTEBOL CLUBE
CAMPEÃO REGIONAL DO ESTADO
ANÁPOLIS – GOIÁS
Anápolis, 7 de maio de 1956
Ilmo. Sr.
Presidente do Rio Verde Futebol Clube
RIO VERDE – GO
Prezado Senhor:
Vimos comunicar-lhe, que o Anápolis Futebol Clube tem programada uma excursão a esta zona, e caso V.S. interessar-se pela realização de uma partida futebolística amistosa nesta cidade, poderá fazer-nos uma proposta, afim de apreciarmo-la.
Sem mais para o momento, firmamo-nos com cordiais Saudações. Pelo Anápolis Futebol Clube.
Uma das formações do Corinthians de Rio Verde de 1953. De pé, da esquerda para a direita: João Proto (diretor), Eleacim, Geraldo Tibúrcio, Pedro Bala, Quintino, Nenê Paraguai e Domingos Moni; agachados: Altino Paraguai, Cuiabaninho, Joaquim, Tonho, Lourival (mais tarde jogador e posteriormente técnico do Atlético Clube Goianiense, apelidado de Alemão), na ponta esquerda Abelardo.
Veremos a seguir, um retrospecto sobre a equipe corintiana:
CORINTHIANS 4 X 1 CAÇU
O Corinthians Foot-Ball Club desta cidade enfrentou na tarde do dia 17 de janeiro de 1954, no distrito de Caçu, a seleção “A” daquela localidade, oferecendo um ótimo espetáculo, conseguindo vencer seu antagonista pela contagem de 4 x 1. Os gols foram feitos por intermédio de Dico (2), Lulu e Caçarolinha para o Corinthians e cabendo a Mariano a conquista do gol de honra para sua equipe. É importante salientar que o arqueiro corintiano Pedro, foi sem dúvida o melhor homem em campo, tendo praticado defesas sensacionais.
No jogo preliminar o Bangu, apesar de ser o time mais novo dessa cidade conseguiu alcançar expressivo triunfo sobre seu adversário, pela contagem de 3 x 1, tendo os gols sido consignados por intermédio de Lita (2) e Mauro para o Bangu e Juvenal para a equipe local.
Durante a concentração dos rio-verdenses, afogou-se ao banhar no rio o “half-back” banguense Pelopidas, tendo ficado em estado grave, apesar dos esforços não pôde ser lançado no time. - O Glorioso, fevereiro de 1954.
FECHADO O CAMPO DO GINÁSIO AO CORINTHIANS
Estamos informando de que o campo do Ginásio Estadual Martins Borges, nossa única praça de esportes atualmente fechada de muros, o que possibilita alguma renda aos clubes locais, não mais será cedida para os jogos em que participe a equipe do Corinthians.
A medida teria sido tomada em virtude dos lamentáveis acontecimentos ocorridos durante a partida disputada pelos alvinegros com a equipe do Ginásio, quando alguns jogadores instigados pela torcida quase chegaram a provocar incidentes de conseqüências graves, não fosse a interferência da turma do “deixa disso”, onde se pontificavam os elementos mais ponderados.
Não iremos nos arriscar a comentar o mérito da medida tomada pela direção do Ginásio. O que é preciso, isso sim, é que o campeão de 55, bem como os demais clubes da cidade, encarem um pouco mais a sério a questão disciplinar, afastando de suas equipes os elementos temperamentais, a fim de não por em perigo o bom nome esportivo de nossa cidade e para que não tenhamos de assistir uma partida de futebol com o espírito sobressaltado.
Fazemos votos para que o Corinthians e Ginásio cheguem a uma solução satisfatória e que o trabalho da diretoria do alvinegro nesse sentido seja coroado de êxito. – O Cometa Esportivo de 26 de junho de 1956.
CORINTHIANS 5 X 2 ESCOLA DE COMÉRCIO
Iniciando a série de competições esportivas programadas para o corrente ano (1957) na fase de reorganização da secção esportiva do Grêmio Cultural Couto de Magalhães, a Escola Técnica de Comércio enfrentou na tarde de domingo próximo passado o esquadrão do Corinthians local, campeão do ano de 1955.
Devido ao estado do gramado, bastante escorregadio, dado as chuvas constantes, o prélio não agradou a pequena assistência que compareceu ao estádio Martins Borges, a não ser nos minutos iniciais da contenda quando a Escola de Comércio ainda resistiu aos ataques do adversário, levando inclusive vantagem no marcador. Pouco a pouco, porém o cansaço apoderou dos jogadores da equipe verde-rubra, cedendo desta maneira ao melhor preparo técnico e de conjunto dos alvinegros.
A contagem foi aberta por intermédio de Oiama tendo Tito aumentado para dois a vantagem dos estudantes. O Corinthians aproveitando as falhas da defesa contrária, onde Garibaldi numa tarde negra, despontava como elemento comprometedor, marcou por intermédio de Joaquim e empatando logo a seguir num gol de Elbinho. Daí por diante o Corinthians dominou territorial e tecnicamente sendo que, Neném, Bonitão e Tonho fixaram o placar final de 5 a 2. A Escola de Comércio alinhou: Galeno, Lazinho e Quintino e Murilo, Garibaldi e Byron, Kleber, Luiz, Tito, Oiama e Moacir. O Corinthians por sua vez formou com Negrinho, Zé Morcego, Jurandir, Altino, Caçarola e Cornélio, Tonho, Joaquim, Neném, Bonitão, (Jones) e Elbio. Na equipe perdedora salientam-se Galeno com boas defesas, Oiama com alguns lampejos, embora com o grave defeito de reclamar contra os próprios companheiros o que lhe torna indesejável. Luiz Aspirante enquanto teve fôlego e Moacir uma grata revelação na ponta esquerda. No Corinthians: Negrinho, firme como sempre, Elbio arisco e fintador, Zé Morcego um descanso para o seu goleiro e Joaquim construindo com acerto. Deixamos para o final a análise da atuação de Lazinho. Gostamos da sua característica de jogo, de sua classe quase perfeita, mas condenamos a viva voz o seu procedimento em campo não só na peleja de domingo como também em outras pelejas. Lazinho anda irritado, e parece que esgotado, porque não compreendemos que um elemento de seu quilate, que tem futebol de sobra tire forra com o adversário. Francamente, Lazinho atravessa uma fase má de sua carreira o que por certo será corrigido dado ao grande valor que Lazinho, indiscutivelmente, representa no futebol rio-verdense. - O Grêmio de 8 de abril de 1957.
Grandes personalidades da cidade de Rio Verde coroaram com êxito a trajetória do alvinegro. A exemplo do prestativo Dr. Oyama Leão Vieira que há 35 anos vem exercendo com dignidade a advocacia em Rio Verde. Uma das escalações do Corinthians Futebol Clube em 1959 (esquerda para a direita): Azulão, Doca, Sherlock, Zé Morcego, Negrinho da Joventina e Cornélio. Agachados: Oyama Leão, Totó, Neném do Isidoro, Joaquim e Elbinho.
CORINTHIANS VIRTUAL CAMPEÃO DO CERTAME RIO-VERDENSE
Espetáculo de rara beleza, assistiram domingo último os desportistas da cidade de Rio Verde, quando do magnífico embate futebolístico entre as aguerridas representações do E. C. Corinthians versus E. C. Goiás.
Peleja decisiva, atraiu para si as atenções de todos os desportistas rio-verdenses, pois estaria em jogo a supremacia do futebol da cidade, já que entre os contendores, deveria sair o campeão do primeiro certame da cidade, oficializado pela recém-criada Liga Rio-verdense de Desportos.
O E. C. Corinthians, em que pese ainda ter que digladiar-se com o Cruzeiro, vencendo o Goiás, praticamente já sagrou-se o campeão, isto, dado a pouca possibilidade de vitória do clube cruzeirense.
O EMBATE
Sob a batuta do árbitro metropolitano José Marques de Albuquerque, especialmente designado pela Escola e Colégio de Árbitros para dirigir a pugna, teve início o sensacional choque-rei rio-verdense, pleno de emoções, tanto por parte dos atletas como dos assistentes, notando-se, contudo, o melhor domínio territorial dos companheiros de Sherlock que, através de boas coordenações, faziam perigar a meta esmeraldina.
3 MINUTOS: GOL DO CORINTHIANS
Graças a uma infeliz intervenção do goleiro Elias aos 3 minutos do jogo, conseguiu o Corinthians marcar o único tento da tarde, tendo este que iria lhe dar a espetacular vitória sobre o seu mais ferrenho opositor. Fêlo Hélio, ponteiro esquerdo que, deslocando-se para o meio da grande área periquita, suspendeu com efeito, o balão de couro, mandando-o para os fundos da rede de Elias. Este, ainda tentou impedir que se consumasse o tento corintiano, contudo, devido à sua má colocação, não conseguiu ser feliz.
Depois do tento de Hélio ainda dominou por alguns minutos o Corinthians para, aos poucos, ir cedendo terreno ao seu adversário que, mais técnico, rondava constantemente a sua cidadela, só não conseguindo um empate, graças as miraculosas intervenções do guarda-valas Galeno, numa das suas mais felizes jornadas. Assim, permaneceu o placar até o final do primeiro tempo.
SEGUNDO TEMPO
Após o descanso regulamentar, voltaram as equipes dispostas a liquidar com o adversário, tal o ímpeto com que se lançaram a luta.
Nesta fase, as ações se equivaleram, sobressaindo-se as defesas que bem plantadas em suas áreas, neutralizavam as cargas das ofensivas. Porém, ainda mais técnico, apresentou a equipe esmeraldina um bonito futebol, fustigando o arco de Galeno de tal maneira que o marcador de um tento a zero contra si tornou-se injusto. O placar deveria ter sido empatado se não fosse a sorte de Galeno, que, batido certa feita, teve a seu favor o posto direito de sua cidadela, a defender o gol periquito.
Todavia, foi brilhante a vitória dos companheiros de Oyama. Triunfo bastante valorizado pela conduta do adversário, brioso e lutador.
Após o tempo regulamentar encerrou-se a partida que teve a seu favor a disposição dos atletas de jogarem um bom futebol.
Local: Estádio do Rivac (Rio Verde).
As equipes:
E. C. Corinthians - Galeno, Mozart, Zé Morcego e Cornélio; Menezes e Byron; Elbinho (Neném), Oyama, Sherlock, Batista (Paraguaio) e Hélio.
E. C. Goiás - Elias (Pedro Bala), Jesebel, Luiz Augusto e Amílcar; Zauro e Aldo; Carlinhos, Lulu, Paulo, Geraldo e Velasquinho (Elias).
Anormalidade: - expulsos Oyama e Amílcar (por jogo violento no 1º tempo).
Renda: - Cr$ 6.710,00, fraca.
Honra ao mérito: Graças a abnegação de desportistas de fibra, como os srs. Dr. Paranahyba Pirapitinga Santana, Fioravante Brasileiro de Minas e Chafic Antônio, dentre outros, é que o futebol rio-verdense está evoluindo gradativamente.
Através da Liga Rio-verdense de Desportos, Rio Verde dentre em breve poderá liderar o futebol do interior do Estado, graças a nova mentalidade esportiva dos homens que agora dirigem os destinos do futebol daquelas plagas sudoestinas. - Folha de Goiás de 14-12-1960 - Goiânia-GO.
De pé, da esquerda para a direita: ( ? ), Dezinho, Menezes, Cornélio, Vital, Mozart, Bairon, Galeno, Zé Morcego e o mestre Altino Paraguai. Agachados: Elbinho, Neném Preto, Oyama Leão, Lulu, Biguá e Hélio Araújo.
Constituição da diretoria do Corinthians em 1963:
Presidente: Erasmo Gonzaga Jaime
Vice: Eurico Veloso do Carmo
1º Secretário: Bayron Araújo
2º Secretário: Galeno Jaime
3º Secretário: Antônio Gomes de Lima
1º Tesoureiro: Élbio B. do Carmo
2º Tesoureiro: Thomaz Edson
3º Tesoureiro: Jorge Brás de Oliveira
Procurador: Lázaro Araújo
1º Diretor de Esporte: Altino Rodrigues da Silva
2º Diretor de Esporte: Afonso Gonçalves Pinto
3º Diretor de Esporte: Dr. Lauro Martins
Orador: Domingos Moni (Táta)
Roupeiro: Celso Lemes
Presidentes de honra: Olinto Pereira de Castro, Dr. João Severino Pincowscy, José Dias e Urbano Scaldini.
Pres. Conselho Deliberativo: Ademar Lemes
Armante Guimarães
João Proto de Souza
Benedito Aristogôgo
Membros Mamed Hatem
João Martins Borges
Abel Domingos dos Reis
Geraldo Fernandes Rattes
Pres. Departamento Propaganda: Ivo Lacerda dos Santos
Omar Handem
Morse Machado
Eurípedes do Carmo Teles
Membros Yerre Azanki
Lázaro Duarte de Paiva
João Jairo do Carmo Cunha
Geraldo José Costa
Departamento Médico: Dr. Aparício Toledo e Silva e Dr. Alcyr Mendonça
Departamento Odontológico: Dr. Iram F. Carvalho
Ídolos de todos os tempos: Negrinho da Joventina, Sherlock Holmes, Nenê do Isidoro, Oyama Leão, Altino Paraguai, Nenê Paraguai, Paraguainho, Zuzu, Caçarola, Caçarolinha, Quintino, Dimas do Bié, Bayron Araújo, Cornélio, Joaquim Baiano, Tonho, Duca, Elbinho, Bonitão, Estevam, Zé Morcego, Bráulio, Lulu, Lourival, Zizi, Waninho, Eleacim, Lazinho, Murilo Santana, Kepinho, Hélio Araújo, Geraldo Tibúrcio, Domingos Moni, Cuiabaninho, Tampinha, Galeno, Zauro, Totó, Menezes, Mozart, Juarez, Jazon, Zé Gato, Abdon, Rosquinha, Dezinho, Sabará, Ney e tantos outros.
Roupeiro: Celso Lemes
Massagista: Bibi
Madrinhas: Berenice, Dona Lia e Nildete Baylão.
O Corinthians de 1959, aparecendo de pé, da esquerda para a direita: Bibi (massagista), Cornélio, Zé Morcego, Galeno, Sherlock Holmes, Menezes, Bairon, Mozart e João Proto de Souza; agachados: Celso Lemes (roupeiro), Rosquinha, Neném do Izidoro, Ney, Oyama e Hélio.
Vereador em Rio Verde por vários mandatos, Valderes Souza de Oliveira (Dezinho) foi um destacado médio-volante do Corinthians. Na foto, da esquerda para a direita: Veludo, Dezinho, Gerson, Mozart, Sherlock, Djaime e Osmar. Agachados: Sabará, Ivan, Bairon, Meia Noite, Elbinho, Hélio Araújo e Nina.
Na revista Centro-Oeste, publicada em Goiânia (Go.) Ano V – Nº 21 – Novembro/Dezembro – 1980, encontra-se o seguinte texto de Olavo Ribeiro:
SETE INSTRUMENTOS
Era o homem dos sete instrumentos. O presidente do Corinthians. Seu técnico quando havia a necessidade de ordenar as coisas dentro do campo e quem assentava os contratos fosse para trazer, lá da distância carioca, o Olaria – que, em Rio Verde, esteve em 1954 – ou fosse, então, para contratar valores para engrossar a grei dos bons jogadores que o Corinthians possuía nas décadas de 50 e 60.
Quem não se lembra do Negrinho, do Nenê Paraguai, do Sherlock, do Nenê do Izidoro ou, então, do Lázaro Goiaba? Eram os valores da terra, com os quais uniam-se os jogadores que, num rasgo de coragem, por sua iniciativa e com os ônus sendo suportados só por ele, o Altino Paraguai trazia de mercados onde já predominava o profissionalismo.
CAMPO DE TABOCA
Se já falamos do santo, devemos agora contar-lhe os milagres.
Altino Paraguai não rodeava toco para ver realizados seus empreendimentos. Sua mais brilhante empresa, a favor do futebol rio-verdense – das muitas que ele me contou em prolongadas conversas – foi quando, por imperatividade das circunstâncias, ele teve que construir, às pressas, um campo de taboca, no espaço vazio que rodeava, então, o Colégio Martins Borges.
Os fatos deram-se assim, se, nessa reprodução, eu for fiel ao relato do Altino: ele contratou, em 54 nada menos do que o Olaria do Rio para um jogo em Rio Verde e se viu envolvido em dificuldades para atender às despesas do clube visitante, ainda que o comércio tivesse contribuído para a promoção. A hospedagem, o transporte, já estavam assegurados, mas o dinheiro era fraco para pagar ao Olaria. O povo estava ávido para ver o jogo e, atento a esse detalhe, Altino Paraguai improvisou uma taboca em torno do campo. O acesso ao campo custou ao torcedor, nessa partida (os dois times empataram de 1 a 1), a contribuição necessária...
(...)
Do Altino-jogador – ele era beque – também contam-se boas. Oyama não se esquece, por exemplo, daquele homem de postura atlética que, no resguardo do avanço adversário contra o gol do Corinthians, não deixava que o atacante passasse ainda que a bola seguisse...
A revista Brasil Oeste, editada em Goiânia (Go.), Ano 5 nº 33, relatou:
O GLORIOSO CORINTHIANS
Foi em 1955, através de uma campanha brilhante, disputada com muita luta, garra e amor, que o Corinthians se consagrou como o campeão rio-verdense de futebol. Na época, o time possuía o melhor plantel da cidade, e seus jogadores tinham realmente muito carinho pela camisa que vestiam.
É claro que, num plantel quase perfeito, existiram os craques que mais se sobressaíram naquele glorioso time. Entre eles, Altino Paraguai chegou a ser comparado com o famoso Obdúlio Varela, grande capitão da consagrada Seleção do Uruguai, campeã do mundo em 1950.
GIGANTE EM CAMPO
Altino Paraguai iniciou sua carreira no Rio Verde Esporte Clube, em 1935. No ano de 1956, após 21 anos de atividades futebolísticas, ele descalçou as chuteiras após o jogo contra o Tupaciguara, em Rio Verde, e quando houve um empate por 3 X 3, justamente com o Corinthians.
Altino confessa que deixou o futebol amando o Corinthians Futebol Clube, entretanto bem magoado por nunca ter sido lembrado para dirigir um time e nem tão pouco participar de alguma solenidade esportiva em Rio Verde. Segundo ele, o jogador mais difícil que marcou em toda sua carreira, foi o atacante Gato, do Goiás. Num jogo entre o Corinthians e o Goiás, em Goiânia, ele manteve um duelo de gigantes com Gato, e seu time acabou perdendo por 3 X 2, por culpa do juiz, diz ele.
Como todo craque de futebol, Altino também teve a sua maior decepção, e esta aconteceu numa derrota para o Atlético Abadiense de Uberaba, por goleada: 7 X 1. Este jogo, segundo Altino, marcava ampla superioridade do Corinthians e, no entanto, a derrota vergonhosa foi inevitável. Não foi falta de competência dos jogadores e sim dos dirigentes, justifica ele.
Altino Paraguai ainda vive das recordações do futebol, em sua modesta banca de sapateiro. Sua maior satisfação é ajudar os necessitados, principalmente jogadores de sua época e que não conseguiram o sustento necessário às atuais dificuldades de vida.
No mês de maio de 1993, o RIO VERDADE – É MÚCIO BONIFÁCIO TRABALHANDO, ANO I – Nº I, prestou uma homenagem a Altino Paraguai, confira a seguir trechos desta matéria:
A ARTE DO FUTEBOL DE ALTINO PARAGUAI
Altino Rodrigues da Silva, carinhosamente conhecido como Altino Paraguai, foi na verdade, o principal responsável e fundador do Esporte Clube Rio Verde, que surgiu com a fusão do Corinthians e Goiás.
Presidente do Corinthians por vários anos, e administrando o clube dentro de sua visão de futuro, Altino Paraguai é uma personalidade que os mais moços não conhecem, mas que traduz na verdadeira gíria futebolística, o “dono do time”. Era ele quem mantinha financeiramente o clube, era o técnico, jogador e uma espécie de pai para os jogadores mais humildes, que muitas vezes viviam do emprego que Altino lhe dava em sua sapataria. Aliás, sapataria que fabricava também as antigas chuteiras de travas (hoje usa-se as tarrachas), que o time usava.
Bom jogador, beque de primeira, jogou até aos 41 anos. Com seus 1.82 de altura e 80 quilos, Altino Paraguai impunha respeito também dentro de campo. “As vezes a gente discutia e chegava a extremos, mas sempre no calor da disputa, sempre em defesa do futebol de Rio Verde, nunca briguei fora de campo”.
Homem de vida simples e exemplar, nunca fumou ou bebeu. Casou-se cedo, tem 4 filhos, 12 netos e 5 bisnetos. Seu gosto pelo futebol, iniciou-se ainda quando pequeno ao sair pelas ruas poeirentas de Rio Verde à procura de quem o ajudasse a comprar o material necessário para, junto com a boa técnica de jogadores rio-verdenses, defender as cores do Leão.
Em termos de desempenho e popularidade, o Corinthians merece figurar no rol dos melhores times já criados em Rio Verde. De pé, da esquerda para direita: Vital Pintado, Dezinho, Cornélio, Mozart, Menezes, Galeno Jayme e Zé Morcego. Agachados: Bairon Araújo, Lulu, Elbinho, Neném do Isidoro, Hélio e Neném Preto.
BOAS RECORDAÇÕES
Certa vez Altino foi até Santa Helena assistir uma partida de futebol. Lá percebeu que um certo jogador santelenense despontava sobre os demais. Jogo encerrado, chegou até o garoto e perguntou se ele não gostaria de ir para Rio Verde.
Foi levado até a presença do pai do menino e recebeu deste, autorização para a viagem no dia seguinte. Altino então empregou o rapaz na sapataria e que veio a ser a primeira transação de venda de jogador de Rio Verde. José Morcego, como era conhecido. Foi vendido para o Inhumas por 500 cruzeiros, “naquela época, um dinheirão”, afirma Altino.
José Silva (Zé Morcego), em Inhumas, proprietário de uma laminadora de pneus e um dos prósperos comerciantes daquela cidade’’.
Altino tudo fez pelo Corinthians Esporte Clube. Foi fundador, presidente, técnico, compôs também sua formação como excelente beque, ao lado do irmão Nenê Paraguai. Tinha escolinha de futebol e recebeu ajuda de muita gente: Laerte Jaime Martins, Antônio Gomes de Lima (Toninho Guerra), Fioravante Brasileiro de Minas, Jerônimo Martins, Dr. Paranaíba Pirapitinga Santana, Erasmo Gonzaga Jaime, Valeriano da Silveira Leão (Valê) e outros.
Na manhã de domingo, dia 06 de abril de 2003, ouvi pelo rádio o repórter Henrique Miranda anunciando que ocorreu um grave acidente de carro na rodovia, onde veio a falecer Altino Rodrigues da Silva. Fiquei transtornado com esta notícia. O futebol rio-verdense perdeu seu maior baluarte e eu perdi meu maior incentivador.
Homem íntegro, pontual e honesto. Das vezes em que adentrei em sua casa, sempre estava ao lado da mesa, consertando calçados. Ali, conversávamos sobre o futebol daqueles tempos e suas lúcidas lembranças fazia-me mergulhar no passado e saborear aquelas histórias pitorescas, ingênuas e excessivamente preciosas.
A minha intenção era de prestar-lhe uma homenagem em vida, contudo, fica aqui registrado um pouco do muito que fez pelo futebol rio-verdense.
Altino também comercializava produtos esportivos, como vemos na propaganda de sua Sapataria e Selaria São José.
Ainda sobre o Sr. Altino
importante destacar aqui a seguinte matéria feita em 1998:
ALTINO RODRIGUES DA SILVA –
Altino Paraguai
Filiação: João Ângelo Lopes e
Florinda Maria das Dores
(Extraído do Projeto Memória.
Pesquisadores: Maria Júlia Couto Barros, Rita Conceição de Moraes Oliveira e
Daniel Pereira Dias. Secretaria
Municipal de Cultura – secretário Antônio Ferreira Arantes).
Em 20/01/1900 o Sr. João Ângelo e
Dona Florinda se casaram e deste casamento nasceram 12 filhos, os mesmos
residiam numa casa de adobe, coberta de capim, na Rua do Cerrado, atual Rua
Coronel Vaiano, acima do Banco do Brasil. Nesta época havia um verso que dizia
assim:
“Quem quiser moça bonita vai na
casa de capim,
que na de telha não tem bonita
assim”
O Senhor João, conhecido como
Ângelo Paraguai, trabalhava roçando pasto, furando cisternas e privadas, os
filhos mais velhos também contribuíam para ajudar a criar os menores e por isso
não lhes sobrava tempo para estudar. Foram apenas alfabetizados por umas
“velhas papudas”, segundo o Sr. Altino.
O apelido Paraguai vem da
nacionalidade do pai, que aos 18 anos de idade veio do Paraguai e fixou-se
aqui, casou-se adquiriu família e veio a falecer aos 82 anos.
Em 11 de junho de 1938, o Sr.
Altino casou-se com a Enedina Lopes da Silva e tiveram 04 filhos (Enilza,
Ademir, Florinda e Edmur). Nesta época já trabalhava como sapateiro com o Sr.
Olynto Pereira de Castro na Indústria Reunida Sudoestina que empregava 40 pessoas
na fabricação de produtos em couro. Posteriormente fez um curso em
Uberlândia-MG e montou uma pequena fábrica de calçados, a Sapataria e Selaria
São José, situada à Rua Jataí nº 02, atual Rua Joaquim Vaz do Nascimento, onde
em um cômodo eram fabricados e vendidos calçados e selas, e em outro ao lado,
vendia material esportivo. Amante do futebol o Sr. Altino formou com os
funcionários da fábrica o primeiro Time de Futebol de Rio Verde, o Corinthians,
e devido à situação financeira dos jogadores escreveu ao Corinthians de São
Paulo, pedindo 02 jogos de camisas e 03 bolas, a direção do time atendeu o
pedido e enviou 03 jogos de camisas e 06 bolas. Naquela época o campo era
aberto e resolveram cercá-lo com arame e trançar tabocas por isso passou a ser
chamado Campo da Taboca. Localizava-se nos fundos do Colégio Martins Borges.
Para arrecadar dinheiro dos torcedores promoviam jogos entre o Corinthians e
times das cidades vizinhas, faziam também festas onde reservaram um lugar que
chamavam de cadeia, onde os soldados eram moças bonitas faziam para elas uma
“ropinha bunita” e os rapazes se esforçavam para serem presos e para saírem da
prisão tinham que comprar no bar cervejas ou refrigerantes. Assim foi sua
trajetória no futebol amador de Rio Verde como jogador, treinador e Diretor
Esportivo durante anos. Naquela época haviam algumas festas, as de Quadrilha
por exemplo, das quais o Sr. Altino era marcador, segundo ele eram diferentes
das de hoje, eram mais caipiras. Já o cinema, o único que tinha na cidade era mudo
e funcionava na esquina da Rua São Sebastião com Praça Ricardo Campos, o
proprietário era o Sr. Urcesino de Gusmão que também era agente dos Correios,
os filmes eram o Gordo e o Magro e Tom Mix. Para fazer a propaganda convidavam
o Sr. Altino, ele dependurava dois quadros um na frente e outro atrás onde
vinha escrito o nome do filme em cartaz, saia gritando “cinnneeemmma” e os
garotos controlados por ele acompanhavam em coro, no final do dia os garotos
voltavam para suas casas, tomavam banho, mas não lavavam a cabeça para não
apagar a cruz na testa que era a prova que tinham trabalhado e o pagamento era
a entrada para assistir o filme. Próximo ao cinema havia o mercado onde eram
vendidos: arroz, rapadura, açúcar, farinha e toucinho empacotado, o toucinho era
preparado da seguinte maneira: matava-se o porco retirava a carne do toucinho
que era retalhado na parte de dentro e salgado, a carne era retirada do osso e
também salgada depois de escorrida a carne e o toucinho, colocava novamente a
carne dentro do toucinho fechava-o cobrindo com palha de milho e amarrando com
embira de Jequitibá ou pau óleo, este toucinho era muito apreciado ficava
guardado até ano e não perdia, era levado até para o garimpo chamado Baliza na
divisa com o Mato Grosso, em longas viagens de carro de boi.
Veio para Rio Verde um Grupo de
turcos, um deles o Tonico Turco, avô do Dr. Lauro Martins, casou-se com uma
filha do Jerônimo Rodrigues e devido a este casamento foi o único sobrevivente
do grupo, os demais foram todos mortos devido a um desentendimento entre eles e
a família Rodrigues do Pé Grande.
Na época em que o Bairro Vila
Maria ainda era mato, os amigos do Sr. Altino, filhos do Sr. Laudemiro Bueno,
gostavam de caçar por aquelas bandas. Lá faziam um giral com forquilhas onde
subiam e ficavam esperando que os veados mateiros viessem comer principalmente
as flores da Barriguda, que hoje é considerada a árvore símbolo de nossa
cidade. Nas proximidades da Barriguda havia um cafezal do Sr. João Domingos
(pai do Sr. Bairon Araújo), onde várias pessoas trabalhavam na colheita do café
inclusive a Dona Rosita Arantes mãe do Sr. Antônio Arantes.
Segundo o Sr. Altino Paraguai o
Dr. Almiro de Moraes era dentista formado, excelente orador, foi vereador pela
UDN e numa certa eleição candidatou-se e teve apenas um voto, fato que resultou
em um desentendimento entre o casal. Já o Sr. Abel Pereira de Castro era
Contador, profissão conhecida como Guarda-Livro, este possuía uma chácara onde
hoje é a Vila Moraes.
Os telefones em Rio Verde foram
instalados no Governo do Sr. Sebastião Arantes (1955-1958), nesta época os
telefones tinham apenas três números, o do Sr. Altino era o número 302. Ainda
nesta Administração foram feitas várias obras, destacamos aqui a inauguração da
Praça 05 de Agosto em homenagem à data de emancipação do município. O Sr.
Sebastião Arantes foi também Secretário da Fazenda do Estado no mandato do Sr.
Mauro Borges, Deputado Estadual pelo PSD, foi também goleiro do Corinthians
(time aqui da cidade), sua esposa Dona Java foi educadora, chegou a ocupar o
cargo de diretora da Escola Normal.
Ao assumir a Prefeitura em 1961 o
Sr. Paulo Campos e o Vice Sr. Edmundo Rodrigues convidaram o Sr. Altino para
lhes ajudar sendo então nomeado Fiscal Geral, braço direito do Prefeito, que
passou às suas mãos uma vespa para fiscalizar as obras na cidade e um jipe para
acompanhar os trabalhos nas fazendas. Já no início do mandato, fizeram mudanças
no sistema de fornecimento de água e energia, trocando o motor estacionário a
óleo por uma bomba elétrica, isto na usina do Abóbora com Ribeirão do Meio de
propriedade do Sr. Raul Seabra, conhecido como o Dono da Energia. A energia era
tão fraca que o povo criticava, dizendo que ao pagar o talão, o troco era
recebido em velas. Posteriormente, o fornecimento de luz passou para a Usina de
São Tomás e depois para Cachoeira Dourada, trocaram também os postes de madeira
pelos de cimento, na captação de água que era feita no córrego Abóbora,
insuficiente para o abastecimento da cidade, buscaram a solução trazendo água
da Lage.
O Governador do Estado Sr. Mauro
Borges doou para a Prefeitura 02 caminhões basculantes amarelo de “cara chata”,
01 pá mecânica e 01 patrol que contribuíram na realização de inúmeras obras,
uma delas foi a troca dos paralelepípedos por asfalto. Os paralelepípedos foram
feitos pelos Sr. Adalberto e Wildebrando que vieram de Uberlândia na
Administração do Prefeito Célio Borges, para este serviço utilizava um rolo
compactador que era arrastado por um trator. Iniciaram na Rua Gumercindo
Ferreira, no Posto do Darlot, que foi o primeiro posto de gasolina da cidade,
funcionou também a primeira confeitaria e sorveteria, o Sr. Isaú era o vendedor
e saía nas ruas gritando: “sorvete e picolé, copinho para os homens e pauzinho
para as mulhe”. Concluiu a obra na esquina do Hospital Pró Cáritas. Fizeram
também as redes de esgoto e fluvial.
Na Administração do Sr. Paulo
Campos foram edificados os Prédios da Cadeia Pública, Colégio do Sol, Colégio
Agrícola, Rodoviária e o prédio do mercado, algumas dessas obras foram
construídas em parceria com os Governos Federal e Estadual.
A segunda parte do Cemitério foi
construída. A primeira fora feita pelo Sr. Félix Tofani em 1911, o mesmo era
maçom e deixou esculpido no muro um brasão com símbolos da Maçonaria, hoje este
muro pertence ao Colégio Nosso Amiguinho e em visita ao local verificamos a
veracidade deste fato. O Sr. Félix tinha uma padaria que funcionava próximo à
Igreja São Sebastião, 1ª construção que existia abaixo do Edifício Aracoara,
nos contou que ele tinha um funcionário que o auxiliava no feitio dos pães, o
Sr. Félix desconfiou que os pães estavam sumindo à noite, então resolveu fazer
uma armadilha, espalhando farinha no piso da padaria e no dia seguinte seguiu
as pegadas que conduziam justamente para a casa do funcionário que morava ali
próximo.
Na praça da Matriz foi
improvisado um galpão de chão batido coberto de palha de buriti onde funcionou
a 1ª Feira da cidade, lá os produtores/comerciantes vendiam seus produtos e não
era preciso pagar pelo ponto.
Durante à semana santa, ou seja,
na quinta-feira santa e na sexta-feira santa não penteavam cabelos, não
limpavam as casas e o sino da Igreja era tocado rapidamente para anunciar as
missas e compassado para anunciar o falecimento de algum morador da cidade
porque na época não havia propaganda volante.
Segundo ele, o Hospital Santa
Terezinha foi idealizado e construído por 03 médicos que clinicavam aqui na
cidade, eles faziam visitas e apresentavam o Projeto de Construção do Hospital
e aqueles que se interessassem davam contribuição em dinheiro e se tornavam
quotistas, e tendo contribuído neste projeto, beneficiam-se até os dias atuais
deste investimento, uma vez que recebe desconto no valor de 50% em consultas e
internações, também faz um cheque-up por ano sem ter que pagar.
Numa viagem feita pelo Prefeito
Paulo Campos a São Paulo, este comprou 07 mudas de Palmeira Imperial, trouxe
até Goiânia e ao chegar aqui pediu ao Sr. Altino que mandasse buscá-las, este
mandou um jipe que trouxe as mudas, escolheram a Praça Itagiba Gonzaga Jayme
para plantá-las e o Sr. Heronildes (Chefe do Florestal) para fazer o plantio,
assim a praça passou a ser conhecida como Praça das Palmeiras.
Ao término do mandato do Prefeito
Paulo Campos, no ano de 1965, o Sr. Altino saiu da Prefeitura e abriu um
britador porque a cidade estava crescendo e muitas construções ficavam até
paradas à espera de pedras que eram trazidas de Jataí, aqui em Rio Verde apenas
o Sr. Totonho da Caieira vendia pedras que eram quebradas com martelo por
meninos que este juntava nas ruas. O Britador do Sr. Altino funcionava na Vila
Moraes devido à facilidade na carga e descarga. Para abrir este negócio, o
Banco do Brasil lhe financiou 60% do valor e mais tarde executaram a dívida e
para pagá-la precisou vender uma chácara de 11 alqueires que ficava próximo a
atual indústria da COMIGO, depois de pago, o débito encerrou as atividades
deste britador que não lhe rendera lucros.
Atualmente (1998) o Sr. Altino é
aposentado e reside na Rua Gumercindo Ferreira com sua companheira Dona Vilma
Machado, ainda fabricando e consertando calçados.
RIO VERDE, 10 de março de 1998.

NENÊ PARAGUAI
Por: Luiz Braz da Silva
“O jogador das onze posições” recebendo das mãos de Berenice (madrinha do time) o troféu do campeonato amador de 1955.
Nome: João Ângelo Lopes Filho
Natural: Rio Verde-GO
Data de nascimento: 22 de janeiro de 1921
Filiação: João Ângelo Lopes (“Anjo Paraguai”)
Florinda Maria das Dores
Profissão: Sapateiro
Falecimento: 26 de dezembro de 1995, em Ribeirão Preto-SP
Histórico:
Nascido em uma família humilde, cujo pai, natural do Paraguai, quando jovem e para fugir dos horrores da guerra que envolveu aquele país e o Brasil, veio para Rio Verde, onde casou-se com Dª Florinda Maria das Dores, oriunda da tradicional família dos Rodrigues.
Desde cedo, e influenciado pelo irmão mais velho, Altino Paraguai, e pela vocação nata de esportista, iniciou na prática do esporte preferido pelos brasileiros: o Futebol. Começou a jogar bola muito jovem, e com a idade de 15 anos já era considerado revelação.
Seus passes mágicos e “milimetrados”, sua perfeita colocação em campo, seus dribles desconcertantes, seu perfeito domínio da bola, jamais serão esquecidos por aqueles que tiveram a felicidade de vê-lo jogando um futebol limpo e deslumbrante. Não escolhia posição: de goleiro a ponta-esquerda se destacava.
Em Rio Verde, defendeu as equipes do Rio Verde e do Corinthians. Seu futebol atraiu grandes clubes de outras cidades, como o Goiás, da Capital, e o Mixto, de Cuiabá. Jogou e defendeu também as cidades de Palmeiras de Goiás, Mineiros e Alto Araguaia.
Pelo seu potencial poderia, e não faltaram propostas, ter defendido os grandes clubes de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas. O seu amor a Rio Verde, porém, sempre falou mais alto, impedindo-o de se destacar nacionalmente, como profissional. Preferiu continuar levando o nome da cidade de Rio Verde, defendendo o nosso futebol.
Após abandonar o futebol, continuou a exercer a sua modesta profissão de sapateiro, vindo a falecer na cidade de Ribeirão Preto-SP, onde residiam seus filhos. Afirmava sempre que, ao morrer, queria ser sepultado na sua, na nossa cidade. Seu desejo foi atendido pelo irmão, Altino Paraguai.
Tenho certeza de que hoje, lá nas alturas, estará formando e defendendo a grande seleção, juntamente com aqueles que partiram para o mundo espiritual: Bráulio, Cuiabano, Zuzú, Nenê Guilherme, Polastrinha, Bicanca, Azulão, Caçarola, Cesário, Caçarolinha, Quinca (este também sabia tudo de bola), Duca, Estevão, Bunitão, Nenê do Izidoro e ele Nenê Paraguai em qualquer posição que for escalado. Foi-se o craque, ficam a saudade, o exemplo e a dedicação de um grande desportista.
Pela sua atuação como craque de futebol, levou o nome de Rio Verde às grandes alturas, razão pela qual é justa a homenagem que se pretende prestar ao Nenê Paraguai, dando o seu nome a uma das ruas de Rio Verde, a Rua 5 da Vila Amália.
Com aprovação da Câmara Municipal de Rio Verde-GO, sob a Lei Nº 3.980/2.000, a então prefeita Nelci Silva Spadoni sancionou em 15 de agosto de 2000 o seguinte:
Art. 1º - Passa a denominar-se RUA JOÃO ÂNGELO LOPES FILHO, vulgo NENÊ PARAGUAI, a atual Rua 05, situada na Vila Amália.
Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições contrárias.
Esporte de luto
O esporte rio-verdense está de luto. Perdeu, no último dia 27, em Ribeirão Preto, onde realizava tratamento médico, uma lenda do futebol: Ademar Rodrigues da Silva, vulgo Nêne Paraguai. Ele faleceu com mais de 70 anos de idade, deixando muitas saudades à legião de fãs que completava o seu raio de amizades, que lembram com saudades dos áureos tempos do Corinthians e do início no E.C. Rio Verde, onde despontava o futebol de um atacante polivalente, com futebol muito parecido ao do Dirceuzinho da Seleção Brasileira. A última homenagem em vida aconteceu na Câmara Municipal de Rio Verde, no dia 20/11/1995, feita pelo PL. – Fonte: Jornal da Segunda, Goiânia, 1º a 7 de janeiro de 1996.
O ADMIRÁVEL GOLEIRO RIO-VERDENSE NEGRINHO DA JOVENTINA
Nasceu em Rio Verde-GO, a 10 de julho de 1926, Epaminondas Nunes da Silva, conhecido como Negrinho da Joventina. Filho de João Carolino da Silva e Joventina Domingas Nunes. Da união de Negrinho da Joventina e Luzia Santana, nasceram: João Carolino, Djalma, Sebastião, Moisés e Salvador (que faleceu em 1999). Negrinho é também pai de Cleuza (filha da época de solteiro).
Trabalhou lavando carros no posto de gasolina do Archibaldo e do Itamar e por muitos anos foi motorista de caminhão e ônibus. Com o mínimo que ganhava com a aposentaria, passava uma temporada em Rondonópolis-MT e outra aqui em Rio Verde, na Avenida Brasília, nº 581-B no Parque Bandeirantes.
Iniciou sua carreira no futebol por volta de 15 anos de idade, atuando no Rio Verde Esporte Clube. Jogou no Corinthians Futebol Clube onde foi campeão rio-verdense e prosseguiu defendendo em Goiânia-GO a equipe do Goiás Esporte Clube. Na cidade de Ituitaba-MG, sagrou-se campeão pelo Atlético Clube Ituitabano.
Foram mais de vinte anos dedicados como jogador. Recebeu convite para jogar no Corinthians Paulista, as passagens seriam por conta de Calixto e Chafic Antônio. Filho único, atendeu o pedido da mãe para não ir, tivesse ido, teria que disputar a posição com Gilmar (então, o goleiro da Seleção Brasileira).
Não presenciou, as novas gerações, as milagrosas defesas deste craque arqueiro alvi-negro, que partiu – no dia 27 de junho de 2006 – deste solo rio-verdense como a poeira daqueles tempos dos campos sem grama. Foi-se o Negrinho, da Joventina, sem nenhuma ostentação, encontrar lá nas alturas com os companheiros dos tempos idos.
A revista Brasil Oeste, publicada em Goiânia (Go.) – Ano 5 – Nº 34, inaugurou sua “Galeria de Craques do Passado” lembrando:
Negrinho, um craque inesquecível
Epaminondas Nunes da Silva, o Negrinho, que iniciou sua brilhante carreira como goleiro, atuando pelo Corinthians Esporte Clube, da cidade de Rio Verde (Go.), por volta de 1948. Naquela época, praticava o futebol amador. Nenê Paraguai viu o Negrinho jogando “pelada”, gostou de vê-lo jogar e o convidou para jogar no Corinthians E. Clube.
Nenê Paraguai era a principal estrela da agremiação corintiana. Sua estréia se deu contra o Paraúna E. Clube, quando o Corinthians venceu por 1 X 0, gol de Nenê Paraguai aos 43 minutos do segundo tempo. Nessa partida houve uma penalidade máxima contra o Corinthians e o encarregado para bater foi o jogador Pão Duro, que foi emprestado ao Paraúna pelo Atlético Clube Goianiense. E Negrinho conseguiu defender o penal. Com essa vitória o seu nome cresceu muito, e daí para frente só deu Negrinho...
No Goiás Esporte Clube
Depois de grandes apresentações como goleiro do Corinthians e Seleção do Rio Verde, Negrinho foi convidado por Tião Palhaço e Japonês, jogadores do Goiás Esporte Clube, para fazer um teste no clube da Serrinha. E foi aprovado. Ele tinha como reserva o famoso Capitão (Onésio Brasileiro Alvarenga). Isso aconteceu de 1952 a 1953. Negrinho atuou ao lado de Bibiu, Bessa, Preto, Jorginho, Tião Palhaço, Nenê Paraguai, Padaria, Foca, Dimas, Duduca e Didiu. E o Tonico era o técnico. No Goiás, Negrinho jogou quase dois anos e foi titular absoluto.
Depois, de desentender-se com o técnico Tonico, quando o Goiás Esporte Clube ia fazer uma partida decisiva contra o Anápolis Esporte Clube, Negrinho voltou a sua terra natal: Rio Verde. Desde então mostrou ao povo de Rio Verde porque era o melhor goleiro de Goiás, atuando pelo Corinthians e Rio Verde Esporte Clube. Foi campeão pelo Corinthians em 1955. Já jogou no Uberlândia Esporte Clube e Ituitabano, da cidade de Ituitaba. Com muita saudade, Negrinho lembra dos jogadores de maiores expressões de sua época, como Altino Paraguai, Nenê Paraguai, Sherlock, Zé Morcego, Murilo Santana, Nenê do Izidoro, Oyama, Vaninho, Zizi, Kleper, Joaquim e os irmãos Caçarola e Caçarolinha.
Como lembra João Ângelo Lopes Filho (Nenê Paraguai), Negrinho foi, sem dúvida alguma, o melhor goleiro que ele já viu jogar. “Jogamos juntos no Corinthians, Rio Verde Esporte Clube e no Goiás. Negrinho deu muitas alegrias ao nosso povo”, salienta.
Por sua vez, João Orlando Rodrigues da Cunha, serventuário de justiça em Rio Verde, afirma ter jogado com Negrinho no Rio Verde Esporte Clube e testemunhado que o craque foi o melhor e mais disciplinado jogador de futebol de seu tempo. “Se ele ainda estivesse jogando, seria o goleiro titular da Seleção Brasileira”, acrescenta.
Circulou no dia 15 de outubro de 1951 o primeiro jornal de cunho esportivo editado em Rio Verde, o “A Bola”. Acompanhe alguns escritos desta relíquia:
A BOLA
Boletim esportivo – Informativo - Humorístico
DIRETOR RESPONSÁVEL: - F. CURY
(...) Com um mínimo de paixão clubista e um máximo de honestidade, (aliada a uma forte dose de bom humor) comentaremos o desenrolar dos campeonatos citadinos de futebol e voleibol, que ora se desenvolvem em nossos campos e quadras, repletos de nuances espetaculares e ao mesmo tempo cheios de lances pitorescos, situações imprevistas, pândegas e cômicas, que nos servirão de excelente desopilante para a glândula hepática azeda e sorumbática. Eis a razão pela qual, triunfante entra em campo “A BOLA”, a quem pedimos darem os caros leitores o ar vivificante da boa acolhida. Isso porque “A BOLA” não pode e... não tem a menor vontade de murchar antes do fim dos jogos!
O QUADRO DE HONRA
Depois da terceira rodada, pela atuação nos três prélios iniciais do turno do Campeonato de Futebol da cidade, são os seguintes os elementos que conquistaram o nosso quadro de honra: Bráulio - Eliacim e Abdon - Estevão, Doxa e Euripedes - Caçarolinha, Alencar, Joaquim, Ney e Coelho.
Mereceram igualmente menção honrosa: Lázaro e Tampinha, da AGE; Zé Gato, Duca e Neném, do Corinthians; Luís, Quintino e Praça, do Flamengo; Baim, Willian e Clarêncio, do Sudoeste.
SELECIONADO DE PERNETAS
Após a terceira rodada, é este o “onze” dos pernas-de-pau: Galeno, Hugo e Jorge, Geraldo, Luís e Minerva, Maurício, Cláudio, Chafic, Tonho e Gaspar.
CONFRONTOS & PERFIS
Eu ia andando, pela rua Ruy Barbosa, ensimesmado, pensamento bem longe do futebol abobrence. De repente, ouço uma voz macia, que me pergunta:
-Ei, seu Conde!
Parei e me voltei, a voz ajuntou melíflua:
-Seu Conde, o Sr. pode me informar qual é a minha posição na tabela dos artilheiros do campeonato?
Olhei atentamente, mas pudera! Aquela cara, toda esquisita, me era completamente estranha! Seria algum jogador de futebol da cidade? Mirei, remirei enquanto a figura de faces inexpressiveis continuava a encarar-me atentamente, a espera da resposta. Subitamente soprou um ventinho mais forte. O estranho levou a mão ao rosto, amparando aquele “negócio” que lhe ocultava a verdadeira feição. E qual não foi a surpresa! Reconheci, por trás daquela imensa e disforme MASCARA o rosto sorridente do conhecidíssimo avante da AGE, o veloz ponteiro canhoto COELHO! Ora, vejam só...
Foi um susto, somente, graças à Deus! Assim se expressaram vários fanáticos torcedores do Corinthians, domingo passado, quando no intervalo do sensacional jogo entre o clube dos calções negros contra a rapaziada da AGE. Um grupo de velhas maltrapilhas, acossadas pela tremenda carestia da vida, entra pelo campo a dentro, de faca em riste, e marcha para o gordo Abdon com água na boca, querendo certamente tirar-lhe algumas fatias de BANHA, para o jantar! Foi um Deus nos acuda! Deu o que fazer para os torcedores livrarem o popular “D Gordito”da fúria banhifera das pobres velhas que não tinham banha para fazer os quitutes domésticos...
MELETA (Juarez), para o ELIACIM:
-Uai, “Macuco”, será que você “virou”caranguejo? Caranguejo é que anda para trás! Macuco voa para a frente. Olha lá a pelota no fundo das redes...
Domingo, no segundo tempo do jogo entre o Corinthians e AGE, perguntaram ao Caçarola:
-Ei, Caçarola, a CANICULA é que o está fazendo enxergar duas bolas?
-Que CANINHA o quê, seu bobo – respondeu com raiva o “COLORED” – Só bebi meia garrafa antes do jogo...
Erasmo, para um torcedor, quando da conquista do sexto tento da AGE:
-Ah! Que saudades do Paulistano! Como eu tenho vontade de dar um passeio no Piauí!...
Chafic, ao terminar o jogo entre o Mengo e a AGE:
-Jura bra cê, cumpadre, vô botá meus barba de môlho!. Bessoal do AGE tá fazendo liquidacion de gols, mais eu num compra essa mercadoria, NÃO, CUMPADRE!
CONDE K. SETT’ADA SEMDÓ
CAMPEONATO DE VÔLEI FEMININO
Com muito entusiasmo e regular torcida, foi aberto na quadra da E. Paroquial, domingo passado, dia 14, o Campeonato de Voleibol Feminino local. O Torneio Início, que transcorreu animadíssimo, foi levantado pela representação do Corinthians F. C. como vice-campeã, sagrou-se a turma do Flamengo F. C. Fazemos votos para que o interessante campeonato dos “brotinhos” se desenvolva sob o mesmo clima de harmonia e camaradagem esportivas com que vem se desenvolvendo o campeonato citadino de futebol.
O FLAMENGO COM A LANTERNINHA
Após a realização da partida programada para a terceira rodada do turno do Campeonato Extra e Relâmpago de Futebol da Cidade, que reuniu em campo as equipes da Associação Goiana de Esportes e o Flamengo Futebol Clube que culminou com a autêntica “goleada” na meta defendida pelo guapo guarda-valas rubro negro Galeno, a colocação dos clubes concorrentes aos títulos de campeão e vice-campeão ficou sendo a seguinte: 1º lugar com zero pontos perdidos, Corinthians Futebol Clube; 2º lugar com um ponto perdido, Sudoeste Esporte Clube; 3º lugar com dois pontos perdidos, Associação Goiana de Esportes; e no último posto, iluminando as trevas do desconsolo, da tristeza ocasionada pela fragorosa derrota sofrida frente à rapaziada ageana, vem figurar o popular grêmio de Ney, Flamengo Futebol Clube, com três pontos perdidos.
AGE 7 X FLAMENGO 2
Marcadores: Para a AGE, Coelho (4), Doca (1), Mauricio (1) e Luiz (contra 1) – Para o FLAMENGO, Ney (2)
Depois do revés sofrido frente o Corinthians, pouca gente acreditava na recuperação da rapaziada comandada por Coelho. É que a AGE, ainda em fase de organização, não inspirava mesmo nenhuma confiança à sua grande e entusiasta torcida...
Todavia, demonstrando muito arrojo, muito sangue e sobretudo muito peito, os alvi-anis citadinos deram uma eloquente demonstração do que futuramente poderão produzir, no campeonato local. Embora na primeira fase da peleja de domingo os ageanos dessem a impressão de que se deixariam bater mais uma vez, ocasião em que o Flamengo obteve ligeira predominância de ações dentro da cancha, puderam os seus integrantes, entretanto, do meio do primeiro tempo até ao fim do embate, fazer valer o seu grande entusiasmo, logrando a espetacular vitória final pela dilatada contagem de sete tentos contra dois apenas do Flamengo. Cumpre-nos, todavia, observar o fato de que a Dona Sorte positivamente estava de mal com as cores rubro-negras. Decididamente, posto que tivesse se deixado dominar facilmente pelo adversário mais aguerrido e positivo, o Flamengo foi muito desfavorecido pela chance mormente no primeiro tempo, quando ora Prestes, que esteve uma nulidade, ora Cláudio, outro ponto morto no quadro, ora os zagueiros Quintino e Hugo, fazia cada jogada tão infantil, ou coordenava investidas de maneira tão claudicante e atabalhoada que nos deixava boquiabertos... Eram fantasmas, simples sombras sem vida dos lépidos defensores ou atacantes flamenguistas que estávamos acostumados a ver atuar em nossos campos.
Outro fator importante que contribuiu para que o Flamengo não marcasse nenhum outro tento, prendeu-se aquela maneira pouco produtiva do notável atacante NEY de fazer jogo individual, em outras palavras, aquela sua prejudicial mania de driblar demais. Ninguém pode negar a Ney as virtudes de excelente driblador, que possui em grande estilo e alta classe. Mas o diabo é que o futebol só pode ser jogado proveitosamente, hoje em dia, com a cooperação dos onze jogadores de cada bando. Tem o esquadrão que funcionar como uma máquina harmônica e perfeita, em todas as suas engrenagens. Caso contrário...
Todavia, ao Flamengo, resta o consolo de que ainda nem terminou o primeiro turno do campeonato. Há muita coisa que ainda pode acontecer... Futebol, como sentenciam os céticos, é um jogo sem lógica...
OS GOLEADORES MÁXIMOS
Com o resultado de domingo p. findo, quando a AGE infringiu o contundente revés de 7 x 2 no Flamengo, os artilheiros do campeonato passaram a ser os seguintes:
1º lugar: Ney (Flamengo) e Coelho (AGE), ambos com 4 gols.
2º lugar: Joaquim (Corinthians), com 3 gols.
3º lugar: Doxa (Sudoeste), Alencar (Sudoeste), Zé Gato (Corinthians), Cláudio (Flamengo), todos com 2 gols.
4º lugar: Duca (Corinthians), Doca (AGE), Mauricio (AGE), Eleacim (Corinthians – contra) e Luiz (Flamengo – contra), todos com um gol.
COLUNA DOS CRIADORES DE FRANGOS
Após a realização da terceira rodada, os ilustres avicultores dos nossos campos passaram a oferecer ao público as seguintes quantidades de bípedes galinácios:
1º lugar: Meleta (Corinthians) 1 gol (contra)
2º lugar: Velasco (Sudoeste) 4 gols
3º lugar: Bráulio (AGE) 8 gols
4º lugar: Galeno (Flamengo) 11 gols, sendo um contra.
Piada da Semana
Segunda-feira, pela manhã, em frente à residência do goleiro Galeno.
Vendedor de frangos, batendo à porta:
-O’ de casa!
Galeno, aparecendo, ainda com sono.
-O que deseja o senhor?
-O senhor quer comprar frangos?
-?x!?!yzhrsttu
Resultado: O pobre vendedor de frangos, sem saber porque, está até agora hospitalizado!
(Agradeço ao notável atacante do Flamengo Futebol Clube, Ney Gilberto Dias Leal – na época que me enviou este exemplar morava em Brasília-DF, e gentilmente me enviou pelo correio a cópia desta preciosidade de 1951).
Nesta foto histórica, uma das formações do Flamengo Futebol Clube da década de 1950. Da esquerda para a direita: Jorge Brás, Doxa, Valdir Emrich, Luiz Chulé, Galeno, Joaquim Bonifácio e o saudoso Erasmo Jaime (foi um dos baluartes do futebol rio-verdense, prestando grandes serviços). Agachados: Taú, Garibalde, Neném do Isidoro, Saci e Mauricio Arantes (outro batalhador que muito contribuiu para o desenvolvimento do esporte em Rio Verde).
O jornal O GLORIOSO (Órgão oficial do Sport Club Botafogo Rioverdense. Diretor: Domingos José Berquó – Redatores: Moisés Santanna Neto e Maurício Arantes), na sua edição de janeiro de 1954, informou:
ANIVERSARIA-SE HOJE O SPORT CLUB BOTAFOGO
Quatro anos de grandes glórias e lutas pelo desenvolvimento do futebol em Rio Verde.
Fundado em 3 de janeiro de 1950, completa hoje o S. C. Botafogo o seu quarto aniversário. Como é do conhecimento de todos, o Botafogo foi fundado por Domingos José Berquó e Wagney Guimarães Nascimento, dois jovens aventureiros que por amor a este jogo que é o futebol enfrentaram todas as dificuldades da época, inclusive a monetária; lutaram sempre para que o time fosse para a frente. Graças a boa vontade dos demais atletas componentes do time, logo o Botafogo foi ganhando a simpatia dos desportistas rio-verdenses. Outro grande batalhador pelo Botafogo foi o jovem Moisés Santana Neto que, ingressando no time em 1951, tornou-se um elemento útil, inclusive assumindo a direção do time, onde foi um grande batalhador. Nas canchas assumiu a posição de zagueiro esquerdo e devido suas grandes classes até hoje é dono absoluto do seu posto. Não podemos deixar de expor ao público que o Botafogo, desde sua fundação até hoje é o time da mocidade rio-verdense, é o time que mais promete para o futuro e creio que também conta com a maior torcida na cidade. Temos ainda a dizer que o Botafogo sempre contou com a cooperação do grande desportista, aliás presidente de honra do time que é o Sr. João Rodrigues do Nascimento. Este é um resumo da fundação do Botafogo. Comemorando o seu quarto aniversário os botafoguenses terão um bom programa – 1º. Às 16 horas no Estádio Martins Borges, Botafogo x Corinthians, em abertura do Torneio Quadrangular. Às 20 horas, coquetel aos botafoguenses, ocasião em que o Berquó usará da palavra passando a presidência do time para o Ilmo. Sr. Dr. Lauro Jayme Martins. Às 20 horas, sensacional baile oferecido à sociedade rio-verdense pelo Botafogo. E isto é tudo o que tínhamos a dizer sobre esta grande data. Salve 3-1-54!
O GLORIOSO, de fevereiro de 1954, narrou esse acontecimento como segue:
MAGNIFICA!
A comemoração do quarto aniversário do Sport Club Botafogo.
Usaram da palavra, o ex-presidente do clube Domingos José Berquó e diversas autoridades encabeçadas pelo Exmo. Sr. Dr. Paranaíba Pirapitinga Santana, MM. Juiz de Direito desta cidade, Tenente Honório Martins da Rocha, delegado especial de polícia e o Sr. Manoel Casuza França, Inspetor de trânsito nesta cidade.
O dia 3 de janeiro de 1954, nunca será esquecido pelos botafoguenses.
Grandiosos foram os festejos realizados em comemoração do 4º aniversário do S. C. Botafogo, dos quais tivemos o “marco” de nossa vida esportiva vencendo o S. C. Corinthians por 5 a 2. À noite tivemos um grande “COCKTAIL” oferecidos aos botafoguenses e às autoridades locais, no qual tomou posse o novo presidente do S. C. Botafogo, Dr. Lauro Jayme Martins, que foi escolhido pela “MASSA” botafoguense, e que também usou da palavra. Após o cocktail tivemos um grandioso baile oferecido pelos botafoguenses à sociedade rio-verdense.
A diretoria ficou assim constituída:
Presidente: Dr. Lauro Jayme Martins.
Pres. de Honra: João R. Nascimento.
Vice-presidente: Moisés Santana Neto.
Secretário: Maurício Nassau Arantes Lisboa.
Tesoureiro: Sebastião Guimarães.
Roupeiro: Murilo Santana.
S.C. BOTAFOGO 5
S.C. CORINTHIANS 2
Sensacional goleada do Botafogo – presente de aniversário aos seus torcedores – Jones (2) – Sherlock – Zizi e Nenê os marcadores – Renda – Juiz – e outras notas.
Peleja das mais movimentadas foi o que tivemos oportunidade de presenciar domingo, 3, pela abertura do torneio quadrangular, ocasião em que defrontaram-se Botafogo e Corinthians, o “benjamim” e o “vovô” dos nossos esquadrão e que terminou com a espetacular vitória do Botafogo pelo alto “score” de cinco tentos a dois, conseguindo assim presentear a sua numerosa torcida com um presente de aniversário, pois que neste dia o Botafogo completava o seu quarto ano de fundação.
Nesta partida que podemos dividir em duas fases distintas, tivemos a oportunidade de observar claramente que o Botafogo é indiscutivelmente o melhor esquadrão que possuímos no momento. Possui uma defesa sólida e um ataque infiltrador e veloz, onde desponta como figura de primeira proa o notável centro-atacante Jones.
A primeira fase mostrou-nos um Corinthians calmo, consciencioso, não empregando nas jogadas, talvez com receio da canícula que era insuportável, conseguindo mesmo a equivaler-se ao seu adversário, terminou o primeiro “half-time” com o marcador equivalente de um tento a um. A segunda fase então pertenceu completamente aos comandos de Berquó, pois que o Corinthians mercê do cansaço que dominou completamente os seus veteranos elementos, entregou-se totalmente ante o ímpeto e a mocidade de seu antagonista, dando chance ao mesmo de tomar as rédeas da partida, conquistando nada menos de quatro tentos, todos de magníficas feitura, e mostrando a numerosa assistência presente ao Estádio Martins Borges a plenitude física e técnica e seus elementos. Ao nosso ver dois grandes erros da direção técnica do Corinthians contribuíram consideravelmente pela goleada que lhe foi imposta: 1º) – em insistir com bolas altas pelo centro, onde Sherlock com seus magistrais golpes de cabeça aparava todas as bolas que por aquele setor eram endereçadas. O segundo erro foi a deslocação de Caçarolinha para a meia, colocando em seu lugar um elemento nulo e que não convenceu absolutamente; quando recolocaram o eficiente ponteiro em sua verdadeira posição já era tarde demais a derrotada estava próxima...
Os tentos foram consignados por Zizi para o Botafogo e Abdon ao cobrar uma penalidade máxima para o Corinthians na primeira etapa. No segundo tempo marcaram Jones (2), Sherlock cobrando com muita maestria uma penalidade de fora de área, e Nenê com um pelotaço da intermediaria, para o Botafogo, e, Moisés ao tentar salvar um gol olímpico, mandou a pelota para o fundo de suas próprias redes marcando assim o segundo gol do Corinthians, e fixado o placar de cinco tentos a dois para o Botafogo.
Na analise individual destacamos: No quadro vencedor não há nomes a destacar, todos atuaram com acerto, mas por uma questão toda especial citaremos Jones, Sherlock e Nenê. No Corinthians apenas Quintino merece elogio nas defensivas, e Joaquim pelas constantes deslocações no ataque. Os quadros alinharam-se com as seguintes constituições: Botafogo- Galeno, Moisés e Sherlock, Tatinha, Célio e Vaninho, Ildemar, Zizi, Jones, Nenê e Vagney.
O Corinthians com: Meleta, Quintino e Júlio (Altino), Abdon (Vitalino), Caçarola I (Bunitão) e Eleacim, Goiabrás (Caçarolinha), Joaquim, Bunitão (Caçarola), Caçarolinha (Abdon) e Tonho.
Dirigiu a partida com regular atuação o ageano Táu. A renda somou Cr$ 200.00 aproximadamente.
E aí está, senhores; a história de que como o Botafogo ao completar seu quarto aniversário, conseguiu presentear a sua torcida com a retumbante vitória sobre o campeão de 1951, com um placar que não admite contestações”.
S.C. Botafogo – o glorioso esquadrão que abateu o time de Caiapônia pela contagem de 6 a 1. Esta partida foi realizada no dia 2 de janeiro de 1955 e os gols foram assinalados por Wagney (2), Neném (2), Zizi e Ildemar. A escalação do Botafogo nesse jogo foi a seguinte, da esquerda para a direita: Moisés, Irmão Saci, Galeno, Vaninho, Lazinho e Célio; agachados: Ildemar, Tampinha, Neném, Zizi e Wagney. Os garotos são: Rafton e José Antônio (filho do Valê).
JATAÍ, O NOSSO MAIS TRADICIONAL ADVERSÁRIO
No livro ARQUIVOS DO FUTEBOL GOIANO, na página 73 se lê: “No Sudoeste goiano a grande rivalidade existente, sempre foi entre as cidades de Rio Verde e Jataí. Eram jogos que provocavam acirradas discussões e na maioria das vezes, violentas brigas, entre os jogadores”. Temos aqui, algumas referências sobre esta rivalidade:
“Em 1923, o quadro amador de Rio Verde convida a equipe de Jataí para uma partida amistosa. – Aceitaram o convite.
Não se falava em outra coisa pela cidade a não ser do esperado confronto, surgindo até apostas de animados torcedores.
Chegado o dia, o representante da esquadra da cidade visitante usou da palavra nos seguintes termos:
- “Senhoras e Senhores: Hoje irão presenciar a primeira partida de futebol que se realiza nesta cidade de Rio Verde, esporte preferido e querido dos brasileiros.
Jataí a combater, Rio Verde a se defender, em seguida tremer! Tremer, tremer!”
A torcida rio-verdense em massa respondeu àquela provocação gritando compassadamente: - “Rio Verde já ganhou, já ganhou!”
A partida ficou empatada em 2 a 2”.- Trecho extraído do livro de Oscar Cunha Neto, Rio Verde: Apontamentos para a sua história.
Esta foto foi tirada no dia 16 de julho de 1950 quando na oportunidade o time representante da cidade de Rio Verde venceu o esquadrão de Jataí pelo placar de 6 a 0. Em pé (esquerda para a direita): Valter Manhês, Adão de Carvalho, Galeno Jaime, Garibalde, Sebastião Cintra, Tampinha e Dedê. Agachados: Lázaro Messias, Alencar, Luiz Chulé, Neném do Isidoro e Antônio Vaz.
O GLORIOSO, número 1, do mês de janeiro de 1954, pode comprovar a ferrenha disputa que sempre existiu entre as duas cidades:
Botafogo – AGE na vizinha cidade de Jataí
Por Domingos José Berquó
No dia 5 de dezembro de 1953, seguiu para a nossa vizinha cidade o combinado: “Botafogo”- “AGE” a fim de ali fazerem uma série de jogos dos quais os jogadores de nossa cidade foram mal- sucedidos, escapando somente o esquadrão do Sport Club Botafogo Rioverdense, que abateu espetacularmente o “Scratch” B de Jataí pelo sensacional score de 5 x 3. No dia 6, as 8 horas iniciaram as competições esportistas com uma sensacional partida de Voly Ball, a qual foi vencida pelo Jokey Club de Jataí pelo score de 2 x 0. Numeroso público compareceu à quadra de Voleiball a fim de presenciarem o esperado “Match”. Logo que os rio-verdenses entraram na quadra foram merecidamente vaiados pela torcida jataiense, por encontrarem completamente desorganizados, dois com camisetas verde, um com camiseta branca, um com a camisa de futebol do Corinthians e dois sem camisas e descalços. O mesmo relaxamento sucedeu-se no Basquete. Isto foi uma grande falha do chefe da delegação, e que com certeza não deixou de envergonhar o grande número de esportistas rio-verdenses que ali estavam. Durante o jogo observando que enquanto nossos defensores estavam muito destreinados, não acertando uma jogada se quer e logo aos 10 minutos de jogo foram dominados pelo cansaço. Do outro lado o esquadrão do Jokei Club Jataiense presenteava o público com belíssimas jogadas. Jogadas estas, que nos obrigaram a crer que atualmente Jataí possui um dos melhores esquadrões de Voleiball do estado. Dentre os jataienses todos jogaram muito bem, destacando-se o grande Borginho, que com suas impressionantes “cortadas” não deixou de aparecer num plano mais elevado. No time rio-verdense destacamos o grande Waldyr que entre seis jogadores foi a única figura que apareceu, lutando constantemente para quebrar a invencibilidade dos adversários, o que não foi possível. O árbitro desta partida foi o nosso colega Galeno Jaime, que teve uma boa atuação. As equipes foram as seguintes: Rio Verde- Waldyr, Neném Coelho, Tampinha, Paraguaio e Lazinho. Jataí- Borginho, Promotor, Tiú e outros.
Após uns 10 minutos de descanso iniciou-se a partida de Basquete, a qual não foi possível terminar, devido a um indivíduo truculento ter ameaçado com uma arma de fogo os defensores rio-verdenses. Logo de início os jataienses abriram o placard superando os rio-verdenses por uma contagem de oito pontos, mas que logo em seguida foi diminuída, devido os grandes esforços dos nossos defensores, que nesta partida acertaram mais, o que a tornou mais interessante, não deixando de citar que os jataienses estiveram sempre superiores em campo, com maior nível de jogo.
Nesta partida não podemos deixar de salientar em plano superior o jovem Waldyr, que indiscutivelmente foi o maior em campo, seguido por Galeno e Juba.
O juiz desta partida foi o chefe da delegação rio-verdense, Sr. Litivino José de Morais, que foi regular. Conforme tivemos oportunidade de anunciar aos nossos leitores, esta partida foi somente o primeiro tempo, que terminou com o placard de 20 x 16 a favor de Jataí. Para os rio-verdenses que ali estavam isto não foi surpresa, pois todos sabiam que ninguém havia treinado. Os resultados da matiné esportiva não nos incomodaram, o que nos interessava, o que aguardávamos com grande ensejo, eram as partidas de futebol.
Os Botafoguenses acham-se todos na concentração, calmos e unidos como são, aguardando a hora do grande match com o Scratch B de Jataí.
O Sport Club Botafogo deu um “Show de bola” na Seleção B de Jataí 5 x 3 o placard.
Quem assistiu a sensacional preliminar da rodada não deixou de emocionar-se e ficar satisfeito com esse grande “Match”. S. C. Botafogo Rio-verdense x Scratch B de Jataí. Esta partida foi uma das mais emocionantes vencidas pelo Botafogo. Logo de início da contenda, aos 3 minutos da primeira etapa os jataienses abriram o placar numa boa jogada de Branquinho. Não desanimaram os botafoguenses, que continuaram naquele conhecido ritmo de jogo, fazendo diversos contra-ataques, sem obter grandes vantagens, e logo mais, aos 15 minutos da partida, Branquinho, ponteiro canhoto de Jataí aumentara para 2 x 0 o placar, aproveitando um sensacional sem pulo, que não foi possível a intervenção do nosso arqueiro Pedro. Mas isso não abateu os botafoguenses, que orientados pelo capitão da equipe, fizeram uma tremenda reação, fazendo jogo rasteiro, o que dificultou a intervenção da defesa jataiense, com certeza por estarem acostumados com balões. Nesta altura Murilo foi para a meia-esquerda passando a comandar o ataque botafoguense, o mignon Neném, que deu nova vida ao ataque movimentando constantemente os ponteiros, Wagney e Aécio que começaram a dar verdadeiro “Show” de bola nos jataienses. Aos 22 minutos, Neném, aproveitando de um passe de Wagney abriu a contagem para os botafoguenses, que iam animando cada vez mais.
Aos 30 minutos, Neném assinalou outro tento que foi o segundo dos botafoguenses. Após este tento, os botafoguenses tornaram-se senhores da cancha, levando a pelota como queriam, porém nunca deixando de serem prejudicados pelo juiz da primeira etapa, que foi o Sr. Acácio Zaídem, que muito nos admiramos, por tratar-se de um senhor já de idade, não esperávamos que atuasse tão mal como atuou, usurpando constantemente a favor do esquadrão de sua cidade, mas mesmo assim os defensores alvinegros não deixaram se convencer e nem dominar-se pelo juiz e pelos adversários, para que Neném numa belíssima jogada inteiramente pessoal elevou para 3 x 2 o placar. E este foi o resultado da primeira etapa, Botafogo 3 x 2 Seleção B de Jataí. Neném 3 para o Botafogo e Branquinho 2 para os jataienses. Iniciou-se a segunda etapa com o Botafogo senhor absoluto da cancha apresentando maior nível técnico e apresentando maior volume de jogo, para que o veloz ponteiro botafoguense Wagney precisamente aos 12 minutos aumentou para 4 x 2 o placar. Aos 30 minutos da segunda etapa o capitão botafoguense Berquó deixou a cancha em virtude de uma cãibra que sofrera, substituindo-o o popular Sabará. O Botafogo sentiu a falta do grande pivot alvinegro, mas lutaram muito e aos 35 minutos Aécio elevou para 5 x 2 o placar e aos 40 minutos, Baralho, assinalou o terceiro e último tento a favor dos jataienses. Assim deu-se o término da partida pelo score sensacional de 5 x 3 a favor dos botafoguenses. A grande figura no campo foi indiscutivelmente o centroavante Neném, que além de ter deixado ao seu crédito 3 gols, bailou constantemente a defesa contrária que não conseguiu contê-lo um só momento. Entre os jataienses apareceu em plano mais elevado o ponteiro Branquinho, que atuou muito bem.
A segunda etapa foi apitada pelo Sr. Altino Rodrigues da Silva, o popular “Esquisito” de nossos meios esportivos. Os times foram os seguintes:
Botafogo- Pedro, Gentil, Moisés, Garibalde, Berquó, Silvestre, Aécio, Murilo, Neném, Tatinha e Wagney.
Seleção B de Jataí- Zuzu, Mário, Zecão, Branco, Hamilton, Zoroasto, Baralho, Edson, Elter, Toró e Branquinho.
Conforme já relatamos, o Sr. Acácio Zaídem foi um péssimo juiz, assim considerado pelos próprios desportistas jataienses”.
SHERLOCK HOLMES DA SILVA
No dia 22 de maio de 2018, marquei de encontrar com o Sherlock na praça do Parque Bandeirantes, onde ele me disse o seguinte, (na íntegra sem cortes): “ Nasci em Rio Verde em 23 de setembro de 1934. Formei em advocacia em 1960. Fui professor de português, chefe da Cidetran de Rio Verde e Secretário na gestão de Eurico Veloso do Carmo.
Agora falando em esportes, eu gostava de jogar futebol, rachinha, e logo crescemos e aí começaram a formar time aqui e assim nasceu o nosso futebol.
Eu jogava no campo do Colégio Martins Borges. O sr. Altino Paraguai me traz grandes recordações, principalmente, como inesquecível técnico de futebol.
Joguei no Botafogo, no Flamengo do tio Erasmo Jayme, no Corinthians e no Goiasinho.
Recordo com saudade, das experiências vividas com o Zé Carlos, Totó, Neném do Isidoro, Zé Morcego, Jones e por aí vai...
Não cheguei a jogar profissionalmente. Fui amador na década de 50 em Belo Horizonte quando estudava lá. Joguei no juvenil e depois no aspirante do Cruzeiro Esporte Clube. Lá no Cruzeiro, me chamavam de Goiano. O meu técnico no juvenil era o Colombo e no aspirante o Nelson Filpo. Por duas vezes, joguei em excursão no time titular.
Quando voltei para Rio Verde, atuei no Corinthians do Altino Paraguai, na posição de quarto zagueiro.
No futebol de salão, aqui em Rio Verde, joguei no Clube dos Sete por durante muito tempo e lembro com nostalgia do João Batista, Izauro Martins, Aluísio, Iran, Ivan Rezende, Célio Jayme, do pessoal do seu Zé Maria tinha uma turma boa lá. O Zé Carlos, filho do Zé Maria, já jogava no Goiânia.
Com o futebol de salão, nós saíamos e jogávamos fora, enfrentamos partidas memoráveis nas cidades de Jataí e Tupaciguara. Quem nos levou para jogar em Tupaciguara foi o Luiz Nunes, ele residia lá, e fomos para jogar futebol e ganhamos. Em Quirinópolis, Santa Helena e Jataí não perdíamos nunca um embate futebolístico.
Para essa partida em Tupaciguara, fomos de fusca, cinco atletas no fusquinha do João Batista de Melo Cabral. O pai do João Batista, o sr. Manoel de Melo Cabral era dono do Hotel Minas Goiás na Praça 5 de Agosto”.
Zauro, Amílcar, Paraíba, João Batista, Ivan e Bairon Araújo.
CLUBE DOS SETE DE RIO VERDE, SALÃO, ANOS 60
Certa vez, eu fui visitar o Bairon Araújo e ele me confidenciou a seguinte história: “ Em uma determinada data, jogando pelo Corinthians de Rio Verde, fomos para a cidade de Frutal, no Estado de Minas Gerais, e lá chegando, avistamos uma propaganda enorme que dizia: SELEÇÃO GOIANA X FRUTAL/BARRETOS. E, com isso, a diretoria do Corinthians de Rio Verde não queria entrar em campo em hipótese alguma, porque, em primeiro lugar, não era a “SELEÇÃO GOIANA”, era o Corinthians de Rio Verde; e do outro lado nós tínhamos o contrato para jogar contra o Frutal e não contra o “FRUTAL E O COMBINADO BARRETOS”. AÍ que o Sherlock disse: “Bairon, você vai me acompanhar, o tio Erasmo (na época o presidente do Corinthians) não quer jogar de forma alguma e está ansioso para retornar para Rio Verde, eles estão com medo de levar uma goleada, más, nós vamos entrar em campo sim, é onze contra onze, pode vir até a Seleção Brasileira”. Resultado, encaramos a peleja, o placar foi 4 a 3 ao nosso favor, e o Sherlock Holmes marcou os 4 gols do nosso time, então, por isso eu falo, o número um disparado no futebol rio-verdense é com todas as letras o Sherlock Holmes da Silva”.
Sherlock foi zagueiro do Esporte Clube Botafogo na época em que integravam a equipe os seguintes jogadores: Galeno, Moisés, Tatinha, Célio, Vaninho, Ildemar, Zizi, Jones, Nenê, Berquó, Wagney e outros. Foi um craque excepcional do Corinthians de Rio Verde e do Esporte Clube Goiás. Também defendeu a Seleção de Veteranos, até mesmo numa peleja contra os Índios Xavantes. Esta partida de futebol não pode ficar sem menção neste livro. Cumpre assinalar, a valiosa contribuição prestada pelo Jornal News – desta cidade de Rio Verde – ao expor de forma muito clara este importante acontecimento, como veremos a seguir:
Veteranos de Rio Verde 3 x 2 Índios Xavantes
“O atípico jogo, aconteceu em 15 de agosto de 1971. Naquela época, o Estádio Mozart Veloso do Carmo já era gramado, mas não oferecia ao torcedor, o conforto das atuais instalações. Não existiam as atuais arquibancadas e os jogos, eram realizados durante o dia, pois ainda não existia iluminação para jogos noturnos.
O jogo amistoso, atraiu um razoável público de torcedores curiosos. Todos queriam assistir a única “exibição” do time visitante, em nossa cidade. Afinal, o time adversário era nada mais, nada menos que os índios Xavantes, de Mato Grosso. A arbitragem foi local.
Oportuno contar que neste jogo, os organizadores não precisaram contar com “padrinhos da bola”. As despesas das nossas equipes representativas, em eventos esportivos amistosos ou mesmo em competições oficiais promovidas pela então Federação Goiana de Desportos, quando não apenas acobertadas pelas rendas das bilheterias, eram complementadas pelos “padrinhos da bola”. Antes do início dos jogos, acontecia uma rápida cerimônia no círculo central do gramado. Os padrinhos se postavam acompanhando a marcação a cal no centro do campo e à medida em que eram chamados individual e nominalmente, simbolicamente davam o ponta-pé inicial na bola, entregando as suas voluntárias contribuições pessoais.
O resultado final do jogo, foi 3 x 2 pra a equipe de veteranos de Rio Verde, com gols assinalados por Velasquinho, Bairon e Pierre (Pedro Luiz Guedes), que atuou como técnico no 1º tempo. Mas Pierre jogou durante toda a 2ª etapa.
O goleiro do time de veteranos de nossa cidade, foi Luizinho, pai da cantora Vanusa. Luizinho, na época, era proprietário de um Hotel nas proximidades da antiga estação rodoviária. Luizinho, foi goleiro do Uberaba Esporte Clube e se notabilizou no futebol, depois de defender um pênalti cobrado pelo “folha-seca”, o grande Didi, do Botafogo e Seleção Brasileira, salvando o time do Uberaba, de uma derrota.
A equipe dos índios, era regular e dotada de um bom preparo físico. Quase todos os atletas Xavantes jogaram descalços e apesar de derrotados, foi um jogo tranquilo, não se registrando nenhum lance de violência, como alguns temiam”.
Seleção de Veteranos que enfrentou os Índios Xavantes, vendo-se de pé, da esquerda para a direita: Paulistano, Lázaro Goiaba, Bairon Araújo, Berquó, Oyama Leão, Lélio Araújo, Luizinho, Pierre e João Surdo; agachados: Galeno, Bebé, Cornélio, Nelson Veloso, Sherlock e Velasquinho.
FUTEBOL DE SALÃO
Na fase nascente do futebol de salão em Rio Verde, merecem destaque os desportistas: Bairon Araújo – trouxe para a cidade de Rio Verde, no ano de 1960, um livro contendo todas as informações para a prática do futebol de salão, após servir o exército em Goiânia, onde aprendera essa modalidade -, Mauro Moraes, Amilcar, Zauro Martins, João Batista de Melo Cabral, Ivan (trabalhava no Banco do Brasil) e Antônio de Souza Martins, vulgo Paraíba. Esses nomes figuram na listagem de fundadores do Clube do Sete – primeiro time de futebol de salão criado em Rio Verde.
Com seus próprios recursos, essa gloriosa equipe reformou e adaptou uma quadra que se encontrava abandonada – pertencente a um Batalhão -, localizada nas proximidades do Córrego do Sapo.
Mais tarde, surgiram outros clubes: Guadalajara, Cri Cri, Auditec, Lions Clube, A. F. Municipais, A.A.B.B., 2º B.P.M., Hospital Evangélico... Essas equipes eram defendidas em 1970 pelos seguintes atletas: João, Ademilton, Isaac, Aloísio, Adalberto, Wilsinho, Antônio, Cidilio, Edilson, Itamar, Maurício, Joel, Heraldo, Galeno, José Antônio, Pedrinho, Vagner, Jones, Josino, Joazir, Walter, Onildo, Paulinho, Evaldo, Shimizu, Paraíba, Célio, Serafim, Bercó, Rodrigues, Brandão, Argileu, Ivan, Wilson, Moraes, Luiz, Bairon, Maurinho, Nelsinho, João Batista, Luiz Nunes, Zauro e Donaldo.
Um fato pitoresco: Quando todos apostavam que o Cri Cri – composto com Oyama, Sherlock, Paulo Roberto Cunha, Oscar Arantes, Keplinho e Adjane – seria o lanterna de um disputadíssimo campeonato, o time surpreendeu toda a comunidade quando levantou o título de campeão rio-verdense.
As partidas de futebol de salão eram assistidas por um grande público, que tanto no sábado como no domingo superlotava as dependências da quadra do Clube dos Bancários. Dentro de um bom índice técnico, os confrontos conseguiam monopolizar as atenções.
No jornal O Alvorada de 20 de dezembro de 1965 encontra-se a seguinte nota: “O Clube dos Sete, jogando em Tupaciguara nos dias 14 e 15, logrou duas vitórias brilhantes. Na primeira partida, venceu o Tupaciguara por 5 x 2; na segunda derrotou o Ginásio por 3 x 2. Seguiram na caravana dos vitoriosos: William, Tatinha, Ivan, Zauro, Sherlock, João Batista, Amílcar e Wolney.
Zauro Martins, Amílcar, Oscar, Bairon, Maurinho e Nelsinho Veloso. CLUBE DOS SETE
Nos Jogos Abertos da década de 1970 o Colégio Estadual Martins Borges cumpriu com responsabilidade a sua tarefa, conquistando resultados positivos. Na foto, sete valores utilíssimos do futsal do CEMB: Hermones, José Cruvinel, Serginho, Chico Bonifácio, Edson, Odélio e Márcio Bonifácio.
Múcio Bonifácio comentou: "Time de professores do Colégio "Martins Borges" de Rio Verde (futsal). Walter, Múcio, Raimundo, Antônio Edson, Chico, Márcio e José Cruvinel. Diretora Profa. Hercília de Castro".
ESPORTE CLUBE RIO VERDE DE FUTSAL
(Escrito no ano de 2005)
O Esporte Clube Rio Verde de Futsal – Entidade oficial filiada à Federação Goiana de Futebol e Federação Goiana de Futebol de Salão- foi fundado em 10 de março de 1999 e já desponta como a maior força no futsal do Estado de Goiás, sagrando-se Tetracampeão Goiano (1999-2001-2002-2004). Vem engrandecendo a cidade de Rio Verde com sua participação na Liga Nacional de Futsal.
Dentro da quadra, um elenco composto de craques autênticos, alguns foram jogar em outros centros, como por exemplo, o ala Nenê, formado nas categorias de base do Esporte Clube Rio Verde/Fesurv e hoje se destaca atuando no futsal belga. Wellington Almeida Medeiros (Nino) é outro craque tipo exportação. Iniciou sua carreira profissional no Rio Verde Futsal, no período de 1996 até o ano de 2000. Foi campeão da Taça Estadual em 99, e conseguiu a artilharia com 42 gols. Jogou no time da Rioverdense de futebol de campo, ajudando a equipe se consagrar campeã, passando para a categoria elite em 1998. Recebeu proposta para jogar no Sporting Pombal, cidade de Pombal, em Portugal. Disputou o torneio nacional, conseguindo a vice artilharia com 39 gols. Emprestado para o Sport Benfica, de Lisboa, o centroavante rio-verdense foi campeão jogando pela maior potência do futebol português, a Liga Nacional de Portugal. Venceu também a Super Taça.
Notáveis atletas se firmaram na equipe, como o goleiro Juninho, jogador que já teve passagem por várias equipes: Goiás Futsal, Enxuta, Palmeiras de Goiás e outras mais, e o pivô Rabicó que já atuou pelo Atlético Mineiro, Vasco da Gama, Seleção Brasileira, Votorantim e etc.
HISTÓRICO
PRIMEIRA DIRETORIA- Presidente: Aluízio Rodrigues. Vice: Adalto Mendes Guimarães. Diretores: Divino Rodrigues Batista de Souza (Zé Ratinho) e Maurício Carvalho Toledo (Indeis). Tesoureiro: João Carvalho do Nascimento (Paraná).
PRIMEIRO TIME- Juninho, César Paraíba, Tom, Fia, Nino, João Jr., César Lemes, Tião, Neto, Clênio, Igor, Fábio.
PRIMEIRA COMISSÃO TÉCNICA- Técnico: João Carvalho do Nascimento “Paraná”. Aux. Técnico: Sebastião Freitas da Silva “Gansão”. Preparador físico: Roberto Cabral dos Santos. Massagista: Jeová Francisco N. Bibiano.
TÍTULOS: Campeão invicto da 1ª Copa TV Anhanguera 1999/ Tetracampeão Goiano 1999-2001-2002-2004/ Campeão Copa Shincariol 1999/ Campeão Copa Interativa 2000/ Campeão invicto do Campeonato Goiano Juvenil 2000-2001-2002/ Campeão da I Copa Kativa de Futsal 2001/ Campeão da I Copa Rondon de Futsal- MT 2001/ Campeão da I Liga Centro Oeste 2001/ Campeão dos Jogos Abertos do Estado de Goiás 2001/ Campeão da II Copa Verão de Futsal do Estado de Minas Gerais 2002.
ZÉ RATINHO
Divino Rodrigues Batista de Souza (Zé Ratinho), nasceu em Rio Verde a 20 de junho de 1950. Filho de José Rodrigues de Bastos e Benedita Batista de Souza. Em 03 de maio de 1977, casou-se com Aidê Souza e Silva. Tiveram quatro filhas: Daniela, Graciela, Franciela e Paula. Do tempo de solteiro Zé Ratinho teve dois filhos: Noranei e Bruno.
Vinha exercendo cargo público municipal desde o ano de 1978. Fez cursos de futsal e técnico de futebol. Sobressaiu-se como presidente da Comissão de Árbitros da Líder (Liga Desportiva Rio-verdense).
Com oito anos de idade, jogava nas peladas de rua e no Campo do Jenipapo (hoje onde se encontra o Colégio Alfredo Nasser). Iniciou sua carreira no futebol em 1963, quando atuou no Milionários do professor Pierre. Entre 1966 a 1969, jogou nos juniores do Esporte Clube Rio Verde. No futebol amador, passou pelas seguintes equipes: Vila Amália, Goiás, América, Vasco da Gama, Santos, Flamengo, Parque Bandeirantes, Olaria, Colorado, Citrasa, Marconal, Umuarama de Iporá e Cachoeira-Alta. No profissional, jogou no Santa Helena Esporte Clube (1973) e no Esporte Clube Rio Verde (1974 e 1975) onde foi ponta-esquerda e lateral-esquerdo. Disputou o Campeonato Goiano de 1975. No dia 05 de junho de 1993, fez sua despedida como jogador de futebol, atuando no Colorado Atlético Clube.
Títulos conquistados: Campeão de futsal pelo Esporte Clube Rio Verde nos Jogos Abertos de 1975. Tetra-campeão soçaite jogando no Colorado Atlético Clube. Campeão pelos veteranos de Iporá. Campeão como técnico do Inferninho em 1996. Como supervisor do Esporte Clube Rio Verde/Fesurv de Futsal, foi campeão da 1ª Copa TV Anhanguera 1999, campeão da Copa Interativa Sudoeste Goiano e campeão goiano de futsal. Acumulou mais de uma dezena de títulos de campeão amador.
Faleceu em 07 de novembro de 2002.
LÁZARO GOIABA, O MALABARISTA DA BOLA
Lázaro Ferreira Arantes, advogado, agrimensor, fazendeiro e malabarista, nasceu em Rio Verde-GO a 1 de novembro de 1937. É filho de Agenor do Carmo Arantes e Rosita Carolina Ferreira.
Começou a atuar no futebol na Equipe do Dedão, depois foi atleta da A.G.E. e da Seleção do Ginásio. O jornal O COMETA ESPORTIVO, de 26 de junho de 1956, noticiou: “Numa roda de desportistas fomos informados que Lázaro Goiaba deixará a A.G.E. (Associação Goiana de Esportes). Informaram-nos ainda que está sendo assediado pelo Botafogo e o Rivac. A nossa reportagem procurou averiguar a notícia e segundo apuramos, o vigoroso médio-volante deseja defender as cores do Rivac. Se tal concretizar, o Rivac contará em seu plantel com um elemento de valor, pois técnica e disciplina, não lhe faltam”.
Jogou no Liceu de Goiânia e no Atlético Clube Goianiense. “Quando cheguei no Atlético, senti que eu estava abaixo da turma. Comprei uma bola e fui para o campo que situava atrás do Dergo. Ali, eu batia bola quatro a cinco horas por dia até quatro a cinco vezes por semana. Foi assim que comecei a desenvolver as minhas habilidades no malabarismo e conseqüentemente eu deixei de ser o pior da equipe”, conta Lázaro Goiaba.
Realizou sua última partida pelo Atlético Clube Goianiense em 1961, jogando no aniversário de Firminópolis-GO contra uma seleção regional. Regressou à Rio Verde e foi campeão rio-verdense de futebol atuando no Esporte Clube Goiás em 1963, quando integravam a equipe: Bebé, Ademiltom, Luiz Augusto, Pedro Bala, Totó, Tião, Zé Carlos, Wilsinho, Mauro Moraes e Velasco.
Destacou-se como jogador e treinador da Fesurv- Universidade de Rio Verde, pela qual foi campeão dos Jogos Abertos de Rio Verde.
Em 1979, foi um dos sócios fundadores do Clube dos Trinta. Exerceu o cargo de presidente dessa entidade.
Na junta julgadora do esporte amador, ocupou todos os cargos. Atualmente é associado à ARA (Associação Rio-verdense de Atletismo).
Em 1999, foi espetacularmente aplaudido na Avenida Paulista, quando percorreu a Corrida Internacional de São Silvestre praticando malabarismo com a bola. Em Foz do Iguaçu-PR, Goiaba levou os espectadores ao delírio quando apresentou sua categoria malabar na abertura do 18º Congresso Internacional da Fiep. Já acumulou mais de 55 anos de vida esportiva e ostenta nas datas comemorativas à sua arte no malabarismo. Lázaro Goiaba é indiscutivelmente um artista da bola.
Goiaba e alguns colegas de faculdade foram passear na Ciudad del Este, no Paraguai. Goiaba resolveu mostrar aos paraguaios o que muito bem sabe fazer com uma bola na cabeça, porém, a turma gritou em coro: tira, tira, tira... Atendendo aos insistentes pedidos e sem deixar a bola cair, Goiaba tirou toda a roupa do corpo o que causou espanto na plateia. As colegas Franciele e Aline saíram correndo de costas e com os dedos das mãos abertos sobre os olhos assistindo disfarçadamente toda a cena e ambas gritando: “Tira a foto”.
TOTÓ, UM CRAQUE DOS ANOS 50
Ele foi uma espécie de Ricardinho do Corinthians nos anos 50 e 60 em Rio Verde. Geraldo Vieira da Silva é o saudoso craque Totó, que hoje mora na cidade de Alto Araguaia- Mato Grosso. Habilidoso, esperto e vitorioso, ele jogou ao lado de Oyama Leão, Cornélio Alves, Zauro Martins e tantos outros nomes de ouro do nosso futebol.
Totó marcou época na história esportiva de Rio Verde: basta dizer que jogou no Corinthians e no Goiás. Foi um craque de excelentes predicados técnicos, se fosse hoje, ele teria ficado milionário, jogando num grande time da Europa. Em Alto Araguaia ele é mais conhecido que o prefeito da cidade, porque se tornou tão popular ao jogar no Pantera do Leste e hoje coleciona amigos pelas ruas de Mato Grosso.
O Araguaia Esporte Clube conseguia expressivos triunfos, dando provas de sua exuberante categoria e de seu alto padrão de jogo. O time que em 1965 era dirigido por Itamar, possuía em seu elenco os seguintes craques: Bioski, J. Alves, Pedro, Silvo Maia, Itamar, Cacildo, Delvi, Pratão, Wilsinho, Totó, Zé Carlos, Joel, Toninho e Enio. Atravessava uma fase áurea, firmando-se como um dos mais categorizados do futebol de Mato Grosso. Os companheiros de Totó davam mostras de sua superioridade, aplicou no dia 14 de fevereiro de 1965 uma sonora goleada pelo escore de 8 tentos à zero no Palmeiras da cidade de Mineiros. O “Pantera do Leste” – como era conhecido o time da cidade de Alto Araguaia – exibia um futebol de primeiro plano, dava um “olé” que entusiasmava os espectadores pelas belezas dos lances.
Totó, o irmão do meu amigo Lela, é gente da gente, saiu de Rio Verde (onde nasceu) para unir dois estados. Correndo atrás de uma bola, escreveu com os pés uma linda página de nosso futebol. Um craque que jamais fingia contusão para não jogar.
CORNÉLIO
Preparador físico Cornélio ladeado com o banco de reservas do Esporte Clube Rio Verde: Valtinho, Brecha, Paulo Soares, Gesmar, Carlos Alberto e o diretor João Auto Capas. Estádio Serra Dourada.
Cornélio Francisco Alves nasceu na cidade de Rio Verde-GO, em 14 de setembro de 1940. Ainda garotinho já se destacava como um promissor craque de futebol e um verdadeiro líder, tomando frente e escalando suas equipes.
Jogou primeiramente no Ameriquinha – sob o comando de Jair Picolé – e já colhendo glórias de campeão invicto. Depois foi levado para atuar no Corinthians Futebol Clube, pelas mãos de Bibi de Andrade. Proporcionou inúmeras alegrias à coletividade alvinegra, foi campeão da cidade e participou de forma primorosa do campeonato do interior.
Cornélio era um vigoroso lateral direito e sua dedicação despertou interesse da Associação Campineira de Campinas que o contratou para reforçar seu elenco de profissionais, visando a permanência na divisão especial. Marcou também a sua presença no futebol de Mato Grosso defendendo o Mixto, o Marítimo de Corumbá e o Pantera do Leste de Alto Araguaia. Mantendo sempre em atividade permanente, retornou ao futebol rio-verdense e jogou depois no Ceres, na Jataiense, no Botafogo de Buriti Alegre e no Itumbiara. Cornélio foi, por muitos anos, um dos mais versáteis jogadores do Esporte Clube Rio Verde. No ano de 1969, teve a carreira profissional encerrada em conseqüência de problemas no joelho. Mais tarde, já recuperado e para matar saudades da bola voltou a jogar no campeonato amador rio-verdense.
Para não deixar o futebol, Cornélio abraçou a carreira de treinador. Assumindo a direção técnica do Santa Helena Esporte Clube, montou um forte esquadrão e contribuiu de maneira decisiva pela profissionalização do time e sua ascensão no campeonato goiano. Também treinou, com muito sucesso, quase todas as equipes do futebol amador de Rio Verde, entre elas, o Marconal, o Cruzeiro, o Clube dos Trinta, o Vila Maria e a Fazenda Reunidas.
A ligação com o futebol registra ainda que Cornélio foi um excelente preparador físico e também um conceituado árbitro – sua casa foi palco da primeira reunião da Liga dos Árbitros.
CRUZEIRO DO SUL ESPORTE CLUBE
FINAL DO CAMPEONATO AMADOR DE FUTEBOL DE CAMPO - ANO 1977
Em pé: Paraíba, Geraldo, Paulo, Espetinho, Ermones, Paulo Secco, Neném Preto, Chaveiro e Lazinho (Massagista). Agachados: Abadio, Robertinho, Pelezinho, Vilmarão, Jose de Oliveira, Didi, Pretinho e Luizão. Arquivo de Manoel Francisco Pereira.
A origem do Cruzeiro do Sul Esporte Clube deve-se a um grupo de adolescentes, conhecidos como “Baianos”, que na década de 50 formavam a “Equipe do Dedão” (jogavam descalços e quase sempre tinham as unhas ou os dedos machucados). São eles, os filhos do sr. Berto José da Silva - Filogomes, Militão, João, Marcondes e Abel - e dentre outros também integravam a equipe: Zico, Cobrinha, Sebastião, Juarez Ataides, Ribinha, Pirraia e Mozart.
No dia 1º de julho de 1959 foi fundado o Cruzeiro do Sul Esporte Clube, pelos esportistas: Antônio Guimarães da Silva – conhecido como Antônio Grande, José Barbosa da Silva, Marcondes José da Silva, João Fagundes, Antônio Alves de Almeida (Coronheiro), Abdon José da Silva - que foi o primeiro treinador da equipe, Lázaro Ferreira Arantes (Goiaba), Jonas de Oliveira, Alcides Viana (Zico), João Pereira “Cobrinha” e Juarez Ferreira Ataides (Juarez começou a participar da vida esportista da cidade sendo atleta do Sudoeste Futebol Clube que era comandado na década de 50 pelo professor Chafic Antônio e também jogou no Flamengo de Erasmo Jaime. Foi procurador do Corinthians Futebol Clube junto à Federação Goiana de Futebol. Fez parte da diretoria do Esporte Clube Rio Verde quando de sua fundação. Foi um dos fundadores do Cruzeiro e Clube dos Trinta).
O primeiro campo era localizado onde hoje está edificado a Loja Mig. Partindo para outro local de treinamentos e jogos, existia ali onde atualmente se encontra o Colégio do Sol, uma grande cruz, o que deu origem ao nome de Cruzeiro do Sul. Sobressaiu na primeira formação do time os seguintes jogadores: Natalício (Goleiro), Juarez Ataides (Lateral direito), Sodú (Quarto zagueiro), Zico (Zagueiro central), Piacá (Lateral esquerdo), Alaor (Médio volante), Tião Coco (Ponta direita), Cobrinha (Meia direita), Caçarolinha (Meia esquerda) e Neném Preto (Ponta esquerda).
O sr. João Ferreira da Silva - o popular João Santa Clara - conduzia a equipe em seu caminhão. Além de motorista e incentivador, também era um ótimo sanfoneiro. As vitórias do time eram grandemente comemoradas com um animado baile por conta do “Conjunto Santa Clara”.
O Cruzeiro fez uma brilhante estreia no campeonato amador da cidade e com primor abocanhou de forma invicta o título de 1959, precedendo de muito cartaz os seguintes craques: Jaime, Juarez, Sodú, Zico, Alaor, Piacá, Tião Coco, Caçarola, Tabinha, Cobrinha e Neném Preto. O jogo para entrega das faixas foi contra o Esporte Clube Goiás (Goiasinho), no prélio o Cruzeiro saiu coroado com a vitória de 2 a 1.
No ano de 1965, o jornal O Alvorada registrou alguns fatos – e que hoje é histórico - sobre a equipe do Cruzeiro:
CRUZEIRO VENCEU BEM AO CORINTHIANS
Preliando no último dia 14, no Estádio do Rivac, nesta cidade, o Cruzeiro levou a melhor sobre o Mosqueteiro Rio-verdense, vencendo-o por 4 a 3.
Os gols do Cruzeiro foram marcados por Juarez (2), Cobrinha e Elbinho, enquanto Jefferson (2) e Paraíba marcavam os tentos da equipe derrotada.
As equipes formaram das seguintes formas:
Cruzeiro- Mulinha, Baiano, Caly e Sufi, Jayme e G. Porfírio, Raul, Marcondes, Elbinho, Cobrinha e Juarez.
Corinthians- Coelho, Paraíba, Tião e Biratan, Élcio e Coco, Severino, Ribinha, Carlos e Batista.
Esta partida abriu o início do campeonato de amadores da cidade. – O Alvorada de 19 de março de 1965.
CRUZEIRO TEM NOVA DIRETORIA
Segundo informações seguras o Cruzeiro do Sul desta cidade teve eleita, há alguns dias, a sua nova diretoria, que ficou assim formada: Presidente- Afrandes Nunes, Vice-Presidente- Juarez Ferreira Ataídes, 1º Tesoureiro- Antônio Guimarães e Diretor de Esportes- Alcides Viana dos Santos. – O Alvorada de 19 de março de 1965.
EMPOSSADA A NOVA DIRETORIA DO CRUZEIRO
Em reunião levada a efeito no Lanche Ulisses, anexo à Prefeitura, e que contou com considerável número de pessoas, o Cruzeiro do Sul viu empossada sua nova diretoria, eleita para dirigi-lo por 2 anos. Hei-la: Presidente- Benedito Vieira Curvo; Vice-presidente- Jefferson Mendonça; Secretário- Juarez Ferreira Ataides; 2º Secretário- Antônio G. de Miranda; 1º Tesoureiro- Daniel Santana Filho; 2º Tesoureiro- Antônio Guimarães da Silva; Diretor de Esportes- Marcondes José da Silva; Preparador Técnico- Antônio de Almeida; Massagista- João Fagundes. – O Alvorada de 28 de junho de 1965.
“A representação do Cruzeiro desistiu de disputar o Campeonato do Interior após perder para o Botafogo, de Jataí, pela contagem de 3x0, em encontro realizado naquela vizinha cidade. Esse clube é, realmente esforçado, mas, como todos os de Rio Verde, não possui condições financeiras para disputar campeonato algum.
Foi feita emenda na Lei Orçamentária, em discussão na câmara, beneficiando os clubes de futebol da cidade com a importância de Cr$ 500.000. Explica-se que foram premiados na emenda à lei com aquela importância, o Esporte Clube Rio Verde, o Botafogo Futebol Clube e o Cruzeiro do Sul Esporte Clube.
Com tantas entidades precisando de benefícios, achamos que os clubes de Rio Verde não mereciam ajuda, pois se encontram fora de atividade e, praticamente não existem. Somos a favor do esporte praticado na base do amadorismo, simplesmente por prazer”. – Múcio Bonifácio em sua coluna publicada no jornal O Alvorada de 20 de dezembro de 1965.
Dentre as várias revelações do Cruzeiro, estão: Paraíba (jogou no Rio Verde), Espetinho (jogou no Goiás), Nino (jogou no Rio Verde), Edivan (jogou no Goiás e Bangu-RJ), Neném Preto (jogou no Rio Verde e Goiânia), Sapeca (jogou no Rio Verde) e Carlos (jogou no Goiânia).
O Cruzeiro do Sul Esporte Clube muito fez pelo desenvolvimento do futebol na cidade de Rio Verde, contando sempre com desportistas dispostos a incrementar ao máximo o esporte bretão. Com boa qualidade técnica e experiência, o time que já completa 50 anos, sempre esteve em evidência e continua o mesmo “bicho papão” de sempre.
PRESIDENTES E VICES DE TODOS OS TEMPOS
PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE
Antônio Guimarães da Silva *******************
Jonas de Oliveira João Martins de Oliveira
Eligio Salustiano Santilippo José Barbosa da Silva
Eligio Salustiano Santilippo Carlos Cunha Neto
Juarez Ferreira Ataides José Barbosa da Silva
Benedito Vieira Curvo Jeferson Mendonça de Souza
Jeferson Mendonça de Souza Marcondes José da Silva
Aderson Gomes de Azevedo Josino Batista de Oliveira
Geraldo Pereira de Freitas Lázaro Pereira de Araújo
Ailton Borges de Oliveira Gerevaldo de Oliveira
Cláudio Barbosa da Silva José Ribeiro da Costa
Geraldo Pereira de Freitas Zilmar Ribeiro Vieira
Cláudio Barbosa da Silva José Ribeiro da Costa
Waldomiro Cardoso da Silva José Itamar Gomes da Silva
Valdecir Pires da Silva Jairo Borges Ferreira
José Alves Flory Lázaro Pereira Araújo
Valdir Antônio Grando José Wilson
Valdir Antônio Grando Itelvo Alves Pimenta
Luzia Helena da Costa Santos Valdir Antônio Grando
Marcos Guimarães de Mesquita Edmar Loiola Ferreira
Marcos Guimarães de Mesquita Edmar Loiola Ferreira
José Ribeiro da Costa Fernando Lobo Lemes
Obs: dados coletados no ano de 2007
ALGUNS TÍTULOS DO CRUZEIRO DO SUL ESPORTE CLUBE
Várias vezes campeão amador em Rio Verde.
Campeão do sudoeste em 1965
Vice-campeão do sudoeste em 1967
Vice-campeão do interior em 1969
Campeão da Copa Ailton Borges
Campeão da Copa Henrique Santillo
Campeão da Copa Júlio Pirata
Campeão da Copa Mauro Borges
Campeão da Copa Antárctica
Campeão da Copa Aluízio Rodrigues
Campeão da Copa São Sebastião
Dado Histórico: O Cruzeiro do Sul Esporte Clube é o time mais antigo de Rio Verde em atividade. (dados de 2007)
Na foto, uma das primeiras formações do Esporte Clube Goiás, vendo-se de pé, da esquerda para a direita: Ademilton, Bebé, Lazaro Goiaba, Amílcar, Domingos, Luiz Augusto e o juiz Luiz Bráz, agachados: Sebastião, Lili, Carlinhos, Totó e Wilsinho.
ESPORTE CLUBE GOIÁS
Fundado em 09 de janeiro de 1960 pelo sr. Maurício de Nassau Arantes Lisboa, o qual deu uma força tamanha para a entidade, comprou um terreno que posteriormente foi passado para a prefeitura - onde hoje se encontra edificado o Módulo Esportivo - que em troca cedeu outra área.
Foram escolhidas as cores verde e branca e o uniforme do quadro de futebol ficou assim definido: camisas brancas, com punhos e golas brancas, tendo no peito o escudo com a letra “G” maiúsculo em bordado verde em campo branco dentro de um círculo. Calções brancos e meias alviverdes. Sendo a ave símbolo da equipe, o periquito.
Os estatutos do time foram aprovados na Assembleia Geral reunida em 9 de janeiro de 1960 quando dentre outras coisas ficou determinado que a primeira diretoria eleita ficaria encarregada de legalizar a situação jurídica e esportiva da agremiação.
Primeira diretoria do Goiás (1960 a 1961): Presidente: Maurício de Nassau Arantes Lisboa; 1º Vice-Presidente: Dr. Affonso Rodrigues do Carmo; 2º Vice-Presidente: Said Elias Daher; 1º Secretário: Erasmo Flávio da Silva; 2º Secretário: Bairon Pereira Araújo; 1º Tesoureiro: Pedro Alcântara Leão; 2º Tesoureiro: Jonas Oliveira da Silva; Diretor de Esportes: Alcides Gonzaga Jayme; Diretor-Técnico: Ten. David Dias dos Reis; Supervisor-Técnico: Pedro Velasco; Diretor do Patrimônio: José Maria Barros. Diretoria para o período 1961/1962: Presidentes de Honra: Edmundo Rodrigues da Cunha, Newton Pereira de Castro e Wolney da Costa Martins. Presidente: Dr. Alcyone de Souza Bernardes; 1º Vice-Presidente: Dr. Affonso Rodrigues do Carmo; 2º Vice-Presidente: Maurício de Nassau Arantes Lisboa; 3º Vice-Presidente: Manoel Ferreira Assunção; 1º Secretário: Geraldo Monteiro de Alvim Barros; 2º Secretário: Jefferson Mendonça de Souza; 1º Tesoureiro: Wmarley Guimarães Nascimento; 2º Tesoureiro: Zildo Ferreira da Silva; Diretores de Esporte: Laerte Jaime Martins e Marco Antônio Cruvinel; Técnico: Ten. David Dias dos Reis; Assessor-Técnico: Alcides Gonzaga Jayme; Diretor do Patrimônio: José Maria Barros; Diretores de Propaganda: Pedro Alcântara Leão e Oscar Campos Arantes Lisboa.
Um dado histórico do time foi a fusão com o Corinthians Futebol Clube, o que originou o Esporte Clube Rio Verde.
Em 1974, a equipe do Esporte Clube Goiás disputou o campeonato amador do interior sob o comando do sr. Oscar Carlos Cruvinel.
O Goiasinho, como é conhecido, sempre teve em suas fileiras nomes de destaque dentro do cenário rio-verdense, tais como: Lázaro Goiaba, Mauro Moraes, Velasco, Luiz Augusto, Bebé da Rainha, Amílcar, Zauro, Zé Carlos, Totó, Pedro Bala, Sherlock, Ademilton, Wilson Ataide, Leônidas Bauher, Bengala, Isaac, João Rodrigues e tantos outros.
CHUTEIRAS DE OURO
Filadelfo Borges de Lima
Hoje, quero falar sobre o futebol romântico da nossa Rio Verde dos anos 50 e 60. Tempos dos campos sem grama, das travas de gol feitas de madeira (paus retangulares), redes de corda, marcas de cal assinalando as áreas, as meias-luas, o centro, as laterais. Cordas esticadas para separar público do jogador. Alguns torcedores – quase todos do sexo masculino – usavam guarda-chuva, as senhoras ou senhoritas, sombrinhas.
Chuteiras de ouro as chuteiras do Zauro, meio de campo elegante, jogador clássico. Morava eu em Jataí e o via no campo da Associação com a camisa do Goiás de Rio Verde. Era um dos meus ídolos. Havia um tio seu naquela cidade, o senhor Negrinho Parreira, homem bom que morava com sua família na Rui Barbosa, abaixo desse campo (que é o Estádio Jerônimo Ferreira Fraga), três ou quatro casas acima da loja do meu saudoso pai.
E o Sherlock?...Deus meu, que categoria! Craque? Não, monstro sagrado. Zagueiro para seleção brasileira. Já fiz ligeira pesquisa por minha conta para saber qual o melhor jogador desta cidade. Deu Sherlock por unanimidade. Depois o Neném, de memória saudosa, mais conhecido por Neném do Izidoro. Disse-me este que, estudando em Campinas, jogara amistosamente no Guarani e na Ponte Preta, mas seu pai não lhe permitiu profissionalizar-se. Havia muito preconceito contra jogador profissional. Os pais de família que torciam futebol admiravam os craques mas não os queriam para genros. “Gente desocupada, vive de jogar bola”, sentenciavam os moralistas da época.
Negrinho no gol, quando inspirado, segurava até ventania. Ele jogava no Corinthians local, fundado em 1947. Goiano não vi jogar. Lembro-me dele no Corinthians do Parque São Jorge, companheiro do Gilmar, do Olavo, do Cláudio. Antes de vestir a gloriosa camisa mosqueteira, defendeu o Atlético Goianiense e o Linense. Foi campeão paulista de 1954. Seu nome de verdade é Washington Guimarães. Reside na Paulicéia.
Sendo o espaço pequeno, deixo de comentar um por um. Passo a citar aleatoriamente muitos dos nossos Chuteiras de Ouro. Quando jogavam, seus corações saiam dos seus respectivos peitos e se transferiam para seus pés e cabeças. Defenderam o Corinthians, o Goiás, o Rio Verde. Rendo-lhes emocionado tributo com minha caneta (teclado do computador), e o faço com respeito e saudades.
Saudades de ver em ação os Chuteiras de Ouro Galeno Jaime, Zé Morcego, Totó, Luiz Augusto, Bengala, Bairon, Vaninho, Zizi, Keplinhor (irmão do Sherlock), Thau, Joaquim, Velasquinho, Oyama, Sabará, Isac Bonifácio, Neném Paraguai, Elbinho. Por morar em Jatai, não me lembro – sei que vi jogando, porque não perdia jogo naquelas tardes dominicais inolvidáveis da minha Jataí daquele tempo – o Menezes, Hélio Araújo, Pedrinho do Emílio, Lázaro Goiaba, Nelson Veloso, Amílcar Jaime. Altino Paraguai já era técnico. Mas me recordo do João Miguel, do Paquinha e do Mauro Moraes, que foram meus colegas no internato de Alto Araguaia.
E o Carlinhos?! Ah, meu Deus, o Carlinhos, que o povo chamava de Carlinhos do Zé Maria! só não o chamo de jogador perfeito porque, se em campo parecia um deus, na verdade não passava de ser humano. Foi parar no Goiânia Esporte, quando o Goiânia era grande.
Quando o Azulão morreu, estava eu no internato salesiano. Lembro-me que o Mauro Moraes me disse: “Mataram o Azulão lá em Rio Verde”. Muitos foram os meus colegas daquela escola de padres (escola ruim e castradora), e a minha amizade com Mauro ali nasceu e persiste. E persistirá, claro. Gostávamos de imitar locutor de futebol. Um dia, ele me falou que seria um deles. Os anjos disseram amém e Mauro cumpriu seu sonho. Era chuteira de ouro, é voz de ouro, é amigo de ouro.
Além do Corinthians e do Goiás (fundiram-se na década de 60 com o nome de Esporte Clube Rio Verde), a cidade teve o Rivac, o Flamengo, o Bangu, o Botafogo. Houve outros, creio que esses eram os principais.
Há muito não vou a campo. Prefiro chorar de alegria ou tristeza pelo Fluminense, meu idolatrado “Pó-de-Arroz”, acompanhando-o pela televisão. Ir a campo para ver o quê? Quem viu esses Chuteiras de Ouro não vai a estádio facilmente.
A televisão acabou com o romantismo do futebol daqueles dias. Esses times que citei existem somente nas nossas mais gratas recordações. Onde estão o Fluminense, o Botafogo, o Vasco e o Jataí, de Jataí? Estive lá esses dias e não os achei a não ser nas minhas lembranças. Cadê o Palmeiras de Mineiros? O Botafogo e o Buriti, ambos de Buriti Alegre? Teriam as águas do Paranaíba levado o Vasco de Tupaciguara, o Fluminense e o Araguari, de Araguari? E o Araguaia, conhecido por Pantera, de Alto Araguaia, que foi o melhor time de todo o Mato Grosso e do sudoeste goiano, apesar de ser pequenina a cidade que lhe emprestou o nome?
Não foram perdoados nem clubes profissionais médios e pequenos de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Uberaba e Uberlândia não são mais aqueles. Dentre os paulistas, não mais se fala no São Bento de Sorocaba, Taubaté e outros. Sumiram do mapa carioca o Campo Grande, o Bonsucesso, o São Cristóvão, o Olaria, o Madureira, a Portuguesa. O Bangu, que já teve Zizinho, Zózimo, Paulo Borges e outros, e o América que já teve Pompéia, Edson, Sebastião Leônidas, Abel, Canário, João Carlos, Amaro, Romero etc, há muito perderam o viço. O Canto do Rio, de Niterói, não é de hoje que faleceu.
A gente ia ao campo ver Associação Jataiense contra o Corinthians, o maior clássico, de todos os tempos, do Sudoeste, levando um rádio- portátil (novidade surgida nos anos 60), para ouvir os jogos dos campeonatos carioca e paulista, que eram os principais certames do esporte nacional. A maioria dava preferência ao futebol do Rio de Janeiro. Dizia-se que Rio Verde era a cidade de muitos vascaínos.
Um jogador era sapateiro; outro, alfaiate; outro, balconista. Alguns pediam ao patrão: “Seu fulano, deixa eu sair mais cedo hoje pra treinar?”. Se o patrão deixasse, treinava, caso contrário, não o fazia. Aquela luta para jogar por amor. “Deixa, amanhã chego mais cedo pra trabalhar!”. Sem remuneração financeira, sem “bicho” por vitória, cada um comprava seu material: chuteiras, meias, calções. Garra, amor, paixão, romantismo. O moço se machucava e não queria ser substituído. Coisa linda, meu Deus! Saudades tenho dos Chuteiras de Ouro.
Vez por outro, encontro-me com o Zauro, e lá vem saudades: “Zauro, você se lembra daquele jogo do Vasco de Jataí contra um time de Rondonópolis?” Ele diz que sim. A diretoria do Vasco veio buscá-lo aqui, mais o Carlinhos (do Zé Maria) e o Totó, porque estavam com medo do time rondonopolino. Resultado: 5 x 3 para o Vasco. O Zauro, nessa tarde inesquecível, deu as cartas no meio de campo cruzmaltino. O jogo foi no Estádio Jerônimo Ferreira Fraga. Ano? Não sei se em 1960, 1961, 1962. Num desses. Estava eu lá. Há alguns dias, o Zauro me afirmou que a vitória fora de virada e que a representação mato-grossense vencia por 2 x 0. Desse detalhe não me lembrava. – Publicado no livro Identidade do Esporte Rio-Verdense em 2008.
Almiro dos Santos (Treinador), Menezes, Oyama, Bairon, Ademilton, Carlos e Cornélio. Valdeci, Neném Preto, Zauro Martins, Sissi e Nina. ESPORTE CLUBE RIO VERDE DE 1965.
TIME DOS PRETOS E CABELEIRA ESPORTE CLUBE
Alcides Gonzaga Jaime (Filinho Jaime) foi o grande fundador do esporte na zona rural. O Time dos Pretos, como era conhecido (a maioria eram negros), foi fundado por volta de 1952, localizado na Fazenda Cabeleira Invernada de propriedade do Sr. José Ferreira de Castro. Atletas que se destacaram: Geraldo Ferreira de Castro, Geraldo Ferreira Borges, Antônio Ferreira Borges, Lélio Ferreira Guimarães, Filinho Jaime, Lázaro Preto, Tonhão, Barroso, Joaquim, José, Nego da Natalícia, Lázaro Goiaba, Nominho, Izauro, Caçarola, Elbinho, Walderes e outros.
Em um dos confrontos entre o Time dos Pretos e a equipe do Bangu, aconteceu um fato curioso: Lázaro Preto sofreu uma falta e imediatamente tirou dos pés as chuteiras e descalço se preparou para bater a falta, porém, o juiz não permitiu, mas com a insistência da torcida que gritava: deixa, deixa, deixa... descalço cobrou a falta que originou o gol de empate.
Por volta de 1964, Hélio Ferreira Guimarães resolveu fundar um clube de futebol na Fazenda Cabeleira. Assim, foi até à Prefeitura onde o prefeito se prontificou em fazer o serviço de terraplanagem para a construção do campo. De volta à fazenda, Hélio visitou os moradores da região e combinaram de arrancar o mato já que à Prefeitura faria a terraplanagem. Foi um serviço pesado, com enxadão e boa vontade arrancaram e carregaram árvores. Preparado o campo, fizeram o plantio da grama (o transporte utilizado foi o carro de boi). Hélio Ferreira Guimarães ainda ganhou da Prefeitura as traves de ferro. Para medir e esquadrinhar o campo, foi contratado o engenheiro Lázaro Goiaba. O campo ficou com medidas oficiais e foi o primeiro da zona rural organizado: gramado, traves de ferro, redes, bandeirolas e bancos ao redor. O público era de aproximadamente 1500 pessoas. Com toda certeza era a principal diversão da região, havia ali muita confraternização, negócios e namoros (alguns se transformaram em casamentos).
O Cabeleira Esporte Clube também jogava em cidades do Estado de Minas Gerais, tais como: Tupaciguara, Piaçu e Ituitaba. Foi a equipe mais organizada da época. Jogadores que fizeram história no Cabeleira: Hélio, Lélio, Gato, Pretete, Edu, Zé Alexandre, João Alexandre, Luiz Alexandre, Jair, Carlito, Osmar dos Santos, José Francisco (Tico), Osmar (Maria gorda), Cozinho e outros.
Hélio Ferreira Guimarães recorda que na inauguração do campo houve uma polêmica: ‘um jogador do Cruzeiro do Sul Esporte Clube chutou para o gol, por ironia do destino a bola resvalou em um cachorro penetra e o resultado deste acidente foi: goleiro do Cabeleira Esporte Clube deslocado para um lado e bola no fundo das redes. O juiz validou o “gol do cachorro penetra” e deixou a numerosa torcida do Cabeleira de cabelos em pé”.
ALVORADA FUTEBOL CLUBE
Por: Carlos Guimarães de Freitas
Em 1968, ao me casar, mudei para a fazenda, na região do Cabeleira Invernada. O local é a conhecida Buzina, próximo do Rasgado e da Matinha. Chegando lá, nos momentos de folga, comecei a me “enturmar”, jogar bola em um campo de futebol da região. Com o passar do tempo já estava administrando o time. Porém, o proprietário da fazenda possuía uma venda bem próxima do campo, e ali se vendia muita bebida alcoólica, daí resultando muitas brigas. Pedi-lhe que controlasse um pouco a venda de bebidas, no que não fui atendido. Resolvi assim a não mais participar daquela que era a única diversão naquelas paragens. Meus amigos e companheiros de campo, depois de inutilmente insistirem para que eu retornasse, propuseram-me que juntos construíssemos um campo de futebol ali mesmo na fazenda onde eu morava, terras aquelas que pertenciam a mim e ao meu irmão Paulo Guimarães. Surge aí o início da história do Alvorada Futebol Clube.
Eu e um amigo, o Albani Machado, saímos a cavalo à procura de um lugar que fosse plano. Só que o lugar mais plano da fazenda era um cerrado bem fechado. Assim mesmo o pessoal não desistiu da idéia. No sistema de mutirão, derrubamos as árvores, arrancamos as raízes, aramos e gradeamos o chão e, logo nas primeiras chuvas, já estávamos plantando a grama. Para ficar um serviço perfeito, a grama era previamente toda desfiada. Esse trabalho de desfiar coube aos bem idosos (homens e mulheres), que trabalharam com muita alegria. Como não tínhamos grama, fomos buscá-la na fazenda do Sr. Alípio Ferreira Marques. Depois as crianças carregavam essas gramas nos braços e as levavam para o lugar do plantio onde, ajoelhados no chão, íamos plantando mudinha por mudinha, de um lado do campo até a outra lateral. Para que os jogadores não ficassem sem a prática do esporte enquanto a grama não crescesse, fizemos ali ao lado, provisoriamente, um outro campo, de terra. É que ali, desde as crianças até as senhoras idosas todos amavam o futebol.
Depois do gramado formado, passamos um rolo compressor para que o campo ficasse como uma mesa, bem lisinho. Sua inauguração se deu no dia 21 de abril de 1972.
As medidas do campo e das traves do gol eram de acordo com as estabelecidas pela Fifa. O Hélio Ferreira Guimarães, ou seja, o Helinho do Sr. Alencar, foi quem nos emprestou um livro da Fifa. Em uma votação, o nome de Alvorada Futebol Clube foi o escolhido. Tínhamos no Alvorada, vestiário com tudo o que fosse necessário para uma agremiação futebolística. Dona Ana do Sr. Cícero era nossa lavadeira e passadeira. Até nos treinos o Alvorada se destacava pelo seu uniforme limpinho e bem passado. Uniforme branco, mas de brancura impecável.
No vestiário do Alvorada havia até um quadro-negro, muito usado pelo técnico para traçar a tática que usaríamos nos jogos.
Ao fazermos o desmatamento, tivemos o cuidado de deixar várias árvores ao redor do campo para, além de dar um ar pitoresco, servir de sombra para nossa torcida que era muito significativa. Com o tronco das árvores arrancadas, fizemos vários bancos, que formavam assim a nossa ‘’arquibancada’’. Outra coisa importante para aquela época é que tínhamos uma aparelhagem de som com um alto-falante bem grande, que ficava num poste bem alto e que levava o som até as fazendas mais distantes. Além das músicas que eram sucesso na época, as jovens do local também davam suas graças, cantando e declamando poesias muito bonitas. Era nosso costume fazer entrevistas com os jogadores e visitantes do local. Muitos nunca haviam segurado um microfone.
Como ali se tornou um ponto turístico, onde as famílias passavam quase o dia todo, foi necessário abrirmos uma venda para atender às necessidades de todos, como água mineral, refrigerantes, salgadinhos e outros. Havia também bebida alcoólica, mas era vendida de maneira disciplinada, para não haver excessos e nenhuma desordem. Nesse comércio as famílias de toda a região compravam suas mercadorias. Havia até alguns medicamentos veterinários.
Entre tantas coisas importantes que os frequentadores dali puderam desfrutar, uma delas foi o privilégio de serem, em Goiás, os primeiros a verem treinar os atletas que vieram do Estado de São Paulo, tais como Radar, que depois foi para o Flamengo; Serginho, goleiro do São Paulo; Mug e outros grandes jogadores que tinham o Jailton Santos como treinador. Esse fato só foi possível porque o Estádio Mozart Velloso estava interditado para reforma, e o campo do Alvorada foi o escolhido para os treinos do Esporte Clube Rio Verde. Para se ter uma noção do valor do Alvorada é bom lembrar que naquela época nossos jogadores do Alvorada às vezes treinavam contra a equipe do Esporte Clube Rio Verde, e o treino era quase que de igual para igual.
Alguns jogadores nossos fizeram teste no Esporte Clube Rio Verde.
Além dos titulares e dos aspirantes, contávamos também com a equipe do Alvoradinha Futebol Clube, que era formada pelas crianças do local. O Alvoradinha era treinado pelo nosso amigo Sebastião Dias, mais conhecido por Tiãozinho Cateto. Ele formou vários jogadores para as equipes adultas.
Ali nas “arquibancadas” do Alvorada era onde crianças brincavam, jovens iniciavam um namoro, um fazendeiro comprava um cavalo, catireiros ofertavam suas vacas, mulheres trocavam crochês, enquanto os mais frenéticos faziam suas torcidas. De vez em quando um político ali estacionava em busca de preciosos votos.
O Alvorada participava de vários campeonatos amadores, e sempre fazia bonito, muitas vezes sagrando-se campeão, sem nunca buscar reforços, contando somente com seus valores.
Em 1979, época em que vendemos nossa propriedade para o Sr. Osório do Carmo, voltamos para Rio Verde e foi com muito pesar que deixamos para trás um pouquinho de nós mesmos, pois, o Alvorada Futebol Clube foi uma organização que deixou saudades entre todos os que tiveram a honra e o prazer de vivenciar uma época tão bonita e que talvez nunca mais possa ser repetida.
O Alvorada era chamado para jogar em várias cidades de Goiás e do Triângulo Mineiro. No início as viagens eram feitas de caminhão, até que o Osmar dos Santos Fonseca – o Osmar da Ica – comprou uma jardineira e passou a conduzir confortavelmente a equipe e os torcedores.
Os comentários que sempre ouvimos é que ele foi o maior e o mais organizado time amador do Estado de Goiás. Pode ser até que houvesse algum exagero, mas o certo é que por todos os lugares aonde fomos jogar, até fora de nosso Estado, nunca vimos um time de zona rural tão disciplinado quanto ele. O Alvorada, para nós, foi e será sempre o melhor.
ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA BANCO DO BRASIL
A Associação Atlética Banco do Brasil foi fundada em 17 de setembro de 1965. Teve como fundadores: Mauro Rodrigues Câmara, Hermínio Vieira Cabral, Heraldo Corrêa de Sousa, Galeno Jaime, Domingos José Berquó e Lauro Caetano de Sousa (que foi o primeiro presidente da equipe). Walter “Capixaba” foi o primeiro treinador. Jogavam na quadra do Sindicato dos Bancários.
Em sua trajetória, a Associação Atlética Banco do Brasil foi campeã de diversos torneios, jogos comemorativos e jornadas das AABBs. No voleibol, o vôlei feminino foi Campeão Estadual por 9 vezes.
O Clube da AABB nasceu da união dos funcionários do Banco. Para a prática de esportes, o clube oferece aos seus associados: 3 campos, ginásio coberto, piscinas e quadras.
É importante ressaltar dois torcedores de destaque: Sebastião Jaime Fernandes (Tão Rattes) e José Ronaldo- que ficou conhecido como Zé Fogueteiro por fazer festa de fogos nos jogos da equipe.
RIO VERDE PROMOVE UMA DAS MAIORES JORNADAS JÁ REALIZADAS PELA AABB
Em 1983, Rio Verde sediou a realização da 6ª Jornada Estadual da AABB. Cerca de 500 atletas, competindo nas variadas modalidades, foram recebidos com hospitalidade, não só por seus colegas do Banco do Brasil, mas principalmente por toda população rio-verdense.
Dez cidades de todas as regiões do Estado de Goiás estiveram presentes no evento, que naquela oportunidade marcou uma nova etapa na história das competições internas do Banco do Brasil em Goiás. Nossos vizinhos de Quirinópolis, Santa Helena, Mineiros, Bom Jesus de Goiás e Cristalina também estiveram presentes. Foi sem dúvida, uma festa bastante prestigiada. A delegação de Goiânia veio como favorita, mas conheceu a força dos atletas de Rio Verde. Foi também a prova que no esporte o importante não é só ganhar, mas acima de tudo participar e competir. Paraúna juntou-se a Iporá e São Luiz dos Montes Belos que também participaram com brilhantismo na VIª Jesab. Na verdade, são profissionais bancários que se transformam em atletas na busca da glória de uma medalha. A delegação de Gurupi, junto com Uruaçu, percorreu mais de 800 quilômetros para chegar até Rio Verde e participar das competições, numa demonstração que o esporte une as pessoas. Com uma das maiores delegações dos jogos e competindo em todas as modalidades, Rio Verde conquistou grande número de troféus e medalhas.
Serviu também de incentivo para crianças e os pais, que a partir dos VI Jesab, passaram a procurar nossas escolinhas de iniciação esportiva.
Tivemos competições nas modalidades de voleibol, futebol de salão, handebol, atletismo, basquete, tênis de mesa e natação.
É a prova de que o esporte também é um direito da sociedade, uma preocupação que deve ser levada a sério pelas autoridades na busca de um futuro melhor para nossos filhos.
Embora todos os times mereçam nosso reconhecimento, a equipe de voleibol feminino de Rio Verde foi a grande sensação dos jogos. Aliás, uma performance que se prolongou por muitas vezes, já que as “meninas” do vôlei de Rio Verde foram campeãs em competições do Banco do Brasil por numerosas vezes. Belas, desprendidas, mas obstinadas na hora de vencer mais um adversário, o time rio-verdense não encontrou adversárias que pudessem tirar ao troféu e a medalha. Destaque para as atletas: Eloina, Rosa, Maria Amélia, Margareth, Maria das Dores, Selma, Amelinha, Neusa, Ninfa e Iridan. E os técnicos: Clodair de Freitas e Ermondes Garcia.
O time de futebol de nossa cidade, foi outra grande equipe. Com determinação e grande espírito de luta, os rio-verdenses foram bem representados por Márcio, Joaquim (Bozó), Elísio, Evaldo, Paraíba, Alaor, Moura, Hiram, Camarota e Tonico.
Fonte: Rio Verdade – É Múcio Bonifácio Trabalhando, Ano I, Número I, maio de 1993.
Associação atlética Banco do Brasil. Márcio Bonifácio, Paraíba, (?), Ivan e Evaldo.
MÚCIO BONIFÁCIO
Com uma larga folha de serviços prestados à comunidade de Rio Verde, Múcio Bonifácio atuou em várias atividades, contribuindo sobremaneira para o desenvolvimento da nossa cidade.
Formado em advocacia, Múcio participou também de forma destacada nas atividades esportivas. Foi presidente do Conselho Deliberativo do Esporte Clube Rio Verde, Diretor do Rio Verde e presidente de honra da Liga Desportiva Rio-verdense.
Atuou ainda como cronista esportivo e atleta amador.
GALENO JAYME
Galeno em uma de suas fantásticas defesas. Acompanhando o lance, vemos: Bairon, Carlinhos e Carminho.
Galeno Jayme nasceu em Rio Verde no dia 9 de junho de 1935. Filho de Garibaldi Gonzaga Jayme e Garibaldina Guimarães Jayme. Foi um extraordinário goleiro, viveu sua fase áurea desfrutando emoções puras, tudo o que o esporte bretão poderia proporcionar. Acompanhe um pouco de sua trajetória contada pelo próprio Galeno: “Minha paixão pelo futebol começou na infância, a minha mãe até brincava muito comigo, dizia que eu nasci em um campo de futebol. Eu me lembro bem pequeno de calças curtas, ia para o campo do Ginásio Martins Borges, era um campo de terra, naquela época quase não existia campo gramado, eu ficava ali atrás do gol, na ânsia do atacante errar e chutar fora e eu ter o prazer de pegar na bola, porque bola naquela época era difícil, quase não tinha. Nossa família muito modesta e certa vez meu pai trouxe de Uberlândia uma bola de futebol, o que foi a alegria da Rua São Sebastião. Essa bola foi a realização de um sonho, a gente via sempre nos campos ,mas, era dos times.
Dos meus irmãos, só o Gonzaga que não gostou de futebol. Comecei no Botafoguinho, um grupo de amigos que resolveu fazer um time e a maioria da nossa turma eram torcedores do Botafogo do Rio de Janeiro, como sou até hoje. Depois eu fui jogar no Corinthians que era o time do sapateiro e sem dúvida a melhor equipe da cidade e eu tinha o maior prazer de jogar com eles. Quem me levou para o Corinthians foi o saudoso Altino Paraguai, ele era meu beque, Altino era o nosso paizão, ele mandava e aconselhava, pessoa boníssima. Nosso grande adversário era o Goiasinho que tinha como destaque o Carlinhos, um craque excepcional que foi jogar em Goiânia, no Goiás Esporte Clube. Já o Goiás daqui de Rio Verde era um saco de pancada, nós sempre ganhávamos do Goiasinho.
Quem me ensinou a jogar futebol no gol e que era meu ídolo foi o Negrinho da Joventina. Admirando este incrível goleiro é que me inspirei para jogar no gol. Negrinho era uma verdadeira muralha no Corinthians de Rio Verde e também fez sucesso em outras paragens jogando no Goiás Esporte Clube, no Uberlândia e no Ituitabano.
Vale ressaltar que a nossa geração foi quem trouxe o futebol de salão para Rio Verde, jogávamos na Quadra dos Bancários.
As jornadas esportivas eram muito grandes, fantásticas, o esporte unia as cidades, jogava-se de tudo, para se ter uma ideia tinha até tênis de mesa. Numa dessas, fomos disputar uma peleja de futebol na cidade de Jataí e saímos vitoriosos e eu fui o destaque do time. No ônibus de volta tinha um rapaz que trabalhava no Banco do Brasil, que hoje mora em Uberaba, Alysson de Almeida Furtado, ele fez uma “musiquinha” que enaltecia a minha atuação no jogo e nós viemos cantando e eu fiquei muito feliz pelo incentivo.
Com a finalidade de reforçar o time da fazenda, Valeriano da Silveira Leão (Valê) veio aqui em Rio Verde e convidou eu, o Oyama e o Waldomiro para jogar na cidade de Jataí contra a representação local. Foi um confronto difícil, eles tinham dois atletas do Olaria do Rio de Janeiro. O curioso é que estávamos ganhando o jogo e o juiz prorrogou a partida e só terminou depois que eles empataram. Nesse dia eu tava numa felicidade incrível e defendi dois pênaltis.
Certa vez, vieram aqui um pessoal da capital, querendo me levar para jogar no Goiânia Esporte Clube. Acho que foi arrumação do meu cunhado João Paulistano que jogou no Goiânia e depois defendeu a Seleção Goiana. De fato, que toda essa importância me deixou lisonjeado.
Passei no concurso do Banco do Brasil e comecei aqui em Rio Verde, depois trabalhei por 4 anos em Anápolis e de lá eu fui para o Banco do Brasil de Uberlândia onde me aposentei. Posteriormente, trabalhei no consórcio da Volkswagen durante seis anos.
Invariavelmente aos domingos, eu participava da tradicional “pelada” atuando na AABB de Rio Verde, na de Anápolis, da mesma forma na AABB de Uberlândia e aos sessenta anos de idade eu pendurei as chuteiras. Agora estou parado, curtindo os meus 70 anos, convivendo com meus filhos e com meus queridos netos. Tenho um cantinho aqui na cidade na mesma Rua São Sebastião, antiga casa dos meus pais”. – Entrevista concedia na década de 2000.
Galeno Jaime, Wilson da Silveira (Então Presidente da Federação Goiana de Futebol), Dr. Oyama Leão Vieira e Evaldo Vilela.
Profissional competente e dono de enorme prestígio, Costa Filho tem um valor imprescindível no jornalismo rio-verdense. Na foto, Costa entrevistando Galeno Jayme.
TÃO RATTES
O Embaixador Rio-verdense das Copas do Mundo.
Sebastião Jaime Fernandes, conhecidíssimo como ‘Tão Rattes’, é o rio-verdense mais viajado da cidade. Participou dos espetáculos das torcidas em seis copas do mundo, levando sempre consigo fotografias, cartões postais, reportagens de jornais, moedas e selos do Brasil, Goiás e de nossa terra, Rio Verde. Um embaixador, um mercador de nossas belezas, histórias e culturas.
Nascido em família pobre, seu pai, Pedro Rattes, tinha uma padaria e ‘Tão’ desde pequeno ajudava o pai, vendendo biscoitos na rua. Estudava na Escola Profissional Agrícola.
Rapazote, já demonstrava paixão por esportes. Primeiro pelo basquete, foi integrante de um dos primeiros times da cidade. O prefeito da época, Célio Borges, incentivava o time a jogar em Cuiabá, para divulgar o nome de Rio Verde. ‘Tão’ fez sua primeira viagem de avião como integrante do time de basquete, na Aviação Nacional. Ele conta que treinava o dia inteiro, mas que as vezes era preterido na hora de viajar. “Ia algum ‘filhinho’ de papai”.
Beirando os 18 anos foi medir terras com o irmão agrônomo, Francisco. Em 1942, surge uma oportunidade ímpar, trabalhar de contínuo no poderoso Banco do Brasil. O banco foi sua vida. “Todos gostavam de mim, todos os gerentes que passaram por aqui”.
Em 1962, casa-se com a rio-verdense Celina Martins Fernandes, que lhe dá quatro filhos, Sebastião Jr., Ulisses, Kellymara e Yomara.
‘Tão’ é daquele tipo de pessoa que acha certinho trabalhar, mas também se divertir. Ganhando um bom salário no banco, numa época que ninguém da cidade tinha o costume de viajar nas férias, principalmente para a praia – eram poucos os que conheciam o mar -, juntava a família num ‘fusca’ e percorria mil quilômetros para ver as belezas do litoral. Santos, Rio de Janeiro, Camboriú.
Numa dessas férias, viajando para o Sul, disse, “vamos descer, quero conhecer Punta del Este, Buenos Aires”, e desta viagem surgiu a vontade de estar em outros países, com outras culturas.
Em 1966, a Copa do Mundo. Neste tempo, a copa era chamada Copa Jules Rimet, em homenagem ao seu idealizador. Sem falar uma palavra em inglês, lá foi nosso rio-verdense para a Inglaterra, Copa do Mundo 1966, e se virou muito bem: “No mundo inteiro tem brasileiro. Encontrando um, você não está perdido. Não é difícil encontrar. Eles, nas ruas, estão sempre gesticulando, falando alto, fazendo brincadeiras com os estrangeiros”. ‘Tão’ achou os ingleses frios. Quando eles ganharam a Copa, quase não comemoraram. O nosso Tão Rattes viu ao vivo e em cores as últimas jogadas-arte do craque Garrincha.
Perguntamos se ele não ficava triste quando o Brasil perdia, respondeu com a cara melhor do mundo: “Fazia de conta que era um amistoso”. Da Inglaterra, ‘Tão’ foi conhecer toda a Europa. Quando chegava nos países, procurava sempre uma agência do Banco do Brasil, os gerentes sempre o ajudavam, dando dicas de tudo.
Na famosa Copa de 1970, ‘Tão’ estava lá, e diz: “Foi um sonho ver o Brasil ganhar, ninguém dormia, foi um carnaval o tempo todo”. Nesta Copa, no histórico jogo da final Brasil e Itália, a Itália marcou o primeiro gol. ‘Tão’ disse que a torcida brasileira, que sempre foi enorme em todas as copas, a mais animada, uniformizada, mas também a mais briguenta, barulhenta, chorou, mas logo veio Pelé, em estado de graça, marcou, final, 4 x 1 para o tricampeão Brasil. Um show. Além de Pelé, ele admirou as jogadas de Tostão, Gerson, Rivelino. Do México, ‘Tão’ foi conhecer os EUA.
Em 1974, Copa da Itália, o Embaixador estava para se aposentar do Banco do Brasil e não pôde ir.
Na Copa da Argentina, em 1978, estava lá, “bebendo muito vinho, saboreando churrasco, curtindo um frio danado e dançando tango”. Presenciou o Peru vender o jogo para a Argentina.
Espanha, Madri, 1982. Nesta Copa ‘Tão’ se anima mais em falar de sua viagem de volta para o Brasil – ganhou passagem de graça num navio classe A, no famoso Frederico C. “Um luxo, tudo pago, só a bebida que não”. Nesta ocasião, conheceu o gerente da Varig em Goiás e ganhou dele a responsabilidade de ser relações públicas da Varig em Rio Verde, podendo viajar gratuitamente para qualquer parte de avião.
Na Copa da Itália, Tão Rattes não foi: “Já conhecia o país”. Em 1990, a Copa novamente foi no México, como já havia ido, foi com a esposa fazer um tour pela Europa, Oriente Médio, África. O casal ficou encantado com Jerusalém.
Estados Unidos, Copa de 1994, lá estava de novo o Embaixador de Rio Verde: “Foi uma Copa feia, turma presa, jogo truncado, mas ganhamos e comemoramos muito”. Mesmo com as rígidas leis dos norte-americanos, ele conta que os brasileiros fecharam uma avenida em New York, só rolava samba e muita bebida, todo mundo queria entrar no carnaval, a rua foi fechada e dos dois lados ficaram um bando de policiais armados com cassetetes e escudos, no caso de alguma farra mais grave. ‘Tão’ diz que nas viagens, sempre era brincalhão. Um dia, com a esposa, numa lanchonete chique de New York, pediu “milk, milk’. A garçonete não entendeu nada, pois não foi que ele ficou de pé, levantou a camisa verde e amarela, mostrou o mamilo: “Milk, entendeu?”. E conseguiu sua xícara de leite.
Ele diz que para dar notícias para a família em Rio Verde telefonava a cobrar e dizia em menos de ¼ de minuto: “Tudo bem aqui” e não pagava nada na Telegoiás.
Na Espanha, ficou hospedado no mesmo hotel que Luiza Brunet, Hotel Librero em Sevilha. Ele a encontrou depois no Brasil e puxou sua memória sobre o encontro e ganhou autógrafos da musa: “Um beijo gostoso de Luiza”.
O nosso Embaixador sempre dizia que levava muito dinheiro nas viagens: “Tudo farol, levava o mínimo exigido e amarrava as notas na cintura dentro de meias de mulher”.
Tão Rattes, nas copas que foi, honrava o seu título de Embaixador de Rio Verde, Goiás e também do Brasil. Dava entrevistas para jornais do México, Argentina, Espanha. No México foi capa na reportagem: “Si Brasil gaña la Copa Rimet, haveremos aqui un gran Carnaval”.
Extraído do jornal O Mercador – Histórias de Mercadores – Editora Geral: Karina Bertoncini.
(Matéria recortada, na época década 2000, e gentilmente cedida pelo próprio Tão Rattes, não encontrei sua data de publicação).
O jornal de Rio Verde, O Mercador (Editora Geral: Karina Bertoncini) publicou em sua edição de 03 a 09 de dezembro de 2002, a seguinte matéria:
PIERRE: VIDA PELO FUTEBOL
Tradição e destaque marcaram a carreira do esportista rio-verdense Pedro Luís Guedes, conhecido como Pierre. Permaneceu na ativa desde 1964, atuando como jogador e técnico. Deu aulas de futebol infantil. “Sou apaixonado pelo esporte. Desde os 11 anos de idade comecei a treinar e nunca mais parei. Posso dizer que vivi pelo futebol”, disse ele certa vez.
Ao longo de sua carreira, Pierre conquistou vários títulos. Foi campeão invicto dos Jogos Abertos do Colégio Integrado em 1978, técnico profissional dos times União de Edéia e 2 de Agosto de Guiratinga e pentacampeão em Rio Verde nas categorias mirim e pré-mirim. Em 1974 foi técnico do Esporte Clube Rio Verde. Em 1979, trabalhou no Clube dos 30 e em 1982 assumiu a AABB onde permaneceu por longos anos, dando aula de futebol para crianças. Também atuou como técnico no campo sintético Gol de Placa no Setor Campestre para crianças carentes.
Em sua vida, dizia ele, algumas de suas maiores alegrias vem do futebol. “Só não morri do coração porque ele é muito forte”.
Reconhecimento - Destaque como esportista, Pierre recebeu o título de cidadão rio-verdense em 18 de maio de 2000, projeto do presidente da Câmara de vereadores, Aluízio Rodrigues e ainda de desportista do ano em 1998 do ex-vereador Márcio Bonifácio. O que o fez se orgulhar da escolha da profissão e da origem.
Tizzo Neto comentou: “Esse foi o time campeão da Jesab em 1991, em Rio Verde. Campanha com duas vitórias e um empate”.
PARAÍBA E CÉSAR PARAÍBA – VEIA FUTEBOLÍSTICA
Antônio Martins de Sousa, conhecido como Paraíba, é filho de Sebastião Raimundo de Sousa e Alzira Martins de Sousa, nasceu em João Câmara- Rio Grande do Norte, a 23 de janeiro de 1945. Casado com Neuza Rodrigues de Sousa, com quem teve três filhos, são eles: César Paraíba, Marcelo e Antônio Carlos. Tem três netos: César Filho, Tiago e Bruno.
Reside em Rio Verde desde fevereiro de 1964. Trabalhou no Hotel Minas Goiás, onde foi guarda-noite e garçom. Em 1968, começou como tarefeiro no Banco do Brasil. Hoje é aposentado pelo banco e trabalha na Secretaria de Articulação Política.
Iniciou sua trajetória no futebol jogando no Fluminense do Pierre em 1966. Depois atuou no futebol de salão onde defendeu o Clube dos Sete e o time da AABB. Treinou na equipe do Cruzeiro do Sul Esporte Clube e foi cumprir seu dever cívico, servindo o Exército em Brasília-DF no ano de 1967. Voltou em 10 de janeiro de 1968.
Jogava no Cruzeiro do Sul, quando o Esporte Clube Rio Verde comprou o seu passe juntamente com o do goleiro Mulinha pelo valor de 3 pares de chuteiras, 500 tijolos e cem cruzeiros.
Pelo Esporte Clube Rio Verde foi vice-campeão em 1968, jogando em Goiânia contra a equipe do Ceres. Foi campeão da 1ª Divisão de 1969 (Naquela época, a 1ª Divisão era denominada Divisão Especial e a segunda era primeira). No ano seguinte, o Esporte Clube Rio Verde não disputou o Campeonato Goiano por falta de condições financeiras.
Paraíba foi para o Santa Helena Esporte Clube, onde jogou até 1976. Atuando ainda no esporte, desabafa: “Lidando com o futebol há trinta anos, fico decepcionado com os diretores do esporte profissional de Rio Verde por não darem o devido valor aos atletas pratas da casa. Deveriam investir mais nas categorias de base, até porque o pai sonha com um futuro vitorioso para o filho”. Um exemplo claro deste sonho é César Paraíba: quer como jogador, quer como técnico, coleciona vários títulos no Campeonato Goiano de Futsal e Jogos Abertos de Goiás. César também viveu momentos de muita empolgação na Liga Nacional de Futsal, jogando ao lado dos melhores jogadores do estado e do país. Mostrando ser um treinador de primeira grandeza, presentemente comandando a equipe do Fesurv/Rinco, César conquistou de forma invicta o inédito troféu que ainda faltava na galeria do time e ainda recebeu o prêmio de melhor técnico do Campeonato Goiano de Futsal Adulto de 2006, carimbando assim, o passaporte para a 34ª Taça Brasil de Clubes.
Os vascaínos Juquinha e professor Antônio Edson, o tricolor Valdir Peres e o nosso supracitado acima, Antônio Martins - carinhosamente conhecido como Paraíba.
Paraíba, Bairon e Neném Preto ostentando a faixa do campeonato estadual de 1969.
ESPORTE CLUBE RIO VERDE
O Estatuto Social do Esporte Clube Rio Verde foi aprovado pelo Conselho Deliberativo em data de 29 de agosto de 1963, inclusive pela diretoria e associados. Contém 30 assinaturas de valiosos desportistas rio-verdenses e consta que foi registrado no Cartório do 2º Ofício João Orlando Rodrigues em 29 de outubro de 1963. Acompanhe a seguir, a Secção-I- do Capitulo-I- :
“Da denominação, sede, duração e fins:
Artigo 1º- O “Esporte Clube Rio Verde”, fundado nesta cidade de Rio Verde, Estado de Goiás, onde tem foro e sede, no dia vinte e dois (22) de agosto (8) de 1963 (hum mil novecentos e sessenta e três), é uma sociedade desportiva com patrimônio distinto do de seus sócios.
Artigo 2º- O “Esporte Clube Rio Verde”, cujo tempo de duração é ilimitado, tem por finalidades principais:
a)- desenvolver a educação física em todas as suas modalidades, tornando os desportos, cada vez mais, um eficiente fator dessa educação, bem assim da elevação espiritual de seus associados;
b)- incentivar o desenvolvimento do amadorismo puro, criando as divisões de não amadores e profissionais e exercendo a necessária vigilância sobre o profissionalismo, para que o mesmo se mantenha dentro dos princípios de estrita moralidade;
c)- promover reuniões e festas de caráter desportivo, estético, cívico e recreativo.
§ 1º- Ao lado da prática dos desportos amadores, mas completamente separados, o “Esporte Clube Rio Verde” poderá organizar e manter quadros profissionais de futebol.
§ 2º- Os quadros, acima referidos, poderão ser integrados por jogadores estrangeiros, observando-se o que dispõem as leis sobre o assunto.
§ 3º- As obrigações ajustadas entre o Clube e os jogadores profissionais, deverão ser inscritas em contrato próprio, observando-se os dispositivos legais a respeito.
§ 4º- Além das provas de idade e nacionalidade e de outras exigidas pelos poderes competentes, o jogador profissional deverá exibir a prova de quitação com o serviço militar nacional, ou estrangeiro, bem como o do pagamento do imposto de renda.
§ 5º- Constituindo receita do clube as rendas de bilheterias e sendo os quadros de futebol profissional remunerados não podem os referidos quadros tomar parte em jogos gratuitos, semi-gratuitos ou beneficentes, salvo em casos especialíssimos, a juízo do Conselho Deliberativo”.
A imprensa que sempre esteve atenta com o Esporte Clube Rio Verde, fornece agora inestimáveis subsídios. Considerando que as fontes - principalmente as mais antigas - são hoje escassas, devido ao zelo, o que se guardou, por mais simples que seja é um valioso documento. Portanto, com o interesse de levantar fatos e dados verídicos sobre o Verdão do Sudoeste, nada melhor que a leitura dos seguintes artigos:
ESPORTE CLUBE RIO VERDE TENTA REABILITAÇÃO
Os pensamentos do sr. Marcelino Costa Filho é de que deverá haver uma eleição para a constituição da diretoria dos alviverdes. De fato, após o afastamento do sr. Erasmo Gonzaga Jaime do meio diretório do E. C. Rio Verde, o esquadrão paralisou-se por completo de suas atividades, prejudicando o bom nome que nossa cidade possuía no futebol goiano.
Devemos pensar que possuímos craques de reais qualidades e que faríamos um quadro de futebol que iria corresponder às expectativas, dando alegria aos desportistas rio-verdenses.
Esperamos que o sr. Marcelino consiga êxito em sua campanha, pois os rio-verdenses adeptos ao esporte bretão estão ansiosos para presenciarem um bom futebol. - O Alvorada de 6 de abril de 1965.
ALMIRO VOLTOU
O técnico do E. C. Rio Verde, Almiro dos Santos, que havia se deslocado para outras paragens deixando a direção técnica do clube, como é sabido, encontra-se novamente em nossa cidade orientando os craques esmeraldinos.
As bases do contrato mantido entre o técnico e o clube não foram reveladas, mas tudo leva a crer que são de 90 mil cruzeiros mensais entre luvas e ordenados, não se confirmando, contudo, que seja esse o ordenado. – O Alvorada de 28 de junho de 1965.
Uma das primeiras formações do Esporte Clube Rio Verde. De pé, da esquerda para direita: Ademilton, Luiz Augusto, Bairon, Carlos, Menezes, Neném Preto, Cornélio, Almiro dos Santos (treinador) e Galeno. Agachados: Tião Assunção, Mauro Moraes, Batistinha, Sissi e Nina.
O E. C. RIO VERDE DISPUTARÁ A 1ª DIVISÃO PRELIANDO COM O TRINDADE
O E. C. Rio Verde, já com os papeis prontos na F. G. D. disputará a classificação, para figurar no campeonato da 1ª divisão de profissionais, preliando, no próximo dia 25, com o Trindade Esporte Clube, no Estádio do Rivac.
A equipe, segundo informações de fontes ligadas, acha-se preparada, tanto física como tecnicamente, muito prometendo apesar de somente há pouco ter reiniciado com os seus treinamentos, ou seja, desde a volta de Almiro.
Esta partida será a primeira entre as outras tantas que a esmeraldina deverá disputar.
Na ocasião, como nos foi dito, o E. C. Rio Verde deverá apresentar vários reforços a serem contratados brevemente, entre eles podemos citar os nomes de Chimbica (de Jataí), Malandro e Tiburcinho (de Santa Helena), craques que, justiça seja feita, são de envergaduras estóicas, prometendo muito a expectativa da torcida. – O Alvorada de 20 de julho de 1965.
PONTO DE VISTA
J. Costa
É inconcebível que o nosso esporte embrenha-se no despenhadeiro da descrença porque os desportistas desanimados, pelos insucessos, não mais creem que possamos reerguer-nos, e negam o estímulo que ele precisa.
Com a volta do técnico Almiro dos Santos, depois de eleita a nova diretoria do E. C. Rio Verde (da qual é presidente o laborioso Ronam Arantes), outra linha parece ter sido procurada pelos esmeraldinos que, aliás, tentam, junto à federação colocar o E. C. Rio Verde entre os que disputarão a 1ª divisão de profissionais. Merecem aplausos estes homens, merecem a ajuda de todos aqueles que já vibraram com as jogadas de nossos craques, os quais temos aos montes, não obstante alguns tenham se dirigido para outros clubes profissionais, como são os casos de Zé Carlos (no Goiânia), Neném Preto (também no Goiânia) e Sabará (no Buriti Esporte).
O que precisamos para mostrar o nosso valor é crença, estimulo por parte da nossa torcida como também da própria torcida; porque homens lutadores, craques capacitados e futebol autêntico temos de sobra.
Não neguemos, rio-verdenses, a nossa colaboração espontânea e, conjugados na vibração da felicidade, ergueremos a taça dos vitoriosos em breve tempo. – O Alvorada de 20 de julho de 1965.
E. C. RIO VERDE TALVEZ JOGUE DIA 18
Almiro dos Santos pensa colocar a prova as instruções que ministrou a seus atletas desde a sua volta. Para tanto aguarda a resolução da diretoria frente ao oficio recebido pelo Goiás, da capital, que pretende jogar em nossa cidade, no próximo dia 18.
A diretoria tem o oficio sob estudos de vez que o nosso esporte, concentrado mais realmente no Esporte Clube Rio Verde, luta pela sua sobrevivência. – O Alvorada de 20 de julho de 1965.
E. C. RIO VERDE EXCURSIONOU EM MATO GROSSO
Quebrando sua inatividade esportiva de mais de dois meses, o Esporte Clube Rio Verde excursionou ao Estado de Mato Grosso, levando sua equipe de futebol em carros próprios e com poucos jogadores participando da delegação alviverde.
O diretor de futebol alviverde, sr. Marcelino Costa, contratou os jogos com as equipes mato-grossenses, que renderia uma boa importância para o clube de Rio Verde. Não se sabia quantos jogos, exatamente, disputaria o alviverde. Dois encontros já estavam marcados com os clubes de Mato Grosso, mas a equipe rio-verdense poderia disputar mais jogos.
A 1ª partida foi realizada em Rondonópolis contra o clube do mesmo nome, saindo vencedor o da casa por 2x1; com gols de Cornélio (contra) e Zé Pequeno, para os vencedores, e Tiburcinho para os vencidos.
Já na 2ª partida, realizada 2 dias após, dia 12, domingo; tempo que proporcionou descanso para os jogadores do Rio Verde, extenuados e castigados pelo calor local, pôde o Rio Verde mostrar suas garras reais, vencendo bem por 2x0 – gols de Mauro e Tiburcinho. Nesta partida, Almiro Santos inovou, dentro da formação anterior, várias modificações que deram maior poderio e entrosamento entre ofensiva e defensiva esmeraldinas. Jogo este também realizado em Rondonópolis contra a seleção local. – O Alvorada de 20 de dezembro de 1965.
O TÍTULO DE 1969
A conquista da 1ª Divisão de 1969 e a consequente subida para a divisão especial foi um feito brilhante que ficou registrado nos anais da história do Esporte Clube Rio Verde, conforme noticiou A Folha de Goiáz, de 7 de agosto de 69: “O Rio Verde para chegar ao título máximo da primeira divisão de profissionais, conquistou vitórias realmente sensacionais e sua conquista foi invicta. Na decisão teve que jogar fora, contra o São Luiz, onde com uma exibição espetacular, empatou de 2 a 2 depois de dominar 80% das ações e de marcar 2 a 0.
Disputaram o certame as equipes do Goiás de Itumbiara duas vezes vencida pelo campeão, Santa Helena, da mesma cidade, com quem o Rio Verde empatou e venceu e o São Luiz que foi o principal adversário contra quem venceu uma e empatou a outra. O Rio Verde teve em sua torcida o décimo segundo jogador, pois além de ser campeão de renda ainda contou com um público maior do que o adversário no próprio jogo decisivo em São Luiz dos Montes Belos. Foi um campeão de fato e de direito.
O presidente Warendy Paraguassu trabalhou como um leão durante todo o ano e cumpriu a sua promessa de dar o título máximo ao Rio Verde. Sua ação foi reconhecida por todos e hoje goza de enorme prestígio na cidade, em razão da popularidade que alcançou com o futebol. Warendy tendo cumprindo com a sua obrigação para com o esporte rei, deverá deixar a presidência em setembro, para que outro homem tome conta na divisão especial.
O principal assessor do presidente na brilhante campanha foi o dr. Ubiratan Gonçalves de Araújo. Acompanhou a equipe em todos os jogos e deu total assistência aos craques, gratuitamente. Além de tudo isso ainda colaborou financeiramente na grande jornada que levou o Rio Verde a divisão especial. O dr. Ubiratan é apontado como um dos candidatos ao cargo do presidente, embora no momento seus afazeres particulares não vão lhe permitir tamanha responsabilidade. Foi um esteio na conquista máxima.
Outro médico ajudou muito o Rio Verde a chegar ao título. Foi o dr. Vicente Guerra, que também não mediu esforços acompanhando sempre os atletas, atendendo a todos. Cardiologista de renome, controlou os jogadores rio-verdenses com a sua capacidade profissional e ainda deu a ajuda financeira. O dr. Vicente Guerra foi outro baluarte e a ele Rio Verde muito deve pela presença de um clube seu na divisão especial.
Oyama Leão foi outro batalhador pela vitória de seu clube. Venceu todas as barreiras, trabalhou com assiduidade junto a Federação e ao Tribunal de Justiça Desportiva. Deu total cobertura a agremiação aqui na Capital e ainda compareceu a todos os jogos. Um fato muito interessante aconteceu com o representante rio-verdense. Oyama assistiu todos os jogos com um terno marrom e havia feito uma promessa que foi cumprida em São Luiz dos Montes Belos. Terminado o jogo de sua equipe com o quadro local, Oyama tirou suas vestes, um terno camisa, gravata e deu de presente ao homem que calculou ser o mais pobre de quantos assistiam o espetáculo. Oyama havia feito a promessa antes de ser iniciada a temporada e cumpriu fielmente. O donatário do terno ficou muito satisfeito e servido em sua velhice por um terno que muito está lhe valendo.
Odair Tito foi a razão direta da conquista. Seu pulso forte e sua capacidade de trabalho deram o título ao Rio Verde. Demonstrou a sua capacidade e também a responsabilidade que tem. Lutou com muitas dificuldades, própria de um futebol difícil, mas soube vencer todas as barreiras. Odair Tito marcou mais um tento como técnico dentro do futebol goiano”.
Na foto, devidamente enfaixados, o elenco campeão da 1ª Divisão de 1969, aparecendo de pé, da esquerda para direita: Bengala, técnico Odair Tito, Carlão, Sissi, Paraíba, Bairon, Murilo, Manoelzinho e Ademilton; Agachados: massagista Baianão, Neném Preto, Gato Preto, Adolfo, Isaac, Brandão, Pontinha e Sabará.
Em pé: Os jogadores do E.C.R.V., Bengala, Paraíba, Sissi e o roupeiro Bibi. Agachados: Bairon e Ademílton.
Conquistou o Torneio Incentivo com um elenco assim composto: Gesmar, Luiz Alberto, Radar, China, Chatuba, Admar, Toninho, Nonato, Andrade, César, Cidinho, Miranda, Valtinho, Chundí, Monga, Palito, Catita, Pelezinho (massagista), Jaílton (técnico) e Nogueira (administrador).
DESTAQUE NACIONAL
O campeonato goiano de 1977 deixou traços tão marcantes na história do Esporte Clube Rio Verde que jamais serão apagados. Presentemente ainda se comenta, com uma certa nostalgia, as proezas daquela jovem equipe.
O nosso alviverde foi notícia em todo o Brasil. A revista Placar em sua edição de agosto de 1977 mostrou – numa matéria escrita por Jayro Rodrigues – de forma nitidamente viva a trajetória do Verdão dentro do certame até aquele momento quando o Rio Verde liderava em absoluto: “Um rico município agropastoril, uma população em torno de 120 mil pessoas, uma torcida das mais fanáticas, um bom trabalho de base – e aí está o Rio Verde, disputando cabeça com cabeça e sonhando com o estádio que lhe falta para ser grande de verdade.
Domingo, 24 de julho. Passa um pouco das 15 horas, o acanhado estádio Mozart Veloso do Carmo, em Rio Verde, no sudoeste goiano, está lotado. Mais de 10 mil pessoas já passaram pelas borboletas e se alojaram nas arquibancadas, precárias e desconfortáveis. Lá fora, a briga agora é por uma vaga nas carrocerias dos muitos caminhões. Na ponta dos pés, o pescoço esticado ao máximo, eles engrossam a torcida. O conforto não importa. O que vale é ver o emergente Esporte Clube Rio Verde enfrentar o Vila Nova, que se deslocou da capital, a 220 km para cumprir a tabela da terceira rodada do segundo turno do Campeonato Goiano.
- Não vai ser mole, não. O Verdão está uma faca. E hoje nós vamos mostrar que temos mais bola e que nossa torcida é mais fanática.
A euforia exagerada do torcedor rio-verdense, de certa forma, reflete muito bem o ambiente naquele município rico que concentra sua economia nas atividades agropastoris. Uma cidade do interior que de repente descobriu o futebol e que hoje já se ufana em dizer que tem uma torcida tão fanática pelo futebol como a fiel do Vila Nova.
- Aqui são 70 mil pessoas na zona urbana e mais 50 mil na zona rural. E toda essa gente está ligada ao Rio Verde. Temos torcida, temos time. Só não temos estádio. (José Ribamar de Lima, presidente.)
Todo um clima que não surgiu por acaso. Mês passado, a capital goiana se envolvia com a fase final do torneio seletivo para o Campeonato Brasileiro, enquanto o interior começava o returno do campeonato de 1977. Em Rio Verde, o Verdão do Sudoeste, como os rio-verdenses chamam carinhosamente sua equipe, metia 2 a 0 em cima da Anapolina.
Pau nos grandes
Oito dias depois, o Mozart Veloso veria o bicampeão goiano. E não houve perdão. Foi ali mesmo que o Goiás teve a sua invencibilidade, no campeonato, quebrada: 2 a 1 para o Rio Verde.
Mas uma semana se passou e chegou a vez do Vila Nova. Para receber o campeão do torneio seletivo, todo o cuidado foi pouco. Ao final dos 90 minutos, uma grande façanha: 2 a 0. Foi o bastante para garantir a liderança do campeonato, a euforia em toda a cidade.
- O Rio Verde vai ganhar o returno. E, se Deus quiser, brigará pelo título. (Oyama Leão Vieira, advogado e ex-craque do Rio Verde).
Uma fraca campanha no certame estadual de 1975 não desanimou os dirigentes do clube. Eles procuraram uma saída e partiram para um trabalho de base, contratando somente gente jovem. Mas foi a partir de 1976 que o Rio Verde começou a se impor no futebol goiano. Conquistou o Torneio Incentivo com um elenco assim composto: Gesmar, Luiz Alberto, Radar, China, Chatuba, Admar, Toninho, Nonato, Andrade, César, Cidinho, Miranda, Valtinho, Chundí, Monga, Palito, Catita, Pelezinho (massagista), Jaílton (técnico) e Nogueira (administrador). E fez uma campanha até razoável no campeonato estadual.
Todos unidos
Ela serviu, pelo menos, para mostrar que eles, os dirigentes, estavam no caminho certo. Por isso, as figuras importantes da cidade se concentraram em torno do clube, a torcida apoiou, com arrecadações surpreendentes, superiores até as registradas em cidades maiores, como Itumbiara e Anápolis. E Rio Verde passou a investir e a acreditar em seu futebol.
Jaílton Santos, auxiliar técnico do Goiás (ex-jogador do América carioca), foi contratado para técnico do time no intervalo do primeiro para o segundo turno do Campeonato Goiano de 1976. E não teve dúvidas: estimulou, ainda mais, o trabalho de renovação que tinha sido iniciado por Odair Tito e que já estava apresentando os primeiros resultados com o sucesso de Pedrinho, Sousa, Enéias e Gilson Palito – quatro meninos emprestados pela Portuguesa de Desportos.
Jaílton começou 1977 falando em reforços, pensando em mudanças. Mas, nos primeiros jogos, os resultados não agradaram à realmente fanática torcida. Ela exigia muito, mas muito mais. E as críticas começaram a deixar o técnico intranquilo. Resultado: terminou o primeiro turno, Jaílton pediu as contas e se reapresentou ao Goiás. Ficou o trabalho. E grande parte do atual sucesso do time se deve ao professor – isso ninguém discute.
A continuidade
- Não fui só eu que trabalhei. Foi a diretoria. Foi o supervisor Joé Nogueira, um profissional de gabarito. Foram os jogadores.
Jaílton desfila, hoje, sua humildade, relembrando a passagem pelo Rio Verde. A torcida, reconhecida, se justifica.
- Ninguém aqui era contra o Jaílton. O professor realmente é um homem de capacidade. Mas parece que ele não dava sorte. O time jogava bem, mas, os gols não saíam. (Jacenil Paiva, considerado o mais fanático torcedor do Rio Verde).
Por coincidência ou não, Jaílton saiu, o time começou a vencer. Francisco Frasão, seu substituto, nem conversou com os jogadores e, logo na primeira rodada do segundo turno, o Rio Verde derrotava a Anapolina. O presidente José Ribamar de Lima sorria prenunciando uma fase de vitórias depois daquela mexida toda no clube e que não custou, apenas, a cabeça do velho Jaílton. Toda a diretoria foi reestruturada.
Chico Frasão (28 anos, irmão do Frasão do São Paulo) deduziu logo que o negócio era não inventar. Não inventou. Manteve o time, do goleiro ao ponta-esquerda, como Jaílton deixara. E as vitórias foram aparecendo contra o Goiás, contra o Vila Nova... (neste último jogo, Frasão só tirou o zagueiro Toninho do time, assim mesmo porque ele estava suspenso pelo terceiro cartão amarelo da segunda série).
- Não foi difícil ganhar do Goiás e do Vila Nova. Em primeiro lugar, veja o bom preparo físico da moçada. Em segundo, o conjunto, graças, principalmente, aos valores individuais. E, a bem da verdade, os técnicos de Goiás e do Vila Nova andaram engrossando.
Um otimismo que o humilde Jaílton não tinha. Nem vendia. Bastaram três vitórias, e Frasão (ex-técnico do Independente da cidade de Goiás, do Anápolis e do Vila Nova) passava a falar no título.
- Nós teremos um jogo-chave pela frente. Será contra a Jataiense, lá em Jataí. Se a gente ganhar a partida, aí ninguém segura o Rio Verde.
Frasão alertava para a velha rivalidade que divide as duas cidades do Sudoeste. E não escondia seus temores pela partida que, segundo ele, seria “uma verdadeira guerra”. Apesar disso, fazia questão de ressaltar toda a sua enorme confiança naquele elenco do clube, integrado por 23 jogadores.
A maioria veio de São Paulo. Como os dois grandes ídolos, Mug e Radar. Mug, por exemplo, começou nos dentes-de-leite do Ipiranga, de São Paulo, como ponta-esquerda. Andou também pelo juvenil do São Paulo, esteve no Olímpia e no Francana e, hoje, com 21 anos, centroavante pretendido pelos grandes da capital, revela seu sonho:
- Estou muito feliz no Rio Verde, mas o meu sonho mesmo é vestir a camisa titular do São Paulo, que ainda tem meu passe preso.
Radar tem a mesma idade, a mesma origem. Só que começou na Ponte Preta de Campinas e andou muito mais: de Campinas foi para a Portuguesa de Desportos e, daí, emprestado ao Desportiva Borborema, da Paraíba. Devolvido à Portuguesa, foi cedido ao Araçatuba, de onde saiu para o futebol espanhol. Lá ficou uma temporada inteira jogando na segunda divisão. Retornou ao Brasil, de novo para a Portuguesa. Mais uma vez, um empréstimo. O último, para o Rio Verde.
- Não tenho preferência por essa ou aquela equipe. Estou satisfeito no Rio Verde, mas, não posso negar que, como profissional, tenho que pensar com certa seriedade no futuro. Eu ficaria muito feliz se pudesse disputar o Campeonato Brasileiro deste ano.
O que, certamente, não vai passar de um sonho. Entusiasmado com os resultados da equipe neste segundo turno, o presidente José Ribamar já disse que ninguém vai deixar o clube. E fala não apenas de Mug e Radar. Mas faz questão de elogiar o volante Sousa, outro de apenas 21 anos, que foi comprado à Portuguesa de Desportos no começo do ano e que já começa a ser cobiçado pelos grandes de Goiânia.
- E o goleiro Serginho? Bota aí que o Serginho vai ser um dos melhores goleiros do Brasil.
Com seus 20 anos, vinculado ao São Paulo, Serginho é citado com um entusiasmo incrível pelo diretor de futebol Osvaldo de Paula Sobrinho. O mesmo entusiasmo com que o presidente Ribamar espalha a nova imagem do Verdão do Sudoeste.
Sérgio Roberto da Silva
O RIO VERDE SEGUE FIRME NA LIDERANÇA
Pois o Rio Verde foi a Jataí e, mesmo sem Sousa (seu principal jogador no meio-campo, suspenso), arrancou uma memorável vitória: 1 a 0 sobre o velho rival, o que garantiu a liderança isolada do Campeonato Goiano.
Por isso, de mero fantasma do campeonato, o Rio Verde já pinta como o possível vencedor do segundo turno. Mesmo porque, em casa, vai receber os fracos Goiatuba e Mineiros. Fora, vai tratar de se trancar diante de Itumbiara, Atlético e Goiânia. Pelo menos é isso o que está esperando o otimista Francisco Frasão de seu time.
Um surpreendente time que, jogando em Jataí, abafou todos os comentários sobre o grande clássico da capital. Lá, num jogo ruim, o Goiás conseguia derrubar o Goiânia com um gol de Pastoril.
FICHA TÉCNICA (Jataiense 0 x Rio Verde 1)
Campeonato Estadual, 2º Turno – 5ª Rodada.
Data: 7 de agosto de 1977
Local: Jataí; Juiz: Jefferson de Freitas; Renda: Cr$ 63 030,00; Gol: Mug 21 do 2º.
Jataiense: Roberto, Bebeto, Marcos, Tonhé, Mendes, Jocimar, Ari, Oliveira Neto, Almir, Zé Roberto (Aderoaldo) e Dejair.
Rio Verde: Serginho, Cidinho, Almir, Heleno, Gesmar, Paulo Soares, Chundi, Elimar, Mug, Radar (Humberto) e Ferraz”.
A famosa equipe do Rio Verde de 1977, aparecendo de pé, da esquerda para a direita: Gesmar, Toninho Xerife, Paulo Soares, Heleno, Almir e Serginho. Agachados: Pelé (massagista), Elimar, Mug, Ferraz, Radar e Chundí.
RIO VERDE X FLAMENGO - RJ
Dificilmente o torcedor rio-verdense terá outra oportunidade de ver craques tão famosos como os que desfilaram no dia 12 de março de 1978, quando o Clube de Regatas Flamengo - do Rio de Janeiro - realizou um amistoso jogando aqui no Estádio Mozart Veloso do Carmo contra o Esporte Clube Rio Verde, registrando-se um empate sem abertura de contagem. A escalação do Flamengo nesse jogo memorável foi: Cantarelli, Ramirez, Rondinelli, Dequinha, Júnior, Merica, Carpeggiani, Adílio, Júnior Brasília, Tita e Luís Paulo. O Flamengo aqui veio, para buscar o jogador Radar para fazer parte do seu elenco – seu nome é João Roberto da Silva - que defendeu o Rio Verde no campeonato goiano de 77.
Quando da sua primeira partida oficial atuando com a camisa do Flamengo, o Radar estreou e já marcando 4 gols.
João Batista Alves Filho, em seu livro Arquivos do Futebol Goiano, informa: “O Esporte Clube Rio Verde surgiu no dia 22 de agosto de 1963. Nasceu praticamente da fusão do Corinthians Futebol Clube com o Esporte Clube Goiás. O time profissionalizou-se no ano de 1971 e a sua filiação à Federação Goiana de Futebol aconteceu no dia 27 de maio do mesmo ano. Nos primeiros anos de sua fundação, o Rio Verde ficou apenas nas disputas da Segunda Divisão e em amistosos.
No ano de 74, chegava a Goiânia um representante do time rio-verdense para convencer os dirigentes da Federação, tentando uma vaga para a Primeira Divisão – Certame Regional de Profissionais. A diretoria do Rio Verde tentou ficar com a vaga deixada pelo Novo Horizonte, de Ipameri, que à última hora pedira licença por tempo indeterminado. Lutaram muito, mas o máximo que conseguiram foi a promessa de que em 75 a vaga já estava garantida.
Em 1980 a equipe do Esporte Clube Rio Verde tinha a seguinte constituição: Deto, Vivaldo, Jarbas (que foi para o Rio Preto e integrou a seleção paulista da segunda divisão que excursionou pela Ásia, foi contratado pelo São Paulo F.C.), Toninho, Márcio, Luiz Fernando, Zé Arnaldo, Gaúcho, Júlio César, Soares e Raimundinho (começou no futebol mineiro. Teve uma brilhante passagem pelo Vasco da Gama do Rio de Janeiro. Campeão do Torneio da Integração pelo Atlético Clube Goianiense em 1971. Jogou depois no Goiás, Vila Nova, Anápolis, Anapolina, Rio Verde e Santa Helena).
O RIO VERDE DE 1982
Posteriormente, mesmo com a Secretaria de Esportes nas mãos, o Rio Verde se viu ameaçado de ficar por fora do campeonato de 83. O clube devia à Federação Cr$(cruzeiros) 4.830.000,00. Iron propôs a Osório que a prefeitura assumisse à dívida, mas Osório não concordou.
Eis uma das formações do alviverde na década de 1980:
Em pé: Miro, Ronaldo, Edson Magalhães, Wagner Isidoro, Pires, Toninho Cruz e Zé de Oliveira. Agachados: Isaías, Neca, Adeilton, Gilmarzinho e Luizinho.
RIO VERDE 0 X GOIÁS 1 - ESTÁDIO SERRA DOURADA. ANO DE 1981. SALERNO, LACYR, WAGNER FRIAS, GERCIVAL, MIGUELZINHO E MIRO. ÍNDIO, SERGINHO, FERREIRA, CASACA E WELLINGTON.
Diêgo Rodrigues comentou: "Esporte Clube Rio Verde em 1982 no Serra Dourada Contra o Goiás. 1x0 para o Verdão do Sudoeste. Em pé da esquerda para direita: Wagner Isidoro, Miguelzinho, Emanuel, Rosemar, VIlfredo e Miro. Agachados: Da Costa, Ná, Ozael, Beto, Parazinho e Calixto".
Luiz Sérgio Carvalho comentou: "Esporte Clube Rio Verde, Estádio Serra Dourada, Goiânia-GO. O goleiro Miro, Gercival, Miguelzinho, Márcio Gomes, Wagner Izidoro, Salerno e o técnico Jorge Rodrigues. Índio, Pavão, Gaúcho, Sérgio e Sabino.
Em agosto de 1985, na primeira edição da revista Brasil Oeste, João Batista Alves Filho escreveu um texto com o título: Rio Verde, um marco na história do futebol goiano. Acompanhe um trecho desta matéria: “Corinthians de Rio Verde, Rio Verde Atlético Clube (RIVAC), Goiás de Rio Verde e outras agremiações que não conseguiram sobreviver, sempre representaram condignamente o nome esportivo da importante cidade do Sudoeste anhangüerino. Desapareceram para surgir o Esporte Clube Rio Verde – o “Verdão do Sudoeste”.
Lutando com enormes dificuldades e sacrificando vários dos seus abnegados diretores, o Rio Verde vem aos trancos e barrancos superando os mais difíceis obstáculos. O profissionalismo atual está quase inviável. Inúmeras equipes encerraram suas atividades e outras passaram a representar suas cidades com equipes amadoras, sacrificando também seus dirigentes.
Atualmente (ano de 1985) disputando o certame estadual, patrocinado pela Federação Goiana de Futebol, o Esporte Clube Rio Verde está situado no bloco intermediário dos participantes. Sua luta é para ficar entre os seis que disputarão o título desta temporada e não entre os seis que tentarão se salvar do rebaixamento. O secretário de Cultura e Desporto, Iron Jaime do Nascimento, tem sido um dos grandes responsáveis pela sobrevivência do “Verdão do Sudoeste”. Graças ao seu prestígio, Iron tem conseguido muito para o time de sua preferência. O presidente Valderes de Oliveira é um baluarte em defesa da agremiação e Teófilo Caminha, há muitos anos radicado naquela cidade, também é de uma utilidade à toda prova, quer como gerente, supervisor, administrador, e em certas ocasiões até como técnico. A equipe atual, composta na sua maioria por jogadores vindos de outros estados, luta com todas suas forças para conseguir uma boa colocação sob o comando do técnico Pedro Omar, ex-jogador com excelentes passagens pelo futebol de Minas Gerais e de São Paulo onde no Comercial de Ribeirão Preto foi figura de muito destaque”.
Conheça uma das formações do Verdão do Sudoeste - comandado por Luiz Dário - que disputou o campeonato estadual de 85: Miro, Nelsinho, Toninho Xerife, Frei, Zé Luiz, Mauricio, Neca, Gilmarzinho, Dário, Jairo, Luizinho, Ernesto Chagas, Kiko e Jorge Nobre.
E. C. Rio Verde, Campeonato Goiano 1ª Divisão 1985. Em pé: Oyama Leão, Jeferson, Luís Dário, Zé Oliveira, Batista, Frei, Miguel, Osmar, Pereira, Gabriel e Dr. Wálcio Guimarães. Agachados: Jarrão, Teófilo, Marquinhos, Isaías, Paulinho Guaxupé, Boca, Nelsinho e Jesón.
O Rio Verde tinha em seu elenco, no ano de 1988, os seguintes atletas: Nivaldo, Galvão, Cido, Frei, Osmar, Jorge Bonga, Gaúcho, Gilmarzinho, Gláucio, Júnior Brasília, Jairo, Ednaldo e Luís Carlos.
Time de tradição que já ficou entre os quatro melhores do futebol goiano, o Esporte Clube Rio Verde encarou com muita seriedade o campeonato de 1994. Iniciou investindo mais de US$ 40 mil. Contratou o técnico Triel e o time-base estava assim definido: Carlão; Renato, Pereira, Paulo César e Luís Carlos; Nilton, Adilson e Noronha; Costinha, Carlos Henrique e Benevam. Contou, ainda, com o goleiro Rildo e os juniores Papila, Adenoaldo, Fernando e Lanian. O Rio Verde participou bem do campeonato, levando alguns mais afoitos a acreditarem até em título e conseguindo apoio também do empresariado local na área financeira.
ÉPOCA EM QUE O DR. NILTON RODRIGUES GOULART ERA DIRETOR. Esse jogo foi realizado no OBA - Onésio Brasileiro Alvarenga, em Goiânia, o E.C.R.V venceu o Vila Nova, dono da casa, por 1 a 0 gol de Paulinho Carioca. Na foto: Jorge Batata, Pereira, Sanderley, Fernandão, Amarildo e Ricardo. Agachados: Adilson, Juarez, Zequinha, Silvio, Silvio Lemes (preparador físico) e Paulinho Carioca. 1995.
O Rio Verde possuía uma excelente equipe de juniores formada com: Rodrigo, Doni, Badaró, Edson, Alexandre, Fábio, Flávio, Lanian, Papila, Reginaldo, Rubimar, Mixirica e Odair. O técnico era o Chicão. Essa honrosa equipe levantou o vice-campeonato de 1994 fazendo a final contra o Goiás. O primeiro jogo da decisão foi realizado no Estádio Mozart Veloso do Carmo com a espetacular vitória do Rio Verde por 3 a 0. O Estádio Serra Dourada foi o palco do segundo confronto onde o Goiás venceu por 1 a 0, conseguindo levar a decisão para o terceiro jogo que aconteceu na cidade de Goiatuba-GO quando a equipe esmeraldina, sagrou-se campeã de juniores de 1994 vencendo a partida por 1 a 0.
Já no início do ano de 1996, afirmou o dinâmico comentarista esportivo Cairo Santos Macedo, o seguinte:
O VERDÃO MORREU
Acabou a agonia do E. C. Rio Verde. Depois de realizar três reuniões para tentar salvar a vida do Verdão do Sudoeste no Campeonato Goiano deste ano de 1996, o Conselho Deliberativo do Clube chegou por unanimidade à conclusão de que a “eutanásia” seria a melhor solução. Com uma dívida superior a R$ 185 mil, sem conseguir ninguém para substituir a atual diretoria executiva, não restou outra alternativa a não ser o pedido de licença. Suspenso pela CBF e FGF devido a dívidas trabalhistas superiores a R$ 50 mil. O presidente do Conselho Deliberativo do E. C. Rio Verde, José Lázaro da Silva, iniciou sua peregrinação atrás de uma solução viável para o verdão do sudoeste. No início de dezembro do ano passado, vários contatos foram feitos na indústria, no comércio, no poder público, com o objetivo de conseguir recursos financeiros para saldar os compromissos que inviabilizavam à equipe, mas não houve resposta positiva. A Prefeitura Municipal de Rio Verde, que na verdade sempre segurou a equipe nos campeonatos regionais, vive hoje momentos de difícil situação financeira e não pôde assumir o ônus que no passado assumia. O valor prometido pelo prefeito Osório Santa Cruz, de R$ 10 mil sendo R$ 4 mil da prefeitura e R$ 6 mil de forma particular, conseguido pelo próprio prefeito junto aos seus amigos era insuficiente.
(...)
Falando à imprensa esportiva de Rio Verde, o atual presidente Herculino Nunes Pereira criticou alguns segmentos que o deixaram sozinho e afirmou que o E. C. Rio Verde tem um patrimônio, conseguido na gestão atual, superior às dívidas, também conseguidas na gestão atual. Herculino Nunes culpa o calote dado pelo Fluminense do Rio de Janeiro ao E. C. Rio Verde, pela grande dívida de hoje. No meio do ano passado, ao emprestar os jogadores Frei e Valdenir ao Fluminense para a disputa do Campeonato Brasileiro, a diretoria contou com os R$ 100 mil que viriam parcelados para o verdão e fez compromissos com este dinheiro que o Fluminense acabou não pagando.
A torcida do E. C. Rio Verde está de luto. (...)
E o Verdão se despediu...
MAURO MORAES
O texto a seguir foi extraído do livro Veredas Rio-verdenses, de Filadelfo Borges de Lima (Publicado pela Gráfica e Editora do Instituto de Assistência a Menores de Rio Verde, ano de 1999), sob o título Mauro Moraes, confira o seguinte trecho: “(...) Mauro Moraes não quis profissionalizar-se como atleta. Jogar para ele era uma diversão, jamais uma profissão. Profissional, só se fosse do microfone. Mas... Numa tarde dominical, o E.C. Rio Verde jogava contra uma representação de Anápolis e nosso personagem disputava a preliminar. Encerrada esta, subiu com a sua mochila na qual carregava o par de chuteiras e os pares de meias e outros materiais esportivos, para as arquibancadas, procurando sentar-se junto aos amigos. A Difusora levava aos ouvintes as emoções do espetáculo na voz de Aflandes Nunes. No intervalo do primeiro para o segundo tempo, alguém o procurou dizendo-lhe: O Aflandes pede para você ajudá-lo porque sua garganta estourou.
- Eu?
- Você mesmo. Vai lá, rapaz!
Subiu ele para a tribuna e enquanto o comentarista falava, procurou inteirar-se da escalação da equipe visitante, porque do Rio Verde conhecia bem os jogadores titulares e suplentes. Quando o segundo tempo estava prestes a ser iniciado, foi anunciado seu nome. Pegou o microfone e levou aos ouvintes todos os quarenta e cinco minutos finais dessa contenda da qual não se lembra o placar e nem o adversário, se o Anápolis Futebol Clube ou a Associação Atlética Anapolina. Cumprida sua missão, cumprimentaram-no radialistas e alguns outros desportistas. Sentiu-se animado, seguro. Tinha certeza de que nascera para o ramo e daí para frente, caso surgissem oportunidades como aquela aperfeiçoar-se-ia. Por enquanto, fizera um favor ao popular Aflandes.
Aflandes foi um dos que aplaudiram o improvisado narrador. Logo o chamaria para ser seu parceiro: transmito um tempo; você o outro. Combinado? Mauro respondeu: combinado. E puseram mãos ao arado. Algo, dizia-lhe: você vai longe. Não largue essa oportunidade. No início não acompanhavam o Verdão em outras cidades, cobriam seus compromissos quando realizados no Mozart Veloso do Carmo. Raridade era dinheiro. Um pequeno patrocínio hoje, outro amanhã, e foram Mauro e seus companheiros Carlos Humberto e Luiz Braz tentando fazer sempre o melhor. Outros se somaram a essa equipe esportiva do rádio rio-verdense que um dia recebeu, atendendo sugestão de Luiz Braz da Silva, que se formara em direito e militava na Comarca, o nome de Bacharéis do Esporte.
O ano de 1977 foi o auge do futebol de Rio Verde. O presidente do clube era José Divino Ribamar de Lima, mais conhecido pela alcunha de Zé Rolinha, chefe da Agenfa, torcedor do Flamengo do Rio de Janeiro. Fora eleito por aclamação numa reunião acontecida na sala de audiência do Fórum Ricardo Campos (nessa sala funcionava também a Câmara Municipal). Pensava-se em montar time capaz de vencer os poderosos da capital e ser campeão estadual, como o fizera o Anápolis, em 65, e o CRAC – Clube Recreativo e Atlético Catalano, em 67. Necessário, pois, trazer jogadores de elevado nível técnico, buscá-los no interior paulista ou onde fosse necessário. Contratou-se o supervisor Nogueira, profissional experiente e muito bem relacionado com clubes paulistanos, a exemplo do São Paulo e da Portuguesa. Nogueira conseguiu trazer atletas vinculados a essas tradicionais e grandes representações do futebol brasileiro, montando realmente uma poderosa equipe que enfrentava, em Rio Verde ou em Goiânia, de igual para igual, o Vila Nova, o Goiás e o Atlético. Para a decisão do título ficaram quatro times: Vila Nova, Goiás, Goiânia e Rio Verde.
O Goiás, depois de perder a decisão de 1973 para o Vila e de 1974 para o Goiânia, conquistaria o bicampeonato em 1975 e 1976. Mas em 1977 deu Vila Nova. Era o início do inesquecível tetracampeonato, inédito na era profissional do clube goiano até 1999, quando o Goiás o levantou. O Rio Verde disputou todas as três partidas na capital. Começou derrotando o Goiânia por 2 x 0, perdeu para o Tigre da Vila Famosa por 1 x 0 e para o Goiás por 3 x 1. O goleiro do Verdão do Sudoeste era Serginho, que acabou sendo titular do São Paulo Futebol Clube. Souza, Chundi, Armando... O E.C. Rio Verde era mesmo um grande time. Os Bacharéis do Esporte o acompanhavam em todos os seus jogos, dentro e fora do seu alçapão”.
É importante aqui destacar, a vitoriosa participação de Antônio Edson na história do rádio rio-verdense, prestando relevantes serviços desde o ano de 1973. Dono de uma voz inigualável, com sabedoria estende sua influência com ética e realismo. Trabalhou na “Difusora Am” como comentarista esportivo, locutor e diretor. Com a vinda das “Fms”, o nosso abnegado professor passou uma temporada na “Sudoeste Fm” e, por conseguinte, atendendo a um convite da família Nascimento, Antônio Edson soube plantar a semente do progresso na Rádio Morada do Sol (97 Fm), comandando o programa “Bola na Mesa”.
Ex-desportistas rio-verdenses, da esquerda para a direita: Cornélio Alves, Mauro Moraes, Agnaldo Coutrim, Velasquinho, Neném Preto, Sissi, Geraldo Bueno, Paraíba, Sabará, Bairon Araújo e Lázaro Goiaba.
LUIZ BRAZ
Luiz Braz, filho de tradicional família rio-verdense, Braz e Oliveira por parte do pai João Braz, Lopes de seu avô materno João Ângelo Lopes (Anjo Paraguai) e Rodrigues. Teve uma infância sofrida pela falta de recursos de seus pais, tendo que trabalhar desde criança como engraxate e depois como tintureiro para ajudar na subsistência da família, não lhe restando tempo para dedicar-se à prática de esportes. Porém, nas poucas horas de folga, buscava os campos de futebol improvisados nas praças e terrenos baldios, essencialmente no local onde hoje é a praça 13 de maio – onde residia e cresceu juntamente com os vizinhos Hélio Araújo, Bairon, Lazinho da Olinda, Adão de Carvalho que, mais tarde, viriam ser excelentes jogadores de futebol, no Corinthians, principalmente.
Integrou a equipe de base do time comandado por Altino Paraguai e com uma boa passagem pelo Ginásio Martins Borges, formando zaga com o Adão de Carvalho e tendo como goleiro aquele que viria ser um dos maiores goleiros de Rio Verde – Galeno Jaime. Na equipe do Corinthians, chegou a disputar algumas partidas ao lado do próprio Altino, Nenê Paraguai, Tonho do Padre e os irmãos deste – Duca e Joaquim (Quinca) –, grandes craques do passado.
A sua paixão pelo futebol herdou-a dos seus tios Altino e Nenê Paraguai, irmãos de sua mãe. Como jogador, teve a carreira encerrada em consequência de uma séria contusão no joelho esquerdo, passando a ser árbitro, atividade essa que, destacou-se juntamente com o saudoso Dr. Checo, considerados os melhores da região. Apitou acirradas decisões, tais como: Corinthians e AGE (Associação Goiana de Esportes) e Corinthians e Botafogo – do Vaninho, Zizi, Berquó, Moisés Santana e outros nomes lembrados com saudade.
Para não ficar longe dos campos e embates do futebol, sua grande paixão, passou a escrever nos jornais locais como cronista, entre os quais: “O Glorioso”, “O Alvorada” e “A Tribuna”. Com o surgimento do rádio, fundou juntamente com o Mauro Moraes e Carlos Humberto a equipe BACHARÉIS DO ESPORTE, atividade que desenvolveu na RÁDIO DIFUSORA BRASILEIRA S/A e posteriormente na MORADA DO SOL FM, sendo sócio da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de Goiás. Comandada pelo narrador Mauro Moraes – apelidado “O Garganta de Ouro” – a equipe de esportes tinha ainda como integrantes: Luiz Braz (comentarista), José Carlos Pantoja (narrador) e os repórteres de campo Cairo Santos e Luiz Moura. O nome de BACHARÉIS DO ESPORTE se deu pelo fato de Luiz Braz e Mauro Moraes possuírem formação superior como Bacharéis em Direito e Carlos Humberto graduado em Ciências Econômicas. Afastado dos gramados e da imprensa falada e escrita, exerceu as atividades de Advogado e professor universitário, lecionando na Faculdade de Direito onde foi titular da cadeira de Direito Penal, tendo exercido por duas vezes consecutivas o cargo de presidente da sub-seção local da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Parabéns a sede da OAB de Rio Verde-GO pela merecida homenagem ao Dr Luiz Braz.
Diz a placa: LUIZ BRAZ DA SILVA – Homem de origem humilde que escreveu em páginas luminosas da caridade o livro da sua vida. Advogado e defensor dos mais carentes, professor, homem público, filho, irmão, pai, avô, bisavô, tio, mentor e provedor, não só de bens materiais, mas sobretudo de almas, pois a todos dedicou amor, carinho e alegria, minimizando carências e engrandecendo corações.
Nasceu em 11 de agosto de 1933 e faleceu em 09 de março de 2021. Exerceu vários cargos, a exemplo, era o presidente da câmara em agosto de 1977 quando foi reconstruída à Praça Rodrigues de Mendonça. Tem tantas outras menções que numa outra oportunidade poderei citá-las.
BAIRON ARAÚJO
Bairon Pereira Araújo não nasceu em berço de ouro, mas no lar formado pelo casamento de João Domingos com dona Sebastiana, duas pessoas muito simples e pobres, contudo sem miséria. O básico para uma vida digna esteve garantido pela graça divina e pelo trabalho honesto de cada membro da família, toda ela desportista, torcedora do Fluminense, o “Pó de Arroz”. “Seu” João possuía um carroção puxado por juntas de bois e com ele conduziu materiais de muitas casas rio-verdenses, inclusive para a edificação do Hospital Evangélico.
Bairon e o seu irmão Hélio jogaram no extinto Corinthians de Rio Verde, de muitas glórias. Viveram o auge da rivalidade com o Goiás Esporte Clube, que mais tarde se fundiu com os corintianos dando origem ao Esporte Clube Rio Verde, por cuja agremiação o Bairon sagrou-se campeão goiano da Segunda Divisão de Profissionais, depois de acirrada disputa com o São Luiz, da cidade de São Luiz de Montes Belos. Pena que o nosso time, mesmo tendo conquistado a Segundona, não disputou a Principal do ano seguinte, sendo o seu lugar preenchido pela Associação Esportiva Jataiense, em 1971, que não disputara o acesso. Bairon teve oportunidade de jogar em clubes de médio e grande porte do País, mas preferiu ficar na terra natal. -Trecho extraído da revista Brasil Oeste, publicada em Goiânia (Go.), Ano V nº 33.
Mais do que importante, o papel desempenhado por Bairon Pereira Araújo no desenvolvimento do esporte rio-verdense foi fundamental e decisivo. Foi membro atuante do Tribunal de Justiça Desportiva de Goiás, pautando seu trabalho pelo princípio da mais absoluta isenção. Isso lhe valeu ser observado pelos dirigentes do futebol de Goiás, oportunidade em que Gilberto Alves o convidou para formar na sua chapa como candidato à presidência da Federação Goiana de Futebol. Aceitando o convite, foi eleito vice-presidente da entidade, sendo na ocasião o único homem do interior a figurar na diretoria da Federação ocupando cargo eletivo. Certa feita, conseguiu com o então Governador Ary Valadão, a autorização para a construção do Ginásio de Esportes Jerônimo Martins.
Acompanhe na íntegra um pouco de sua história, conforme ele mesmo me relatou no ano 2000: “Defendemos as cores do Corinthians de Rio Verde tendo como treinador o inesquecível Altino Paraguai. Ele não poupava esforços no sentido de dar ao time, dentro da medida do possível, todo o conforto necessário. Para se ter uma ideia, o nosso vestiário era na residência dele, usávamos a casa do Altino para trocar de roupa, receber massagens e ouvir as instruções técnicas. Vale lembrar, que as partidas eram realizadas no campo sem grama do Martins Borges.
O Corinthians foi apelidado como o Vingador do Sudoeste. Tinha aqui o Goiasinho que era um time muito organizado, as vezes uma equipe vinha e derrotava o Goiás, portanto, o Corinthians convidava aquela equipe e realmente nós dávamos o troco. Na relação dos confrontos, o alvi-negro sempre levava mais vantagem.
Durante o período em que atuamos no Corinthians, tínhamos como presidente do time o extraordinário Erasmo Gonzaga Jayme – o homem que sustentava o esporte rio-verdense. O Erasmo acompanhava tudo e certa vez tomou conhecimento que o Flamengo do Rio de Janeiro iria fazer uma excursão, e aproveitando o ensejo, negociou com o time carioca o qual veio com 9 titulares. E assim sucedeu no Estádio Mozart Veloso do Carmo, a partida amistosa entre o Corinthians de Rio Verde e o Flamengo do Rio. Ficando o placar em 1 a 1.
Um fato curioso aconteceu nessa partida. Quando terminou o primeiro tempo, o Erasmo Gonzaga Jayme foi logo dizendo: “Bairon, o técnico do Flamengo está encantado com o seu futebol. Inclusive, eu já alertei o nosso treinador, porque o Bria vai jogar todo o time do Flamengo em cima de você, para ver se você tem recurso”.
Consegui destaque no jogo. Com muita fibra, marquei um famoso ponteiro-direito da Portuguesa de Desportos e que estava emprestado ao Flamengo. Terminando o confronto, fui abordado no centro do campo, pelo Bria, que me convidou para acompanhar a equipe do Flamengo que iria de ônibus se dirigir até ao Hotel Campos. Ali mesmo, ainda no campo, ele foi adiantando o assunto até que eu o interrompi dizendo que não resolvia nada falar comigo, por eu ser de menor, eu tinha 17 anos, e que qualquer coisa teria que comunicar com meu pai. Ouvindo a conversa, o Sr. Benone (hoje falecido, trabalhava em um órgão federal aqui em Rio Verde) interviu: “Sr. Bria, eu conheço muito o pai do Bairon. Querendo, à noite, eu levo o senhor na casa dele”.
O que realmente aconteceu e ali por volta das 21:00 horas o treinador Bria falou com meu pai nestes termos: “Seu João, estamos realizando uma excursão e ao mesmo tempo observando atletas que tenham potencialidades. Com sinceridade, eu gostei muito do futebol do seu filho, e com sua permissão e ainda mais nos concedendo um atestado com o Juiz de Direito por ele ser de menor, ele será o nosso convidado e terá durante as seis partidas que teremos pela frente, a oportunidade de vestir a camisa do Flamengo. Isso, é claro, se o senhor estiver de acordo”. Em resposta, meu pai deu uma gargalhada e falou: “O senhor não leva a mal não. Más o único time nesse país que tem reais condições de tirar o meu filho daqui de Rio Verde é o meu pó de arroz, o meu Fluminense”.
De forma que surgiu a oportunidade e não tive condições de abraça-la, até porque, naquela época, a gente era meio caipira, muito recuado, acanhado e aquela resposta até me agradou, más se fala para ir, eu teria ido.
João Domingos de Araújo, meu pai, e minha mãe Sebastiana Pereira de Araújo. A lembrança de nosso pai, isso é constantemente, a gente lembra, principalmente no trabalho que a gente fazia. Ele tinha uma pequena área de terra aqui na saída para Goiânia e para Itumbiara. Hoje, pegando a BR, no trevo, dividia com o César da Cunha Bastos. Virou tudo cidade. E tinha o carroção e fazia muito o trabalho na vizinhança e tudo o que acontecia, principalmente no Joaquim Coelho, primo de nosso pai que fabricava tijolo e isto era transportado para as obras, para as casas que eram construídas em toda região de nossa querida Rio Verde.
De forma, que eu me sinto feliz porque o amor, a amizade, o respeito que eu tinha com o nosso pai, ele tinha o carroção, tinha essas terras e lá tinha seu cafezal.
Meus avós vieram de Minas, e aqui, chegando, meu pai nasceu aqui, é filho de Rio Verde. Eu sinto orgulhoso, porque tudo o que meu pai fazia ele era abraçado, o pessoal cumprimentava. Então meu pai, até os seus 65 anos mais ou menos, ele lutava, o carroção ele trabalhava assim de época em época, mas o cafezal dele é que dava sustentação para a criação dos filhos”.
O casamento de Bairon e Sônia ocorreu na Igreja São Sebastião, às 16:00 hs do dia 16 de julho de 1966. Na foto acima, vemos a noiva Sônia Maria Silva Araújo, Oyama Leão Vieira (foi testemunha) e o noivo Bairon Araújo.
Bairon sendo cumprimentado pelo sr. Lauro Martins na porta da antiga prefeitura municipal, no dia da posse como vice-prefeito em 1972.
Alcir Mendonça, Ozires, Eurico Veloso do Carmo e o Governador Leonino Caiado entre os demais, em comemorações em Rio Verde por inaugurações de obras no ano de 1973.
O Corinthians de Bairon Araújo.
De pé: Vital, (?), Armante Guimarães, Cornélio, Carminho (jogou profissionalmente no Flamengo do Rio de Janeiro), Mozart, Bairon (foi um eficiente lateral esquerdo), Menezes e o goleiro Galeno. Agachados: Caçarolinha, Oyama Leão, Biguá, Hélio Araújo, Neném Preto e Elbinho.
Bairon Araújo ladeado ao narrador Mauro Moraes que também foi locutor esportivo na Rádio Clube de Goiânia-GO.
Lázaro Goiaba, Bairon Araújo e o Bebê Guimarães (da loja Rainha)
Bairon Araújo e seus irmãos Hélio e Nonô. O time é o Corinthians de Rio Verde.
BAIRON PEREIRA ARAÚJO – nascido em 18 de setembro de 1940 e falecido em 23 de julho de 2017.
Quando no dia que fiquei sabendo da sua passagem, escrevi: “Começando hoje pela triste notícia do seu falecimento, pessoa amiga a qual aprendi a admirar, humilde e atencioso, com uma grande biografia de vida ativa nos solos de Rio Verde. Agradeço a amizade que o Bairon sempre teve com o meu falecido pai e isso possibilitou que ele me dispusesse de um acervo de fotos o qual nesse dia escaneei para postar no “Memorial” e vou a partir de hoje dedicar um álbum exclusivamente a esse grande desportista, empreendedor ruralista, advogado, Dr Bairon Araújo que também marcou história como jogador do Esporte Clube Rio Verde e presidente do Sindicato Rural de Rio Verde. Agradeço também, pelo incentivo que sempre teve comigo ao retratar sua participação no esporte rio-verdense, principalmente nas páginas do meu livro Identidade do Esporte Rio-Verdense, e pela emocionada oratória no lançamento deste, o qual foi meu sonho nas dependências do Hotel Bons Tempos. A cidade de Rio Verde perdeu um filho ilustre, mas seu nome será sempre lembrado por aqueles que assim como eu aprendeu o admirar.
Foi no Hotel Bons Tempos no ano de 2008. Estavam presentes no lançamento do meu livro, os saudosos: Dr. Bairon Araújo, Dr. Luiz Braz, José Carlos Vieira – Lela - companheiro da Comunidade de Jovens Céu (Cristo é União) e também fora apaixonado pela cultura, assim como eu. Lela, irmão do jogador Totó, o qual eu cito neste livro, escrevia para revistas e jornais, foi autor do livro “Saudade Jovem” que fala das Comunidades da igreja católica de Rio Verde naquele estilo poético e cheio de humor, como era o seu jeito carismático de ser. Fundou, em 2005, à Associação Cultural 08 de Março.
Também tive a grata satisfação de poder conversar, enquanto era servido o buffet, no coquetel do meu livro Identidade do Esporte Rio-Verdense, com o Paulo Mário Campos, que me falou um pouco de sua trajetória no esporte de Rio Verde.
Foto arquivo de Ely Nogueira de Sousa
Paulo Mário Campos trabalhava com os bingos de prêmios beneficente. Ajudou muito o Esporte Clube Rio Verde.
E também fizeram presença o Odélio Graciano Ribeiro, João Alberto, Pedro José Marinho, Sidenilso Sfs, Dr. Vicente Guerra, o escritor Filadelfo Borges de Lima, o advogado que também foi diretor do Esporte Clube Rio Verde, Dr. Nilton Rodrigues Goulart, entre outros.
Já, que citei mais acima a Comunidade de Jovens Céu, aproveito, nesse espaço, falar de sua história:
O Grupo de Jovens Céu (Cristo É União) foi a terceira comunidade de jovens formada na Paróquia de Santo Antônio de Pádua. Desde então existia a Comunidade JEANS, na Vila Renovação e Comunidade VAC (Vamos Amar Cristo) no Centro Comunitário do Parque Bandeirantes. A fundação da CÉU se deu no ano de 1985, não podendo comprovar o mês devido ao sumiço de sua primeira ata, más se comemora o aniversário no mês de junho. No retrospecto de seu início marcaram presença assídua os seguintes membros: Irmã Martha - que se vê na foto - que veio dos Estados Unidos, da Cidade de Boston, e por aqui permaneceu até a década de 90 fazendo um lindo trabalho, dedicado mais aos jovens, abrindo comunidades e realizando encontros. Devido à idade, voltou para o seu país de origem -, Adeniron Rosa Cabral que foi o primeiro "encontrista" da Comunidade Céu, Maria Elaine Cabral, Aires Humberto Freitas que por diversas vezes foi o coordenador do Grupo e palestrante nos encontros, Adezimar Maria da Siva e seus pais, Nilda e Eurípedes, que começaram com a comunidade juntamente com a Irmã Martha. As primeiras reuniões eram realizadas aos sábados, ás 17 horas, no Grupo Escolar da Vila Amália onde por felicidade Aires Humberto Freitas sugeriu o nome CÉU - Cristo É União; o qual foi escolhido por votação. No dia também escolheram o símbolo de uma pomba branca que representa a paz para ser o símbolo da comunidade. O Grupo CÉU comungou por décadas participando efetivamente no Salão da Igreja da Matriz de Santo Antônio de Pádua (estavam presentes na Benção da Nova Matriz em 01 de março de 1987) fazendo parte fundamental da vida espiritual e educativa para o crescimento de valores de muitos jovens que passaram pela comunidade, desses, também marcaram presença jovens vindos da então Escola Agrícola de Rio Verde, que até concluírem a formação ficaram fazendo parte constante das reuniões. A comunidade se manteve festiva comemorando o dia das mães e outras datas, com apresentações de teatro, dança, e cultura em geral. Muitos que iniciaram na CÉU, saíram para montar outros grupos: Rosa Maria Teixeira fundou a Comunidade Japac, na Vila Mutirão; Marcial Faria Gonçalves abriu em Montividiu a Comunidade ABBA; Romildo Rosa Cabral e Marcos Jardim fundaram a Comunidade JUPAC, na Vila Mariana e Aires Humberto Freitas juntamente com sua esposa Fernanda Matias, foram os responsáveis pelo aparecimento da Comunidade JASC, na Vila Maria. Texto de Aires Humberto Freitas publicado no livro Saudade Jovem, de José Carlos Vieira, o Lela.
NENÉM PRETO
Ademar Rodrigues Guimarães (Neném Preto) nasceu a 24 de janeiro de 1944, nesta cidade de Rio Verde - GO. Filho de Antônio Guimarães da Silva e Maria Rodrigues Guimarães. Foi casado com Lucinei Cássia da Silva Guimarães com quem teve três filhos: Kely Cristina, Cristiane e Graziani.
Num modesto campo de chão batido onde hoje se encontra a Soagro, Neném dava descalço os primeiros chutes em uma bola de borracha. Com dez anos de idade era figura destacada na equipe do Banguzinho. Cursou até o 4º ano primário. Fez cursos de futebol e arbitragem. Foi orientador esportivo e exerceu à profissão de marceneiro.
Desempenhava de tudo um pouco na equipe do Cruzeiro do Sul Esporte Clube de onde saiu em 1960 para jogar no Corinthians de Rio Verde (Bibi de Andrade foi quem o ajudou). Seu jogo de estreia foi Corinthians e Inhumas, no Campo do Rivac - hoje Estádio Mozart Veloso do Carmo que na época era todo cercado de pedra tapiocanga -, onde à Banda Municipal tocou várias marchinhas.
Na Capital, no ano de 1964, depois de ter sido aprovado no teste, Neném Preto permaneceu por 20 dias no Atlético Clube Goianiense, jogou uma partida defendendo o Dragão Campineiro e acabou contratado pelo maior rival, o Goiânia, time que defendeu por dois anos.
Com medo e por ter pouco estudo, enjeitou uma proposta tentadora para ir para o Corinthians paulista, o professor Chafic Antônio foi quem o chamou. Também despertou o interesse da maior potência da época, o Santos, de Pelé. Voltou para o Rio Verde em 67.
Polivalente, jogou de centroavante, meio-de-campo e ponta-esquerda. Foi campeão da 1ª Divisão de 1969 (hoje é a segunda divisão do campeonato goiano), equipe formada com: Bengala, Carlão, Sissi, Paraíba, Bairon, Murilo, Manoelzinho, Ademilton, Neném Preto, Gato Preto, Adolfo, Isaac, Brandão, Pontinha e Sabará. Técnico: Odair Tito. Massagista: Baianão.
Na década de 2000, quando o entrevistei ele me disse: “Naquela época nós jogávamos por vocação, se o futebol fosse valorizado como hoje é, teríamos uma vida financeira melhor’’.
O ESPORTE CLUBE RIO VERDE DE NENÉM PRETO
Bengala, Bairon, Paraíba, Sissi, Ademilton, Carlos, Dr. Oyama, Valdeci, Sabará, Isaac, Adolfo e Neném Preto.
SISSI
Valdeci Lino de Carvalho nasceu em Rio Verde no dia 08 de setembro de 1944. Filho de Alcino Vaz de Carvalho e Luzia Lina de Carvalho. Em 26 de setembro de 1963, casou-se com Lurdes Vaz de Carvalho, que lhe deu quatro filhos, Andréia, Adriana, Edson e Edilson.
Em 1960, iniciou sua carreira no futebol atuando no Esporte Clube Botafogo, onde foi campeão amador. Por muitos anos foi médio-volante do Esporte Clube Rio Verde. Fez meio-de-campo com Oyama e depois Adolfo.
Sissi recebeu proposta para ir treinar no Vasco da Gama do Rio de Janeiro, por medo recusou a oportunidade. Pelo mesmo motivo não aceitou o convite para jogar no Comercial de Ribeirão Preto. Jogou por várias vezes na equipe representativa da cidade de Santa Helena de Goiás. Atuou no Botafogo de Buriti Alegre e por mais de uma década defendeu o América Futebol Clube e jogou também no Clube dos Trinta. Ao todo, foram bem mais de 50 anos dedicados como jogador.
Sissi foi um dos que serviram o alviverde rio-verdense nos memoráveis jogos do campeonato de 69 e lembrou da final: “O Rio Verde foi jogar na cidade de São Luís dos Montes Belos e uma grande caravana acompanhou o time para incentivá-lo. O São Luís perdeu o título para desespero dos seus torcedores que insatisfeitos pressionaram e partiram para cima da numerosa torcida do Esporte Clube Rio Verde que sentindo acuada não teve outra alternativa: Derrubaram o muro do estádio. Enquanto lá no campo, os jogadores do “Verdão” foram cuidadosamente protegidos pela polícia que ainda tiveram o trabalho de escoltar os atletas no seu caminho de volta”.
SABARÁ
Nivaldo Rafael Mateus, o popular Sabará, nasceu em Rio Verde a 30 de outubro de 1945. Filho de Sebastião Lino Mateus e Benedita Lino Mateus.
Começou à sua carreira no futebol em 1967, jogando como ponta-de-lança no Botafoguinho do sr. Jesus Reis Costa. Prosseguiu no Corinthians Futebol Clube do sr. Altino Rodrigues da Silva e foi jogar profissionalmente no Botafogo de Buriti Alegre, onde atuou num período de cinco anos. Defendeu o Santa Helena Esporte Clube e esteve também com sua garra incontestável no São Luiz dos Montes Belos.
Foi um destacado jogador do Esporte Clube Rio Verde, pelo qual conquistou um dos seus títulos de maior relevância, o campeonato da 1ª Divisão de 1969. Encerrou a carreira de futebolista atuando na cidade de Poconé-MT.
Regressou à Rio Verde, e depois de três anos trabalhando como pintor de paredes, foi engraxar sapatos na porta do Salão Rex, no calçadão.
Sabará fez parte de uma das formações pioneiras do Rio Verde, vendo-se de pé, da esquerda para a direita: Bengala, Ademilton, Sissi, Bairon, Paraíba e o goleiro Bioski; agachados: Valdeci, Sabará, Marron, Adolfo e Zinho.
MIRO, “O AVIÃO DO GOL”
Crédito: Munir Dib
No início do ano de 1981, chegava ao E. C. Rio Verde, Miro, a humildade personificada. A aquisição gerou, como é natural, comentários entre os torcedores, inclusive, diziam alguns que com a saída de Serginho, dificilmente, a diretoria conseguiria um goleiro da sua categoria técnica. Surpreendentemente, Miro, talvez o mais simples de todos os goleiros que já defenderam o Verdão, logo de início mostrava a sua capacidade em serviço, destacando-se pela sua coragem e segurança nas bolas cruzadas na área.
Miro, logo depois, tornou-se o ídolo da torcida rio-verdense. Veio a seguir o campeonato goiano e nele, Miro teve, inegavelmente, brilhante atuação, fazendo defesas, às vezes, impossíveis, levando o E. C. Rio Verde a bons resultados. Surgiram boatos que no campeonato de 1981, o nosso Clube ficaria na 1ª divisão, entre os oito primeiros colocados.
Miro, vem de família humilde. Nasceu na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Apesar dos problemas financeiros que rondam todos os pequenos clubes, foi vencendo barreiras. Os pequenos bichos que recebe dos torcedores, doa a sua família como ajuda. Alguns torcedores compreende as suas dificuldades em face do que procuram ajudá-lo.
Miro iniciou carreira no Nuclear, um time de veteranos. Na época, conta que trabalhava em um barzinho. Posteriormente, veio a jogar no Tigre, chegando mais tarde no Juvenil de Pedro Leopoldo, sua cidade.
Exibindo um futebol de grande expressão técnica, os dirigentes do Valério Doce não tiveram dúvidas em contratá-lo. Apesar de não achar o E. C. Rio Verde, um time pequeno, Miro não deixa de sonhar em um dia defender um grande clube. Miro conta 23 anos e juntamente com Serginho carrega a satisfação de ser um dos melhores goleiros que defenderam o Verdão do Sudoeste.
Fonte: Jornal “O LIBERAL”, julho de 1982. (Alaôr Caetano Ataides era o diretor responsável desse jornal).
Na foto abaixo: Em pé, Miro, Júlio César, Gercival (Espetinho), Simão, Salerno e Elacir. Agachados, Wellington, Serginho, Hugo (Guim), Cazaca e Nena.
Miro já foi escolhido como o “Goleiro do Fantástico” - da Rede Globo. Atualmente reside em Rio Verde.
TONINHO XERIFE
Nome: Antônio Fonseca Coelho
Data de nascimento: 30 de janeiro de 1955
Naturalidade: Rio de Janeiro-RJ
Filiação: Olavo Fonseca Coelho
Sebastiana Cândida Fonseca
Foi no Botafogo-RJ que o carioca Antônio Fonseca Coelho (Toninho Xerife) teve os seus primeiros contatos com a bola, atuando nas equipes juvenis e depois se tornando profissional, quando o técnico era Zagalo. Posteriormente, defendeu as seguintes equipes: Friburguense-RJ, Taquaritinga-SP, Itabuna-BA, Barra do Garças-MT, Rio Verde - GO, Santa Helena-GO, Itumbiara-GO, Anapolina-GO, Atlético-GO e encerrou a carreira de jogador profissional no ano de 1987, atuando em Jataí-GO.
Quando jogou foi um excelente quarto-zagueiro e recomenda: “Acredito que a disciplina é fundamental na carreira do jogador de futebol, dentro e fora do campo”. Em 2001, sobressaiu-se como treinador do Esporte Clube Rio Verde, na valorosa busca de resgatar o brilho do “Verdão do Sudoeste”.
No cenário futebolístico do campeonato goiano da 1ª divisão de 2006, a bola da vez chegou nos últimos capítulos, e heroicamente teve um final feliz. O fantasma do rebaixamento amedrontava a Associação Atlética Rio-verdense, depois do insucesso de alguns treinadores vindos de fora, até que os olhos se voltaram para um talento nato que muito brilhou no nosso Marconal Futebol Clube, que com sua eletrizante força de vontade, levantou o time, através de um minucioso trabalho de motivação, e com mérito e união do grupo, a Associação Atlética Rio-verdense, muito bem comandada por Toninho Xerife, pôde continuar respirando na elite do campeonato goiano.
FREI
Nos meios futebolísticos de Rio Verde, poucos conhecem quem é Lindomar Pires Martins, nascido em Santa Helena de Goiás, em 25 de junho de 1968. Mas, quando se fala em Frei o caso muda de figura. O sonho de um dia entrar em campo envergando a jaqueta de um grande time foi realizado em 1995, aos 27 anos, quando atuou no Campeonato Brasileiro defendendo a equipe do Fluminense carioca, comandada por Joel Santana.
Sua carreira futebolística começou nas escolinhas do próprio Rio Verde, quando tinha 10 anos de idade. Seu futebol vistoso, aguerrido, foi sendo notado aos poucos, até que um dia ele se tornou profissional. “Tenho que agradecer ao apoio de meus pais, pelo incentivo que me deram e também ao Dr. Vicente Guerra, que muito me auxiliou”.
Frei não esquece dos primeiros treinadores, Cornélio Francisco Alves e Wilson Ataídes, que acreditaram no seu futebol. Mas, a ascensão ao time principal não foi fácil. Como acontece na maioria dos clubes, nem todos acreditam na prata da casa. “No início foi difícil, porque os diretores não confiavam em mim, por ser muito jovem e também por ser prata da casa. Com a chegada de Luiz Dário, ele confiou no meu futebol e fez meu lançamento no time principal”.
(A matéria acima foi encarte especial da revista Brasil Oeste).
Frei fez sua estreia no Rio Verde em setembro de 1985, quando enfrentou o Itumbiara no Estádio Mozart Veloso do Carmo pelo segundo turno do Campeonato Goiano. Luiz Dário assim definiu o time: Miro, Nelsinho, Toninho Xerife, Frei, Zé Luiz, Maurício, Neca, Gilmarzinho, Dário, Jairo e Luizinho.
No ano de 1989, Frei deixou o Rio Verde com a finalidade de brilhar no Vila Nova. A esperada chance foi confirmada quando o técnico Triel anunciou a seguinte alteração para o jogo contra o Anápolis no Estádio Jonas Duarte: “Frei como quarto zagueiro no lugar de Ronaldo Pato”.
Depois de passar pelo Esporte Clube Rio Verde (1985 a 88 e 95), Vila Nova (1989 a 90, em 89 foi vice-campeão), Itumbiara (1992 a 94 e 96), Atlético (1993), Santa Helena (1997) e Rio-verdense (2002), o zagueiro Frei, aos 34 anos de idade, jogando seu 14º Estadual pôde se considerar recordista em disputa do Campeonato Goiano. O que ocorreu no momento em que a árbitra Sirlei Cândida deu início à partida entre Rio-verdense e Goiás no Estádio Mozart Veloso.
A estrela do nosso prata da casa, também brilhou em outros estados, quando defendeu os seguintes times: Matsubara-PR (1990), Fluminense-RJ (1995), Friburguense- (1998), Ferroviária-SP (1997), São Raimundo-AM (1999), Nacional de Manaus (onde foi campeão amazonense em 2000) e URT de Minas Gerais (2001).
WILSINHO
Wilson Oliveira Ataide é natural de Rio Verde-GO; nascido em 18 de agosto de 1956. Filho de Candor Marcondes Ataide e Luiza Oliveira Ataide.
Desde 1975, Wilsinho vem contribuindo para o crescimento do esporte rio-verdense e revelando talentos como:
1982 a 1984- Didi, Júlio César, Jânio e Luiz Sérgio.
1986- Alcir, Pereira, Frei, Edinaldo, João Alvares, Edinho, Jairo e Gláucio.
1988- Zé Rosa, Chiquinho, Angolinha, Tom, Bixiga, Zaqueu e Wilsinho.
Dirigiu a escolinha de futebol do Esporte Clube Rio Verde de 1979 a 1986. Como técnico, comandou as seguintes equipes: Esporte Clube Rio Verde (nas categorias júnior, juvenil, mirim e pré-mirim), Associação Atlética Rio-verdense (na categoria juvenil), Curitiba, Botafogo, Cruzeiro, Marconal, Atlético Clube Rio-verdense, Comigo (em todas as categorias), Riverlândia, Esporte Clube Goiás e Clube dos Trinta.
Principais títulos: Campeão amador dirigindo o Curitiba em 1979, campeão amador pelo Esporte Clube Botafogo, campeão pelo distrito de Riverlândia, campeão da segunda divisão do Campeonato Goiano de Júnior de 1988 comandando o Esporte Clube Rio Verde.
Foi homenageado pela Câmara Municipal de Rio Verde em reconhecimento ao grande trabalho prestado em favor do esporte de nossa cidade.
Na trajetória histórica do futebol rio-verdense, é digno de especial registro, mencionar os nomes de Wilson e do saudoso Cornélio. Dois ótimos treinadores que merecem o maior respeito e admiração de todos nós. Dois sustentáculos do nosso futebol – levando em conta a enorme quantidade de talentos revelados pelos dois.
MARCONAL FUTEBOL CLUBE
Manoel Francisco Pereira comentou: "Esta é uma das várias formações do glorioso Marconal, tradicional clube amador da cidade, 1992.
Em pé, da esquerda para a direita: Zé Rosa, Pin, Nenê, Nei, Jairão, Zé Divino e Divino Santos. Agachados, da esquerda para a direita: Lucinho, Chiquinho, Oscar, Tom, Rubão e Gaúcho.
Foto de Oscar Alves, Jairo Francisco".
Em 15 de abril de 1983, um grupo de desportistas se reuniu para fundar o Marconal F.C. Eram eles: Nego, Jânio Alves, Elísio, João Pomba e Dona Glória. Nesta reunião, ficou estabelecido que o primeiro presidente seria o Sr. Jânio Alves da Silva. Vale lembrar que a equipe do Marconal, antes de sua fundação, participava do futebol varzeano nos campos de terra do Posto Horizonte e DNER, isto nos anos de 81 e 82.
Nesta época, o Marconal tinha como principais jogadores os seguintes nomes: Jânio Alves, Nego, Elísio, João Pomba, Salvador, Wilson Peão, Zeni, Nenê, Lazinho Delmo, Palito, João Preto, Ricardinho, Pernão, Vicente, Luizinho, Pebado, Eugênio Macarrão, Lenildo, Toninho, Odilá, Zé Roberto, dentre outros.
Quando de sua fundação, o Marconal teve como treinador o Idelfonso Nunes (o Fofoca), seu massagista era o conhecido Miquicha, tendo como mascote o Mazinho, filho do Nego. Sua primeira rainha foi também uma das filhas do Nego, Glaucimar.
A origem do nome Marconal vem de um bairro de Rio Verde, chamado Jardim Marconal, já que seus fundadores em sua maioria residiam neste bairro. Nome este que nasceu de uma fusão dos nomes dos loteadores deste bairro: Marco Antônio (advogado) e Onaldo Campos (corretor de imóveis).
Em sua primeira participação oficial, em 1983, o Marconal obteve uma quarta colocação no Campeonato Amador das Indústrias competindo com 19 clubes. O primeiro título veio logo no ano seguinte e em 1985 conseguiu o bicampeonato.
O seu primeiro treinador, o Fofoca, era também uma espécie de relações públicas do clube e tinha como hábito manter contatos com os principais clubes brasileiros, dentre eles: Botafogo-RJ, Flamengo-RJ, Fluminense-RJ, América-RJ, Cruzeiro-MG, Atlético-MG, Corinthians-SP, Portuguesa-SP, Ponte Preta-SP e Guarani-SP.
Clube tradicional, realizava promoções importantes, tais como:
Um show baile com as Patotinhas no Clube Campestre de Rio Verde em 1985. Um amistoso com a equipe do Clube Atlético Mineiro no Estádio Mozart Veloso do Carmo, quando perdeu pelo placar de dois tentos a zero. Jogo este realizado no ano de 1986. Um Bingo no Parque de Exposição em 1989 que foi frustrado por problemas com a liberação da justiça.
O Marconal, graças a participação de sócios, adquiriu sua sede campestre, uma área de 2,42 ha, localizada no Km 02 da GO 174 (Rio Verde – Montividiu) onde possui um campo gramado com medidas oficiais.
Ainda com relação ao futebol, o clube habituado a grandes conquistas, tem a satisfação de ter contado em seu elenco, com quase a totalidade dos principais jogadores amadores de Rio Verde.
No futebol feminino, sua fundadora, Dona Glória, foi também treinadora de uma equipe que contava em seu elenco com jogadoras famosas na cidade, tais como: Nilma, Nilva, Maria José, Zenaide, Marião, Raquel, Baiana, Pretinha, dentre outras.
O Marconal, sempre às vésperas de grandes jogos, concentrava-se na Chácara da Dona Zezinha (mãe de um de seus diretores), próxima à cidade.
Ao longo dos anos, o Marconal contou em seus quadros com pessoas de peso, dentre esses diretores estão: Wilson Trindade, Juarez Dias Campos, Garibalde, Osmar, Lourival, Nego, João Rodrigues, João Geraldo e Jânio Arantes. Contou ainda com treinadores vencedores, como: Cornélio Alves, Wilsinho, Osmarzinho, Divino Santos, Jason e Toninho Xerife.
O futebol amador de Rio Verde sempre teve figuras folclóricas, o que mais se destacou sem dúvida foi o Carlos Augusto, o popular Toró, que durante anos dedicou-se ao Marconal.
O Marconal ganhou um título inédito, a Copa Antarctica, disputada em 1988, a qual contou com as quatro equipes mais tradicionais do Sudoeste Goiano. Marconal e Comigo representando Rio Verde, CG e Vila Nova representando Jataí, reacenderam a rivalidade entre as duas tradicionais cidades. Em um jogo eletrizante no Clube Dona Gercina, o Marconal, comandado pelo então jogador e treinador Toninho Xerife, venceu o seu adversário, o Vila Nova, pela contagem de dois tentos a um, com gols de Juninho e Sapeca, título em que foi premiado com alta soma em dinheiro. O Marconal F.C. participou, com destaque, de dois campeonatos do interior de Goiás, nos anos de 86 e 87.
Entre os principais títulos conquistados pelo clube, destacamos:
Campeonato das Indústrias – tricampeão 84 / 85 / 86. Campeonato de Integração – campeão em 1987. Taça Cidade de Rio Verde – campeão em 1989. Campeonato da Liga Desportiva Rio-verdense – campeão várias vezes. Torneio Início da Liga Desportiva Rio-verdense – campeão 94. Campeonato da Secretaria Municipal de Desporto – campeão 93 / 95. Torneio Início da Secretaria Municipal de Desporto – tetracampeão 90 / 91 / 92 / 93.
Destaque para os principais presidentes:
Jânio Alves da Silva, Jânio Carlos Ribeiro Arantes e Marcos de Almeida.
O ano de 1996 é marcante na história do Marconal. Clube tradicionalista, organiza-se para ingressar no futebol profissional. Gestões são feitas no sentido de viabilizar recursos para que o Marconal venha ocupar o espaço deixado com a desistência do Esporte Clube Rio Verde.
O ano de 1997 é marcado definitivamente com a montagem do projeto de profissionalização. O Marconal disputa com uma equipe de juniores sua última competição amadora, vence a Copa Iron Jaime do Nascimento, que contou com cerca de 40 equipes. A final foi contra a equipe do Juventus, jogo este vencido pelo placar de 1 x 0 , com um gol de Chicão, jogador oriundo do futebol mineiro. Essa equipe tinha como treinador Toninho Xerife.
Neste mesmo ano, atendendo a um pedido do então prefeito Osório Leão, o Marconal tem sua denominação mudada para Associação Atlética Rioverdense.
No ano de 1998, Jânio Carlos Ribeiro Arantes decide reviver o Marconal. O clube é registrado na Liga Desportiva Rio-verdense com o nome de Marconal Esporte Clube. No primeiro semestre disputa o campeonato amador da cidade e faz campanha regular, no segundo semestre de 98 participa do campeonato regional promovido pela Liga e volta a fazer campanha regular.
No ano de 1999, o Marconal disputa o campeonato amador da cidade e desta feita realiza ótima campanha, mas precisa ir à Junta de Justiça reivindicar vaga na decisão. A Junta determina uma solução estranha e impede que o Marconal participe dessa decisão. No segundo semestre, volta a disputar o campeonato promovido pela Liga, faz uma campanha razoável e tem como melhor resultado uma vitória contra a equipe da Usina de Santa Helena, que há muito não perdia para equipes de Rio Verde.
O ano de 2000 começa muito bem para o Marconal, que disputa a Copa dos Campeões, vence a competição com facilidade. Na decisão, derrota seu mais tradicional rival, o Cruzeiro do Sul Esporte Clube, por 3 x 2, com gols de Davi, Caçapa e Manteiga. Mantém uma base para as próximas competições.
Sagrou-se campeão amador em 2000 (competição promovida pela Secretaria de Cultura e Esportes), fazendo a final com o Cruzeiro do Sul, jogo que terminou empatado sem gols. Na disputa de penalidades, o Cruzeiro venceu por 4 a 3, ficando com o título. Porém, o Marconal entrou com recurso alegando irregularidade, ou seja, o Cruzeiro do Sul usou um atleta profissional no jogo, o que era contra as regras da competição. O recurso foi julgado e o título passou a pertencer ao Marconal Esporte Clube.
Jânio Carlos Ribeiro Arantes
(Observação: Essa matéria é do ano 2000)
CLUBE DOS TRINTA
Fundação:
Em 1979, um grupo de atletas veteranos, amadores e profissionais, amantes do futebol, fundou o Clube dos 30, estabelecendo a condição para participar do Clube a idade mínima de 30 anos, e desde o seu início se organizou com base nos clubes profissionais, contratando técnico e treinando duas vezes por semana, inclusive com a prática de exercício físico, cuja organização e disciplina são a causa do sucesso do Clube dos 30, a sua existência já por mais de 20 anos, em perfeita harmonia e servindo à comunidade.
Administração:
A administração do Clube dos 30, é constituída em três níveis:
a) DIRETORIA EXECUTIVA – cuida da parte de administração direta da entidade com a execução dos projetos.
b) CONSELHO DELIBERATIVO – de nível superior que tem a finalidade de fiscalizar a administração geral com poderes para convocar as assembléias e dirimir conflitos.
c) CONSELHO FISCAL – com a finalidade de fiscalizar a aplicação dos recursos e analisar as prestações de contas e balancetes.
Quadro social
O quadro social do clube é constituído de sócios fundadores, proprietários, beneméritos, honorários e contribuintes.
É condição para ingressar: idade acima de 30 anos, saber jogar bola, ser portador de idoneidade moral e financeira, espírito de coleguismo e amor à entidade.
Integram atualmente o grupo do Clube dos Trinta, atletas de todas as profissões, tais como: pedreiro, pintor, eletricista, comerciante, agricultor, advogado, médico, odontologista, engenheiro, mecânico, juiz de direito, funcionário público, trabalhador braçal, etc.
A média de idade atual dos jogadores em plena atividade é de 45 anos.
Finalidade
O Clube dos Trinta, embora trata-se de clube particular, atualmente presta grande serviço à comunidade de Rio Verde, tornando-se em centro comunitário esportivo, local em que todos os times da cidade, inclusive dos bairros pobres, freqüentam e praticam futebol, sem qualquer burocracia ou custo financeiro, tornando assim uma entidade de utilidade pública, servindo também para realização de confraternização por entidades como: Prefeitura Municipal, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, entidades filantrópicas, clubes de serviços, Sindicatos e outras diversas pessoas interessadas, visto ser local propício para realização principalmente dos tradicionais churrascos com a prática de futebol.
Custeio
O Clube dos Trinta é mantido com mensalidades de seus sócios- fundadores e proprietários, e dos sócios contribuintes, que se encontram em atividade.
Títulos outorgados a autoridades por relevantes serviços prestados ao clube:
Sócio Benemérito D. Nelci Silva Spadoni 1999
Honra ao Mérito Lila Spadoni 1999
Honra ao Mérito Ita Evangelista 1999
Honra ao Mérito Wilson Ataides (técnico)
Honra ao Mérito Eurípedes Felizardo (presidente revelação 1999)
Honra ao Mérito Wmarley Guimarães Nascimento (Bebé) - (por dedicação ao clube)
Honra ao Mérito Geraldo Alves Ventura (diretor de esporte revelação)
Títulos conquistados:
O Clube dos Trinta conquistou cerca de 31 títulos de campeão e 15 de vice-campeão, cujos troféus encontram-se expostos na Galeria do Clube.
Realiza jogos com todos os times amadores e veteranos de Rio Verde e de seus distritos e também no estadual: Goiânia, Leopoldo de Bulhões, Quirinópolis, Santa Helena, Palmeiras de Goiás, Iporá, Mineiros, Jataí, São Simão, Montividiu, Santo Antônio da Barra... e a nível interestadual destaca-se: Barra do Garças, Alto Araguaia e Frutal.
Primeiro local de jogos e treinamentos:
Módulo Esportivo, no período de 1979 a 1992, treinando na terça e quinta-feira e jogando no domingo.
Campo e sede própria:
A partir de 1992, liderados por Jorge Tavares (Jorjão) e Lindomar Afonso (Totara), os sócios do Clube dos Trinta adquiriram área de meio alqueire e construíram o seu clube social, e hoje conta com um campo de futebol oficial, dois campos de futebol soçaite, estacionamento, parque infantil, bar e salão de festa, todo arborizado, preservando a natureza. Foi o primeiro time de futebol amador e veterano de Rio Verde a ter sede própria e campo gramado.
Sócios fundadores:
Luiz Carlos dos Santos (Magro), Luiz Osmar Cruvinel do Couto (Socó), Avimar Braz da Silva (Veneno), Juarez Ferreira Ataides (Patrola), Hélio Ferreira Guimarães (Helinho), Antônio Reginaldo Roldão, Lindomar Francisco Borges, Edson José Pícoli , José Maria de Moraes (Zézé), Jorge Ferreira Tavares (Jorjão), Reginaldo Luiz Guimarães, Zauro Ferreira Martins, Ademar Francisco Borges, Euripedes Felizardo Nunes (INPS), Antônio João Ribeiro Rezende (Tonhão), Geraldo Alves Ventura, Eli Pereira de Melo, Wmarley Guimarães Nascimento (Bebé), Lázaro Ferreira Arantes (Goiaba), Lélio Ferreira Guimarães, Lindolfo Pires Cruvinel, Buda, Valtinho, Claudinho, Butininha, Lindomar Afonso (Totara), Sissi, Clovis, José Garcia (Jiló), Berté.
Primeira diretoria:
DIRETORIA EXECUTIVA - Presidente: Luiz Carlos dos Santos, Vice-Presidente: Luiz Osmar Cruvinel do Couto, Diretor Financeiro: Avimar Braz da Silva, Diretor Secretário: Juarez Ferreira Ataides, Diretor Social e Esportes: Hélio Ferreira Guimarães, Diretor Patrimonial: Antônio Reginaldo Roldão, Diretor Jurídico: Lindomar Francisco Borges.
CONSELHO DELIBERATIVO - Presidente: Edson José Pícoli, Vice-Presidente: José Maria de Moraes, Extraordinário: Jorge Ferreira Tavares, Regular: Reginaldo Luiz Guimarães, 1º Suplente: Wmarley Guimarães Nascimento, 2º Suplente: Zauro Ferreira Martins.
CONSELHO FISCAL: - Ademar Francisco Borges, Euripedes Felizardo Nunes, Antônio João Ribeiro Rezende, 1º Suplente: Geraldo Alves Ventura, 2º Suplente: Eli Pereira de Melo.
Ex-presidentes do clube:
Lázaro Ferreira Arantes, Jorge Ferreira Tavares, Lindomar Afonso, Luiz Carlos dos Santos, Lindomar Francisco Borges, Ademar Francisco Borges, Wmarley Nascimento Guimarães, Genivaldo Siqueira, Euripedes Felizardo Nunes, Luiz Osmar Cruvinel do Couto.
Técnicos:
Dos diversos técnicos que passaram pelo clube, os que mais destacaram foram: Pierri, Cornélio e o atual treinador Wilsinho (Galinho), o qual vem treinando o clube já por mais de 10 anos.
Fatos:
O Clube dos Trinta foi o único time amador de Rio Verde que jogou contra a Seleção Brasileira de Sênior. Foi no Estádio Mozart Veloso do Carmo, no ano de 1989, tendo perdido por 3 a 1. Enfrentou também a equipe de sênior do Goiás.
Sócios fundadores falecidos: Lindomar Afonso (Totara), Buda e Juarez Ferreira Ataides.
O campo de futebol do Clube dos Trinta, no que se refere ao gramado, é considerado atualmente um dos melhores campos do Estado, inclusive tendo sido emprestado ao Esporte Clube Rio Verde e Rioverdense, para treinamentos.
É tradição do Clube dos Trinta receber visitantes de outras cidades em sua sede, com o oferecimento de resenha (galinhada ou churrasco) servido após a realização do jogo. Da mesma forma é recebido quando joga em outras localidades.
O Clube dos Trinta é conhecido e respeitado em Goiás, pela sua tradição, principalmente no Sudoeste Goiano, podendo ser considerado o cartão de visita da cidade na área esportiva – tem representado o esporte amador de Rio Verde com dignidade e respeito em todas as cidades em que realiza jogos.
Futuro do Clube dos Trinta:
É pretensão dos sócios proprietários transformar o Clube dos Trinta em um centro comunitário esportivo em parceria com o poder público municipal, visto que dentro de 10 anos, os sócios fundadores provavelmente não estarão mais jogando bola, em razão da idade avançada. Transformando-se em centro comunitário, a entidade continuará em atividade servindo à comunidade, principalmente a mais carente.
Eurípedes Felizardo Nunes - Presidente do Conselho Deliberativo
Nesta foto, uma das formações do Clube dos Trinta. Da esquerda para a direita: Mozart, Altino Paraguai, Oyama, Amílcar, Boy, Menezes, Lázaro Goiaba e Luiz Borges (diretor).
Agachados: Velasco, Ivan, Mauro Moraes, Sherlock e Nelsinho. Ano de 1980.
A.A.C. ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA COMIGO
A Associação Atlética Comigo foi fundada em 19 de agosto de 1979, data em que se reuniram na sede da Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano LTDA, os funcionários da Comigo em Assembleia Geral, com a finalidade de fundar a sua Associação Atlética.
Abrindo os trabalhos, tendo como coordenador o sr. Ângelo Thomaz Landim, que explicou aos presentes a importância da Associação, principalmente no que diz respeito as atividades sociais, culturais e desportivas. Teceu comentários sobre o Estatuto Social, solicitando ao sr. Warlen Ferreira de Freitas que fizesse a leitura do mesmo, o qual foi aprovado por unanimidade pela Assembleia. Em seguida, o coordenador chamou à atenção para o artigo 17º do Estatuto Social, dizendo que naquela oportunidade teria que eleger o presidente e o vice-presidente. Sendo então, aclamado por unanimidade, para presidente o sr. Warlen Ferreira de Freitas e para vice-presidente o sr. Ângelo Thomaz Landim. Obedecendo o Estatuto, a diretoria ficou assim nomeada: Secretário- sr. Carlos Moisés Faria do Vale; Tesoureiro- sr. Evaristo Lira Baraúna; Atividades Sociais- sr. Antônio Manoel de Carvalho; Atividades Esportivas- sr. Walmir Souza Arantes e Diretor de Patrimônio- sr. Maurício Alves Gomes.
Para maior fortalecimento, a Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano LTDA doou para à Associação Atlética Comigo uma área de três alqueires, situada à Rodovia BR 060 KM 427, onde foi construída a sede da Associação. Inicialmente, ali foi construído o campo de futebol, com muito trabalho e força de vontade de baluartes como os senhores: Paulino Gomes de Oliveira, Celso Camilo de Souza, Warlen Ferreira de Freitas, Antônio Manoel de Carvalho, Evaristo Lira Baraúna, Hugo Fernandes da Silva e Jânio Carlos Borges.
A equipe de futebol de campo da Associação Atlética Comigo estreou no Campeonato Amador de Rio Verde jogando com igualdade com os grandes times da cidade e já sendo um dos finalistas.
Visando ampliar os laços de amizade com a comunidade, foram organizados vários torneios que contaram com excelentes participações de clubes de Rio Verde e região, firmando de vez à Associação Atlética Comigo como uma das principais forças do futebol amador rio-verdense.
Em maio de 1986, filiou-se na Federação Goiana de Futebol, quando foi convidada para representar à cidade de Rio Verde no Campeonato Amador do Estado, onde teve uma participação discreta, sendo eliminada na segunda fase pela equipe da Vila Vitória, de Itumbiara-GO.
Em 1987, a Liga Desportiva Rio-verdense (Líder) realizou o seu primeiro campeonato oficial, que contou com as participações de quatro equipes em uma competição de pontos corridos, com turno e returno, onde à Associação Atlética Comigo sagrou-se campeã com este time-base: Neto, Beto, Espirro, Espetinho, Carlos Reis, Patinha, Nilson, Serginho, Cori, Hugo e Sérgio Leão.
Ídolos de todos os tempos: Sérgio Leão (o maior dos artilheiros), Serginho (o craque campeão), Espirro (o curinga), Xingu (o beque habilidoso), Paulino (o deus da raça), Celso Bola 7 (o irreverente), Luizão (o goleiro tranquilo), Chiquinho (habilidade e raça), Beto (o canhão), Arquimedes (o motorzinho), Patinha (o encrenqueiro), Juninho (o lateral esperto), Toninho Xerife (o determinado), José Rosa (o goleiro seguro), Baltazar (o volante goleador), Delcíone (raça e amor à camisa), Roberto (o artilheiro que veio do terrão), César Paraíba ( o chute perfeito), Jaimão (a cara da Comigo), Júlio César (o lateral jeitoso), Hugo (o atacante), Warlen (o grande comandante), Vânia, Nilva, Irene e Ruth (as torcedoras símbolo).
Buscando proporcionar um meio de lazer para a garotada, no dia 26 de dezembro de 1986, com o apoio do então presidente da Comigo, sr. Paulo Roberto Cunha, reuniram-se os senhores: Hugo Fernandes da Silva, Warlen Ferreira de Freitas, Sebastião Freitas da Silva e João Batista Ferreira de Oliveira, onde, dentre outras coisas ficou decidido que o sr. João Batista iria comandar a escolinha de futebol da associação, que no decorrer dos seus quinze anos, tornou-se a mais potente de Rio Verde e região, sendo uma das seis melhores do Estado.
A escolinha revelou grandes atletas, tais como: Paulista, Damangueira, Tarso, Pastel, Wesley, Fabian, Juca, Macarrão, Janela, Larian, Joãozinho, Alex, Primo, Marcos Paulo, Japão, João Junior, Mexerica, Elivelton, Pereirinha, Saulo, Gilberto, Thiago, Jalles, Adonides, Leandro, Rodrigo, Itelvo Jr, João Jairo, Diego, Boquinha, Jorginho, Eric, Fernando, Renato, Luciano, Adãozinho, Marcelo e outros.
A atual estrutura da Associação Atlética Comigo é fruto do arrojado trabalho de homens sérios e idealistas, dentre eles: Warlen Ferreira de Freitas, Hugo Fernandes da Silva, Ângelo Thomaz Landim, Jairo Pereira de Oliveira, Carlos Reis Mendes Guimarães, Gilberto do Prado Czeder, Deusdeth Peres, Claudionor Rodrigues Arantes, Luiz Carlos Lopes e Edmar Queiroz.
É importante aqui destacar o trabalho que o sr. Sebastião Freitas da Silva (Gansão) desempenhou com as categorias de base da Associação Atlética Comigo desde o dia 01 de março de 1991, revelando grandes valores para o nosso esporte amador e profissional, e também ao memorável João Batista Ferreira de Oliveira (Babá) que iniciou esta atividade – João Batista era Secretário Municipal de Desporto e vereador pelo município quando foi alvejado por 3 tiros à queima roupa numa sala do Clube Dona Gercina na manhã do dia 19 de abril de 1994. Ficam as saudades destes dois baluartes que infelizmente nos deixaram prematuramente.
Sebastião Freitas da Silva - o popular Gansão - me passou essas informações semanas antes de sua morte.
Fotografia do acervo de Manoel Francisco Pereira que comentou: Da esquerda para direita, Gansão, Luismar, Amadão e por último Sérgio.
COLORADO ATLÉTICO CLUBE
Na foto, os campeões de 77, aparecendo de pé, da esquerda para a direita: Olair (roupeiro), Odélio, Adalton, Luiz Alberto, Wilsinho, Sales, Raimundo, Mariano, Júlio, Elísio e Weber Paraguassu (técnico); agachados: Élcio, Aluísio, Butina, Sales Júnior (a criança no colo), Humberto, Toninho Roldão, Isaac e Hélio. Nesse dia da festa das faixas o Esporte Clube Rio Verde venceu o Colorado por 4 a 1.
O Colorado Atlético Clube surgiu em l975, idealizado por um grupo de amigos do extinto Juventus. Walson Pereira Silva foi o primeiro presidente do time e também faziam parte da diretoria os senhores: José Sales Ribeiro, João Aristóteles Barros e Aluízio Rodrigues.
Foi campeão amador em Rio Verde no ano de 1977, em um disputadíssimo campeonato marcado pela rivalidade da época principalmente com o Cruzeiro e o América.
Jogou contra a Portuguesa de Desportos de São Paulo, onde foi derrotado nos minutos finais por falta de preparo físico. Enfrentou o Esporte Clube Rio Verde, que era uma das maiores forças do futebol goiano com jogadores de nível nacional. No futebol soçaite foi tetra-campeão rio-verdense.
Jogadores que se destacaram no time: Adalto Mendes, Raimundo Bueno (Valdir Peres), José Sales, Elísio, Odélio, Luiz Alberto (Pereba), Tenente, Wilson Maciel, Isaac Bonifácio, Humberto, João Aristóteles, Butina, Toró, Aluízio Rodrigues, Sérgio Leão, Zé Ratinho e Élcio.
Em 10 de março de 1989 foi inaugurada a sede do Colorado, situada na saída para Montividiu, onde são realizados os jogos e torneios do time.
No uniforme, predominava a cor vermelha, com detalhes em verde e branco. (Dados do ano 2000)
ODÉLIO
Foi jogando “peladas” no campo de terra do Colégio Martins Borges durante as tardes com amigos – incluindo seu irmão Sales – que Odélio Graciano Ribeiro pôde mostrar todo seu futebol que o levou a sobressair atuando nas equipes amadoras da cidade, tais como: Goiasinho, Juventus, Cruzeiro, Botafogo, América, Sudoeste e teve seus grandes momentos defendendo o Colorado Atlético Clube que foi marcado com a conquista do campeonato amador de 1977 e também com o tetra-campeonato soçaite. Além disso, disputou pela Riverlândia o Campeonato dos Distritos.
Demonstrou sempre um futebol de muita fibra e boa técnica. Essas qualidades foram também aplicadas no futsal jogando ao lado de Hermones, José Cruvinel, Serginho, Chico Bonifácio, Edson e Márcio Bonifácio. Uma simpática equipe, que tinha um brilho contagiante, especialmente nos Jogos Abertos quando a cidade vivia um ambiente festivo – com banda de música, com a participação de diversas entidades e com a quadra cercada de gente por todos os lados dando vida e colorido ao espetáculo. Foi sob esses aplausos que Odélio foi campeão pelo Colégio Estadual Martins Borges.
Mais uma vez, Odélio alcançou o ápice no futsal, sagrando-se campeão em 77 defendendo o Clube dos Sete, como registra a fotografia:
Em pé: Carlinhos, Butina, Adalto e Antônio Edson; agachados: Júlio, Odélio, Chico e João Aristóteles.
DUAS VEZES AMÉRICA
Por: José Carlos Vieira (Lela)
O time do América marcou duas épocas diferentes na história do futebol amador da cidade de Rio Verde, em 1972 (Jardim Marconal) e em 1986 (Rua Jataí), revelando “peladeiros” e craques de uma bola apaixonante, onde não faltavam tombos, chutes violentos e brigas homéricas, que deram vida e charme ao futebol jogado nos campos de terra batida. Primeiro time: 1972, Jardim Marconal. Em 14 de março de 1972 foi fundado no bairro Marconal (ao lado da Vila Moraes), o famoso time do América Esporte Clube, comandado pelo senhor Mosvaldo, hoje um sisudo e próspero comerciante que mora na descida para o Clube Campestre; ele se formou para advogado e nem gosta mais de falar sobre futebol, mas o seu “Ameriquinha” deixou saudades. No registro das partidas, a escalação do time das camisas vermelhas poderia ter vários nomes engraçados; mas repletos de talento: Pebado, Mosvaldo, Cabaré, Zé Tomate, Delmo, Bengala, Zé Mulinha, Cairo, Nego, Tabinha, Oscarito, Lobão, Sabará, Osnande Sebão, Cleotomar Alves, João Preto, Zé Ratinho, Lazinho, Odirlar, Lazão, Inácio, Antônio Carlos, dentre outros. Nesta época, os grandes rivais do time do América eram: Colorado, Cruzeiro e Botafogo. O técnico e fundador, o Sr. Mosvaldo, também era jogador, um lateral-direito de primeira. Este time escreveu um importante capítulo da história do futebol amador, onde se jogava por vontade e amor à camisa, longe de “ser lugar de boleiros aproveitadores”. O América deixou saudades e vários troféus na estante, reunindo jogadores, amigos e filhos da amada bola. FATOS PITORESCOS: 1- O jogador Sabará entrava em campo mascando fumo (para acumular energia e agüentar jogar os 90 minutos) e era saudado pelos torcedores inimigos com a famosa expressão: “pinga na área, Sabará”. 2- O jogador do América, Osnande Sebão, tinha um chute muito violento. Certa vez ao cobrar uma falta, Sebão, craque do canhão, conseguiu quebrar o travessão do campo, e o jogo teve de ser adiado...
AMÉRICA
UM TIME DE AMIGOS QUE NASCEU NA IGREJA CATÓLICA
O segundo time com o nome de América surgiu em 1986, na Rua Jataí, com os membros da Comunidade Jusafa. Ele disputou vários torneios, mas seu melhor desempenho aconteceu no campo da Morada do Sol. Os atletas eram unidos e com vários nomes inusitados: Demilson Popeye, Teteira, Marcolino, Lela, Wmarley, João Leite, Caçapa, Luiz Dentinho, Hamilton Vulcãozinho, Creotomar Alves, Wagner Nascimento, Adão, Suzenandes, Jesus Trovão Azul, Catarina, Pedro Cássio, Mauroson, Marquinhos, Aldo Vicente, Pernambuco, Mascarado e Antônio Panela. O técnico Aldo Vicente era o maestro da equipe, mas o time estava meio desafinado em campo... FATOS PITORESCOS: 1- Durante uma partida do América, o jogador Wmarley foi expulso pelo juiz, Sr. Luiz. Realmente, levou uma bronca do juiz, mas não queria sair de campo. Então, o senhor árbitro, homem valente, saiu de campo, pegou seu carro e queria passar por cima do Wmarley... 2- O jogo desta vez era entre as equipes do América e o Bom Que Dói- um time muito tradicional do senhor Waltão. O atleta Suzenandes, do América, foi bater um escanteio. Só que a bola bateu num poste elétrico e provocou um grande curto-circuito em campo. Os jogadores do América e do Bom Que Dói saíram correndo de tanto medo; até o juiz fugiu do local tentando se proteger. Este campo ficava onde hoje funciona o Colégio Estadual Olyntho Pereira de Castro, no setor da Morada do Sol.

Matéria acima escrita por ele, o meu grande e saudoso amigo José Carlos Vieira, conhecido como Lela.
VILA AMÁLIA ESPORTE CLUBE
O time Vila Amália Esporte Clube foi fundado em 10 de janeiro de 1976. Paulo Nunes foi fundador, jogador e diretor.
A primeira partida oficial do time foi em 24 de janeiro de 1976, às 16 horas, no Campo do Rivac, onde o Vila Amália Esporte Clube venceu a Constrular pelo placar de 5 a 3. Uma brilhante vitória em razão de que no primeiro tempo estava perdendo de 3 a 0. A escalação do Vila Amália Esporte Clube nesse jogo foi: Osmar, Eliezer, Jeferson, Toninho, Pedro, Clóvis, Sebastião, Ronaldo, Paulo Nunes, Tomás e Eurípedes. Os gols do Vila Amália foram marcados por: Ronaldo (1), Sebastião (1), Paulo Nunes (2) e Wilson (da Constrular) que fez contra.
Realizou no período de 31 de janeiro de 1976 a 02 de janeiro de 1977 uma série de amistosos e conseguinte participou do Torneio Rainha onde enfrentou de 08 de janeiro de 1977 a 13 de fevereiro do mesmo, as seguintes equipes: Colorado, Vila Nova, América, Guarani e Goiás.
Em 1978, o Vila Amália Esporte Clube sagrou-se campeão amador da série B. No mesmo ano, jogou em Mato Grosso com o União de Rondonópolis.
Na época, Félix Davi (então treinador do Esporte Clube Rio Verde) assistia aos jogos do campeonato amador quase sempre à beira do campo, observando atletas para serem aproveitados no Esporte Clube Rio Verde. Ocasião em que levou da equipe do Vila Amália, um centroavante, um zagueiro e um goleiro.
Paulo Nunes lembra de um fato pitoresco de um jogo realizado na fazenda contra o Alvorada Futebol Clube: “O motorista que transportou a equipe do Vila Amália, depois de muito implicar com a torcida local e com o juiz da partida, invadiu o campo e partiu para cima do juiz com um facão, quando notou à reação dos torcedores, entrou em disparada no caminhão e se mandou. Os jogadores do Vila Amália, vieram à pé para Rio Verde, carregando as chuteiras nas costas”.
FORTALEZA ESPORTE CLUBE
Marcos Antônio de Lima Borges (Miranda), José Walter Borges (Pelinha) e Hélio Antônio de Oliveira (Hélio Preto) foram os responsáveis pelo aparecimento do Fortaleza Esporte Clube em 25 de maio de 1985. Equipe oriunda do Vasquinho.
O Campo do DNER foi o primeiro palco desta familiar equipe que logo rumou em direção ao Campeonato Amador Rio-verdense de 1985, vindo a ser vice-campeão no ano seguinte. Em 1987, sagrou-se campeão invicto do Torneio da Amizade e 3º lugar no campeonato amador. Em sua trajetória, conquistou por 4 vezes a Copa Vila Maria.
Atletas que defenderam o Fortaleza: Vanilton, Pesão, João Jairo, Dirceu, Ita, Beto, Pedrão, Miranda, Amado, Dê, Lúcio, Ceguinho, Nizon, Hélio Preto, Pelinha, Luizmar, Luizão, Frei, Careca, Nelsão e outros.
José Célio (Juquinha) foi um grande treinador desta equipe da qual quando o entrevistei no ano 2000, lembrou: “Em 1986, no Torneio Osório Leão Santa Cruz, o árbitro prejudicou o Fortaleza quando anulou um gol legítimo do Lúcio. A partida foi para a prorrogação e o Marconal ganhou por 1 a 0. Muito irritado, Nelsão quebrou o troféu de vice-campeão”. Em meio as recordações, Juquinha revelou que: “Minha maior glória no futebol aconteceu no ano de 1987, quando por unanimidade fui eleito como o melhor treinador do ano e na oportunidade recebi o troféu “Oscar do Futebol Amador Rio-verdense”.
JUQUINHA (IN MEMORIAN) - “Minha maior glória no futebol aconteceu no ano de 1987, quando por unanimidade fui eleito como o melhor treinador do ano e na oportunidade recebi o troféu “Oscar do Futebol Amador Rio-verdense”.
Da esquerda para a direita: O goleiro é o Gansão, (?), Luismar, Wanderlan, Bozo, Pelinha, Beto, Cesinha, Nelson, Davi e Espirro. O time é o Vasco de Rio Verde.
A.A.R - Associação Atlética Rioverdense
HISTÓRICO
A Associação Atlética Rioverdense foi fundada em 15 de abril de 1983, com o nome de Marconal Futebol Clube, vez que seus principais diretores residiam no Jardim Marconal, Bairro de Rio Verde, ou nas proximidades do mesmo.
Incentivado pela criação da Liga Desportiva Rioverdense teve sua documentação legalizada e foi o primeiro clube a se filiar, disputando todos os campeonatos promovidos, bem como participando de um campeonato estadual de futebol amador, promovido pela Federação Goiana de Futebol, no ano de 1989. Sua diretoria sempre trabalhou com muita seriedade e até conseguiu fazer um jogo amistoso interestadual com a equipe principal do Atlético Mineiro de Belo Horizonte.
No dia 08 de abril de 1996 foi feita a profissionalização e em 27 de junho, também de 1996, passou a ser chamado oficialmente de Associação Atlética Rioverdense, ano em que participou apenas de um Campeonato de Juniores, promovido pela Federação Goiana de Futebol.
No ano de 1997 participou do Campeonato de Futebol Profissional da Segunda Divisão e ficou com a terceira posição. Participou também com as equipes de juniores e juvenis, voleibol masculino e feminino, sendo campeão no feminino, Futsal masculino e feminino adulto, sendo vice-campeão Goiano no masculino e ainda futsal infantil e mirim, sendo que pela combinação de resultados, sagrou-se em primeiro lugar geral do estado, na categoria futsal.
No ano de 1998 disputou o Campeonato Goiano de Futebol Profissional série “B”, sagrando-se vice-campeão, conseguindo assim o acesso para disputar a série “A” do Campeonato Goiano de Futebol Profissional de 1999, bem como ainda disputou o Campeonato Brasileiro de Futebol Profissional série “C” e os campeonatos de juniores e juvenis com muito bom aproveitamento.
No ano de 1999, disputou a série “A” do Campeonato Goiano de Futebol Profissional, sendo que alcançou boa classificação entre os seis primeiros ficando garantido para disputar o Campeonato Goiano de Futebol Profissional do ano 2000, em sua série especial. Também disputou os campeonatos de juniores e juvenis do ano de 1999, obtendo boas classificações.
No ano 2000 disputou o Campeonato Goiano de Futebol Profissional série “A”, ficando em 7º lugar e consequentemente classificada para continuar disputando na série especial do ano 2001, sendo também muito bem-sucedido no Campeonato de juniores.
No ano de 2001 disputou o Campeonato goiano de Futebol Profissional na categoria principal, tendo sido classificado entre os seis primeiros, ficando com isso classificado para disputar o mesmo campeonato, do ano de 2002, bem como participou do Campeonato de juniores, ficando classificado entre os quatro primeiros do Estado.
No ano 2002 disputou da mesma forma o Campeonato Goiano de Futebol Profissional da série “A”, sendo que a princípio tinha intenção de atuar somente com garotos de até 20 anos de idade, porém, no decorrer do campeonato, a mentalidade foi mudada e fez várias contratações, subindo com isso no desempenho e ao terminar a primeira fase ficou muito próximo de ser classificado para disputar a fase seguinte, porém garantiu a vaga para continuar disputando o mesmo campeonato no ano de 2003.
(Dados do ano de 2003)
Ônibus dentro do Estádio
JOGOS ABERTOS
Foi em 1970 que se deu a criação dos Jogos Abertos de Rio Verde pelo 2º Batalhão da Polícia Militar do Estado de Goiás, quando era seu comandante o Ten. Cel. P.M. Uzimael Gonçalves Pereira e, oficializados em 16 de março de 1976, pela Lei Municipal nº 1434.
Participavam dos jogos diversas entidades sociais e desportivas e ainda a rede escolar da cidade, somando mais de 800 atletas que durante o mês de agosto disputavam os prêmios e troféus oferecidos pela municipalidade, pelo comércio e indústria rio-verdense.
Eram as seguintes as modalidades de esportes disputados: futebol de salão, judô, basquetebol, voleibol, natação, ping-pong, handebol, atletismo e ciclismo, nas categorias feminino e masculino.
Entidades que participavam: 2º B.P.M. – TG 11-303 (Tiro de Guerra), Faculdade de Filosofia de Rio Verde, Colégio Agrícola de Rio Verde, Esporte Clube Rio Verde, Clube Campestre, Escola de Enfermagem Cruzeiro do Sul, Colégio Estadual Martins Borges, Escola Estadual do 1º Grau João Veloso do Carmo, Colégio Estadual do 1º Grau Frederico Jaime, Colégio Estadual do 1º Grau do Sol, Instituto Anhanguera.
Extraído do livro Rio Verde: Apontamentos para a sua história, de Oscar Cunha Neto. Impresso pela Gráfica e Editora O Popular, 1988.
Abertura dos Jogos Abertos de 1973 – Boy, Lindolfo, Nilton, Lindoar e Bastianinha. Equipe de Handebol.
O jornal CORREIO DO SUDOESTE (Tribuna livre a serviço do sudoeste goiano e do Brasil. Lema: Somar sempre, dividir nunca. Diretor responsável Geraldo Bayer), de 23/08 a 05/09 de 1976 trouxe a seguinte matéria:
VI JOGOS ABERTOS DE RIO VERDE
Foram abertos no dia 05 de agosto de 1976, os VI Jogos Abertos de Rio Verde, organizados e promovidos pelo 2º Batalhão da Polícia Militar de Goiás, com sede nesta cidade. A solenidade de abertura, teve lugar na Praça Joaquim da Silveira Leão, com início às 8:00 horas.
Participaram da abertura todas as entidades inscritas nos jogos, ou seja: 2º BPM, TG/ 11-303, Faculdade de Filosofia, Colégio Agrícola, Clube Campestre, Colégio Estadual Martins Borges, Escola Estadual do 1º Grau Frederico Jaime, Escola Estadual do 1º Grau João Veloso do Carmo, Escola Estadual do Sol e Escola de Enfermagem Cruzeiro do Sul. A solenidade foi desenvolvida da seguinte maneira: Hasteamento dos Pavilhões Nacional, Estadual e Municipal; desfile da tropa e colegiais; cântico do Hino Nacional; acendimento da Pira Olímpica; juramento dos atletas e discurso do Ten. Cel. PM Carolino Ayres Costa- Diretor Geral dos Jogos, abrindo oficialmente os VI Jogos Abertos de Rio Verde.
Várias autoridades se fizeram presentes ao acontecimento, entre elas o Exmo Sr. Governador do Estado, o Prefeito Municipal desta cidade, Secretários de Estado e Oficiais da PMEGO.
Foi realizado, às 22 horas, no Clube Rioverdense, o Concurso das Rainha e Princesas dos VI Jogos Abertos de Rio Verde.
Participaram dez (10) candidatas, a saber: Srtas. Messade Cruvinel Saleh, Hanaé Rocha Hassegawa, Yara Maria de Freitas Gonçalves, Maria Abadia Seabra Rodrigues, Maria de Fátima Marques de Oliveira, Nava Esther Carvalho Pimenta, Sirle Maria dos Santos, Elaine da Silveira Cunha, Nilmar Baylão Cruvinel e Gardênia Macedo. Foram eleitas Rainha, 1ª e 2ª Princesas, respectivamente: Messade Cruvinel Saleh, Hanaé Rocha Hassegawa e Yara Maria de Freitas Gonçalves. Foram convidados especialmente para compor a mesa do juri as seguintes autoridades: Ten. Cel. Wilson Brandi Romão - Presidente, Sr. Eurico Veloso do Carmo – Membro, Radialista Miguel Mendes, Diretor do Parque Mutirama, Sra. Zélia Medeiros Neto, Sra. Terezinha Brandi Romão e Sr. Farnese Dias Maciel. Após o concurso houve grandioso Baile, animado pelo Conjunto “Os Tropicais”.
JESUALDO LOPES GALVÃO
Jesualdo Lopes Galvão, filho de Angelino Lopes Galvão e Onória Cândida Lopes, nasceu na Fazenda Douradinho no município de Rio Verde-GO; a 06 de novembro de 1944. Casou-se em 07 de junho de 1969 com Jovelina Francisca Lopes, com quem teve quatro filhas: Shirley, Sheyla, Shily e Jovelaine.
Viveu toda sua infância e grande parte da adolescência as margens do Córrego Chapadinha (Fazenda Lage). Estudou durante 5 anos no Grupo Escolar César Bastos (hoje Cunha Bastos), morava na chácara e fazia todo o percurso à pé de segunda a sexta-feira.
Nos finais de semana, vinha para jogar futebol nos campos de terra, mais precisamente no campo do Cruzeiro do Sul (onde hoje é o Colégio do Sol). Jogou no aspirante do Cruzeiro, depois no Fluminense do Pierre, no Corintinhas do Barriga (irmão do Bodão), no Náutico (onde foi campeão amador rio-verdense) e no Cruzeiro do Sul Esporte Clube.
Em 1966, ingressou no Exército no 10º BC (Batalhão de Caçadores) em Goiânia-GO. Integrou a equipe de atletismo do Batalhão, tendo sido vice-campeão na Corrida do Soldado em 25 de agosto de 1966 em Brasília-DF, entre 220 atletas de 11 unidades do Exército.
Em 1967, ingressou na Polícia Militar em Goiânia como soldado. Dia 24 de dezembro de 1967, representando à Polícia Militar de Goiás numa prova de pedestre de 10 km em Goiânia, foi novamente vice-campeão entre mais de 300 participantes com representantes de vários Estados.
Em 1968, fez parte da seleção de futebol de campo da Polícia Militar de Goiás, em Goiânia.
Em 19 de janeiro de 1969, participou da 1ª Prova de Ciclismo de Rio Verde-GO; classificando-se em 3º lugar.
Em 1970, foram criados os Jogos Abertos de Rio Verde, dos quais participou de todos, tendo ganhado diversas competições, nas modalidades: atletismo, ciclismo, futebol de campo e salão.
Na cidade de São Paulo, competiu na Corrida Internacional de São Silvestre, nos anos: 1975, 1978, 1982 e 1996.
Importante ressaltar sua gloriosa participação em maratonas (42.195 metros): em 1984 foi campeão na categoria veterano e em 1985 obteve a 2ª colocação, ambas disputadas no Estado de Goiás. No ano de 1991, correu na maratona de Brasília-DF onde ficou em 4º lugar em sua faixa etária entre mais de 3.000 participantes.
No período de 1974 a 1984 foi o número um da Polícia Militar de Goiás em provas de longa distância, tendo participado de provas de pedestres nas seguintes localidades: Recife-PE, Vitória-ES, Rio de Janeiro-RJ, São Paulo-SP, Curitiba-PR, Porto Alegre-RS, Uberlândia-MG, Uberaba-MG, Belo Horizonte-MG e Brasília-DF. No Estado de Goiás em várias cidades, como: Palmeiras de Goiás, Morrinhos, Itumbiara, Goiatuba, Quirinópolis, Cachoeira-Alta, Itajá, Mineiros, Jataí, Caiapônia, Iporá, Gouvelândia, Anápolis, Catalão, Três Ranchos, etc. Conquistando diversas provas.
Na categoria de 35 a 44 anos foi tricampeão da Corrida Mirage, promovida pela base aérea de Anápolis-GO. Em 30 de julho de 2000, participou da XXI Mini-Maratona 31 de Julho de Anápolis-GO, onde obteve o 2º lugar num percurso de 10 km com o tempo de 36min37seg. Mesma competição que no ano de 1997 foi campeão em sua faixa etária. Em sua categoria, foi o 8º colocado na II Volta Internacional da Pampulha, ocorrida em 19 de novembro de 2000 na cidade de Belo Horizonte-MG, quando fez um percurso de 18 km com um tempo inferior a 74 minutos.
Participando da Corrida da Paz em Jataí-GO, quando já havia percorrido mais de 8 km, Jesualdo tropeçou em um quebra-molas, o que ocasionou uma contusão no ciático da perna esquerda, contudo, terminou a prova sendo transportado em uma ambulância. Voltou a competir em 29 de julho de 2001, na XXII Mini-Maratona 31 de Julho de Anápolis-GO, classificando-se em 4º lugar.
No ciclismo, além de Rio Verde, ganhou em diversas localidades em Goiás e Brasília. Em 1993, no Brasileiro de Máster realizado em Goiânia-GO, ficou na 6ª posição em meio a 85 ciclistas.
Tem o hábito de exercitar-se uma vez por dia todos os dias da semana por cerca de 40 minutos. Gosta de dormir cedo, não fuma e não bebe, alimenta-se a base de carboidratos, frutas, verduras e legumes. Aprecia muito rapadura e banana.
Começou a apitar futebol no ano de 1967, quando era aluno do Curso de Formação de Soldados no DI (Departamento de Instrução), o que é hoje à Academia de Polícia Militar de Goiás.
O coronel da reserva Valdir Martins de Moraes, filho da cidade de Riverlândia, ex-comandante do 2º Batalhão, na época era capitão e diretor de ensino daquela escola de polícia, quando nos treinamentos de futebol de salão, Jesualdo Lopes Galvão chegava na quadra para jogar, o supracitado capitão, temendo a dura marcação, não permitia que Jesualdo entrasse na quadra para jogar e usando de seu poder hierárquico aplicava a chamada “chave de galão”, dizendo: pegue o apito. Com isso, o aluno soldado na época, começou a se interessar por arbitragem de futebol.
No decorrer dos anos, residindo em Rio Verde, por ocasião dos Jogos Abertos já aqui referido, Jesualdo percebeu que à arbitragem de futebol de salão e de campo era muito contraditória. Daí ele, começou a estudar regras de futebol e sendo às vezes criticado pelos praticantes das modalidades por não ter curso de formação na área. Após concluir o 2º grau no Colégio Martins Borges em 1980, assistindo em Itumbiara-GO a um programa de televisão que divulgava um curso de formação de árbitros pela Federação Goiana de Futebol, cuja exigência de escolaridade era o 2º grau completo, o mesmo se transferiu para Goiânia e lá matriculou-se no curso, tendo sido diplomado por esta federação, onde apitou por um período de doze anos em todos os principais estádios de Goiás, nas categorias de base e de profissionais.
Após bacharelar-se em Direito no mês de julho de 1989 pela Fesurv, apresentou à F.G.F. seu diploma de graduação em Direito, o que lhe valeu seu ingresso no quadro básico brasileiro de futebol de campo, (COBRAF) – Confederação Brasileira de Futebol.
Apesar de seu currículo, o entrevistado é bastante modesto, pois assim que é convidado pelos organizadores das competições em Rio Verde, seja de futebol de campo ou futsal, ele não recusa de dar à sua contribuição, apita jogos de fraldinhas a veteranos em qualquer classe esportiva, ginásio coberto ou descoberto, campo gramado ou de terra, pois o mesmo é amante do velho adágio popular: “Quem não vive para servir, não serve para viver”.
Jesualdo Lopes Galvão recebendo o troféu de campeão da I Corrida São Sebastião, em 1983, vendo-se ao lado, o professor José de Oliveira. Essa prova foi idealizada e organizada por Jesualdo e o radialista Eurípedes Mesquita.
ESTÁDIO SERRA DOURADA – 20-03-1989.
A esquerda, Jesualdo Lopes Galvão fazendo parte do trio de arbitragem no Campeonato Goiano da 1ª Divisão de Profissionais.
Jesualdo participando de prova de ciclismo
O primeiro ciclista que pedalou em Rio Verde foi um grande incentivo para aqueles que estavam começando. Este era conhecido apenas como Paraguaio, que foi considerado um “marco”, após ter pedalado por 24 horas ao redor da Praça Gonzaga Jayme, assim, recebendo o codinome de “doido da bicicleta”.
E assim começou a Era do Ciclismo em nossa cidade, tal como uma árvore que deve ser regada para florescer e dar frutos. E como deveria ser, os frutos apareceram, com Joal, Pascoal, Sebastião Gonzaga, Onofre Mota e o grande mito Jesualdo Lopes Galvão, que levou o nome de Rio Verde para competições de nível estadual e nacional. Fonte: Fabiano Melo Moreira e Lino Roberto Melo de Jesus.
BIOGRAFIA
Aires Humberto Freitas nascido em 13 de novembro de 1966 na cidade de Cassilândia-MS. Filho de Aristolino Antunes de Freitas e Ana Cabral do Prado. Foi casado, desde o ano de 1992, com Fernanda Matias Pereira Rodrigues Freitas – “in memoriam”, com quem teve três filhos: Paulo Fernando, Rafael e Talita.
Viveu a maior parte da sua infância numa fazenda na região do Rio Preto, no município de Cachoeira Alta-GO, onde sua mãe veio a lecionar num grupo escolar e seu pai montou ali, nas imediações, uma venda de secos e molhados, o que proporcionou a condição da família mudar para a cidade de Quirinópolis-GO e em seguida, no dia 16 de março de 1977, vieram para Rio Verde-GO, vindo a morar em casa própria na rua 16 no Parque Bandeirante, onde seu pai foi um dos comerciantes pioneiros do bairro, o Supermercado São Lucas que fechou as portas no ano de 2018.
Aires, estudou na Escola Municipal Adelor Quintiliano da Silva e prosseguiu no Colégio João Veloso do Carmo. Depois de uma larga parada nos estudos, concluiu no ano de 2000, o curso de educação básica em nível médio, no Colégio Estadual Eugênio Jardim.
Foi educado desde sua infância em um lar católico. Abraçou, com fecundidade, os movimentos de jovens da Paróquia de Santo Antônio de Pádua, exercendo por mais de uma década, cargos na diretoria do Grupo de Jovens CÉU (Cristo é União), nome este escolhido por ele no ano de 1985. Foi o responsável pelo surgimento da Comunidade de Jovens JASC, na Vila Maria, em 1994. Trabalhou nos memoráveis EJC – Encontros de Jovens Cristãos – realizado no Centro de Treinamento João XXIII, então edificado na Avenida Presidente Vargas. E desde de 2006, congrega na igreja evangélica, Igreja de Deus no Brasil.
Enveredou para o mundo das poesias quando em 1999, teve a oportunidade de participar de um concurso de poesia falada, promovido pela Editora Kelps a qual publicou um dos seus poemas. Ainda nesse ano, fez uma participação no livro Saudade Jovem, do saudoso autor José Carlos Vieira (Lela).
Trabalhou por uns meses, no ano de 1999, na Secretaria de Cultura e Esportes que tinha como secretário o arrojado Antônio Ferreira Arantes que foi quem deu a ideia de resgatar a história do esporte rio-verdense. Deste momento em diante, Aires Humberto, acolhendo a sugestão, atirou com todas as forças no que objetivou a concretização do seu primeiro livro, Identidade do Esporte Rio-Verdense, publicado no ano de 2008. Foi colaborador dos jornais: Gazeta Regional e O Mercador.
Em 9 de janeiro de 2013, criou no Facebook, à página Memorial da Cidade de Rio Verde-GO, que retrata a cidade em tempos distintos, buscando resgatar o passado e registrar para o porvir o momento presente. E em 2019 fez surgir o Blog Rio Verde Memórias, no intuito de colaborar, de forma didática, na preservação da história de Rio Verde.
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