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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

PIONEIROS


FAMÍLIA PIONEIRA 

Por Aires Humberto Freitas
 
Pelos idos de 1840, chega as extensões do Rio Verde, vindo de Casa Branca, província e bispado de São Paulo, o mineiro José Rodrigues de Mendonça, com sua esposa e filhos, motivado com as medidas de incentivo à colonização do Sudoeste Goiano. A carta de Lei nº 11 de 5 de setembro de 1838, fixada pelo Governo Provincial, determinava aos habitantes do território entre o Rio Verde além do Turvo, a isenção de pagamento de impostos (Dízimos de Miunças, e de gado vacum, e cavalar) por dez anos . Com esse encorajamento dado, iniciou-se, então, a ocupação em massa das terras, formado em grande maioria, com pessoas vindas de Minas Gerais, que trouxeram ao lado de uma abundante pecuária, uma elementar cultura de arroz, feijão, milho e mandioca.  
A família pioneira apossou-se de vasta extensão de terras (que formaram as fazendas de São Tomás, Pindaíba, Bauzinho, Paraiso do Rio Preto, Monte Alegre, Confusão, Aterradinho e Cabeleira).  Estabeleceu-se, porém, em São Tomás, próximo ao rio do mesmo nome, a cerca de seis léguas de distância do local onde se encontra a cidade.  Todas as propriedades rurais foram inscritas, por Decreto Imperial, nos Registros Paroquiais de Terras da Freguesia das Dores do Rio Verde. A Fazenda São Tomás foi registrada sob o número um em 5 de outubro de 1856, com mais ou menos sete sesmarias de extensão, de propriedade de José Rodrigues de Mendonça, adquirida por posse. Foi dividida em 1904. 
DOAÇÃO A NOSSA SENHORA DAS DORES
 Em 25 de agosto de 1846, José Rodrigues de Mendonça e sua mulher, dona Florentina Cláudia de São Bernardo, doam sorte de terras da Fazenda São Tomás a Nossa Senhora das Dores, para a formação de seu patrimônio e construção da Capela.  Quatro meses depois, Joaquim José da Silva Prata e sua esposa, dona Anna Joaquina de São José, também doaram parte de terras da Fazenda Lages ao patrimônio da Igreja.  Ocasião em que Rio Verde estava subordinado à Freguesia de São Francisco de Anicuns.
Proveniente de Uberaba, a família Silva Prata chegou em 1845, chefiada por Manoel Joaquim da Silva Prata (casado com Laura Ferreira dos Santos, e falecido em Uberaba, em 11 de agosto de 1905, na idade de 97 anos), Joaquim José da Silva Prata (tendo casado com Anna Cândida Vilela) e Francisco José da Silva Prata, naturais de Itapecerica.
Há registro de um donativo por escritura particular em 6 de junho de 1885, quando Honorato Rodrigues de Mendonça e sua esposa, dona Secundina Francisca da Silva ofereceram a Nossa Senhora das Dores do Rio Verde uma porção de terras no sítio Córrego Fundo, na fazenda “São Tomás”.   
FALECIMENTO DE DONA FLORENTINA
O advogado e escritor Onaldo Campos, em seu livro Rio Verde Histórico – Aspectos Históricos de Rio Verde (GOIÁS), impresso no ano de 1971 na Gráfica e Editora EDIGRAF S.A.  São Paulo – Brasil, narra - nos o seguinte: “A 16 de janeiro de 1858, falece d. Florentina Cláudia de São Bernardo, deixando as fazendas São Tomás e Cabeleira, esta de campos e matos, cercada de serras, com 3 léguas de comprido e uma de largura. E os seguintes bens: 17 enxadas, avaliadas por 18$800; 18 foices, por 54$000; 23 machados, por 50$000, 4 cavaduras; 4 cunhas; uma tenda de carpinteiro; 9 armas de fogo; 130 oitavas de prata (equivalentes a 466,180 gramas, ou 3,586 g. cada uma), avaliadas a 200 réis cada, num total de 32$000; 9 pares de colheres de prata, por 50$000; e 400$000 em dinheiro; os seguintes animais: 24 bois carreiros, 4 bois, 16 novilhas de 3 anos, 64 de 2 anos, 43 de um ano, 50 vacas paridas, 200 solteiras, 26 marruases, 10 cavalos, 30 éguas; e 16 escravos e 9 escravas (estes eram considerados semoventes)”.
Esses instrumentos revelam a época: a rusticidade, a agressividade. Vejam que o número de instrumentos para a derrubada era grande; a arma de fogo era indispensável. O rebanho era talvez dos maiores da região ou da província: 467 cabeças, quando a exportação para São Paulo e Minas Gerais, na época, não ultrapassava de 3.000 bois. Entre as novilhas estão incluídos os machos e as fêmeas.
FALECIMENTO DE JOSÉ RODRIGUES DE MENDONÇA
O cônjuge supérstite ficou viúvo por largo tempo. Finalmente, a 25 de junho de 1866, casou-se, pela segunda vez. É o seguinte o teor do assento de casamento: “Com as testemunhas João Antônio da Silveira Leão e Maria Joaquina da Conceição, casaram-se José Rodrigues de Mendonça, viúvo, com a idade de 80 anos, filho de José Rodrigues de Souza e Anna Pereira, com Cândida Francisca da Silva, com 22 anos, filha de João Ferreira Pinto e de Clemência Maria dos Reis”.
A 19 de dezembro de 1869, faleceu, com a idade de 83 anos, José Rodrigues de Mendonça, deixando 4 filhos, 17 netos e 2 bisnetos e os seguintes bens: “uma casa de capim na vila de Rio Verde, um sítio na fazenda “São Tomás” e uma fazenda do mesmo nome” . – Rio Verde Histórico, págs 16 e 17.   

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