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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

BANDEIRANTES


ANTIGOS PAULISTAS

Por Aires Humberto Freitas
 
Auguste de Saint-Hilaire, em seu livro Viagem às Nascentes do Rio S. Francisco e pela Província de Goiás - Tomo Segundo, Tradução e Notas de Clado Ribeiro de Lessa, 1937, Companhia Editora Nacional, São Paulo, nas páginas 280 a 281, conta-nos: “Os antigos paulistas se espalhavam pelo interior do Brasil afim de caçar os indígenas. Estes, reduzidos a escravidão, formavam uma das riquezas dos habitantes de S. Paulo, e mais de uma casa importante possuía, nessa cidade, até seiscentos índios. Um paulista, que penetrou por esse modo nos desertos, afim de agarrar escravos, Manoel Corrêa, chegou, antes de 1670, até um rio chamado Rio dos Araés, na região que constitui hoje em dia a província de Goiás, e voltou à pátria carregado de ouro e índios escravizados. Corrêa, morrendo, deixou o itinerário das regiões que percorrera; mas, a sua ignorância era tal, que foi impossível aproveitar os seus manuscritos. 
BARTOLOMEU BUENO DA SILVA
Pelo ano de 1680 outro paulista, Bartolomeu Bueno da Silva, chegou ao local onde está atualmente situada Vila Boa e que, nessa época, era ocupada pelos índios pacíficos da nação Goyá. As parcelas de ouro com que se ornavam as mulheres destes selvagens traíram a riqueza da zona. Para submeter os habitantes, Bueno recorreu ao estratagema, na aparência, mais pucril:  acendeu um vaso cheio de aguardente perante os índios espantados, e ameaçou-os de queimar da mesma maneira a eles e seus rios se ousassem resistir-lhe. Os índios se submeteram e Bueno, depois de deixar algumas plantações no local, voltou a S. Paulo carregado de ouro e tão grande número de cativos que com eles seria possível povoar uma cidade. Os expedientes censuráveis de que, com êxito, lançou mão esse aventureiro, valeram-lhe o cognome de Anhanguera, que significa velho diabo.   (...) Quando penetrara no distrito dos índios goyazes, Bueno tinha em sua companhia um filho com a idade de 12 anos, com o mesmo nome que o seu. A criança envelhecera, mas sem perder a lembrança da viagem de seu pai (...)”.
O SEGUNDO ANHANGUERA
Em 1720, junto com os genros João Leite da Silva Hortiz e Domingos do Prado, o segundo Anhanguera requereu licença a Dom João V para entrar nos altos sertões, com a intenção de procurar ouro, prata e pedras preciosas. A leva ficou pronta em fim de junho de 1722 (quarenta anos antes visitara com o pai), compunha-se do cabo e de um imediato; de 152 homens d’armas, entre os quais vinte índios; de trinta e nove cavaleiros;  de dois religiosos beneditinos e um franciscano.
Com bravura, explorou os sertões goianos em busca da lendária Serra dos Martírios. Enfrentou muitas dificuldades.  Segundo escreveu Taunay: “A bandeira de Anhanguera II, 1722 a 1724, por três anos, “andou errante pela imensa campanha banhada pelos tributários do Araguaia e Paranaíba”. Mas, finalmente, em 1725, encontrou de forma sucinta, ouro nas margens do rio Vermelho. No ano seguinte, Bueno fundou, nesse lugar, um arraial que veio a se tornar a capital da Província e, depois, do Estado, Vila Boa, hoje, Goiás.  
Onaldo Campos, no prefácio da sua rica obra publicada em 1971 intitulada Rio Verde Histórico, escreveu: “Desde 1946, quase que ininterruptamente, venho-a pesquisando. Sem dúvida, a tarefa demandou grandes esforços, e, ainda assim, não consegui senão vislumbrar o passado. E fi-lo, confesso, com a exclusiva vaidade de dotar Rio Verde de sua história, ignota e esquecida nas brumas do Tempo. Não moveu-me o interesse monetário. Pobre, contudo, é minha contribuição. Apenas agitei um passo. A jornada é longa e lhes convida, leitores amigos e complacentes, à caminhada. (...)”.
 Menciono essas palavras acima supracitadas com o único propósito de dar o devido reconhecimento a Onaldo Campos, e, da mesma forma, ao também brilhante escritor Oscar Cunha Neto que escreveu a obra Rio Verde: Apontamentos para a sua história, publicada em 1988. Foram, os dois, fundamentais nas pesquisas dos acontecimentos históricos para a cidade de Rio Verde.
O convite à caminhada me moveu e impossível não citá-los.
Retomando a história do Anhanguera, Onaldo Campos expôs à pag. 13: “ (...) Rocha Pombo também corrobora esse descaminho de Anhanguera, relatando que “atravessando o rio Paranaíba e seu afluente Meia Ponte, na altura de Mato Grosso, tanto se desviaram os bandeirantes para o poente que perderam o rumo das paragens que eram procuradas, e foram ter, segundo a melhor opinião, às margens do Araguaia, por aqueles vastos e férteis terrenos, que foram hoje os distritos de Torres do Rio Bonito (Caiapônia), Rio Claro e Dores do Rio Verde”.
Talvez tenham sido os expedicionários do Grande Bandeirante que apelidaram o ribeirão próximo da cidade de Rio Verde ... das Abóboras.
No governo de D. Francisco de Assis Mascarenhas -1804 – mandou este explorar o Rio Verde e o Rio dos Bois, encarregando da empresa Estanislau de Oliveira Guterrez”.  

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