NO INÍCIO, DESBRAVADORES MARCANDO TERRITÓRIO PELA PATA DO GADO
Extraído do projeto Se Liga no Futuro - Superintendente
Executiva/Criação e Coordenação Andréa Aurora Guedes Vecci. Revisão Geral
Heloisa Mazzoccante e Wellington Matos de Lima. Projeto Gráfico Type
Propaganda. Pesquisa Histórica Prof. Eduardo José Reinato e Prof. Sérgio Paulo
Moreyra. Pesquisa Econômica Rodrigo Borges Teodoro. Adaptação de Texto Amauri
Garcia. Ano: maio/2004:
“A migração para o sudoeste
goiano deu-se a partir da década de 1830. O esgotamento ou a inadaptabilidade
das terras disponíveis no Triângulo Mineiro permitiu uma profunda e rápida
penetração de fazendeiros para os extremos da região da Caiapônia. Eles optaram
pelos chapadões altos, fugindo dos grandes rios e das zonas de matas, seguindo,
portanto, a ocupação das zonas de campo e cerrados. Dessa maneira, a expansão
das fazendas de gado se articulou entre as regiões do que hoje são as cidades
de Rio Verde e Jataí. Os pioneiros vinham à procura de campos limpos para suas
criações extensivas. Ao chegarem em uma nova região, demarcavam a posse pelos
acidentes geográficos. Isto determinou que, por vezes, estendiam-se por léguas,
à procura de um rio ou espigão mestre para definir uma divisa bem feita. Assim,
as fazendas eram edificadas perto de um pequeno riacho de onde se podia desviar
a água para a sede. Até onde a pata do boi marcasse o terreno, essas eram as
fronteiras da fazenda. Estima-se que isso perfazia, a partir da sede da
fazenda, um raio de três léguas. O filho do fazendeiro criaria seu retiro
(curral de retirada de leite do gado) a mais ou menos seis léguas para dentro
do sertão, o que posteriormente se tornaria sua fazenda. Com a independência do
Brasil, a partir de 1822, o sistema de sesmarias foi abandonado, abrindo-se uma
grande oportunidade para os homens do sertão ampliarem suas fazendas de gado.
Era só se apossar para se tornar dono de um naco de terra”.